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Capítulo IV Análise Económica e Financeira da CMS

4.2.2. Rácios de Financiamento

Estes rácios permitem apreciar a forma como o município se financia e medir a sua capacidade em solver os seus compromissos a médio longo prazo e determinar a dependência do município face a terceiros.

São rácios muito utilizados para análise de crédito identificando por isso as dívidas que o municípiocontraiu e as implicações que as mesmas têm na exploração.

São indicadores importantes para a análise de concessão de empréstimos junto de entidades financeiras de crédito, refletindo o risco que se corre ao se conceder crédito adicional.

Constituem uma forma de obter indicações sobre o grau de intensidade de recurso a capitais alheios no financiamento do município, apurando a extensão com que esta utiliza capital alheio no financiamento das suas atividades.

Tabela 3 - Rácios de Estrutura Financeira

2011 2012 2013

Endividamento 48,74% 49,70% 49,90%

Autonomia Financeira 51,26% 50,30% 50,10%

Capacidade de endividamento 82,24% 83,09% 84,41%

Solvabilidade 104,84% 101,25% 100,13%

O rácio de endividamento mede a percentagem dos ativos totais financiados pelos seus credores. Determina a proporção de Capitais Alheios em relação às aplicações

Quanto mais elevado for o nível do Passivo, maior o nível de

endividamento do município face a terceiros. Deste modo, quanto maior o nível de Endividamento maior o risco associado.

Em relação aos valores de endividamento apresentados na Tabela 3, verificamos que a instituição apresenta um elevado endividamento, dado os valores situarem-se fora dos parâmetros recomendados (inferior a 35%). Verifica-se que o município tem vindo a aumentar a sua taxa de endividamento total. Analisando o rácio podemos dizer que os capitais alheios estão a financiar em média em 50% as aplicações totais.

A autonomia financeira analisa a parcela dos ativos que é financiada por capital próprio. Traduz a capacidade do município de financiar o ativo através dos capitais próprios sem ter de recorrer a empréstimos. Determina a (in)dependência do município face a Capitais Alheios (efeito das políticas de financiamento prosseguidas), e avalia os efeitos das políticas de investimento, dando apoio na análise do risco sobre a estrutura financeira do mesmo.

Os rácios de autonomia financeira obtidos no período em análise, indicam que o município financia em cerca de 50% o seu ativo com capitais próprios, não recorrendo a grandes montantes externos de financiamento, não suportando desta forma grandes encargos financeiros. Por sua vez, não indica, também, uma grande dependência do município em relação aos credores. Porém, o município terá que estar atento para não cair numa situação que o torne permeável aos riscos inerentes a esta exposição o que seria desvantajosa na negociação de novos financiamentos e nas eventuais renegociações de financiamentos em curso.

Este rácio deve ser analisado em combinação com o rácio de endividamento, pois os dois em conjunto têm que somar 100%.

A capacidade de endividamento determina até que ponto o município ainda pode recorrer a aumentos de Capitais Alheios, sem comprometer a sua solvabilidade e autonomia financeira. Analisa e estabelece as relações entre os vários tipos de financiamento do lado das Origens de Fundos.

universal, em termos gerais, recomenda-se que os Capitais

Próprios devem representar pelo menos 50% dos Capitais Permanentes, ou seja, que Capacidade de Endividamento seja igual ou superior a 50%. No caso do município em estudo, os valores são superiores a 80%, o que revela uma elevada capacidade de endividamento.

Os valores do rácio de solvabilidade apresentado (Tabela 3) são superiores a 100%, o que indica que o valor dos Capitais Próprios é superior ao Passivo. Esta situação reflete baixo risco para os credores do município, dado que os Capitais Próprios são suficientes para fazer face às Dívidas a Terceiros e este ainda detém alguma margem de segurança. Isto permite constatar que o município tem uma robusta estrutura financeira que dá garantias mais que suficientes para cobrir todas as suas dívidas.

Conclusão

O presente relatório descreve essencialmente as atividades desenvolvidas ao longo de um estágio curricular com a duração de três meses na Câmara Municipal do Sabugal. O estágio curricular deu a oportunidade à estagiária de ter uma vivência prática do conhecimento adquirido ao longo da formação académica e de contribuir ainda para o enriquecimento da sua formação profissional, possibilitando assim o desenvolvimento de diversas capacidades de modo a estar segura e preparada para o mercado de trabalho que neste momento é muito exigente.

Através deste estágio teve a possibilidade de conhecer e trabalhar com o POCAL, o sistema contabilístico da contabilidade pública de uma Câmara Municipal, com o qual não houve contacto durante o percurso académico e seria uma boa sugestão para incluir nas unidades curriculares do Curso de Gestão, pois qualquer aluno deste curso pode seguir carreira profissional nesta área.

De uma forma geral esta experiência profissional revelou-se extremamente frutuosa pois permitiu compaginar o mundo escolar com o mundo de trabalho e crescer um pouco mais quer a nível pessoal quer a nível profissional.

Referências Bibliográficas

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Anexos

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