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A receptividade de professores e alunos ao uso de tecnologias móveis em sala de aula

Fábio Aparecido Barbosa1, Valdeni Soliani Franco2

1

Professor da Educação Básica – Núcleo de Maringá, fabioapbarbosa@seed.pr.gov.br

2

Universidade Estadual de Maringá – Paraná – Brasil, vsfranco@gmail.com

Resumo. Este artigo apresenta resultados de uma pesquisa realizada com 33 (trinta e três) professores da Educação Básica em uma cidade ao norte do Estado do Paraná-Brasil, que participaram de um curso denominado “Algumas metodologias para uso das tecnologias móveis em sala de aula”, no qual foram apresentados vários sites, ensinando como criar blogs de discussão, bem como foi apresentado aplicativos para smartphones e tablets e possibilidades de trabalho em sala de aula, por meio de suas utilizações. O objetivo da pesquisa foi analisar a receptividade dos professores relativamente ao uso de smartphones e tablets na aula de Matemática, bem como analisar as potencialidades que referem ao uso destas tecnologias móveis com os alunos. Chegou-se à conclusão que todos os professores participantes foram receptivos ao uso das tecnologias móveis, mas ficaram divididos em dois grupos com características de receptividade diferentes. Em um dos grupos, os professores são receptivos, mas ficam na zona de conforto, não arriscando utilizá-las, pelo menos por enquanto, em suas aulas. No outro grupo de professores, percebeu-se que os participantes vão para a zona de risco, utilizam as tecnologias móveis em suas aulas e relatam os resultados obtidos.

Abstract. This paper presents the survey results of 33 Basic Education teachers at a north of the State of Paraná (Brazil) town who have participated in a course called "Some methodologies for mobile technologies use in the classroom" in which were presented several sites, teaching how to create discussion blogs, and it was also presented smartphones and tablets applications apps and their classrooms works opportunities. The objective of the research was to analyze the receptivity of teachers on the use of smartphones and tablets in the mathematics classroom, and analyze the potential that relate to the use of these mobile technologies with students. Reached the conclusion that all participating teachers were receptive to the use of mobile technologies, but were divided into two groups with different receptivity characteristics. One group, teachers are receptive, but are in the comfort zone, risking not use them, at least for now, in their classes. In another group of teachers, it was noted that the participants go to the danger zone, use mobile technology in their classes and report the results.

Palavras-chave: Novas tecnologias; tablets e smartphones; uso em sala de

Introdução

Vivemos hoje numa cibercultura. De acordo com Silva (2008, p. 63), “Cibercultura quer dizer modos de vida e de comportamentos assimilados e transmitidos na vivência histórica e cotidiana marcada pelas tecnologias informáticas, mediando a comunicação e a informação via Internet”. Trata-se de uma mudança paradigmática na forma como acedemos à informação e nos relacionamos com o conhecimento, mediado pelo espaço virtual. Conforme Araujo e Rossi (2002, p. 29):

Dois mil anos depois de Cristo, nos deparamos com o ressurgimento do ágora, não mais um espaço ao ar livre, mas sim um espaço virtual [...]. O novo “ágora eletrônico” agora responde pela alcunha de Ciberespaço [...] um ambiente; não um lugar em particular, mas sim todos os lugares ao mesmo tempo.

Associada à internet, a tecnologia dos dispositivos móveis vem conquistando toda sociedade, principalmente jovens e crianças e, consequentemente, nossos alunos. A presença desses aparelhos na escola, smartphones e tablets, é cada dia mais evidente. É comum encontrar alunos relacionando-se por meio de redes sociais, na própria sala de aula. Assuntos antes discutidos nas rodinhas de amigos, agora são socializados na internet, onde fazem seus comentários, “curtem” suas ideias, angústias, suas alegrias, enfim, o que acontece com seu ciclo de amigos da escola e da rede.

Mas será que a escola está a tirar partido da presença desses aparelhos? É importante saber como este recurso tecnológico poderá contribuir no processo de ensino e de aprendizagem dos alunos pois, no presente, a integração na sala de aula das tecnologias móveis, munidas de fácil acesso à internet, está ainda numa fase muito incipiente e coloca grandes desafios.

