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Metodológicos

3.1 Questionários

Diferentes questionários, com objetivos distintos, foram usados durante a trajetória da atual pesquisa.

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Para caracterizar as seis professoras participantes dessa pesquisa, foram elaboradas e aplicadas, no início de 2011, um questionário (APÊNDICE I) com o objetivo de conhecer a trajetória profissional das professoras analisadas. O questionário foi entregue às professoras em um dos encontros de formação, realizados às 4ªs feiras no EDUMATEC. Foi solicitada que o respondessem e entregassem no prazo de uma semana.

Considerando-se a grande relevância de compreender o contexto escolar das instituições participantes, foi elaborado um segundo questionário, com o objetivo de investigar o público alvo, a infraestrutura e a presença de alunos com deficiência nas escolas participantes. Este questionário foi entregue a cada uma das professoras no início do ano de 2012, para que fosse preenchido juntamente com a equipe de direção e coordenação das escolas. Este instrumento de pesquisa viabilizou o conhecimento dessas escolas, como por exemplo, data de fundação, público alvo, período de funcionamento, número de salas de aula, quantidade de alunos matriculados no ano de 2012, número de estudantes com deficiência matriculados em 2012 e tipos de deficiência, distribuição dos professores pelos segmentos da escola, infraestrutura, existência de salas com recursos para alunos com deficiência e perfil socioeconômico dos estudantes (APÊNDICE II).

Por meio dos dados citados acima, foi possível compreender a necessidade, ou não, de se oferecer momentos de formação para os professores dessas escolas com foco no ensino de matemática para alunos com deficiência. Os momentos de formação foram denominados de „oficinas nas escolas13‟.

Estas oficinas foram preparadas nos nossos encontros de formação e desenvolvidas por membros da equipe do projeto nas escolas participantes pelos sujeitos de nossa pesquisa. Tais oficinas ocorreram nos momentos de formação que as escolas cediam (JEIF ou ATPC14). Duas oficinas foram desenvolvidas em cada uma das seis escolas, uma em dezembro de 2011 e outra entre novembro e dezembro de 2012. Como o foco dessas oficinas era o trabalho com o ensino de matemática para

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Daremos mais destaque a essas oficinas nos capítulo 5.

14JEIF – Jornada Especial Integrada de Formação (escolas municipais); ATPC – Aula de Trabalho Pedagógico

Coletivo (escolas estaduais).

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alunos com deficiência, elaboramos questionários que tinham como objetivo avaliar, sob a ótica dos professores participantes, de que forma essas oficinas contribuíram para com esse trabalho, bem como quais as necessidades específicas de cada escola e grupo de professores (APÊNDICES III E IV).

As oficinas elaboradas pelos professores participantes da atual pesquisa tinham como objetivo promover no grupo de professores das escolas selecionadas pelo projeto, uma reflexão em relação ao ensino de matemática com alunos deficientes. A intenção do projeto era estimular o grupo de professores a refletir sobre a prática escolar, a fim de promover mudanças e tornar-se um „multiplicador na escola‟15.

Durante as observações das aplicações dessas oficinas nas escolas e nos nossos encontros de 4ª feira, foi possível identificar, por meio das escritas e das falas das professoras que desenvolveram as oficinas, a necessidade de uma formação matemática mais aprofundada, voltada para os conteúdos e conceitos específicos do ensino de matemática.

Diante dessa constatação, foi elaborado um programa de formação com quatro encontros de duração de duas horas cada, voltados especificamente para o trabalho com os conteúdos matemáticos, distribuídos nos quatro blocos de conteúdos, de acordo com os PCNs: Números e Operações, Grandezas e Medidas, Espaço e Forma e Tratamento de Informação.

Para avaliar como os encontros, ocorridos no 1º semestre de 2012, contribuíram para a formação das professoras, foi elaborado um questionário aplicado em duas etapas: uma antes e outra depois dos encontros (APÊNDICE V). A primeira etapa consistia em perguntar às professores quais eram as expectativas em relação ao encontro. A segunda, se a formação oferecida correspondeu às essas expectativas e de que forma contribuiu para a sua formação. Foi ressaltado que as aplicações dos questionários se deram em momentos estanques, ou seja, foi aplicada a primeira parte; recolhidos os questionários; realizada a formação e depois aplicada a segunda parte. A

15Ao falarmos em „multiplicador na escola‟ estamos pensando na disseminação dessas oficinas em diferentes

âmbitos escolares. Ao oferecer e apresentar para um grupo uma determinada oficina tínhamos como objetivo que a mesma extrapolasse os domínios do nosso grupo de formação.

