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3. A FORMAÇÃO DA COMUNIDADE DE JACUTINGA (1948 1964)

3.6 QUESTÕES DE DIVISAS E REGULARIZAÇÃO DAS TERRAS

forte no estabelecimento dos colonos, conforme relatado nas entrevistas. “Os colonos chegavam e adquiriam a posse da terra dos caboclos, compravam o direito, já tinha outra gente morando aqui. O falecido pai e o falecido pai do Lino compraram do pai do Antonio Damázio, seu João Maria Damázio. Eram caboclos da vida.”167

Então, os migrantes compraram as terras dos caboclos e tiveram as divisas definidas conforme relata HELLMANN “quando nós compramos, quando o falecido pai e o falecido pai do Lino compraram, daí aquele caboclo já mostrou onde era a divisa é ali, dali pra lá é de outro, e de outro. De vocês é só esse pedaço aqui.”168 Os colonos concordaram e a partir daquele momento as divisas estavam certas.

Lino BAACK, quando relata sobre a questão das divisas diz

“Porque no tempo da CANGO tinha muito problema com a terra aqui. E daí vinha o, como diziam, o, como é que chamavam o guarda florestal ele quem vinha. Então se tinha uma intriga entre um vizinho vinha geralmente o guarda florestal e puxava para aquele que era mais amigo dele ou sei lá o que. Então cortava quase toda a terra do próximo fora.”169

Quanto ao tamanho das terras BAACK diz que “no começo quando a gente veio pra cá pela CANGO ninguém poderia ter mais que uma colônia de terra, o posseiro, não é. Era a lei da CANGO, então daí muita gente foi se aglomerando meio junto porque, mas por fim já não tocava mais uma colônia pra cada trabalhador (Família)”170. E sobre o tamanho das propriedades o mesmo relata que “era em torno de 10 alqueires, dá em torno de 20 e poucos hectares.”171

Para ficar com duas colônias BAACK relata:

“Essa minha terra aqui que era dos meus pais depois eu fiquei, comprei dos irmãos dá 20 alqueires em torno de 2 colônias. Mas o meu pai pôde ficar só com essa daqui senão o guarda florestal ia colocar outro morador lá no outro lado se não fosse morar lá, daí eu fiquei. Fiz um paiol lá, tinha roça bastante à gente não ia lá morar não. (Risos) Mas tinha que ter alguma coisa lá.”172

167 HELLMANN. A. 11/07/2009 168 Id. 169 BAACK 11/07/2009 170 Id. 171 Ibiden. 172 Ibiden.

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Mas as divisas foram demarcadas oficialmente somente depois da criação do GETSOP que tinha a obrigação de medir e titular todas as terras da abrangência da CANGO. Foram mantidas as divisas determinadas pelos colonos, a GETSOP tinha apenas a obrigação de efetuar a medião e titulação das terras.

Conforme relata GOMES referente aos trabalhos do grupo,

(...) iniciou-se pelos locais onde a potencialidade de conflitos fosse maior adotando-se o critério de respeitar as linhas divisórias entre posseiros, mesmo que disso resultasse lotes de formas e dimensões (...) irregulares, sem falar,

naturalmente, no minifúndio, que se tornou uma das características da região.173

Com isso podemos dizer que, com a entrada da GETSOP a situação fundiária de Jacutinga começou a ser regularizada. “Daí começou a medição então eles só mediam a terra onde tinha acordo entre os vizinhos. Foi muito bom aquilo.”174 Conforme relata BAACK, Tudo começou em 57, mas levou uns anos ainda, acho que

foi lá por 64 mesmo que a GETSOP fez a medição. Daí terminou, porque antes disso dava muita intriga entre vizinhos devido as divisas175 e depois veio a GETSOP daí legalizaram tudo.176

173 GOMES, 1987, p. 114 – 115. A parte grifada em itálico é citação da autora com referência aos

relatórios da Grupo Executivo para as Terras do Sudoeste do Paraná (GETSOP) de 1974.