E não poderia deixar de ser assim. Recorremos a uma crônica no jornal Folha de São Paulo em 20 de maio de 2010, denominada “A internet e a roda”, em que Carlos Heitor Cony conclui com a seguinte frase, “como a roda, a internet apenas nos facilita o caminho, mas não nos aponta um destino” (Cony, 2010, p. 2). A pergunta natural que surge, no contexto da Educação, é a seguinte: encontra-se o professor preparado para

indicar o “destino” para seus alunos no que diz respeito a um uso adequado da internet, e, em especial, recorrendo às tecnologias móveis?

Este texto apresenta resultados de uma pesquisa realizada com professores de Matemática que participaram de um curso de formação denominado “Algumas metodologias para uso das tecnologias móveis em sala de aula”. O objetivo da pesquisa foi analisar a receptividade dos professores relativamente ao uso de smartphones e tablets na aula de Matemática, bem como as potencialidades que referem ao uso destas tecnologias móveis com os alunos.

Referencial teórico

Toschi (2012) observa que atualmente os dispositivos móveis como tablets e smartphones, com acesso à internet, permitem a mobilidade física, o que os distingue dos computadores ou dos microcomputadores de mesa, permitindo assim uma relação entre a realidade virtual e a realidade concreta em tempo real e acessível sem restrições a todos os alunos.

Em relação ao uso das novas tecnologias, Lovis e Franco (2013, p. 151), afirmam que “[...] parece haver uma resistência natural ou certa idolatria. A introdução de toda tecnologia traz consigo novos temores, ansiedades e fantasias”. No caso das tecnologias móveis, esta resistência do professor pode ser acentuada, pois as ações e foco dos alunos facilmente podem escapar ao controlo do professor.

Assim, perante novas tecnologias como as móveis, o professor pode não se mostrar receptivo, ou, sendo receptivo, pode sê-lo com diferentes graus de disponibilidade para arriscar a inclusão destes na sua prática de ensino (Borba & Penteado, 2001). Podemos considerar duas situações distintas: as dos professores que aderem mas ficam na sua zona de conforto, na qual quase tudo é conhecido, previsível e controlável; e a dos professores que avançam para uma zona de risco, na qual se atrevem a alterar as práticas instituídas, desenvolvendo efetivamente novas ações que avaliam recorrentemente:

Conforto aqui está sendo utilizado no sentido de pouco movimento. Mesmo insatisfeitos, e em geral os professores se sentem assim, eles não se movimentam em direção a um território desconhecido [...] esses professores nunca avançam para o que chamamos de uma zona de risco, na qual é

preciso avaliar constantemente as consequências das ações propostas. (Borba & Penteado, 2001, pp. 54-55)

Muitos professores preferem ficar na zona de conforto e são várias as razões que o justificam. Por exemplo, a pesquisa de Lovis (2009) revela que os professores acham importante o uso de softwares nas aulas de Matemática, mas ainda não sentem segurança necessária para que esse uso seja efetivamente aplicado nas escolas.Também Lovis e Franco (2013) referem que na pesquisa que conduziram, muitos professores explicavam a não utilização de softwares específicos da Matemática pelo facto de não os conhecerem ou porque não sabiam como ensinar um conteúdo usando um dado software.

Penteado (1999) acrescenta mais fontes de insegurança que justificam uma adesão passiva do professor às tecnologias, nomeadamente a incerteza que criam na dinâmica da aula:

[...] em geral, o professor enfrenta os desafios impostos pela profissão e busca criar alternativas, porém a introdução do computador na escola altera os padrões nos quais ele usualmente desenvolve sua prática. São alterações no âmbito das emoções, das relações e condições de trabalho, da dinâmica da aula, da reorganização do currículo, entre outras. (p. 298)

Porém, outros professores arriscam o uso das tecnologias, dando possibilidade a que estas se revelem como fator de transformação na sala de aula com os alunos. Conforme afirma Guimarães e Dias (2006, p. 23), “Um novo fazer educativo só será realidade se a tecnologia for incorporada de forma adequada ao contexto de nossas ações educativas”.

