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Como se refletiu a ENED nas práticas desenvolvidas pelas entidades subscritoras? & 5.3 Como é que as atividades desenvolvidas pelas ESPA no âmbito da ENED se relacionaram com

4.Em que medida a ENED contribuiu para a apropriação da ED pelas entidades promotoras?

5. Como foi incorporada a ENED nas práticas das entidades subscritoras do Plano de Ação da ENED

5.2. Como se refletiu a ENED nas práticas desenvolvidas pelas entidades subscritoras? & 5.3 Como é que as atividades desenvolvidas pelas ESPA no âmbito da ENED se relacionaram com

as suas restantes atividades?

A referência às práticas desenvolvidas no âmbito da ENED e à relação com as restantes atividades parece ter sido, maioritariamente, feita em conjunto. Isto é, as práticas da ENED foram levadas a cabo em articulação ou através de ações já existentes nas ESPA37, o que entendemos como positivo, e mais raramente, através de iniciativas próprias para o efeito, o que teria sido igualmente desejável.

Por outro lado, é visível no discurso das ESPA auscultadas a distinção entre dinamizar ações de ED que se inscrevam em tipologias de atividades da ENED e dinamizar ações sobre a ENED, o que também é importante para perceber o que é entendido por “implementação” ou “concretização” desta Estratégia. Efetivamente, vários atores salientam que não integraram o assunto ENED nas ações desenvolvidas, enquanto conteúdo próprio, mas este foi tido em consideração, como documento e visão orientadora das mesmas, a par com outros marcos da organização (ex. políticas e agendas da especialidade; documentação internacional). Em ligação com este aspeto, constata-se que, quando perguntados acerca das ações desenvolvidas no âmbito da ENED, frequentemente, os atores destacaram ações de ED, sem que fosse explicitado ou percetível como estas foram articuladas com a ENED. Este aspeto pode indiciar a necessidade de explorar melhor os modos de integração da ENED na realidade das ESPA, mas igualmente reforçar a constatação de que a ENED e o seu objeto são indissociáveis. A ENED não existe num “vazio”, como finalidade em si mesma, mas sempre por referência ao seu objeto – neste caso, a ED em articulação com “outras educações para...”. Se a ENED é indissociável da ED, a referência formal à ENED, o “falar sobre” pode ser importante, mas não significa o cumprimento das suas finalidades.

Foram identificados diversos tipos de práticas implementadas no âmbito da ENED pelas ESPA em questão. Como acima notámos, estas parecem ter acontecido na maioria dos casos em relação com as atividades que as ESPA já faziam. Estas serão aqui indicadas, independentemente de terem sido mais ou menos mencionadas, pelas pistas importantes que trazem para perceber o que terá sido o papel das ESPA na ENED, a sua apropriação “real”, e tomá-las em consideração na possível continuidade desta Estratégia.

Assim, foram descritas as seguintes práticas ou formas de apropriação da ENED: i) integração da ENED em iniciativas que as ESPA já dinamizavam ou em que participavam, e em que exista proximidade ao nível dos conteúdos, objetivos ou princípios; ii) discussão de questões alusivas

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57 à ENED em encontros e reuniões de trabalho com as entidades associadas. Em geral, tal parece ter acontecido de modo integrado na rotina das entidades, em momentos já existentes; iii) adoção da ENED como documentação de orientação das ESPA, que é mobilizada a par com outras políticas ou agendas da especialidade a que as entidades têm de dar cumprimento (ex. planos nacionais, orientações internacionais). Várias entidades referem este aspeto, indiciando que a articulação entre a ENED e tais políticas é um passo fundamental na concretização dos compromissos das entidades subscritoras; v) referência à criação ou adaptação de materiais pedagógicos (ex. guiões de formação) através da ENED. Estes materiais contêm um potencial de transferência, sendo por isso também enquadráveis na questão 5.4.

No que diz respeito a práticas motivadas especificamente pela ENED, destacamos: i) a participação em reuniões de ESPA, previstas pelas estruturas de acompanhamento da ENED; ii) a participação em atividades transversais da ENED, tais como, jornadas e fóruns de ED. Estas atividades são valorizadas pelos atores auscultados. Na maioria dos casos, a participação nas mesmas deu-se na qualidade de “participante regular”, e com menor frequência, integrando a organização do evento ou sendo responsável por algum momento de agenda do mesmo (ex. partilhar a experiência da entidade, dinamizar uma sessão de trabalho). Estes dados são consistentes com os encontrados na análise dos relatórios destas atividades (cf. anexo 3.2), onde se constatou reduzido envolvimento das ESPA; iii) análise e emissão de parecer a documentos criados a partir da ENED (ex. Referencial de ED); e iv) criação ou integração de grupos de trabalho em ED, inexistentes antes da ENED, cuja descrição é feita na subquestão 5.4., dado o que representam para a extensão da ENED às redes das ESPA.

Em termos práticos, salvaguardadas algumas exceções de que se dão conta em vários momentos deste texto, mais do que um objetivo ou conteúdo a cumprir por si mesma, a ENED parece ter sido entendida sobretudo como um veículo/instrumento através do qual as ESPA fizeram cumprir aspetos diretamente ligados às suas preocupações e às “educações para...” em que atuam. Talvez pela proximidade entre as temáticas que trabalham e a ENED, diversas ESPA reconhecem o contributo da ENED mais ao nível da clarificação, consolidação ou enquadramento dos conceitos, que a participação na Estratégia estimulou e que é visto como importante em si mesmo, mais do que a promoção de uma inovação forte. Esta é uma constatação a que damos destaque sem querer significar que a inovação seria mais desejável ou expectável do que a continuidade (no sentido que foi descrito na subquestão 5.1). Parece- nos, contudo, importante para perceber o balanço que as ESPA fazem do processo ENED.

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5.4. Em que medida as entidades subscritoras contribuíram para a extensão da ENED a

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