174 BAACK. 11/07/2009. 175 Id.

43 CONSIDERAÇÕES FINAIS

A partir dos relatos, foi possível analisar as diferentes trajetórias dos migrantes que se dirigiram a Jacutinga. Um primeiro ponto a ser destacado diz respeito à composição étnica, pois as primeiras famílias de migrantes eram compostas, em sua maioria, por descendentes de alemães que chegaram à localidade no início da década de 1950, vindos de Santa Catarina. Os imigrantes italianos, procedentes do Rio Grande do Sul, chegaram um pouco mais tarde. O que se observa, no entanto, é que, de modo geral, todos eles, independente da origem étnica, eram proprietários em seus locais de origem. A motivação para a migração, portanto, não estava associada à busca da terra propriamente dita, mas à busca de novas oportunidades de trabalho e ampliação das áreas de plantio. Quando questionados sobre os motivos que levaram à migração, os alemães apontam como principal causa a escassez da terra, uma vez que na região onde eles estavam era difícil ampliar as áreas de cultivo. Já para os italianos que vieram do Rio Grande do Sul, a decisão de migrar esteve ligada não só a essa escassez, mas também aos prejuízos que os colonos tiveram em função da peste suína que assolou a região no início dos anos 50.

Nas entrevistas um aspecto a ser destacado diz respeito ao esforço coletivo dos moradores em prol da abertura de estradas para o escoamento da produção, da melhoria das condições de saúde e da fundação de uma escola para seus filhos. A partir das entrevistas percebe-se que os laços de solidariedade não se restringiam apenas aos moradores de Jacutinga, estendendo-se a outros grupos. Nesse sentido, vale lembrar a solidariedade do grupo aos colonos envolvidos na Revolta dos posseiros. Mesmo não estando envolvidos diretamente na questão, os moradores de Jacutinga prestaram apoio à população revoltosa, envolvendo-se na luta.

Outro aspecto destacado nas entrevistas foi a questão da religiosidade, que foi fundamental para o estabelecimento de laços de sociabilidade entre os moradores. Conforme relatado por todos os entrevistados, os mesmos seguiam a um mesmo credo, e este era o ponto de convergência e também as reuniões sociais se davam por meio das celebrações religiosas. Como não havia comércio na localidade até o ano de 1951, o elo de ligação eram estas celebrações semanais, em torno dela se davam as relações de comércio, os contatos familiares e de amizade.

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Nossa pesquisa teve o intuito de reconstituir a história de colonização desta comunidade essencialmente rural e de agricultura familiar. A importância de nosso trabalho se dá no sentido de que, a partir de relatos dos antigos moradores, instigue as novas gerações a fazer o resgate histórico e social desta importante comunidade do município de Francisco Beltrão.

45 FONTES ORAIS

Adelaide MARQUES, natural do município de Timbó em Santa Catarina. Chegou ao Jacutinga em 1956 aos 07 anos. Entrevista concedida a Antonio Marcos Korb em 15/12/2009 em Curitiba.

Adelar SALMÓRIA, natural de Erexim no Rio Grande do Sul mudou-se para Jacutinga em 1952 aos 3 anos. Colono de origem italiana que concedeu esta entrevista em sua casa no dia 11/07/2009 a Antonio Marcos Korb.

Albino HELLMANN, natural de Nova Trento, Santa Catarina mudou-se para Jacutinga em 1948 aos 16 anos. Colono de origem alemã que concedeu esta entrevista em sua casa no dia 11/07/2009 a Antonio Marcos Korb.

Bernardo HELLMANN e Cecília JUSTIN HELLMANN, ele natural de Nova Trento, Santa Catarina migrou para Jacutinga em 1949 aos 20 anos (Faleceu no final de 2009 aos 80 anos). Ela, esposa de Bernardo Hellmann é natural de Treze Tílias, Santa Catarina, migrou para Jacutinga em 1953 aos 15 anos. Ambos de origem germânica. Entrevista concedida na residência do casal no dia 11/07/2009 a Antonio Marcos Korb. Joana KORB, natural do município de Bom Retiro em Santa Catarina. Moradora da localidade de Jacutinga desde o ano de 1950, aos 17 anos. Entrevista concedida a Antonio Marcos Korb em 11/07/2009 no distrito de Jacutinga.

Lino José BAACK, natural de Nova Trento, Santa Catarina mudou-se para Jacutinga em 1948 aos 11 anos. Colono de origem alemã que concedeu esta entrevista em sua casa no dia 11/07/2009 a Antonio Marcos Korb.

Marcos KORB, natural do município de Bom Retiro em Santa Catarina. Chegou ao Jacutinga em 1950 aos 7 anos. Entrevista concedida a Antonio Marcos Korb em 15/12/2009 em Curitiba.

Margarida HELLMANN KORB, natural de Nova Trento, Santa Catarina. Mudou-se para Jacutinga em 1948, aos 15 anos. Concedeu esta entrevista em sua casa no dia 14/11/2008 a Antonio Marcos Korb.

