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4.1 – RECOMENDAÇÕES PARA PROJETOS

No documento Clarisse Ottoni Lourenço (páginas 132-139)

Conhecendo as características das fontes de luz natural em um dado local, e os elementos fixos da configuração urbana consolidada, pode-se trabalhar com a idéia única e básica de meios de reflexão/absorção e exposição/proteção destes. Para tal, pode ser obtido através do desenho urbano, indicação de superfícies horizontais e verticais, mobiliário urbano.

Quanto ao item Paisagismo, segue a indicação de que áreas verdes no terreno devem seguir legislação - em forma de percentual, presente no Código de Edificações do Município, objetivando efeitos de sombreamento, implicando na diminuição da temperatura do ambiente externo. É recomendado o uso de fontes ou espelhos d’água (pulverizada) nos ambientes de uso comum, uma vez sendo ventiladas naturalmente - resfriamento evaporativo.

Quanto aos ambientes públicos ou privados externos, é indicado que os pisos possuam baixo coeficiente de reflexão para evitar o efeito de ofuscamento e absorção de energia térmica, que irá promover trocas térmicas com o ambiente – situação não indicada em climas quentes.

Seguem esquemas simplificados que apresentam propostas para a aplicação em projetos no sentido metodológico em sua conceituação, bem como no seu desenvolvimento e execução.

Fig. 98 – Desenho da autora.

Linha de força gerada pelo posicionamento do equipamento de iluminação pública, confirmando o caminho da via e sua identificação dentro da formação de imagem segundo limite e/ou via. Possibilidade de organização e compreensão da estrutura dos elementos e suas interfaces.

Fig. 99 – Desenho da autora.

Áreas livres de bairros (1) que possuem tratamentos diferentes, porém padronizados quanto à tipologia de superfícies refletoras, incluindo entorno imediato (cor, textura, forma), elementos que filtram/captam/bloqueiam os raios luminosos, iluminação pública setorizada, etc. Assim, bairros podem ser claramente visualizados segundo o conjunto de partes/todo que sua iluminação urbana estebelece entre suas características físicas individuais e componentes que agrupam continuidades temáticas. De acordo com tipologia de rua é indicado que a iluminação pública apresenta um respectivo padrão.

Fig. 100 – Desenho da autora.

Objetivo em iluminar o que é belo. Saber identificar tais elementos no espaço urbano nas etapas de projeto e/ou já construído. Exemplo: fachadas, elementos geográficos, lagos, atividades, pisos, etc. De acordo com a figura o desenho no piso (pontos cardiais) é foco principal, não os bancos por possuírem função de sentar, pois é um plano horizontal (piso) com forte apelo estético, e a iluminação então o fortalece.

Fig. 101 – Desenho da autora.

Noite: (1) Fonte de luz artificial privada; (2) Fonte de luz artificial pública

Fig. 102 – Desenho da autora.

Dia: (1) Reflexão em função do tipo de material, posicionamento e cor; (2) Situação de conforto térmico e lumínico, pois está em área de sombreamento parcial e recebe luz difusa, proveniente da reflexão da calçada.

Fig. 103 – Desenho da autora.

Os circuitos elétricos são separados de modo que possam ser ligados/desligados em horários e por períodos diferenciados, de acordo com aspecto funcional e/ou estético, como alternativa de sistema de iluminação pública no contexto da eficiência energética.

(1) e (2) – Circuitos ciclovia

(2) e (4) – Circuitos quadra de esportes

(5) e (6) – Circuitos áreas de convívio social

Fig. 104 - Desenho da autora.

(1) Painel Luminoso; (2) Elemento transparente (observar a questão térmica/regulamentação para o uso de elementos privados que se estendem ao público) – função de abrigo de chuva; (3) Vegetação para sombreamento; (4) Cobertura como “filtro” da luz/colorida (diferença na imagem e vivência do espaço, aproveitamento estrutural do poste para sua fixação); (5) Abrigo de ônibus translúcido/sombreamento.

