2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICO-EMPÍRICA
2.1. MARKETING VERDE
2.1.4. Rótulos Ecológicos
Um rótulo ecológico é a certificação de produtos com qualidades ambientais que
atesta (através de uma marca colocada no produto ou na embalagem) que
determinado produto é adequado ao uso apresenta, o menor impacto ambiental em
relação a outros produtos “comparáveis” disponíveis no mercado, ASSOCIAÇÃO
BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS- ABNT (1995).
Os rótulos ambientais, mais conhecidos como selos verdes, são efetivamente normas
de produtos e \ ou processo de produção. Eles estabelecem padrões e procedimentos
para a fabricação de produtos que pretendam obter certificado através do organismo
responsável pela sua concessão.
A atribuição de Rótulos Ecológicos (Selos Verdes), similarmente ao que já é feito no
Brasil para a qualidade de produtos (marcas de conformidade), tem por objetivo
promover a melhoria da qualidade ambiental de produtos e processos, mediante a
mobilização de forças de mercado, pela conscientização dos consumidores e
produtores, ABNT (1995).
Assim, o “ selo verde” é o grau mais alto de conformidade. Além de atestar a
conformidade, atesta também que o produto não impacta ou impacta minimamente o
ambiente.
Inicialmente, o selo verde era atribuído somente a produtos; posteriormente, incluíram-se
também os processos, em vários níveis de adequação.
• nível 1: produtos biodegradáveis;
• nível 2: produtos biodegradáveis e recicláveis;
• nível 3: produtos embalagens biodegradáveis e recicláveis
• nível 4: idem, elaborados por processo com pouco ou nenhum impacto ambiental;
• nível 5: idem, com transformação de tecnologia hard em soft, com menor impacto, menor custo,
menos matéria-prima, maior produtividade, menos resíduos e rejeitos.
NAHUZ (1995, p.57),
Muitas organizações e empresas estão tentando formalizar e estabelecer selos de
aprovação confiáveis para dar assistência ao consumidor. Nos Estados Unidos, duas
novas organizações surgiram: a Cruz Verde e o Selo Verde. A Cruz Verde usa uma
grossa cruz verde sobre um dos cantos de um globo azul, e o Selo Verde usa uma
longa tarja verde onde está escrito“ conferido” cruzando uma esfera azul. As duas
companhias possuem seus próprios conjuntos de padrões ambientais e, para dar sua
aprovação, permitem a afixação de seu selo nos produtos. O governo federal
norte-americano também procura participar com a Lei de Publicidade Ambiental que
determina as linhas de conduta do marketing verde e estabelecer quando as
empresas podem e não podem usar palavras como “reciclado” e “biodegradável”,
MOHR et al (1998); OTTMAN (06.1996).
Outros países também participam da padronização de publicidade ambiental. A
Alemanha tem o selo Anjo Azul, o Canadá tem o selo Escolha Ambiental e o Japão
tem o selo EcoMark, DASHEFSKY (1997, p.252).
Em produtos de alimentação, é muito comum encontrar selos referentes as suas
condições de produção, o tipo de agricultura, geralmente orgânica entre outros.
condições de produção e, eventualmente, de transformação e conservação. Para ser
aprovado, um produto deve ser caracterizado por:
• um modo particular de produção: emprego de adubos orgânicos e controle natural
de pragas
• uma lista limitada de fertilizantes e produtos de tratamento de estocagem e
conservação.
Os produtos que aderiram à agricultura biológica utilizam métodos de produção
baseados na reciclagem de materiais orgânicos e sobre a rotação de culturas.
Também se preocupam com as condições de conforto dos animais e utilizam métodos
profiláticos ao invés de curativos, INSTITUTO BIODINÂMICO DE
DESENVOLVIMENTO RURAL.- IBD (1997).
Na França, um certificado para os alimentos chamado Agriculture Biologique foi
instituído pela lei de 4 de julho de 1980, beneficiando os “ produtos verdes” . Esta
denominação de agricultura biológica é atribuída a produtos agrícolas transformados
ou não, fabricados sem produtos químicos e que seguem modos de produção
particulares.
O aspecto de marketing ligado aos produtos verdes na área de alimentação é
bastante interessante, pois são proibidos todos os produtos químicos, hormônios e
outros anabolizantes, métodos intensivos de criação de animais e poluição do solo e
lençol freático,
Entretanto, a produtividade médias das lavouras tende a cair, em decorrência destas
restrições. Logicamente os custos de produção de um produto com selo de
Agricultura Biológica serão mais elevados do que para produtos que utilizam técnicas
mais intensivas de produção.
DASHEFSKY (1997) cita o SELO FLIPPER DE APROVAÇÃO ”como exemplo de selo
verde para produtos de alimentação, que Earthtrust (organização cuja tradução
aproximada seria“ Cartel da Terra criou o Selo Flipper de Aprovação, que mostra um
golfinho parecido com o famoso Flipper. Seu objetivo é informar aos consumidores
quais atuns não foram capturados com malhas de arrastão, que capturam golfinhos
por engano. Apenas aqueles enlatados contendo atuns capturados de acordo com as
Conforme observa SPERS e CHADDAD (1996, p.63), o produto é definido por suas
regras estabelecidas pelo Instituto Ilha da Terra podem usar o Selo Flipper de
Aprovação.
Os selos verdes para produtos de alimentação muitas vezes são denominados selos
de produtos orgânicos, natural entre outros. BURROS (1997) denuncia uma falta de
regulamentação nos Estados Unidos onde qualquer produtor pode afixar uma etiqueta
em seu produto e chamá-lo de orgânico. Os padrões existentes variam grandemente,
compondo uma trama de regulamentos provenientes de 33 agências privadas
diferentes de certificação e 11 agências estaduais.
Pela proposta de regulamentação do selo orgânico do Departamento de Agricultura
dos Estados Unidos, esse poderá somente ser aplicado em produtos crus que são
100% orgânicos: cultivados e manufaturados sem adição de hormônios e o uso de
pesticidas ou fertilizantes sintéticos; e, alimentos processados contendo 95% de
ingredientes orgânicos.
ALIMENTOS PROCESSADOS CONTENDO DE 50 A 95% DE INGREDIENTES
ORGÂNICOS PODERÃO SER ROTULADOS COMO“ PRODUZIDOS COM CERTOS
INGREDIENTES ORGÂNICOS” , ENQUANTO PRODUTOS COM MENOS DE 50%
DESTES INGREDIENTES PODERÃO USAR A PALAVRA ORGÂNICO SOMENTE
NA LISTA DE INGREDIENTES. O SOLO NÃO PODERÁ TER SIDO TRATADO COM
PRODUTOS SINTÉTICOS DESAPROVADOS POR TRÊS ANOS, PARA QUE A
CULTURA ALI PLANTADA POSSA SER CHAMADA DE ORGÂNICA.
Na Região Metropolitana de Curitiba na Associação de Produtores Orgânicos existem
duas certificações estabelecidas através de diretrizes que determinam os padrões
mínimos a serem garantidos pelo uso (mediante contrato) dos selos DEMÉTER para
produtos biodinâmicos e ORGÂNICO “INSTITUTO BIODINÂMICO” para produtos
orgânicos, INSTITUTO BIODINÂMICO DE DESENVOLVIMENTO RURAL- IBD
(1997).
No documento
ANÁLISE DOS RESULTADOS
(páginas 29-33)