• Nenhum resultado encontrado

RECONHECIMENTO DOS INTERESSES QUE NÃO CONTROLAM

2. ESTUDO DE CASO

2.8. RECONHECIMENTO DOS INTERESSES QUE NÃO CONTROLAM

Tendo por base a alínea b) do §12, da NCRF 15, seria necessário proceder ao reconhecimento do valor correspondente aos interesses que não controlam, mas uma vez que a empresa-mãe detém 100% do capital da subsidiária A tal não será necessário. O mesmo não acontece com a subsidiária C, uma vez que esta é detida pela subsidiária A em 66,7%, pelo que será necessário proceder ao reconhecimento dos interesses que não controlam.

O reconhecimento dos interesses que não controlam, e de acordo com a alínea c) §12 da NCRF 15 devem ser identificados separadamente do capital próprio dos acionistas da empresa-mãe. Os INC nos ativos líquidos consistem: Na quantia dos interesses que não controlam à data

Reconhecimento dos Interesses que não controlam: Capital = 9.509,68 € x 33,3% = 3.166,72 € Reserva Legal = 2.852,90 € x 33,3% = 950,02 € Outras Reservas = 21.862,55 € x 33,3% = 7.280,23 € Resultados Transitados = -46.959,64 € x 33,3% = -15.6370,56 €

Resultado Liquido do Período = -77.177,00 € x 33,3%

34

da concentração original, calculada de acordo com a NCRF14 e na parte minoritária das alterações no capital próprio desde a data da concentração.

Tabela 12: Reconhecimento dos Interesses que não Controlam

Descrição Débito Crédito Valor

Participação em Capital 51 3.166,72 €

Participação em reserva legal 551 950,02 €

Participação em outras reservas 552 7.280,23 €

Participação em resultados transitados 56 15.637,56 €

Participação Resultado Líquido de Período 81 25.679,96 € Reconhecimento dos interesses que não controlam INC 29.920,55 €

Fonte: Elaboração Própria

Os valores mencionados na tabela 12 são calculados a 31 de dezembro do ano de análise, e referem-se aos valores de capital próprio à data de aquisição mais as respetivas variações. Todos as rubricas que constam no capital próprio são calculadas de acordo com a percentagem correspondente aos interesses que não controlam após a soma dos saldos das empresas incluídas no perímetro de consolidação.

É possível analisar o efeito que a eliminação da participação financeira tem nas demonstrações financeiras consolidadas bem como no reconhecimento dos interesses que não controlam no apêndice 3.

2.9. ELIMINAÇÃO DAS OPERAÇÕES INTRAGRUPO

O tratamento a dar às operações intragrupo é descrito na NRCF 15 (§ 14 e 15): na elaboração das DFC procede-se à eliminação por inteiro dos rendimentos e ganhos, gastos e perdas e dívidas entre as empresas pertencentes ao perímetro de consolidação. Na eliminação das operações, dividimos as mesmas em dois tipos: as operações são consideradas recíprocas quando não provocam alterações no valor dos resultados. Numa diferente ótica no que diz respeito às operações que provocam alterações nos resultados, operações não recíprocas, estas têm como objetivo que os resultados consolidados estejam livres dos resultados não realizados provenientes de operações internas. Neste grupo, são incluídas as operações respeitantes aos resultados de operações intragrupo incluídos nos Ativos Fixos Tangíveis (AFT), Ativos Intangíveis (AI) e nos inventários.

Todos os valores utilizados nos cálculos das eliminações intragrupo, são provenientes das demonstrações financeiras individuais e notas anexas das empresas inseridas no perímetro de

35

consolidação. O efeito das operações intragrupo nas contas consolidadas da empresa em estudo, quer no balanço quer na demonstração de resultados, estão presentes no apêndice 4.

A primeira operação intragrupo a ser eliminada diz respeito aos ativos intangíveis, registados na subsidiária A e, que, de acordo com o normativo nacional, não são reconhecidos no

ativo. Os seguintes valores são referentes a “Projetos de Desenvolvimento” e “Despesas de

Constituição”. Tendo por base a NCRF 6 §53 e 68 ambos os itens devem ser reconhecidos como custos quando incorridos. Estes ativos intangíveis, já se encontram totalmente amortizados, não afetando os resultados (Apêndice 4.1. – Coluna a).

Tabela 13: Anulação dos Ativos Intangíveis na Subsidiária A

Descrição Débito Crédito Valor

Anulação AI na Subsidiária - Projetos Desenvolvimento 448 44 6.407,23 € Anulação AI na Subsidiária - Despesas de Constituição 448 44 9.926,01 €

Fonte: Elaboração Própria

Ao longo dos anos de operações entre a empresa-mãe e a subsidiária A foram vendidos Ativos Fixos Tangíveis entre elas. Uma vez que se trata de operações intragrupo será necessário proceder à anulação das vendas de AFT, bem como, proceder à anulação dos AFT transacionados em anos anteriores. A anulação de vendas de AFT foi contabilizada na conta 56 –

Resultados Transitados porque o ganho foi reconhecido em anos anteriores (Apêndice 4.1. –

Coluna b).

