• Nenhum resultado encontrado

Num documento recente, Schleicher (2015b) apresenta um conjunto de competências referidas em estudos empíricos como características da exce- lência na profissão docente. Se tivesse conhecido essa lista de competências antes de decidir seguir uma carreira docente, teria, com certeza, desistido de tal ideia. Um bom professor, deve ter, não só um sólido conhecimento das matérias que ensina, mas também um amplo conhecimento pedagógico; sensibilidade para a diversidade e a autonomia de cada aluno; agilidade para suscitar desafios de desenvolvimento pessoal cativantes; habilidade para mos- trar um vivo interesse pelas aprendizagens de cada aluno; fortes competên- cias no âmbito da comunicação, da organização pessoal, de gestão de aula, de resolução de problemas, de trabalho em equipa, de investigação, etc.

Após a frequência deste mestrado fiquei com maior consciência das mi- nhas limitações, mas também das possibilidades ao meu alcance para poder desenvolver as competências necessárias para desempenhar, de modo cada vez mais eficaz, a profissão docente. O conhecimento de alguns estudos na área da educação em ciências, abriu-me um horizonte mais extenso de práti- cas que se têm mostrado fecundas para o desenvolvimento das aprendizagens dos alunos. A possibilidade de explorar uma temática específica num traba- lho de cariz investigativo, mostrou-me como identificar dificuldades e estra- tégias dos alunos, que ajudem orientar as práticas de ensino e corresponder às necessidades e características de cada um. Os comentários e sugestões dos professores que assistiram às minhas intervenções, foram essenciais para

tomar consciência de aspetos concretos a corrigir, aos quais de outro modo não teria dado a devida importância. O apoio e a supervisão dos professores orientadores e do professor cooperante, estimulou o uso de estratégias com as quais tinha pouca familiaridade, ajudando a ultrapassar obstáculos e a encontrar formas de minimizar os efeitos adversos da inexperiência.

Quando está em jogo o desenvolvimento pessoal dos alunos que lhe são confiados, o professor não se sente confortável para experimentar sozinho novas práticas nas quais não possui experiência. Embora conhecendo indire- tamente as evidências da sua eficácia, a falta de experiência pode inibir o uso de práticas inovadoras. A suspeita de que uma má implementação possa ter efeitos adversos no desenvolvimento dos alunos, conduz à preferência pelas estratégias que já pôs em prática com bons resultados, ainda que conheça a existência de outras que poderiam ser melhores. O apoio de peritos ou pa- res mais experimentados facilita a introdução de novas estratégias de ensino (Gilbert, 2010) e o mestrado foi, sem dúvida, uma ocasião privilegiada para o fazer.

Quais os aspetos em que notei uma maior necessidade de desenvolvimento pessoal e profissional? Consciente de que se trata de uma lista redutora, pois tenho muitos pontos a melhorar, destacaria três. Uma melhor perceção das dinâmicas da aula, que permita perceber mais rapidamente o envolvimento de cada aluno nas tarefas e as necessidades específicas de cada um. Um con- trolo mais estrito dos objetivos definidos previamente, conseguindo simulta- neamente aproveitar pontos de interesse não antecipados, sem perder o rumo previsto. Em terceiro lugar, uma gestão mais eficaz das discussões coletivas, sabendo aproveitar e estimular as contribuições de cada aluno, evitando ex- pressar as conclusões às quais os alunos conseguem chegar autonomamente.

Relativamente ao futuro, e tendo em conta os resultados obtidos no âm- bito da intervenção que foi objeto deste trabalho, gostaria de rever a forma como são abordadas as unidades didáticas das Ciências Físico-Químicas e procurar pôr em prática estratégias que tornem mais patentes as evidências que estão na origem dos conceitos abordados. Gostaria também, no âm- bito da Química, de construir um plano de aprendizagem que facilitasse a compreensão gradual do modelo corpuscular e das suas manifestações ma- croscópicas, logo desde o início do estudo dos «materiais». Por último, no

7.◦ ano, gostaria de introduzir a unidade didática sobre a energia, antes de falar sobre transformações físicas e químicas, porque me parece que a com- preensão daquele conceito facilitará as restantes aprendizagens no domínio da Química.