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Histórico da Escola São João Batista de La Salle de Jacutinga. Manuscrito onde está relatada toda a história da Escola Municipal Professor Parigot de Souza. Que no início

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da colonização foi construída pela CANGO, com o nome de Escola número 13. Depois de 1952, com a emancipação do município de Francisco Beltrão e com alguns acordos entre CANGO e o Prefeito Rubens Martins esta e muitas outras escolas passaram ao domínio da prefeitura municipal e passou a se chamar “Escola São João Batista de La Salle de Jacutinga”, até o ano de 1982, quando foi inaugurado novo prédio e a escola passou a ser denominada Escola Municipal Professor Parigot de Souza, nome este que é o atual.

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ANEXOS

ANEXO I: Mapa da Prussia Ducal

Mapa da Prussia Ducal feudo em território polones subordinado Ordem Teutônica e da Prussia Real sobo dominio do Rei da Polônia. Mapa de importância fundamental, pois boa parte dos imigrantes eram oriundas da Prussia e Pomerânea. FONTE: http://familiagabe.org/hist.html

ANEXO II: Localização de colônias alemãs em Santa Catarina. Destaque para Nova Trento.

50 FONTE: http://www.tonijochem.com.br/colonias_alemas.htm

ANEXO III: QUESTÃO DE PALMAS.

FONTE: http://www.juserve.de/rodrigo/BRASIL/gallerie/Imperio%20-%20Questao%20de%20Palmas.jpg.html

51 FONTE: http://novahistorianet.blogspot.com/2009/01/republica-velha.html

ANEXO V: Sudoeste do Paraná

Sudoeste do Paraná: localização da área em litígio no sudoeste do Paraná que resultou naRevolta dos Posseiros em 1957. Fotos: Caderno Cultural. Prefeitura de Francisco Beltrão. FONTE: VORPAGEL, Edvino Knäsel. A revolta dos posseiros no Sudoeste do Paraná em 1957. SEED. Curitiba. 2007. p. 03.

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ANEXO VI: REGIÃO SUDOESTE COM DESTAQUE PARA O MUNICÍPIO DE FRANCISCO BELTRÃO

FONTE:IBGE (2000).

ORG.: BALTOKOSKI, V. (2005).

ANEXO VII: TERRITÓRIO FEDERAL DO IGUAÇU

FONTE: http://www.der.pr.gov.br/modules/galeria/detalhe.php?foto=457&evento=13 [21/06/2010]

53 FONTE: http://200.189.113.82/celepar/EstabGeo.jsp?mun=0850&est=00560 [26/06/2010]

ANEXO IX:

Relatório para escolha de terras para a localização de reservistas do Exército na faixa fronteiriça do Brasil com a Argentina:

FONTE: LAZIER, Hermógenes. Análise histórica da posse da terra no Sudoeste Paranaense. Curitiba. Ed. Biblioteca Pública do Paraná. Coleção Paraná Memória Momento. 1986. p. 117 - 131

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ANEXO X: DIÁRIO OFICIAL (Secção I) Maio de 1943 7399. Cria e Colônia Agrícola Nacional "General Osorio", no Estado do Paraná.

DECRETO N. 12.417 — DE 12 DE MAIO DE 1943

Cria e Colônia Agrícola Nacional "General Osorio", no Estado do Paraná;

O Presidente da República, usando da atribuirão que lhe confere o artigo 74, alínea a, da Con tituição, o na conformidade do disposto no decretolei n. 3.059, de 14 de fevereiro de 1941, decreta:

Art. 1.° Fica criada a Colônia Agrícola Nacional "General Osório", no Estado do Paraná, na faixa de 60 quilómetros da fronteira, na região Barracão — Santo Antcrtio, em terras a sere-n desnereatlas pela Divisão de Terras e Colonização, do Departamento Nacional da Prochnio Vegetal, do Ministério da Agricultura.

Parágrafo único. A área a ser demarcado não será inferior a 300.000 hectares. Art. 2.0 Revogam-se as disposições em contrário.

Rio de Janeiro, 12 de maio de 1943, 122°. da Independência e 55º. da República.

GETÚLIO VARGAS. Apolonio Saltes.

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ANEXO XII:

Densidade Dos Domicílios Por Setor Censitário - 2000.