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intenção era verificar se o projeto estava correspondendo às expectativas das professoras para que fosse possível avaliar se a trajetória de formação escolhida estava de acordo com suas necessidades.

Um último questionário foi aplicado a quatro professoras participantes dessa pesquisa no final de 2012. O questionário era composto de 12 questões dissertativas (APÊNDICE VI). O objetivo era avaliar a trajetória das professoras no decorrer dos encontros de formação realizados de setembro de 2011 a dezembro de 2012. Os questionários foram enviados por e-mail às docentes para que respondessem e, depois, reenviassem as respostas ao pesquisador. Foi o momento das professoras refletirem e escreverem sobre o processo de formação no decorrer dos 16 meses em que foi abordado o trabalho de matemática com foco nos alunos com deficiência. Foi solicitado que relatassem os encontros de 4ª feira e de que forma contribuíram com o trabalho em matemática com alunos com deficiência e quais modificações detectaram em seu trabalho. Outras questões foram sugeridas com especial destaque na formação desejada pelo grupo de professores das escolas.

Todos os questionários contêm muitos dados, porém serão destacados no atual estudo apenas os mais relevantes para a análise da questão central de pesquisa, ou seja, os focados na formação de professores que ensinam matemática para alunos com deficiência.

3.2 Entrevistas

Foram realizadas duas entrevistas semiestruturadas, que foram gravadas e depois transcritas. Elas foram aplicadas a duas das professoras participantes da pesquisa e as quatro outras professoras responderam as mesmas perguntas na forma de questionário impresso. As duas entrevistas semiestruturadas foram aplicadas com as docentes que lecionavam em escolas com mais alunos com deficiência matriculados.

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O roteiro da entrevista foi composto de 20 questões abertas de tal forma que o entrevistador pudesse fazer algumas inferências nas questões e obter dados reveladores e relevantes para a questão central de pesquisa (APÊNDICE VII).

As entrevistas foram aplicadas nos dias 26/09/2012 e 10/10/2012 no EDUMATEC – PUC – SP.

Para realizar as entrevistas, foi estabelecida uma relação de respeito com as docentes, com o intuito de gerar a confiança necessária, para que pudessem relatar suas experiências.

A entrevista foi iniciada com a trajetória profissional das professoras, incluindo o que as motivaram a escolher a carreira docente. Foram questionados também quais conhecimentos são necessários para o ensino de matemática e como elas percebem o aprendizado dos alunos em relação ao ensino da sua disciplina. Em um segundo momento foi verificado como foi construída a formação destas professoras em relação à matemática no decorrer da graduação, e como aprenderam a ensinar matemática. É importante destacar que as professoras entrevistadas não apresentam formação específica em matemática; são formadas em Pedagogia. O terceiro momento da entrevista teve como foco o trabalho com o ensino da matemática para alunos com deficiência. As professoras foram questionadas a respeito do contato com alunos deficientes em sala de aula e se já haviam participado de um processo de formação centrado no ensino de matemática para estes alunos. Foi questionada também qual formação matemática seria adequada para trabalhar com alunos com deficiência em suas escolas e se desejavam recebê-la.

Ainda no decorrer das entrevistas, um penúltimo momento tinha como objetivo verificar de que forma os encontros de formação estavam contribuindo com o processo de formação das professoras, destacando o trabalho com alunos com deficiência. Foi o momento em que as professoras relataram suas trajetórias desde o início da participação nos encontros de formação. Foi solicitado que relatassem duas experiências que envolvessem alunos com deficiência: uma bem sucedida e outra mal sucedida.

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Por fim, foi realizada uma questão aberta que consistia em investigar se as professoras desejavam expor alguma informação não solicitada durante a entrevista.

É importante destacar que dos muitos dados coletados nas entrevistas, serão utilizados apenas os considerados essenciais para responder à questão central da atual pesquisa.