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Recomendações Gerais para Evitar as Artimanhas dos Construtores

Deve haver registro diário e sistemático no diário de obras pela fiscalização contratual, em atendimento ao disposto no art. 67 da Lei 8666/1993, registrando:

As Datas de início (ordem de serviço), prazo decorrido e prazo restante; Efetivo da Obra – Mão de obra direta e indireta;

Equipamentos utilizados no dia;

Serviços executados ou em andamento no dia;

Ocorrência de chuvas prejudicando o andamento dos trabalhos. As falhas nos serviços de terceiros não sujeitas à sua ingerência;

As consultas à supervisora e à fiscalização do órgão contratante, bem como as respostas às interpelações da supervisora e da fiscalização do órgão contratante;

As datas de conclusão das etapas, referidas ao cronograma aprovado;

Os acidentes ocorridos no decurso dos trabalhos, suas causas, consequências e métodos usados para corrigi-los;

A eventual escassez de material que resulte em dificuldade para execução da obra ou serviço;

nomes das subempreiteiras, caracterizando as atividades e seus encargos, com as datas de início e conclusão, e números das ARTs respectivas;

Qualquer informação inverídica colocada pela construtora no documento deve ser contestada pela fiscalização, tentando-se produzir documentação comprobatória.

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É fundamental que todos os pedidos de esclarecimento de dúvida e todos os pleitos formulados pela empresa sejam respondidos imediatamente pelo contratante.

Se os pedidos ultrapassarem a competência do fiscal, este deve submeter à questão de forma ágil à autoridade competente e informar tal fato à contratada. Se possível, determinar que os trabalhos continuem com o

andamento regular enquanto o pleito é analisado pelas instâncias

competentes.

Recomenda-se que o instrumento convocatório estabeleça a exigência de que o contratado conceda livre acesso aos seus documentos e registros

contábeis, referentes ao objeto da licitação, para os servidores ou

empregados do órgão ou entidade contratante e dos órgãos de controle interno e externo.

Trata-se de disposição presente nos contratos executados pelo RDC e mediante convênios com recursos da União.

Tal previsão é útil, pois em muitos casos, é importante apurar os custos efetivos incorridos pela empresa contratada (indenizações, pleitos de

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É importante que o edital e a minuta da proposta da empresa contratada contenha declaração de que os preços ofertados incluem todos os custos diretos e indiretos, adotando-se a redação já apresentada neste curso.

A fiscalização deve se abster de realizar o recebimento provisório de obras com pendências a serem solucionadas pela construtora, uma vez que o instituto do recebimento provisório, previsto no art. 73, inc. I, da Lei nº 8.666/93, não legitima a entrega provisória de uma obra inconclusa, mas visa resguardar a Administração no caso de aparecimento de vícios ocultos, surgidos após o recebimento provisório (Acórdão 813/2013-Plenário).

Nunca adiantar pagamentos para o empreiteiro.

O instrumento contratual e o cronograma de desembolsos deve ser elaborado para que a empresa execute todo o objeto com posição financeira deficitária, mas não crítica.

Devem ser previstos mecanismos para evitar jogo de cronograma ou qualquer outro meio que permita a empresa a obter um resultado parcial superavitário.

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Quando o bom senso não prevalecer, sugere-se adotar as disposições da Lei 12846/2013 (Lei Anticorrupção - LAC), que é extremamente gravosa para o contratato. Algumas disposições da Lei:

Art. 1º Esta Lei dispõe sobre a responsabilização objetiva administrativa e civil de pessoas jurídicas pela prática de atos contra a administração pública, nacional ou estrangeira. [ou seja a responsabilização da empresa

independe de culpa ou dolo]

Art. 2º As pessoas jurídicas serão responsabilizadas objetivamente, nos

âmbitos administrativo e civil, pelos atos lesivos previstos nesta Lei praticados em seu interesse ou benefício, exclusivo ou não. [ou seja a

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Art. 5º Constituem atos lesivos à administração pública, nacional ou

estrangeira, para os fins desta Lei, todos aqueles praticados pelas pessoas jurídicas mencionadas no parágrafo único do art. 1o, que atentem contra o patrimônio público nacional ou estrangeiro, contra princípios da administração pública ou contra os compromissos internacionais assumidos pelo Brasil, assim definidos:

(...)

f) obter vantagem ou benefício indevido, de modo fraudulento, de

modificações ou prorrogações de contratos celebrados com a administração pública, sem autorização em lei, no ato convocatório da

licitação pública ou nos respectivos instrumentos contratuais; ou

g) manipular ou fraudar o equilíbrio econômico-financeiro dos contratos celebrados com a administração pública;

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Na entrega de materiais que supostamente não são “similares”, a fiscalização deve exigir laudos técnicos, certificados, atestados etc. certificando que os materiais são similares.

Pode exigir também que a empresa realize ensaios diversos, previstos em normas da ABNT, para comprovar a similaridade.

Por fim, pode realizar leitura comparativa dos rótulos/catálogos dos produtos especificados, confrontando-os com os dos materiais entregues.

Em suma, se os materiais aplicados na obra forem desde logo entendidos como satisfatórios, a fiscalização deve aceitá-los sem delongas.

Caso contrário, deve tentar fazer o construtor desistir de entregá-los, exigindo toda a sorte de documentação possível, que representará um custo expressivo para o empreiteiro. Em último caso, é bom lembrar, que o fiscal pode se recusar a atestar os serviços realizados com materiais desconformes, exigindo sua substituição:

Art. 76. A Administração rejeitará, no todo ou em parte, obra, serviço ou

fornecimento executado em desacordo com o contrato. Nunca pague serviço executado com um material deficiente.

Questão: