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3 MÉTODOS

3.3 Instrumentos e técnicas para coleta e análise dos dados

3.3.1 Questionário

Os dados quantitativos foram coletados por meio de questionários (survey) online (Apêndice A) com 26 assertivas fechadas e uma pergunta aberta envolvendo as quatro variáveis da TAR – crenças, normas subjetivas, atitude e intenção. O questionário, por sua vez, foi construído a partir do modelo apresentado na pesquisa “Creencias, actitudes y normas subjetivas como predictores de la intención de

realizar comportamientos preventivos en hijos de personas que padecen diabetes mellitus tipo 2” (MUÑOZ BAUTISTA; CAVAZOS ARROYO; LEZAMA SÁNCHEZ,

2014). Mesmo, o referido artigo, se tratando de uma temática completamente diferente da abordada neste estudo, as assertivas das variáveis (crença, norma subjetiva, atitude e intenção) estão bem detalhadas, de modo que permitiram construir as afirmativas para esta dissertação.

O questionário foi dividido em quatro etapas. No primeiro bloco, constavam afirmativas a fim de caracterizar o perfil dos respondentes, indagando sobre o gênero, a idade, o curso (discente) e área de atuação (docente). A segunda parte teve assertivas sobre os construtos que incluíam a TAR, a saber: crenças, variável por meio da qual se almejava conhecer as informações dominadas pelos participantes em relação ao acesso aberto e embargo; enquanto a variável normas buscou medir as percepções da comunidade acadêmica e o resultado de pesquisas

científicas, a fim de saber em que medida poderiam influenciar no entendimento dos docentes e discentes referente ao acesso aberto e embargo.

O terceiro bloco trouxe assertivas para medir a atitude dos respondentes. Deste modo, a variável foi empregada com a finalidade de reconhecer a atitude dos respondentes quanto à possibilidade de depositar o TCC na Biblioteca Digital de Monografias com acesso imediato e, ainda, identificar os motivos que poderiam levar a optar pelo embargo do trabalho final.

No quarto bloco, buscou-se mensurar a intenção do respondente quanto à opção de disponibilizar o TCC em acesso aberto. Neste construto, foi possível verificar, mediante as informações que o participante vinha respondendo ao longo do questionário, qual a posição final sobre o acesso imediato ou embargo do trabalho final. Para finalizar, havia uma pergunta aberta: “Quais motivos o levariam a embargar o seu Trabalho de Conclusão de Curso na Biblioteca Digital de Monografias?” As questões, segundo os construtos e escalas, estão dispostas da seguinte forma (Quadro 2).

Quadro 2 – Operacionalização de variáveis

Categoria Número da questão Escala

Crenças 4,7,9,10,11,13,14

(1) Discordo totalmente (2) Discordo em parte (3) Não concordo nem

discordo (4) Concordo em parte (5) Concordo totalmente Normas subjetivas 5,6,8,12 Atitude 15,16,17,18,19,20,21,22,23 (docente) 15,16,17,18,19,20,21,22 (discente) (1) Nada favorável (2) Pouco favorável (3) Favorável (4) Regularmente favorável (5) Muito favorável Intenção 24,25,26 (docente) 23,24,25 (discente) (1) Definitivamente não (2) Definitivamente sim (3) Não sei Fonte: Elaborado pela autora (2019)

Este estudo contou com dois modelos de questionários: um para os docentes e outro para os discentes; ambos contendo o mesmo conteúdo e, basicamente, a diferença estava na redação das assertivas relacionadas às variáveis atitude e intenção. Pois, nas assertivas dos discentes, evidenciou-se a possibilidade de o aluno disponibilizar o TCC na Biblioteca Digital de Monografias; enquanto para os docentes foi enfatizada a alternativa de incentivar o orientando a optar pelo acesso aberto.

A primeira parte do questionário continha o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) (Anexo A), que é “um documento legal, assinado pelo participante da pesquisa, cuja finalidade é proteger o participante, mas também proteger o pesquisador e a instituição” (VIEIRA; HOSSNE, 2003, p. 22). Este termo foi aprovado pelos Comitês de Ética do HUOL e da FACISA, garantindo assim os direitos dos participantes. Ademais, com o intuito de os respondentes tomarem conhecimento das temáticas discutidas no questionário, inseriu-se definições para acesso aberto, embargo e Biblioteca Digital de Monografias, além de embargo por três anos.

