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3. Análise da população alvo/utentes

3.4 Recrutamento da população alvo

A área geodemografia de intervenção de cada UCC, deverá corresponder à área geográfica do (s) respetivo (s) CS, podendo, no entanto, subdividir-se em áreas geográficas mais pequenas, de acordo com as problemáticas territoriais, a dimensão da população, bem como, as suas necessidades de saúde e sociais (densidade populacional, acessibilidades, problemas sociais e de saúde identificados, índice de envelhecimento, entre outros) e a dispersão geográfica da área de intervenção. Assim, a população abrangida por esta unidade funcional corresponde à população residente, estudante e trabalhadora da sua área de influência. Deste modo, são candidatos aos cuidados prestados pela UCC toda a população residente no concelho de Alandroal.

A UCC presta cuidados de saúde e apoio psicológico e social de âmbito domiciliário e comunitário, especialmente às pessoas, famílias e grupos mais vulneráveis, em situação de maior risco ou dependência física e funcional ou doença que requeira acompanhamento próximo, e atua ainda na educação para a saúde, na integração em redes de apoio à família e na implementação de unidades móveis de intervenção, garantindo a continuidade e qualidade dos cuidados prestados.

Nesta perspetiva as atividades, projetos ou programas, que integram a carteira de serviços da UCC, devem ser dirigidas para a seguinte população:

 Comunidade escolar do concelho com programas no âmbito da proteção e promoção de Saúde e prevenção da doença na comunidade, tal como o Programa Nacional de Saúde Escolar;

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 Pessoas, famílias e grupos com maior vulnerabilidade e sujeitos a fatores de exclusão social ou cultural, pobreza económica, de valores ou de competências, violência ou negligência, através de projetos de intervenção como seja o acompanhar utentes e famílias de maior risco e vulnerabilidade; cooperar com outras unidades funcionais no tocante a ações dirigidas aos utentes, às suas famílias e à comunidade, nomeadamente na implementação de programas de intervenção especial com recurso a unidades móveis e na criação de redes de apoio às famílias; promover, organizar e participar na formação técnica externa, designadamente nas áreas de apoio domiciliário e familiar, bem como no voluntariado;

 Famílias com deficientes recursos socioeconómicos através da participação em atividades inerentes à Rede social nomeadamente vigilância de saúde e acompanhamento social;

 Crianças do programa de Intervenção Precoce;

 Indivíduos dependentes e famílias/cuidadores, no âmbito da RNCCI através dos cuidados domiciliários médicos e de enfermagem, de natureza preventiva, curativa, reabilitadora e ações paliativas, cuidados de reabilitação física; apoio psicológico, social e ocupacional envolvendo os familiares e outros prestadores de cuidados e educação para a saúde dos doentes, familiares e cuidadores informais;

 Toda a população ao longo do ciclo de vida através de projetos de promoção de estilos de vida saudável com intervenções a nível de programas de saúde já existentes ou que venham a existir, em parceria com outras instituições que podem ajudar na aquisição de hábitos de saúde saudáveis.

O plano de ação da UCC do concelho de Alandroal pretende precisamente definir a população alvo dos programas da sua carteira de serviços tendo bem definido os seus critérios de recrutamento e referenciação, nomeadamente:

Rede social – visa contribuir para a erradicação da pobreza e da exclusão social que atingem em particular grupos de população mais vulnerável, destacando-se as pessoas idosas, as pessoas com deficiências e os outros imigrantes, havendo necessidade de ter em especial atenção as estratégias de intervenção para estes grupos alvo. Um trabalho de parceria alargada abarcando vários atores sociais de diferentes naturezas e áreas de intervenção (Decreto-Lei nº 115/2006 de 14 de Junho).

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Rendimento Social de Inserção (RSI) – destina-se a pessoas ou famílias que necessitam de apoio para melhor integração social e profissional, em situação de carência económica grave, que cumpram as condições de atribuição.