Área Urbana / Bairro População residente Nº de domicílios Dens. Por domicílio (hab/dom)

Centro 2981 995 3,00 Cango 2219 703 3,16 Presidente Kennedy 1180 381 3,10 N. S. Aparecida 2433 746 3,26 Alvorada 2329 707 3,29 Cristo Rei 3766 1124 3,35 Guanabara 2573 749 3,44 Luther King 2351 676 3,48 Miniguaçu 3721 1089 3,42 Seminário 645 202 3,19 Vila Nova 2028 645 3,14 Industrial 1936 608 3,18 São Cristóvão 2036 615 3,31 Água Branca 388 110 3,53 Nova Petrópolis 434 134 3,24 Marrecas 1837 520 3,53 São Miguel 4073 1097 3,71 Novo Mundo 1959 533 3,68 Aeroporto 109 34 3,21

Antonio de Paiva Cantelmo 2569 671 3,83

Pinheirão 2690 747 3,60

Sadia 2105 590 3,57

Pinheirinho 2453 713 3,44

Jardim Floresta 2013 599 3,36

Pe. Ulrico 3127 796 3,93

Francisco Beltrão -Demais áreas 38 12 3,17

Jacutinga 155 43 3,60

Nova Concórdia 459 138 3,33

São Pio X 188 59 3,19

Secção Jacaré 36 10 3,60

Total Área Urbana 54.831 16.046

Área Rural População residente Nº de domicílios Dens. Por domicílio (hab/dom)

Francisco Beltrão 5158 1345 3,83 Jacutinga 1527 404 3,78 Nova Concórdia 1934 504 3,84 São Pio X 2217 582 3,81 Secção Jacaré 1465 403 3,64 Total Municipal 67132 19284 3,48

Fonte:IBGE – Censo Demográfico 2000

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Adelaide MARQUES, natural do município de Timbó em Santa Catarina. Chegou ao Jacutinga em 1956 aos 07 anos. Entrevista concedida a Antonio Marcos Korb em 15/12/2009 em Curitiba.

ANTONIO: O seu nome é?

MARQUES, A.: Adelaide Marques. ANTONIO: Senhora é natural de onde? MARQUES, A.: Santa Catarina.

ANTONIO: Qual a cidade?

MARQUES, A.: A cidade que eu nasci é Perimbó. A gente morou em Itoporanga, Serra Pitoca.

ANTONIO: A senhora nasceu em que ano mesmo? MARQUES, A.: 1949.

ANTONIO: E senhora é descendente de que etnia?

MARQUES, A.: Brasileiros, Brasileiro do Brasil, mas é brasileiro brasileiro. Não tem alemão nem italiano.

ANTONIO: Que ano que foram morar para o Jacutinga? MARQUES, A.: Eu tinha de 6 pra sete anos, 1956 que fomos. ANTONIO: E como ficaram sabendo das terras no Jacutinga?

MARQUES, A.: Com meu tio Benívio José da Silva, ele era casado com uma mulher que eles já tinham vindo, os pais dela vieram e meus pais ficaram sabendo e vieram. Que era terra boa, de mato, não sei o que, eles vieram pra comprar e trabalhar.

ANTONIO: E quando vieram, quantos irmãos a senhora já tinha?

MARQUES, A.: Eramos em 7 irmãos, eu sou a segunda. O pai sempre conta a história, ele tinha sete filhos e comprou sete alqueires de terra.

ANTONIO: Ele comprou de quem estas terras?

MARQUES, A.: De um tipo índio assim, pessoas que moravam lá é, safristas, pessoas bem simplesinha. A gente diz caboclo.

ANTONIO: Ele veio primeiro ou já veio com a família toda?

MARQUES, A.: Veio com a família toda. Ele fez o dinheirinho que pôde juntar e veio e com o dineiro que sobrou ele comprou a terra e ficou no Jacutinga.

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ANTONIO: E vieram como?

MARQUES, A.: De trem até União da Vitória, depois de ônibus até Francisco Beltrão e daí pagamos um táxi até Jacutinga.

ANTONIO: Então já havia estrada até o Jacutinga? MARQUES, A.: Tinha, quando viemos já tinha. ANTONIO: E até o sítio que vocês compraram?

MARQUES, A.: A gente comprou o sítio só uns sete meses depois que estavamos aqui. A gente morou ali com o tio um tempo.Numa casinha pequenas, nós durmiamos em uns cinco irmãos tudo numa cama só. Daí compramos um sítio, daí só tinha duas peças a casa. A casa era feito caboclo, era fincado uns pau assim no chão e daí quando dava vento a casa se balançava. Ficamos na casa até que o pai pode fazer outra mais grandinha. A cozinha era de assoalho e a outra era de chão (batido). Quando chovia abria vertende dentro de casa, quando saia da cama a gente saia na água dentro de casa.

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