Para validar o instrumento de coleta, aplicou-se um pré-teste e, como procedimento inicial, foi elaborada uma primeira versão do questionário. Em seguida, entre os dias de 20 a 28 de novembro de 2018, esta versão foi submetida a uma validação de face com dois especialistas da área acadêmica: um especialista para analisar se os construtos da Teoria da Ação Racional estavam sendo contemplados e outro para examinar o conteúdo das assertivas quanto às temáticas de Acesso Aberto e embargo.

Finalizada a etapa de validação, foram sugeridas algumas alterações, como a inclusão dos conceitos “Acesso Aberto”, “Embargo” e “Biblioteca Digital de Monografias” no questionário para melhor compreensão dos respondentes, haja vista que os termos não são comuns para o público estudado. Também, foram propostas algumas mudanças no texto das assertivas, com a finalidade de clarificar o conteúdo exposto; além da inclusão de códigos mnemônicos e, por fim, da disposição aleatória das questões.

O passo seguinte foi a realização de um pré-teste, ocorrido nos dias 28 e 29 de novembro de 2018, com dois alunos e dois docentes. Os discentes receberam os questionários impressos e os docentes, por e-mail. A intenção foi avaliar o tempo médio de resposta, bem como discutir a clareza dos questionamentos feitos. Ao final

do questionário, os respondentes foram convidados a responder algumas questões (apêndice B).

Após a realização do pré-teste, foram feitas as seguintes alterações:

 Incluiu a explicação de embargo por três anos – um dos respondentes ficou em dúvida com esta expressão;

 Duas questões da etapa “Atitude” foram reformuladas, com o intuito melhorar a compreensão;

 Foi incluída a numeração da escala da etapa “Intenção dos professores”, uma vez que não havia;

 Foi retirada a questão aberta 22 feita aos docentes: “O que você considera que pode ser feito para que o tempo de embargo do trabalho de conclusão de curso possa diminuir na Biblioteca Digital de Monografias?”, uma vez que um respondente escreveu: “Sinceramente, não sei” e o outro, “Não consigo

opinar sobre uma resolução devido aos motivos explicitados acima”. Este justificou o embargo tendo em vista a possibilidade de submeter a publicação a periódicos.

Realizadas as alterações sugeridas pelo pré-teste e, logo após a pesquisa ser submetida e aprovada pelo Comitê de Ética e Pesquisa, foi possível iniciar a coleta de dados. Os questionários foram desenvolvidos por meio do GoogleForms, um pacote de aplicativos do Google que está disponível para esta finalidade, e enviados por e-mail aos participantes no dia 25 de abril de 2019, marcando o início da execução da coleta de dados que perdurou até o dia 12 do mês de maio de 2019.

Nos primeiros dias de aplicação dos questionários, houve retroalimentação de alunos quanto à dificuldade de entender os termos acesso aberto e embargo. Então, a estratégia adotada foi visitá-los em sala de aula para explicar os termos e pedir a colaboração para responder ao questionário, no qual estavam definidos os conceitos de acesso aberto e embargo.

Na categoria docente, o empecilho foi o baixo quantitativo de respostas recebidas. Visando solucionar o problema, esta pesquisadora visitou o Colegiado dos cursos de Psicologia e Enfermagem, os únicos programados no período que o link da pesquisa estava disponível e, em cada ocasião, explicou a intenção da pesquisa e os convidou a participar. Aliado a isto, entrou em contato com docentes via aplicativo de mensagens, pedindo a cooperação na pesquisa.

Assim, a coleta foi finalizada com o quantitativo de 34 respondentes na categoria docente e 73 retornos quanto aos discentes. Conforme a amostragem definida, obteve-se um número adequado de participantes para desenvolver o estudo. Na sequência, prosseguindo com a descrição dos instrumentos de coleta, será tratado sobre o enfoque qualitativo.