Apenas têm acesso ao RSI, os agregados familiares cujo património sejam, cada um deles, superior a 60 vezes o valor do Indexante dos Apoios Socias (IAS) cujo montante cifra-se em 419,22euros. Para tal o processo obedece aos seguintes requisitos: a) ter residência legal em Portugal; b) Residir em Portugal há pelo menos três anos, salvo se se tratar de cidadãos estrangeiros pertencentes a países que integram a União Europeia, ou Espaço Europeu (Liechtenstein, Noruega e Islândia) e Suíça, que não se encontrem a exercer atividade em Portugal e a descontar para o sistema português; c) estar em situação de carência económica grave; d) ter 18 anos ou mais exceto se estiver grávida, for casado ou viver em união de facto há mais de 2 anos, tiver menores a cargo (que dependam exclusivamente do agregado familiar) e as pessoas com idade inferior a 18 anos desde que se encontrem em situação de autonomia económica; e) estar inscrito no Centro de Emprego da área onde mora, se estiver desempregado e apto para trabalhar; f) fornecer à Segurança Social os documentos necessários para verificar a sua situação económica g) comprometer-se (assinando um acordo) a cumprir o Programa de Inserção ou se estiver previamente inscrito no Centro de Emprego a assinar e cumprir o seu Plano Pessoal de Emprego; h) ter decorrido o período de um ano após a cessação de contrato de trabalho sem justa causa por iniciativa do requerente; i) Não se encontrar em prisão preventiva ou a cumprir pena de prisão em estabelecimento prisional ou institucionalizado em equipamentos financiados pelo estado.

Intervenção precoce – A intervenção precoce na infância definida como o conjunto de medidas de apoio integrado centrado na criança e na família, incluindo ações de natureza preventiva e reabilitativa, designadamente no âmbito da educação, da saúde e da ação social. Dirige-se essencialmente a crianças entre os 0 e 6 anos, com alterações nas funções ou estruturas do corpo que limitam a participação nas atividades típicas para a respetiva idade e contexto social ou com risco grave de atraso de desenvolvimento, bem como as suas famílias. A referenciação das crianças é feita às equipas de intervenção precoce, designadamente por solicitação da família, por profissionais da saúde, da educação e da ação social, bem como por profissionais de outros serviços ou de instituições particulares da segurança social através da informação sobre situação da criança e outra tida por conveniente. A seleção dos casos para apoio e intervenção precoce

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é feito pelas equipas de intervenção direta com base na avaliação da criança efetuada nos centros de desenvolvimento, consultas de desenvolvimento ou noutras estruturas especializadas em desenvolvimento, e de acordo com os critérios de elegibilidade a definir pelas equipas de coordenação (Despacho conjunto nº 891/99 DR Nº 244, II série de 19/10/99 Pág. 15566)

ECCI - A ECCI é uma equipa multidisciplinar da responsabilidade dos CSP e das entidades de apoio social, para a prestação de serviços domiciliários, decorrentes da avaliação integral, de cuidados médicos, de enfermagem, de reabilitação e de apoio social, ou outros, a pessoas em situação de dependência funcional, doença terminal, ou em processo de convalescença, com rede de suporte social, cuja situação não requer internamento mas que não podem deslocar-se de forma autónoma (cf. Artigo 27.º do DL 101/2006, de 6 de Junho). A população alvo com critérios de admissão são todas as pessoas com perda de autonomia, portadores de diversos tipos e níveis de dependência, que necessitem de intervenções sequenciais de saúde e apoio social, designadamente: pessoas com dependência funcional; pessoas idosas com critérios de fragilidade; pessoas com doenças crónicas evolutivas e dependência funcional grave por doença física progressiva ou permanente e pessoas que sofrem de uma doença em situação terminal. Reúnem ainda critérios de admissão pessoas com critérios para inclusão numa das unidades de internamento da rede que recusem o mesmo; pessoas com alta de uma unidade de internamento da rede, que necessitem da continuidade de cuidados; pessoas com alta hospitalar, que necessitem de continuidade de cuidados mas não reúnam critérios de inclusão nas unidades de internamento da rede, cuidadores informais que necessitem de treino e residentes temporários com inscrição esporádica no C.S. que respeitem um dos critérios anteriores.

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