Uma das principais consequências da exploração da internet que é apontada para a aula de Matemática tem a ver com a mudança da dinâmica da aula e do papel do professor e do aluno, como nos refere Silva (2008, p. 67):

A dinâmica e as potencialidades da interface on-line permitem ao professor superar a prevalência da pedagogia da transmissão. Na interface, ele propõe desdobramentos, arquiteta percursos, cria ocasião de engendramentos, de agenciamentos, de significações. Ao agir assim, estimula que cada participante faça o mesmo, criando a possibilidade de co-professorar o curso com os aprendizes.

O autor frisa bem que na cibercultura ocorre a transição da lógica da distribuição (transmissão) para a lógica da comunicação (interatividade). Assim, este autor vê o recurso à internet como uma possibilidade de alterar o tradicional papel de transmissor

de conhecimentos assumido em geral pelo professor para um outro papel mais de organizador e regulador das aprendizagens, tendo por base a ideia de diálogo e colaboração que tenha os alunos como intervenientes:

Na perspectiva da interatividade, o professor pode deixar de ser um transmissor de saberes para converter-se em formulador de problemas, provocador de interrogações, coordenador de equipes de trabalho, sistematizador de experiências e memória viva de uma educação que, em lugar de prender-se à transmissão, valoriza e possibilita o diálogo e a colaboração. (Silva, 2008, p. 64)

Silva chama a atenção de que mais importante do que as condições físicas das escolas, é o papel assumido pelo professor para criar uma dinâmica de aula que se afaste da aula tradicional de transmissão de conhecimentos. Assim, alerta-nos:

Estar on-line não significa estar incluído na cibercultura. Internet na escola não é garantia da inserção crítica das novas gerações e dos professores na cibercultura. O professor convida o aprendiz a um site, mas a aula continua sendo uma palestra para a absorção linear, passiva e individual, enquanto o professor permanece como o responsável pela produção e pela transmissão dos “conhecimentos”. (Silva, 2008, p. 67).

São várias as interfaces que o professor pode adotar para trabalhar com os alunos recorrendo à internet. Uma delas é o chat, por vezes designada de sala de bate-papo, que pode ser usado com intuito de troca de informações on-line entre alunos e professores de uma mesma turma, de turmas diferentes ou ainda, de escolas diferentes, discutindo um mesmo assunto, com hora marcada ou não. Outra interface, semelhante ao chat, que pode ser usada de forma assíncrona, é o fórum, onde as mensagens são disponibilizadas por escrito para que as pessoas de um mesmo grupo leiam e discutam entre si um determinado assunto.

Além do chat e do fórum, existe também a lista de discussão, que trabalha com mensagens por e-mails entre um grupo de pessoas que discutem um tema escolhido pelo grupo ou outras mensagens paralelas. Outra interface muito utilizada é o blog, que funciona como um diário, onde a pessoa posta suas mensagens, imagens, notícias e pensamentos, além de poder liberar seu acesso para que outras pessoas possam acrescentar outras mensagens, podendo ser utilizado como uma ferramenta para escrita colaborativa.

A criação de blogs para o ensino é uma boa alternativa para apoiar o novo fazer educativo que as tecnologias móveis potenciam. Barbosa e Franco (2014) oferecem para tal diversas possibilidades para o uso de blogues:

[...] existem várias formas de organizar o trabalho com blogs, citamos alguns exemplos a seguir:

Blog da turma: Esta primeira opção poderá ser pensada caso o professor prefira trabalhar determinado conteúdo apenas em uma turma, neste caso os alunos postariam comentários somente entre a turma e o professor;

Blog por série: O professor poderia propor uma discussão sobre determinado assunto em turmas diferentes, mas de mesma série, esta alternativa é interessante, pois sabemos que, mesmo o conteúdo sendo igual, cada turma desenvolve seu aprendizado de uma forma específica e, a possibilidade de discutir sobre um mesmo assunto, pode enriquecer muita a aprendizagem dos alunos e apontar dúvidas ou sugestões que talvez não tenham sidas trabalhadas em outra turma;

