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Avaliando os resultados da aplicação da metodologia e estratégias de ensino postas em prática ao longo de todo o trabalho realizado no âmbito da prática de ensino supervisionada, pode-se afirmar que os principais objetivos foram atingidos. Conforme o exposto no capítulo introdutório deste relatório, a questão de investigação foi respondida com sucesso, confirmando-se as premissas definidas no início deste trabalho, através dos resultados obtidos do questionário aplicado e das observações.

Evocando o contexto teórico inicialmente apresentado e os contributos de autores como Allan (1985), Ruane (1989), Harmer (1998), Canning-Wilson (2000), e Keene (2006), sustém-se, pois, a validade de premissas que advogam o potencial pedagógico e motivacional do audiovisual no ensino do Inglês. Confirma-se que este recurso capitaliza a motivação dos alunos, estimulando-os para a comunicação oral na língua inglesa e para um envolvimento ativo nas tarefas. Os resultados deste trabalho revelam que o audiovisual tem realmente lugar na Sociedade da Informação e do Conhecimento, sendo vantajoso o aproveitamento, por parte do ensinante de uma língua estrangeira, das potencialidades que este recurso disponibiliza.

Com este projeto, apercebi-me do quão trabalhoso e exigente é conceber uma aula de língua estrangeira, que possibilite um envolvimento mais ativo dos aprendentes, proporcionando-lhes uma aprendizagem mais significativa e motivando- os para a expressão oral. Tudo isto exige um esforço reflexivo e prático extra do docente, na elaboração de tarefas e materiais e na gestão da interação e do trabalho na sala de aula. De facto, o nosso papel é motivar os alunos, para que se tornem aprendentes produtivos e para que adquiram o prazer de aprender. Para isso, é essencial, desde cedo, conhecer os interesses e necessidades dos alunos, sobretudo face à diversidade do público que temos que ensinar. O conhecimento do grupo ao qual nos dirigimos é fundamental, para que as atividades de motivação, sustentadas pelo suporte audiovisual cativem todos, e cada um em particular (Costa, Viana & Cruz, 2011).

Deste modo, há uma limitação neste trabalho de prática de ensino supervisionada que merece ser considerada. O atual estatuto de estagiário não me

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permitiu lecionar um número de aulas mais alargado, que me concedesse a oportunidade de conhecer melhor os alunos envolvidos neste projeto e de prolongar a aplicação da minha proposta didática, para a obtenção de dados mais credíveis. Julgo que, para o desenvolvimento de um trabalho letivo mais abrangente e mais enriquecedor, esta experiência, enquanto professor estagiário, devia estender-se por mais tempo. Interessante seria também, conceder a oportunidade de trabalhar com mais do que uma turma, ao longo da prática de ensino, no sentido de se poder conhecer diferentes realidades e contextos de ensino-aprendizagem diversificados.

Contudo, sinto-me muito satisfeita com esta experiência de ter lecionado numa turma de 10º ano, que muito colaborou e contribuiu para os resultados finais deste trabalho. Sem dúvida que foi gratificante trabalhar com estes alunos, que acabaram por me surpreender com o seu desempenho e participação nas aulas. Além disso, aprendi muito. Aliás, as expetativas para o estágio foram aprender e também questionar teorias e métodos. Esta prática letiva habilitou-nos para o aperfeiçoamento constante da profissão que escolhemos e exigiu uma reflexão contínua sobre estratégias eficientes para que haja uma melhoria do processo de ensino- aprendizagem.

Encerro o presente relatório com algumas sugestões e ideias a desenvolver futuramente, no ensino do Inglês LE.

Antes de mais, gostaria de frisar a necessidade de se realizarem mais estudos centrados na questão do audiovisual enquanto propulsor da competência comunicativa, especialmente no contexto de ensino de línguas estrangeiras em Portugal. Sendo a imagem um elemento de fácil transmissão de mensagens, será de todo oportuno aproveitar esse grande poder das ajudas visuais para desenvolver a expressão oral, e este assunto continua insuficientemente estudado, para a dimensão que pode adquirir no ensino. A facilidade com que se conseguem adquirir recursos visuais, e que este projeto ilustra com algumas sugestões, nomeadamente através da internet, já não é impedimento para os utilizar. Seria igualmente importante, investigar os diferentes tipos de tarefas a aplicar durante a utilização dos recursos audiovisuais, no sentido de compreender as vantagens que estas podem trazer na aprendizagem de uma língua estrangeira.

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Para motivar os alunos, especialmente para a expressão oral, este trabalho cingiu-se à estratégia de análise e discussão de temas através de materiais audiovisuais. Fica aqui, então, a sugestão para que estes sejam explorados no sentido de estudar os seus possíveis efeitos noutros domínios, como na escrita.

No nosso trabalho enquanto professores, devemos ter sempre em mente que a diversificação de materiais e de atividades é fundamental para que os alunos não desmotivem na aprendizagem da língua estrangeira. Por esse motivo, ao realizarmos a planificação anual, é vantajoso deixar sempre algum espaço para explorar outro tipo de recursos e não limitarmos o nosso material ao manual escolar. Com o recurso ao audiovisual, podemos trabalhar um número substancial de conteúdos e, simultaneamente, aplicar atividades comunicativas. Tendo em conta as inúmeras potencialidades que este recurso contém, as sugestões apresentadas neste trabalho representam apenas uma amostra. Porém, fica aqui um pequeno contributo.

Por fim, considerando que nós, professores, vivemos numa sociedade cada vez mais exigente, o nosso desafio futuro é a busca incessante de estratégias pedagógicas que respondam ao Programa de Inglês e que, acima de tudo, respondam às necessidades e interesses dos nossos alunos, não esquecendo que trazer uma simples imagem para a aula de língua estrangeira poderá ser um toque para a motivação, como evoca o título deste trabalho.

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