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Os pais sempre me relatavam que não conseguiam chegar a um denominador comum com os seus parceiros quando existiam dificuldades na educação. Muitas vezes as mães ou os pais ficavam surpresos quando lhes dizia: “O senhor ou a senhora não tem que fazer isso”. Eles não conseguiam imaginar como isso poderia funcionar. Explicava a eles que as crianças já sabiam, há muito, quais os valores que eram importantes para cada um de seus pais. Se os pais quisessem entrar e concordância sobre valores, isso só seria uma luta de poder e isso poderia ser interrompido imediatamente. Cada um dos pais deveria respeitar os valores do outro. Isso é o que podemos ensinar aos nossos filhos, o respeito pelos valores dos outros e admitir que são educados por ambos os pais.

filhos experimentam como sua mãe desvia de suas ideias quando diz: “Vocês sabem exatamente como eu gosto que seja feito. Hoje vocês vão fazer do modo como o papai gosta”. E vice-versa, é claro. Então as crianças se sentem seguras e protegidas com os dois pais em seu papel de educadores, sem que um deles tenha que abrir mão de seus valores e individualidade. As crianças podem aprender de ambos e não há nenhuma necessidade de jogar seus pais um contra o outro. Esse princípio atua como uma “sessão de treinamento” em que ambos os pais chegam à plena implementação de parte de suas ideias sobre a educação dos filhos e por sua vez, frequentemente, aprendem a abrir mão de impor suas próprias noções de educação a favor do(a)parceiro(a). É claro que existem grandes decisões em que ambos os pais precisam participar, tais como: que escola secundária escolher para suas crianças ou com qual dos pais seria melhor a criança ficar, no momento de uma separação. Um casal de pais bem treinados achará mais fácil encontrar,

untos, em casos assim, uma solução apropriada para a criança.

Em muitos casos, discutir os diferentes valores de cada um leva os pais para uma nova direção. Alguns pais me disseram que se sentiram como se tivessem se libertado de algo que os restringia, mas, depois disso, lhes ocorrera um certo número de valores que eram igualmente importantes para ambos.

Na aula falei com as crianças sobre o que é importante para o pai e o que é importante para a mamãe e, é claro, o que é importante para ambos. Era evidente que os alunos conheciam bem as escalas de valores dos pais. Nós fizemos uma lista certa, por exemplo:

Papai: ficar quieto à mesa de jantar, escutar a mamãe, saber se defender entre os colegas, prestar atenção na escola, ir bem nos esportes, ter interesse e “hobbies”. Mamãe: cuidar dos irmãos e irmãs, não assistir a muita TV, melhor ceder

do que brigar com os colegas.

Naturalmente que também fizemos listas como: o que papai permite e mamãe não. Ou: o que mamãe permite e papai não.

Em algumas turmas, compilar esse tipo de lista foi um dever de casa, e podia se supor que em muitas famílias se conversaria também sobre ele e, dessa forma, teria um duplo sentido. As crianças contaram o quanto seus pais tinham ficado surpresos e quase não conseguiam acreditar o quanto suas crianças sabiam sobre os seus diferentes pontos-de-vista. Suponho que com isso começaram a surgir e muitos casos, entre os adultos, conversas sobre educação e valores.

lista também adquiriu um grande significado. Aqui tinha uma lista assim: “O que meu pai/mãe permitiria que eu fizesse se ele(a) ainda estivesse vivo(a)”.

Crianças que tinham um padrasto fizeram uma lista de prioridades com três colunas: uma para a mãe, outra para o pai e outra para o padrasto. Com isso, e esperava chamar a atenção das mães que suas crianças sempre permaneceriam as crianças do pai que falecera, mesmo se elas respeitassem o padrasto como o parceiro de sua mãe. Pude atuar apoiando e acalmando algumas duras lutas pela educação entre uma criança e seu padrasto, falando com a mãe nesse sentido. O pai biológico e seus valores continuam a viver inconscientemente na criança. Ele tem prioridade.

Em muitos casos, as crianças sabiam quando tendiam a seguir mais o pai que a mãe. Também sabiam com que questões deveriam se sujeitar à vontade da mãe e, por isso, as contornavam, dirigindo-se diretamente para o pai e vice-versa. E minhas horas extraclasse, aconselhei os pais a praticarem uma transparência e suas regras e privilégios, e prestar atenção se o outro, pai ou mãe, já tinha definido uma tarefa para os filhos efetuarem.

Assim, os filhos experimentam na educação essencialmente o respeito de ambos os pais pelos diferentes valores e ideias um do outro.

Uma mãe, cujo marido havia cometido suicídio e a deixado com três garotos, estava extremamente infeliz porque se sentia sobrecarregada pela tarefa de acompanhá-los na puberdade. Eu a aconselhei a abrir para seus filhos uma área na qual seu marido teria se divertido com eles. Ela sabia imediatamente que no caso deles se tratava do computador e permitiu-lhes que passassem toda sexta-feira à noite trabalhando e jogando com seus computadores o tanto quanto quisessem. “Tenho certeza de que ele teria feito isso assim com eles”, disse ela. “E não é fácil para mim, permitir-lhes fazer isso”. Ela teve sucesso. Em muitas situações que eram importantes para ela conseguiu se impor sem necessitar usar muita energia. Mais tarde, ela também me contou que um dos garotos agora tinha uma pequena moto. Isso não lhe agradava, mas seu marido, certamente, teria concordado.

Os poucos exemplos de experiências práticas fornecidas aqui são somente indicações de uma série de novas descobertas e possibilidades na educação, de acordo com a visão sistêmica. Refiro-me a um trabalho teórico minucioso de Wilhelm Rotthaus (2000): Wozu erziehen? Entwurf einer systemischenWozu erziehen? Entwurf einer systemischen Erziehung

Erziehung ( Para Para que que educar? educar? Esboço Esboço de de uma uma educação educação sissistêmicatêmica),, no qual o autor descreve a educação como um processo interativo entre a criança e o

educador (professor). Ele denomina esse processo de coevolução (desenvolvimento interativo).