No final do percurso, não é fácil resumir as aprendizagens proporcionadas pela frequência do mestrado em ensino. Fazendo um esforço de reflexão para identificar três que considero mais significativas, numa primeira aproxima- ção, poderei talvez indicar as seguintes: que cada aluno é diferente e tem capacidades que o professor pode ajudar a desenvolver criando ambientes de aprendizagem adequados; que a melhoria do desempenho da profissão do- cente é resultado de uma construção social que, tal como as aprendizagens dos alunos, requer um desenvolvimento pessoal contínuo tanto através do estudo pessoal como através da interação com pares mais experimentados; e que um conhecimento profundo dos modelos e teorias científicas que enqua- dram os conteúdos curriculares, tem de fundamentar qualquer boa prática pedagógica.

Voltando à afirmação inicial sobre as exigências da profissão docente, atrevo-me a expressar o desejo de que Deus me ajude a abandoná-la ime- diatamente se não a souber desempenhar adequadamente, quer por me dar conta dessa situação, quer por colocar ao meu lado pessoas com a suficiente confiança e firmeza para mo dizerem.

Referências

Adey, P., & Serret, N. (2010). Science teaching and cognitive acceleration. In J. Osborne & J. Dillon (Eds.), Good practice in science teaching: what research has to say (pp. 82–107). New York, NY: Open University Press.

Afonso, N. (2005). Investigação naturalista em educação: um guia prático e crítico. Lisboa: Edições ASA.

American Association for the Advancement of Science. (2016). AAAS science assessment. Washington, DC. Retirado de http://assessment.aaas.org Artigas, M. (1999). Filosofía de la ciencia. Barañáin: EUNSA.

Atkins, P. W. (1990). Physical chemistry (5th ed.). Oxford: Oxford University Press.

Atkins, P. W., & Jones, L. (2010). Chemical principles: the quest for insight (5th ed.). New York, NY: W.H. Freeman.

Belin, C. (2014). Deduction. In W. F. McComas (Ed.), The language of sci- ence education: an expanded glossary of key terms and concepts in sci- ence teaching and learning (p. 31). Boston: Sense Publishers.

Berland, L. K., & McNeill, K. L. (2010). A learning progression for scientific argumentation: understanding student work and designing supportive instructional contexts. Science Education, (94), 765–793.

Berland, L. K., & Reiser, B. J. (2011). Classroom communities’ adaptations of the practice of scientific argumentation. Science Education, (95), 191–216.

BIPM. (2006). Le système international d’unités. Paris: Bureau international des poids et mesures BIPM.

Bogdan, R., & Biklen, S. K. (1992). Qualitative research for education. Lon- don: Allyn e Bacon.

Burton, D., & Bartlett, S. (2005). Practitioner research for teachers. London: Paul Chapman.

Byrnes, J. P., & Dunbar, K. N. (2014). The nature and development of critical-analytic thinking. Educational Psychology Review, 26 (4), 477– 493.

Carvalho, C., & Conboy, J. (2013). Desenvolvimento cognitivo e da lingua- gem. In F. H. Veiga (Ed.), Psicologia da educação: teoria, investigação e aplicação – envolvimento dos alunos na escola (pp. 67–120). Lisboa: Climepsi.

Chalmers, A. F. (2009). The scientist’s atom and the philosopher’s stone: how science succeeded and philosophy failed to gain knowledge of atoms. New York, NY: Springer.

Chinn, C. A., & Brewer, W. F. (1993). The role of anomalous data in kno- wledge acquisition: a theoretical framework and implications for science instruction. Review of Educational Research, 63 (1), 1–49.

Chinn, C. A., & Brewer, W. F. (1998). An empirical test of a taxonomy of responses to anomalous data in science. Journal of Research in Science Teaching, 35 (6), 623–654.

Cohen, L., Manion, L., & Morrison, K. (2007). Research methods in education (6th ed.). London: Routledge.

Correia, M., & Freire, A. M. (2010). Práticas de avaliação de professores de ciências físico-químicas do ensino básico. Ciências & Educação, 16, 1– 15.

Cowie, B. (2012). Focusing on the classroom: assessment for learning. In B. J. Fraser, K. Tobin & C. J. McRobbie (Eds.), Second international handbook of science education (pp. 679–690). Dordrecht: Springer. Vocabulário Internacional de Metrologia (VIM). (2012). Lisboa: Instituto

Português da Qualidade (IPQ).

Csikszentmihalyi, M., & Hermanson, K. (1995). Intrinsic motivation in mu- seums: why does one want to learn? In J. H. Falk & L. D. Dierking (Eds.), Public institutions for personal learning: establishing a rese- arch agend (pp. 67–77). Washington, DC: American Association of Museums.