Tabela 14: Anulação de vendas de AFT entre as duas entidades (Anos anteriores) - Subsidiária A

Descrição Débito Crédito Valor

Anulação Vendas AFT (2012) 56 43 111.857,80 €

Anulação Vendas AFT (2013) 56 43 454.288,56 €

Anulação Vendas AFT (2014) 56 43 179.992,04 €

Fonte: Elaboração Própria

Ainda no âmbito dos AFT, é necessário proceder à regularização e registo das depreciações anuais, acumuladas e do período, como se a alienação intragrupo não tivesse ocorrido (Apêndice 4.1 e 4.2. – Coluna h).

36

Tabela 15: Anulação depreciações de Ativos Fixos Tangíveis - Subsidiária A

Descrição Débito Crédito Valor

Anulação depreciação AFT acumuladas 438 276.811,48 €

Anulação depreciação AFT do período 64 105.223,68 €

Anulação depreciação AFT anos anteriores 56 171.588,03 €

Fonte: Elaboração Própria

No que diz respeito aos empréstimos concedidos entre as empresas, no caso o empréstimo concedido pela empresa-mãe à sua subsidiária também terá de ser anulado para efeitos da elaboração das contas consolidadas. A empresa-mãe tinha o empréstimo reconhecido na conta 41 – Investimentos financeiros e a Subsidiária A como dívida de terceiros na conta 27- Outras contas a receber e a pagar (Apêndice 4.1. – Coluna c).

Tabela 16: Anulação empréstimos entre a empresa-mãe e a Subsidiária A

Descrição Débito Crédito Valor

Anulação empréstimos 278 41 4.807.965,68 €

Fonte: Elaboração Própria

As vendas internas feitas durante o ano 2015, entre a empresa-mãe e subsidiária A e as vendas entre a subsidiária A e a subsidiária C, terão também de ser anuladas para efeito de elaboração das demonstrações financeiras consolidadas. Depois de analisada a natureza de todas as transações intragrupo, verifica-se que: as vendas da empresa-mãe para a subsidiária A são incluídos os AFT, mercadorias, produtos acabados e proveitos suplementares. Os AFT adquiridos pela subsidiária A à empresa mãe são contabilizados na conta 71, por se tratar de uma venda de mercadorias para a empresa-mãe e uma compra de AFT para a Subsidiária A. As prestações de serviço entre as empresas são registadas na conta 78 – Outros rendimentos e ganhos, porque são reconhecidos como proveitos suplementares. No que diz respeito às vendas entre as duas subsidiárias, só há vendas de mercadorias e as mesmas também terão de ser anuladas. O valor da anulação das vendas é feito pelo valor total da venda (Apêndice 4.2. - e).

37

Tabela 17: Anulação de vendas entre a empresa-mãe e a subsidiária A, realizadas em 2015

Descrição Débito Crédito Valor

Anulação Ativos Fixos Tangíveis 71 43 311.390,64 €

Anulação Mercadorias 71 61 735.550,76 €

Anulação Produto Acabado 71 61 891.777,31 €

Anulação Proveitos Suplementares 78 62 612.835,05 €

Anulação Proveitos Suplementares 78 61 19.200,00 €

Fonte: Elaboração Própria

Tabela 18: Anulação de vendas entre a subsidiária A e subsidiária C, realizadas em 2015

Descrição Débito Crédito Valor

Anulação Mercadorias 71 61 672.654,63 €

Fonte: Elaboração Própria

Os AFT alienados pela empresa mãe à subsidiária A e anulados anteriormente na sua totalidade são agora registados ao preço de custo. Desta forma na conta referente aos AFT é anulada a margem da venda (Apêndice 4.1 e 4.2. - e).

Tabela 19: Registo AFT ao preço de custo Subsidiária A

Descrição Débito Crédito Valor

Registo AFT 43 61 227.478,74 €

Fonte: Elaboração Própria

Uma vez que o método de consolidação utilizado pela empresa em estudo é o método integral as dívidas entre a empresa-mãe e a subsidiária A devem ser anuladas na totalidade. No quadro seguinte são apresentados os movimentos contabilísticos e respetivos valores, por forma a proceder à anulação das contas clientes e de fornecedores de ambas as empresas. Uma vez que a empresa-mãe é fornecedora da subsidiária A é necessário proceder à anulação dos respetivos saldos. O valor correspondente a diferenças de câmbio desfavoráveis diz respeito a valores presentes na conciliação bancária, relativos a pagamentos à empresa-mãe que à data ainda não tinham sido efetuados pela banca angolana (Apêndice 4.1 e 4.2. - d).