Blog por escola: Nesta alternativa o professor irá propor uma discussão sobre um tema geral como, por exemplo, a quantidade de verbas repassadas para o Estado do Paraná pelo Governo Federal, disponíveis no Portal da Transparência do Paraná, no site: http://pr.transparencia.gov.br/, e o montante gasto pelo Estado em viagens;

Blog por tema: Assim como no exemplo anterior o professor pode sugerir a mesma discussão sobre o Portal da Transparência em todas as turmas que trabalha de todas suas escolas. (Barbosa & Franco, 2014, p. 14)

No curso que está na base deste texto, uma das metodologias que foi apresentada aos professores foi precisamente a do uso de sites de relacionamento disponíveis na internet. Hoje em dia, uma parcela da população passa uma grande parte do dia na frente de um computador, tablet ou smartphone conectados à internet, acedendo a essas páginas. Nossos alunos, desde a pré-adolescência até à fase adulta, utilizam seus aparelhos de telefone celular não mais só para fazer ligações, mas para acessar à internet e principalmente se relacionar com outras pessoas.

O uso destas interfaces possibilita uma nova dinâmica na maneira de trabalhar e discutir com os alunos temas e conteúdos que podem estar disponíveis em livros ou na internet, além de incentivar a produção colaborativa. Porém, observa-se que grande parte dos professores ainda não consegue associar o uso dessas tecnologias com os conteúdos de sala de aula e muitos não aceitam mudar sua maneira de ministrar suas aulas, apesar da consciência que insuficiência do modelo tradicional. É comum ouvirmos frases como a citada por Abreu (2009, p. 41), de que “os alunos são mais inquietos, desatentos, menos

motivados, enquanto os professores sentem que o modelo de aula costumeiramente usado já não funciona e exige reformulações”.

Lovis e Franco (2013) afirmam a necessidade de apoiar o professor que se disponibiliza a usar as tecnologias na aula, através de formação continuada que contribua para ajudar a transformar as práticas em favor da educação:

Para que o professor possa utilizar os recursos tecnológicos presentes nas escolas é preciso que ele conheça as possibilidades educacionais destes recursos, uma vez que a sua disponibilidade não garante que ele será utilizado em benefício da educação. Esse fato aponta para uma necessidade de investir na formação e aperfeiçoamento do professor de forma continuada (Lovis & Franco, 2013, p. 152).

Esta formação para que o professor possa conhecer as diversas formas de utilização da internet e dos aplicativos no ensino e na aprendizagem é tanto mais importante no contexto de uso de tecnologias móveis, celulares e smartphones, ainda pouco explorados na aula de Matemática.

Metodologia

A pesquisa aqui relatada teve uma abordagem qualitativa, dentro do paradigma interpretativo, concretizando-se através de um estudo de caso, considerando-se como caso um grupo com 33 professores de Matemática que participaram do curso “Algumas metodologias para uso das tecnologias móveis em sala de aula”.

Esses professores atuavam nos anos finais do Ensino Fundamental (6.º ao 9.º ano) e Ensino Médio, em escolas públicas do estado do Paraná, mais especificamente, vinculados ao Núcleo Regional de Maringá, cidade ao norte do Estado do Paraná-Brasil,

todos com Licenciatura em Matemática.

A coleta de dados foi feita por meio dum fórum de discussão, em um blog, criado especialmente para o curso, que continha parte dos conteúdos dados em cada dia de aula, bem como espaço para que cada professor fizesse relatos das experiências com o uso do tablet e smartphone em sala de aula. A análise foi feita utilizando os conteúdos escritos pelos professores nesse ambiente, sendo estes os dados aqui considerados. Para a análise adotaram-se essencialmente três categorias relativas à receptividade dos professores relativamente ao uso das tecnologias móveis, conforme referencial teórico exposto: não receptivo; receptivo na zona de conforto; receptivo na zona de risco.

Para entender como se deu a pesquisa, é importante saber como ocorreu o curso. O curso teve uma duração de 24 horas presenciais, distribuídas por seis semanas consecutivas, com sessões de quatro horas, ocorrendo no primeiro semestre do ano letivo de 2014.

