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de Vida no Trabalho (EAA_QVT)”

Passo 4: Redação da Política de QVT

Algumas premissas devem nortear a formulação da política de QVT, de caráter sustentável, ancorada no ponto de vista dos trabalhadores. Elas são as seguintes:

A política de QVT deve ser fundamentada em dados empíricos que se

apoiam em resultados de diagnóstico de QVT, feito com rigor e regras científicas.

A política de QVT deve ser referenciada na participação efetiva do

coletivo de trabalhadores (no caso do setor público, por exemplo, servidores, terceirizados, estagiários), validando a sua versão final.

4 No caso brasileiro, uma política de QVT no setor público federal deve se referenciar, por exemplo, à política de recursos humanos da Secretaria de Recursos Humanos do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão (MPOG) que estabelece (grifos nossos): “Propor políticas e mecanismos que garantam a democratização das relações de trabalho na administração pública federal visando possibilitar a valorização do servidor e o cumprimento dos princípios da eficiência e eficácia no serviço público federal.”

Qualidade de Vida no Trabalho.

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rabalhador es . FERREIRA , Mário César . E diç ões LP A , Br asília, DF: 2011

Definições: Conceito de QVT, Princípios, Diretrizes

Do ponto do conteúdo, a redação da política deve, minimamente, contemplar o conceito de QVT adotado, os princípios condutores e as diretrizes norteadoras da promoção da QVT na organização. Vejamos, alguns exemplos, de cada um destes elementos, tendo como referência os resultados de intervenções em QVT no âmbito de organizações públicas brasileiras.

Exemplo de Concepção de QVT

A Qualidade de Vida no Trabalho (QVT) no [órgão] é um preceito de

gestão organizacional que prima pela compatibilidade entre bem-estar dos servidores, estagiários e terceirizados, o desempenho fun-cional e a missão institufun-cional.

Exemplo de Princípios de QVT

As ações em Qualidade de Vida no Trabalho (QVT) são, ao mesmo

tempo, uma responsabilidade institucional e uma tarefa de todos.

O modelo de gestão organizacional deve primar pela compatibilidade

entre bem-estar dos servidores, desempenho funcional e missão ins-titucional.

Exemplo de Diretrizes de QVT

As ações em QVT se fundamentam nas premissas de

responsabilida-de institucional, responsabilidaresponsabilida-de social, responsabilida-de comprometimento responsabilida-de dirigentes em todos níveis hierárquicos, de parcerias intersetoriais e da participação efetiva dos servidores.

A disseminação de uma cultura organizacional do bem-estar

coleti-vo deve ser ancorada em pressupostos da prevenção de riscos para a saúde, segurança e conforto dos servidores, do desenvolvimento do funcionalismo e da valorização da função pública como vetor de cidadania.

O desenvolvimento de uma política de comunicação interna deve

proporcionar a alavancagem das ações de QVT, fortalecendo os ca-nais existentes, criando caca-nais alternativos, incrementando a integra-ção dos servidores e disseminando informações que propiciem um clima organizacional centrado em valores de Qualidade de Vida no Trabalho.

As concepções e as práticas de gestão organizacional devem primar

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saúde, a segurança e o conforto dos servidores, bem como convivên-cias de bem-estar e relações harmoniosas com os usuários-cidadãos.

As concepções e as práticas de gestão do trabalho devem se orientar

pelo exercício responsável da autonomia, cooperação, flexibilização do processo de trabalho e valorização de competências dos servido-res.

O planejamento de tarefas, os critérios de produtividade e a

avalia-ção de desempenho dos servidores devem ser concebidos em sinto-nia com a política de QVT do órgão.

A disponibilização de suporte organizacional aos servidores deve

pautar-se por uma adequabilidade dos meios de trabalho que bus-que a compatibilidade entre as exigências do trabalho, as caracterís-ticas dos ambientes e as necessidades/ expectativas de servidores e cidadãos-usuários, contemplando, inclusive, as pessoas com necessi-dades especiais.

A política de educação corporativa, em especial todas as iniciativas

de desenvolvimento de competências individuais e coletivas, devem ser compatíveis com a concepção e as diretrizes de “Qualidade de Vida no Trabalho (QVT)” do órgão.

O monitoramento da incidência de doenças e a prevenção de riscos

à saúde e à segurança de servidores devem se apoiar em pesqui-sas fidedignas, ações de controle médico e psicossocial – com ênfase na realização sistemática de “Exames Médicos Periódicos EMP” – e ações de engenharia de segurança do trabalho no âmbito dos riscos físico-ambientais.

As ações complementares de natureza assistencial, voltadas para

atividades de combate à fadiga ou atenuação do desgaste provenien-te do ambienprovenien-te de trabalho, devem ser consideradas nos programas de QVT.

A implementação de ações de Qualidade de Vida no Trabalho (QVT)

deve abranger toda a comunidade de trabalhadores, incluindo tra-balhadores terceirizados, estagiários e aprendizes, em parceria com as empresas contratadas, com base nos princípios de eqüidade, co-responsabilidade e na legislação vigente.