Driver, R., Newton, P., & Osborne, J. (2000). Establishing the norms of scientific argumentation in classrooms. Science Education, 84 (3), 287– 312.

Driver, R., Squires, A., Rushworth, P., & Wood-Robinson, V. (Eds.). (1994). Making sense of secondary science: research into children’s ideas. Lon- don: Routledge.

Erduran, S. (2008). Methodological foundations in the study of argumenta- tion in science classrooms. In S. Erduran & M. P. Jiménez-Aleixandre (Eds.), Argumentation in science education: perspectives from classroom- based research (pp. 47–69). Dordrecht: Springer.

Erickson, F. (1986). Qualitative methods in research on teaching. In M. C. Wittrock (Ed.), Handbook of research on teaching (pp. 119–161). New York, NY: Macmillan.

Evagorou, M., & Osborne, J. (2010). The role of language in the learning and teaching of science. In J. Osborne & J. Dillon (Eds.), Good practice in science teaching: what research has to say (pp. 135–157). New York, NY: Open University Press.

Fermi, E. (1973). Termodinâmica. Coimbra: Livraria Almedina.

Festas, I., & Castro, S. L. (2013). Aprendizagens em áreas de conhecimento: leitura, escrita, compreensão, composição, ciências, estudos sociais. In F. H. Veiga (Ed.), Psicologia da educação: teoria, investigação e apli- cação – envolvimento dos alunos na escola (pp. 395–444). Lisboa: Cli- mepsi.

Feynman, R. P., Leighton, R. B., & Sands, M. L. (2013). Mainly mechanics, radiation, and heat. The Feynman lectures on physics. Retirado de http: //www.feynmanlectures.info

Fiolhais, C., Ferreira, A. J., Constantino, B., Portela, C., Braguez, F., Ven- tura, G., . . . Rodrigues, S. (2013). Metas curriculares do 3.◦ ciclo do

ensino básico: Ciências Físico-Químicas. Lisboa: Ministério da Educa- ção.

Flick, U. (2005). Métodos qualitativos na investigação científica. Lisboa: Mo- nitor.

Ford, M. J. (2008). Disciplinary authority and accountability in scientific practice and learning. Science Education, 92 (3), 404–423.

Galvão, C., Neves, A., Freire, A. M., Sousa Lopes, A. M., Santos, M. C., Vilela, M. C., . . . Pereira, M. (2001). Ciências físicas e naturais: orien- tações curriculares, 3.◦ ciclo. Lisboa: Ministério da Educação.

García Hoz, V. (1969). La educación en el mundo actual. la actividad expre- siva. Revista Española de Pedagogía, 27 (107), 211–228.

García Hoz, V. (1977). Objetivos de aprendizaje y formacion mental. Revista Española de Pedagogía, 35 (135), 3–18.

Garcia-Mila, M., & Andersen, C. (2008). Cognitive foundations of learning argumentation. In S. Erduran & M. P. Jiménez-Aleixandre (Eds.), Ar- gumentation in science education: perspectives from classroom-based re- search (pp. 29–45). Dordrecht: Springer.

Gilbert, J. (2010). Supporting the development of effective science teachers. In J. Osborne & J. Dillon (Eds.), Good practice in science teaching: what research has to say (pp. 274–300). New York, NY: Open University Press.

Gillies, R. M. (2003). Structuring cooperative group work in classrooms. In- ternational Journal of Educational Research, 39, 35–49.

Haynes, W. M. (2016). CRC Handbook of chemistry and physics. London: Taylor & Francis. Retirado de http://www.hbcpnetbase.com

Henderson, J. B., MacPherson, A., Osborne, J., & Wild, A. (2015). Beyond construction: five arguments for the role and value of critique in learning science. International Journal of Science Education, 37 (10), 1668–1697. Housecroft, C. E., & Constable, C. E. (2006). Chemistry: an introduction to organic, inorganic and physical chemistry (3rd ed.). Harlow: Pearson Prentice-Hall.

Housecroft, C. E., & Sharpe, A. G. (2005). Inorganic chemistry (2nd ed.). Essex: Pearson.