Fig. 105 - Desenho da autora. Fatores e suas relações

- Fachada da arquitetura: volumetria/forma/superfície

- Altura de montagem (y)/conjunto óptico/inclinação/tipo de fonte de luz/função - Largura de passeio e caixa de rolamento(x)/textura dos materiais

(piso)/forma da via

Fig. 106 - Desenho da autora.

O mobiliário urbano, a vegetação, o trajeto das vias, topografia, elementos geográficos e a arquitetura em geral compõem o ambiente público externo. Segue tabela com fatores referentes a cada grupo na iluminação urbana:

ARQUITETURA ILUMINAÇÃO URBANISMO CONFORTO

Superfície fachada Altura de montagem

Largura do passeio Acuidade visual Forma do edifício Conjunto óptico Largura da caixa de

rolamento

Qualidade do ar

Volumetria Posição da fonte de luz

Material dos pisos Trocas térmicas Tipo da fonte de luz Mobiliário urbano

Função Vegetação

Tipo de caminhos Trajeto das vias Topografia

Elem. Geográficos

Fig. 107 - Desenho da autora.

Prédio (1) – a cobertura com superfície refletora, causando ofuscamento nos andares superiores do prédio (2). Se a superfície delimitadora para o espaço urbano for refletora, redistribui os raios luminosos provenientes do prédio (2) e redireciona para o plano da rua e da superfície delimitadora para o espaço urbano do prédio (2) – fachada. Desta forma, se a superfície externa da arquitetura junto ao logradouro do prédio (2) for também com característica de redistribuição/redirecionamento, gera zona de “múltiplas reflexões” dos raios luminosos, resultando qualidade de iluminação difusa associada ao efeito de ofuscamento. Se uma das duas fachadas apresentar material reflexivo e colorido, o efeito descrito fica somado à esta cor, não sendo agradável este tipo de iluminação colorida dependendo do uso/função deste espaço público externo.

(3) – Ofuscamento, fonte intensa de luz na direção do campo visual principal (solo).

(4) – Zona de múltiplas reflexões.

Fig. 108 - Desenho da autora.

Calçada como uma das superfícies delimitadoras do espaço público externo, se constituída com material de acabamento de cor clara e superfície lisa, apresenta-se como grande elemento de redistribuição/redirecionamento dos raios solares, podendo neste momento ser considerada como fonte de luz, gerando ofuscamento de acordo com o seu grau de refletância.

Fig. 109 – Desenho da autora.

(1) – Relação de contraste entre a calçada e a caixa de rolamento – aumenta o ofuscamento.

(2) – Baixo grau de refletância do asfalto: cor escura e textura rugosa.

(3) – Alto grau de refletância: superfície plana/horizontal, cor branca, textura lisa.

Fig. 110 – Desenho da autora.

Possibilidade de diferenciar os pontos para inserção de acordo com o equipamento (sistema), composto por:

- Poste; - Braço; - Luminária;

- Lâmpada (e de acordo com sua necessidade, equipamentos auxiliares: reator, etc).

Associado a cada elemento do sistema, variáveis são atribuídas, respectivamente:

- Altura de montagem;

- Posicionamento: Horizontal, vertical, inclinado;

- Distribuição do fluxo luminoso; curva isolux; filtragem da luz da lâmpada;

- Potência/consumo;

qualidade/quantidade de luz; curva isolux; compatibilidade com a luminária.

Fig. 111 - Desenho da autora.

Postes altos e únicos podem ser identificados à distância, facilitando a leitura de Via e Limite, marcando o início/fim no sentido longitudinal de ambientes e/ou quebra de continuidades.

Trata-se de Uma Nova Visão de Iluminação Urbana com aplicação direta e clara nos processos de coleta de dados e ferramenta na busca por positiva e coerente formação da imagem da cidade visando condições de Conforto Urbano.

CAPÍTULO 5

No documento Clarisse Ottoni Lourenço (páginas 132-139)