Pré-Validação: Gestores e Equipe Multiprofissional

Uma vez formulada à política, buscando colocá-la em fina sinto- nia com os principais resultados da etapa de diagnósticos, é muito

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importante submetê-la ao crivo avaliativo de dirigentes, gestores e equipe multiprofissional. O objetivo é realizar uma pré-validação de conteúdo e forma, antes de submetê-la à validação do público-alvo. Os eventuais ajustes devem ser focados no alinhamento, por exemplo, entre as diretrizes e os parâmetros legais (que podem ser impeditivos). Não se trata, portanto, de mudar resultados de diagnóstico mas contextualizá-los e enquadrá-los dentro dos marcos legais e institucionais permitidos. A condução da pré-validação deve ser objeto de planejamento e de preparação dos responsáveis que irão conduzi-la.

Validação da Política de QVT com o Público-Alvo

A participação do público-alvo na validação é crucial para o sucesso da política. É o momento em que os participantes poderão constatar se os principais resultados dos diagnósticos alimentaram a redação da política, se os problemas principais estão sendo objeto, por exemplo, de princípios e diretrizes. Os modos de se realizar esta validação são diversos. Duas modalidades, a título de exemplo, podem ser úteis e implementadas em conjunto ou separadas:

Realização de oficinas de validação: Elas devem ser planejadas e,

so-bretudo, escolher dinâmicas que permitam uma efetiva participação dos interessados e com grupos representativos dos extratos que com-põem o público-alvo (ex. participantes tanto da “área meio” quanto da “área fim”).

Divulgação da política: A disponibilização do texto da política na

in-tranet da organização para consulta pública e sugestões do público-alvo, durante um período de tempo pré-definido (1 a 2 semanas). Nesse caso, o trabalho de divulgação é crucial na medida em que ele pode contribuir para aumentar o número de participantes na consul-ta.

Sejam quais forem as formas de consulta empregadas no trabalho de validação, o produto que ela gera precisa ser tratado criteriosamente: ordenando, categorizando, hierarquizando e tematizando as contribuições visando aprimorar o conteúdo da política. O cuidado principal que se deve ter nesta atividade de validação é evitar que a política de QVT se descole dos resultados e das mensagens principais dos diagnósticos feitos. Não é hora, por exemplo, de inserir demanda nova de QVT ou de agregar complementos que destoam do ponto de vista coletivo expresso nos diagnósticos. A aprovação final pelos dirigentes é fundamental para agregar maior compromisso na implementação da política.

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rabalhador es . FERREIRA , Mário César . E diç ões LP A , Br asília, DF: 2011 Divulgação de Política de QVT

Feito o trabalho de incorporação das mudanças necessárias, resultantes dos procedimentos de validação, a versão final da política de QVT deve ser objeto de divulgação a mais ampla possível na organização. Tal divulgação pode ser feita por meio: da realização de palestras; da elaboração de folders, cartilhas, jornal institucional, banners; da produção de vídeos; de mídias eletrônicas a serem veiculadas nos meios de comunicação organizacional disponíveis. Entre as medidas de divulgação é muito importante disponibilizar na intranet uma versão completa da política no formato, por exemplo, de arquivo pdf. Em todas as modalidades de comunicação utilizadas é recomendável disponibilizar um e-mail (ou algo equivalente) para que todos possam entrar em contato para tirar dúvidas, fazer comentários e sugestões. A divulgação, planejada e bem feita da política, produz três importantes efeitos que merecem ser repetidos:

Responde às expectativas iniciais do público-alvo quando do trabalho

de sensibilização, confirmando que o diálogo proposto pelos dirigen-tes e gestores foi pra valer.

Promove Qualidade de Vida no Trabalho, pois os participantes do

diagnóstico macro-ergonômico tomam consciência de que sua parti-cipação não foi em vão e que sua liberdade de expressão foi respeita-da e considerarespeita-da na formulação respeita-da política de QVT.

Fortalece uma cultura da participação em diagnósticos futuros,

redu-zindo a resistência de envolvimento em atividades focadas em Quali-dade de Vida no Trabalho (QVT).

Formalização de Política de QVT

Para que a política tenha o estatuto de “política de Estado”, tal qual a analogia feita anteriormente, é absolutamente estratégico que ela tenha uma “linhagem” institucionalizada e seja objeto de formalização (ex. portarias, resolução) por meio de ato jurídico-administrativo. Isto torna a política mais protegida das “intempéries” que costumam assolar as organizações, comprometendo a continuidade sustentável de projetos e ações de Qualidade de Vida no Trabalho (QVT).

Eis, portanto, as respostas à pergunta que orientou esse tópico do capítulo concernente ao conteúdo da etapa de formulação da política de Qualidade de Vida no Trabalho.

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7.5 – Etapa 3: A Formulação do Programa de Qualidade de Vida no Trabalho

Com esta etapa, finalmente, se conclui o trajeto metodológico que caracteriza a nossa abordagem de promoção de QVT. A elaboração do programa deve explicitar as ações concretas em Qualidade de Vida no Trabalho que serão executadas e que, por seu turno, devem estar em sintonia com os resultados obtidos na etapa de diagnóstico e com o conteúdo da política de QVT, formulada e aprovada.

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