IUPAC. (2013). IUPAC periodic table of the isotopes. Retirado de http : //www.ciaaw.org/pubs/Periodic_Table_Isotopes.pdf

IUPAC. (2014). IUPAC compendium of chemical terminology (gold book). Retirado de http://goldbook.iupac.org

Jiménez-Aleixandre, M. P. (2008). Designing argumentation learning envi- ronments. In S. Erduran & M. P. Jiménez-Aleixandre (Eds.), Argumen- tation in science education: perspectives from classroom-based research (pp. 91–115). Dordrecht: Springer.

Jiménez-Aleixandre, M. P., & Erduran, S. (2008). Argumentation in science education: an overview. In S. Erduran & M. P. Jiménez-Aleixandre (Eds.), Argumentation in science education: perspectives from classroom- based research (pp. 3–27). Dordrecht: Springer.

Justi, R., & Gilbert, J. (2006). The role of analog models in the understanding of the nature of models in chemistry. In P. J. Aubusson, A. G. Harrison & S. M. Ritchie (Eds.), Metaphor and analogy in science education (pp. 119–130). Dordrecht: Springer.

Kaye & Laby Online. (2005a). Tables of physical & chemical constants (16th edition 1995). 3.4.1 vapour pressure of ice at temperatures between −100 and 0◦C. version 1.0. Retirado de http://www.kayelaby.npl.co.uk

Kaye & Laby Online. (2005b). Tables of physical & chemical constants (16th edition 1995). 3.4.4 vapour pressures from 0.2 to 101.325 kpa. version 1.0. Retirado de http://www.kayelaby.npl.co.uk

Kaye & Laby Online. (2008). Tables of physical & chemical constants (16th edition 1995). 2.2.1 densities. version 1.1. Retirado de http://www. kayelaby.npl.co.uk

Kelly, G. J., Regev, J., & Prothero, W. (2008). Analysis of lines of rea- soning in written argumentation. In S. Erduran & M. P. Jiménez- Aleixandre (Eds.), Argumentation in science education: perspectives from classroom-based research (pp. 137–157). Dordrecht: Springer. Koshy, V. (2005). Action research for improving practice: a practical guide.

London: Paul Chapman Publishing.

Kuhn, D. (2010). Teaching and learning science as argument. Science Edu- cation, (94), 810–824.

Lawson, A. (2003). The nature and development of hypothetico-predictive ar- gumentation with implications for science teaching. International Jour- nal of Science Education, 25 (11), 1387–1408.

Malaca Casteleiro, J. (Ed.). (2001). Dicionário da língua portuguesa contem- porânea. Lisboa: Academia das Ciências de Lisboa e Editorial Verbo. Maloney, J., & Simon, S. (2006). Mapping children’s discussions of evidence in

science to assess collaboration and argumentation. International Jour- nal of Science Education, 28 (15), 1817–1841.

Mansour, N., & Wegerif, R. (2013). Why science education for diversity? In N. Mansour & R. Wegerif (Eds.), Science education for diversity: theory and practice (pp. ix–xx). Dordrecht: Springer.

Mayes, G. R. (2000). Resisting explanation. Argumentation, (14), 361–380. McKeon, M. W. (2013). On the rationale for distinguishing arguments from

explanations. Argumentation, (27), 283–303.

Merritt, J., & Krajcik, J. (2013). Learning progression developed to support students in building a particle model of matter. In G. Tsaparlis & H. Sevian (Eds.), Concepts of matter in science education (pp. 11–45). Dordrecht: Springer.

Miles, M. B., & Huberman, M. (1994). Qualitative data analysis: an expanded sourcebook. London: Sage Publications.

Millar, R. (2010). Practical work. In J. Osborne & J. Dillon (Eds.), Good practice in science teaching: what research has to say (pp. 108–134). New York, NY: Open University Press.

Ministério da Educação e Ciência. (2013). Despacho normativo n. 7/2013, de 31 de maio de 2013. Lisboa: Ministério da Educação e Ciência.

Mohrig, J. R., Hammond, C. N., & Schatz, P. F. (2010). Techniques in or- ganic chemistry (3rd ed.). New York, NY: W. H. Freeman.

Morrell, P. D., & Carroll, J. B. (2010). Conducting educational research: a primer for teachers and administrators. Rotterdam: Sense Publishers. National Research Council. (2007). Taking science to school: learning and

teaching science in grades K-8. Washington, DC: National Academies Press.

National Research Council. (2014). Developing assessments for the next gene- ration science standards. Washington, D.C.: National Academies Press. OECD. (2008). Encouraging student interest in science and technology stu-

dies. Paris: OECD Publishing.