38

Tabela 20: Anulação de saldos das dívidas clientes/fornecedores entre empresa-mãe e subsidiária A

Descrição Débito Crédito Valor

Anulação Saldo Clientes 211 3.204.659,74 €

Anulação Saldo Fornecedores 221 3.203.114,72 €

Diferenças de Câmbio Desfavoráveis 6928 1.545,02 €

Fonte: Elaboração Própria

O mesmo acontece entre as subsidiárias: a subsidiária A fornece material à subsidiária C e, para efeitos de consolidação, é necessário proceder à anulação dos saldos de clientes e fornecedores de ambas as subsidiárias.

Tabela 21: Anulação de saldos das dívidas clientes/fornecedores entre subsidiária A e subsidiária C

Descrição Débito Crédito Valor

Anulação Saldo Clientes 211 1.112.403,99 €

Anulação Saldo Fornecedores 221 1.112.403,99 €

Fonte: Elaboração Própria

Depois da anulação da margem nos AFT e dos saldos de clientes e fornecedores, é também necessário anular a margem de lucro incluída no inventário final na subsidiária A e na subsidiária C, ou seja, anulação de ganhos não realizados incluídos nos inventários adquiridos intragrupo. Uma vez que nas suas vendas, são utilizadas margens diferentes em diversos artigos, o cálculo foi efetuado admitindo margens médias. (Apêndice 4.1 e 4.2. - j).

Tabela 22: Anulação de ganhos não realizados incluídos nos inventários da Subsidiária A

Descrição Débito Crédito Valor

Anulação da margem incluída no inventário referente a

vendas do período 61 340.641,32 €

Anulação da margem incluída no inventário referente a

períodos anteriores 56 317.543,56 €

Anulação da margem acumulada incluída no inventário 32/33 658.184,88 €

39

Tabela 23: Anulação de ganhos não realizados incluídos nos inventários da Subsidiária C

Descrição Débito Crédito Valor

Anulação da margem incluída no inventário referente a

vendas do período 61 26.738,77 €

Anulação da margem incluída no inventário referente a

períodos anteriores 56 32.718,88 €

Anulação da margem incluída no inventário referente a

períodos anteriores - Efeito nos INC INC 16.334,91 €

Anulação da margem acumulada incluída no inventário 32/33 75.792,56 €

Fonte: Elaboração Própria

Uma vez que a subsidiária C não é detida na totalidade, e que a anulação de ganhos não realizados nos inventários tem influência quer demonstração dos resultados, quer no balanço, é necessário calcular o efeito que a eliminação destas operações tem no resultado líquido do período atribuível aos INC. O valor referente à anulação da margem de vendas do período é de 26.738,77€, sendo a percentagem correspondente aos INC de 33,3€%, o valor correspondente é de 8.904,01€. No que se refere à anulação da margem contida nos inventários respeitante aos períodos anteriores, é necessário repartir o efeito pelo grupo (através da rubrica 56) e pelos Interesses que não controlam.

Outra regularização a fazer na eliminação das operações intragrupo, é a especialização dos exercícios, dos valores referentes a outros débitos feitos pela empresa-mãe à subsidiária A, valores estes referentes a serviços prestados durante o ano 2015 mas apenas debitados em 2016 (Apêndice 4.1. e 4.2. - g)

Tabela 24: Especialização outras débitos Subsidiária A

Descrição Débito Crédito Valor

Especialização na subsidiária A 27 62 44.524,55 €

Especialização na empresa-mãe 78 27 44.524,55 €

Fonte: Elaboração Própria

O movimento contabilístico referente à tabela 25 é a anulação de uma dívida de um cliente da empresa-mãe que efetuou o pagamento à subsidiária A. Uma vez que agora a dívida passou a ser entre ambas as empresas, esta deve ser anulada para efeitos das DFC. Os movimentos geraram diferenças de câmbio negativas, que também foram registadas (Apêndice 4.1 e 4.2. - i)

40

Tabela 25: Anulação dívida interna - Subsidiária A

Descrição Débito Crédito Valor

Anulação na subsidiária A 27 1.377.068,80 €

Anulação na empresa-mãe 21 1.566.475,51 €

Diferenças de câmbio 69 189.406,71 €

Fonte: Elaboração Própria

Depois de cumprir com todos os procedimentos de pré-consolidação e de consolidação, apuramos os valores referentes às demonstrações financeiras consolidadas do grupo em estudo, de acordo com o apêndice 5.

Documentos relacionados