No primeiro dia, os professores participantes do curso conheceram vários sites, com uma breve apresentação de seus conteúdos. Os principais foram “Dia a Dia Educação”1, “Portal do Professor do Ministério da Educação – MEC”2

e “Só Matemática”3. Estes sites foram escolhidos por conterem bons recursos (vídeos, jogos, tarefas etc.) para o ensino e aprendizagem da Matemática, tanto para alunos como para professores.

Ainda neste primeiro dia foi discutida a criação de blogs, no sentido de como explorar este recurso para a aprendizagem dos educandos. Uma possibilidade seria criar um blog, e neste blog os alunos iriam “postar” os comentários sobre as aulas com as tecnologias móveis e o que nelas aprenderam.

Para exemplificar a utilização do blog na aula de Matemática aos formandos, no curso foi também criado um blog que foi usado durante todo o curso pelos professores participantes para postaram seus comentários acerca da receptividade às ideias sobre a utilização destas tecnologias com os alunos e darem testemunho das eventuais experiências que realizaram com os próprios alunos. Por exemplo, após explorar os sites “Dia a Dia Educação”, “Portal do Professor do MEC” e o “Só Matemática”, foi pedido aos professores que fizessem uma primeira postagem incidindo sobre o que aprenderam no primeiro dia de curso e se o que foi proposto ajudaria como sugestão de metodologia para o uso do tablet em sala de aula.

No segundo dia do curso foi trabalhado um pouco mais com os blogs. Todos os participantes fizeram uma primeira postagem no qual propunham uma tarefa voltada para uma de suas turmas como, por exemplo, propor um vídeo para complementar a aula. Essa postagem deveria ter o link para o vídeo da internet, de modo a facilitar aos

1 Em http://www.matematica.seed.pr.gov.br/, acedido em 08/03/2015. 2Em http://portaldoprofessor.mec.gov.br/sobre.html, acedido em 08/03/2015. 3 Em http://www.somatematica.com.br/, acedido em 08/03/2015.

alunos através do tablet ou smartphone dentro da sala de aula. Deveria ainda incluir um pedido de comentário aos alunos sobre o conteúdo estudado na aula e o vídeo que assistiram como complemento, e também a sugestão aos alunos que lessem as postagens dos colegas e discutissem sobre o que aprenderam.

A partir do segundo dia do curso e até ao seu final, foram trabalhadas com os participantes a instalação e a exploração de alguns aplicativos que podem ser utilizados de forma pedagógica, a saber, “MyScript Calculator”, “Maths 4 Higt School”, “Mathway”, “GeoGebra”, “Smart Distance” e “Enem Apostila de Matemática”. Os professores foram ensinados em como os utilizar para explorar determinados conteúdos em sala de aula. Destaca-se que dois dos aplicativos foram trabalhados com mais detalhes: os aplicativos “GeoGebra” e “Smart Distance”.

Em cada sessão, foi pedido aos professores para acessarem o blog da turma de formação e postarem suas considerações sobre os aplicativos trabalhados e eventuais utilizações realizadas nas suas próprias aulas.

Análise e resultados

Da análise das postagens no blog do curso, não se detectou nenhum caso de professor que se mostrasse não receptivo ao uso das tecnologias móveis, tendo que 17 professores referiram a sua adesão ao uso destas tecnologias, ainda que de modo a ficarem na sua zona de conforto.

No entanto, 16 professores deram testemunho dos avanços que fizeram, sendo evidente que avançaram para a sua zona de risco (Borba & Penteado, 2001), vencendo receios diversos relativamente a aulas realizadas com o recurso dos alunos a tecnologias móveis. Isso pode ser observado nos excertos a seguir, em que os sublinhados foram feitos pelos autores:

Eu confesso que estava com receio dessa aula, pois temia que houvesse baderna, porém foi bem ao contrário, pois o comportamento dos alunos foi maravilhoso e deu tudo certinho. Graças a este curso que estamos fazendo foi possível planejarmos aulas diferentes, vencermos o medo e realizar