OECD. (2013a). PISA 2012 assessment and analytical framework mathe- matics, reading, science, problem solving and financial literacy. Paris: OECD Publishing.

OECD. (2013b). PISA 2012 results: what students know and can do - student performance in mathematics, reading and science (Volume I). Paris: OECD Publishing.

OECD. (2015). Schooling redesigned: towards innovative learning systems. Educational research and innovation. Paris: OECD Publishing.

Ogborn, J. (2002). Ownership and transformation: teachers using curriculum innovation. Physics Education, 37, 142–146.

Oldroyd, D. R. (1986). The arch of knowledge: an introductory study of the history of the philosophy an methodology of science. New York, NY: Methuen.

Osborne, J., & Dillon, J. (2010). How science works: what is the nature of sci- entific reasoning and what do we know about students’ understanding? In J. Osborne & J. Dillon (Eds.), Good practice in science teaching: what research has to say (pp. 20–45). New York, NY: Open University Press.

Osborne, J., Erduran, S., & Simon, S. (2004a). Enhancing the quality of argu- mentation in school science. Journal of Research in Science Teaching, 41, 994–1020.

Osborne, J., Erduran, S., & Simon, S. (2004b). Ideas, evidence and argument in science: resources pack. London: King’s College.

Osborne, J., Erduran, S., Simon, S., & Monk, M. (2001). Enhancing the quality of argument in school science. School Science Review, 82 (301), 63–70.

Osborne, J., & Patterson, A. (2011). Scientific argument and explanation: a necessary distinction? Science Education, 95 (4), 627–638.

Patton, M. Q. (2002). Qualitative research and evaluation methods (3rd ed.). London: Sage Publications.

Ponte, J. P., Quaresma, M., & Pereira, J. M. (2015). É mesmo necessário fazer planos de aula? Educação e Matemática, (133), 26–35.

Ritchie, J. (2003). The applications of qualitative methods to social research. In J. Ritchie & J. Lewis (Eds.), Qualitative research practice: a guide for social science students and researchers (pp. 24–46). London: Sage Publications.

Roldão, M. C. (2009). Estratégias de ensino: o saber e o agir do professor. V. N. Gaia: Fundação Manuel Leão.

Ryu, S., & Sandoval, W. A. (2012). Improvements to elementary children’s epistemic understanding from sustained argumentation. Science Edu- cation, 96, 488–526.

Schleicher, A. (2015a). Schools for 21st-century learners: strong leaders, con- fident teachers, innovative approaches. Paris: OECD Publishing.

Schleicher, A. (2015b). Teaching excellence through professional learning and policy reform: lessons from around the world. Paris: OECD Publishing. Seidman, I. (2006). Interviewing as qualitative research: a guide for resear- chers in education and the social sciences (3rd ed.). New York, NY: Teachers College Press.

Sevian, H., Talanquer, V., Bulte, A. M. W., Stacy, A., & Claesgens, J. (2014). Development of understanding in chemistry. In C. Bruguière, A. Ti- berghien & P. Clément (Eds.), Topics and trends in current science education: 9th ESERA conference selected contributions (pp. 291–306). Dordrecht: Springer.

Shakespeare, D. (2003). Starting an argument in science lessons. School Sci- ence Review, 85 (311), 103–108.

Simon, S., & Maloney, J. (2007). Activities for promoting small-group dis- cussion and argumentation. School Science Review, 88 (324), 49–57. Solomons, T. W. G., & Fryhle, C. B. (2011). Organic chemistry (10th ed.).

Hoboken, NJ: John Wiley e Sons.

Taber, K. S. (2009). Progressing science education. Dordrecht: Springer. Taveira, M. d. C. (2013). Aprendizagem: abordagens cognitivistas. In F. H.

Veiga (Ed.), Psicologia da educação: teoria, investigação e aplicação – envolvimento dos alunos na escola (pp. 219–261). Lisboa: Climepsi. Tiberghien, A. (2008). Foreword. In S. Erduran & M. P. Jiménez-Aleixandre

(Eds.), Argumentation in science education: perspectives from classroom- based research (pp. ix–xv). Dordrecht: Springer.

Treagust, D. F., Chandrasegaran, A. L., Crowley, J., Yung, B. H. W., Cheong, I. P.-A., & Othman, J. (2010). Evaluating students’ understanding of kinetic particle theory concepts relating to the states of matter, changes of state and diffusion: a cross-national study. International Journal of Science and Mathematics Education, 8, 141–164.

Tsaparlis, G., & Sevian, H. (Eds.). (2013a). Concepts of matter in science education. Dordrecht: Springer.

Tsaparlis, G., & Sevian, H. (2013b). Toward a scientifically sound understan- ding of concepts of matter. In G. Tsaparlis & H. Sevian (Eds.), Concepts of matter in science education (pp. 485–520). Dordrecht: Springer. Ward, P. (2014). Action research. In W. F. McComas (Ed.), The language of

science education: an expanded glossary of key terms and concepts in science teaching and learning (p. 3). Boston: Sense Publishers.

Wellington, J. J. (2000). Teaching and learning secondary science: contem- porary issues and practical approaches. London: Routledge.

Wright, L. (2002). Reasoning and explaining. Argumentation, (16), 33–46. Zeidler, D. L. (1997). The central role of fallacious thinking in science edu-

Zohar, A. (2008). Science teacher education and professional development in argumentation. In S. Erduran & M. P. Jiménez-Aleixandre (Eds.), Argumentation in science education: perspectives from classroom-based research (pp. 245–268). Dordrecht: Springer.

Zumdahl, S. S., & Zumdahl, S. A. (2007). Chemistry (7th ed.). Boston, MA: Houghton Mifflin.

Apêndice A

Planificação das aulas

Os planos de aula, como foi referido na secção 3.2, foram elaborados tendo por base a estrutura sugerida por Ponte et al. (2015). No que diz respeito ao problema de investigação os objetivos das tarefas foram definidos partindo dos esquemas propostos por Osborne et al. (2004b).

A.1

Tarefa 1

Nesta tarefa é pedido aos alunos para identificar diferentes materiais com base em algumas das suas propriedades. Na primeira parte são fornecidas evidências escritas e é pedido aos alunos para mobilizarem os seus conheci- mentos prévios para responder à questão se o gás natural tem cheiro. Na segunda parte, são fornecidas evidências escritas e são apresentados seis ma- teriais que os alunos têm de identificar com base na informação fornecida e nas observações realizadas. Os alunos têm de trabalhar em pares e em grupos de quatro elementos. No final de cada parte, alguns pares ou grupos apresentam à turma as conclusões elaboradas e realiza-se a discussão coletiva. O objetivo geral desta tarefa é criar contextos que permitam aos alu- nos reconhecer propriedades que permitam distinguir e identificar diferentes materiais.

Os objetivos específicos de aprendizagem são: reconhecer que as propri- edades de uma mistura dependem das propriedades dos seus componentes; reconhecer que substâncias diferentes podem ter algumas propriedades seme- lhantes, mas têm pelo menos uma propriedade diferente; proporcionar uma oportunidade de manipular materiais e registar observações (como por exem- plo: verificar a condutibilidade elétrica de um metal, a atração por um íman, a solubilidade de um sal em água, a viscosidade de um fluido, a fusão de um sólido quando aquecido, a mudança de cor associada a uma transformação

Quadro A.1: Material de laboratório usado na parte 2 da tarefa 1 Materiais 2 placas de ferro; 2 placas de alumínio; 100 cm3 de

glicerol; 100 cm3 de água; 100 g de sacarose e 70 g de

cloreto de sódio. Equipamento de

laboratório 1 circuito elétrico aberto com uma lâmpada ligada auma pilha de 9 V; 2 magnetes; 2 placas de aqueci- mento; 2 balanças; 4 vidros de relógio; 6 copos de 50 cm3; 2 pipetas graduadas de 2 cm3; 2 pompetes;

8 tubos de ensaio; 2 pinças para tubos de ensaio; 4 espátulas; varetas de vidro.

química ou a ebulição de um líquido); usar evidências para apoiar afirmações sobre as propriedades dos materiais; trabalhar em pares na parte 1 e em grupos de quatro na parte 2 para elaborar as respostas às questões.

Os alunos deverão ter conhecimentos prévios sobre: os estados físicos da matéria; misturas e substâncias; transformações físicas e químicas; algumas propriedades organoléticas, como a cor ou o cheiro; conhecimentos sobre solu- bilidade, corrente elétrica, magnetismo e transferências de calor; compreender que a massa, o volume, a temperatura e a pressão não permitem distinguir as substâncias, mas que é necessário conhecê-las para poder comparar as suas propriedades.

A aula está estruturada em dez segmentos e foi desenvolvida em três