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Registo das pressões plantares dinâmicas

No documento Análise da Marcha na Artroplastia da Anca (páginas 146-152)

3. OBJECTIVOS E HIPÓTESES

4.8 Registo das pressões plantares dinâmicas

No estudo da marcha são utilizadas palmilhas transdutoras de pressão plantar, instrumento que permite realizar a medição da pressão, bem como a sua

distribuição na região plantar (distribuição das pressões plantares) nas.diferentes fases de apoio do ciclo de marcha. Permitem registar os máximos de pressão para cada sensor (N/cm2) e obter imagens bidimensionais da distribuição das pressões plantares na abóbada plantar para se efectuar uma análise mais qualitativa dos dados (Figura 28).

Figura 28: Imagem bidimensional da distribuição das pressões plantares.

A pressão máxima corresponde à quantidade de força que actua sobre uma determinada área plantar. Este parâmetro foi obtido a partir do pedar–c online. Numa primeira instância para realizar o estudo dinamométrico plantar foi necessário calibrar as palmilhas. Esta operação foi efectuada na posição de pé para cada teste de marcha e consistiu nos seguintes procedimentos:

1. O paciente elevava o pé esquerdo do solo e de seguida procedia-se ao registo dos dados no programa de suporte informático Pedar;

2. O paciente elevava o pé direito do solo e de seguida procedia-se ao registo no programa de suporte informático Pedar.

Este procedimento permitiu fazer a calibração simultânea de cada sensor das palmihas utilizadas.

De forma a interpretar as imagens obtidas no estudo dinamométrico tornou-se necessário definir um mapa de superficie plantar. Após uma cuidadosa pesquisa da literatura, detivemo-nos no mapa proposto por Sacco (1997), que estabelece para a superfície plantar quatro áreas de interesse distintas para o estudo das pressões plantares, conforme a Figura 29. Outro mapa que nos suscitou interesse foi o apresentado por Orlin e McPoil (2000), no qual estão também contempladas quatro áreas de interesse para análise da superfície plantar mas sem qualquer correspondência com as apresentadas por Sacco (1997).

Figura 29: Representação do mapa de distribuição plantar (Sacco, 1997).

Após estudo dos diversos mapas de distribuição das pressões plantares e analisados os dados obtidos, face às características da nossa amostra optámos pelo mapa de Orlin e McPoil (2000), Figura 30. Este mapa de distribuição foi escolhido com vista a obtermos uma melhor leitura e principalmente uma caracterização mais pormenorizada dos indíviduos. Outros autores defendem que é preferível fazer a divisão da superfície plantar em áreas abrangentes porque há dificuldade em determinar a posição exacta das cabeças metatársicas e o apoio dos dedos, evitando assim erros na selecção das áreas de pressão (Manfio et al., 1995). Consequentemente, a superfície plantar foi dividida em quatro áreas de interesse como se segue:

1. Área de pressão AP: corresponde ao antepé, inclui os metatársicos mediais (primeiro dedo ou hálux), segundo dedo e respectivos metatársicos e os três metatársicos laterais;

2. Área de pressão ME: corresponde ao médiopé externo; 3. Área de pressão MI: corresponde ao médiopé interno; 4. Área de pressão RP: corresponde ao retropé (calcanhar).

Figura 30: Representação do mapa de distribuição plantar utilizado no estudo (Orlin e McPoil, 2000).

A cada palmilha correspondem 99 células sendo divididas em quatro áreas plantares como se segue:

1. Área de pressão AP constituída por 38 células 2. Área de pressão ME constituída por 20 células 3. Área de pressão MI constituída por 15 células 4. Área de pressão RT constituída por 26 células

Os dados obtidos nas recolhas relativos às pressões plantares foram registados em computador no software do Pedar Sistem (pedar–c online) para posteriormente se efectuarem as análises dos dados.

O corpo humano é a fonte de origem da informação dos dados biomecânicos. Uma forma de reduzir possíveis efeitos adversos, nomeadamente variações antropométricas, assim como as propriedades intrínsecas do corpo humano e da própria interação com o meio que poderão estar na origem da alteração dessa informação, é proceder à sua normalização. A normalização é um processo que permite retirar o efeito de uma variável para minimizar a sua variabilidade (Amadio et al., 2003).

Garcia et al. (2001) e Carmines et al. (1999) também propõem que a técnica da normalização é de extrema importância na análise dos dados relativamente à distribuição das pressões na superfície plantar. Deste modo os valores da pressão plantar foram processados manualmente e normalizados.

De referir que foi utilizado um único par de palmilhas, W08r69L, com área total de 155.42 cm2.

Os dados referentes ao número de células activas foram normalizados, tendo em conta o número de células de cada uma das áreas plantares que foram anteriormente estabelecidas.

Os dados referentes à Pressão máxima (Pmáx) foram normalizados à razão do peso corporal (Pc) do indivíduo pela área das palmilhas utilizadas no estudo.

Pmáx = (Pressão máxima / Pc) x área das palmilhas

Os dados referentes à Pressão miníma (Pmin) foram normalizados à razão do peso corporal (Pc) do indivíduo pela área das palmilhas utilizadas no estudo.

Pmin = (Pressão mínima / Pc) x área das palmilhas

Os dados referentes à Pressão média (Pmédia) foram normalizados à razão do peso corporal (Pc) do indivíduo pela área das palmilhas utilizadas no estudo.

Pmédia = (Pressão média / Pc) x área das palmilhas

4.8.1 Variáveis em estudo

Relativamente à análise da distribuição da pressões na superfície plantar, as variáveis analisadas foram:

Pmáx antepé, valor normalizado da pressão máxima exercida no antepé.

Pmáx medpé externo, valor normalizado da pressão máxima exercida no médio-pé externo.

Pmáx medpé interno, valor normalizado da pressão máxima exercida no médio-pé interno

Pmáx retropé, valor normalizado da pressão máxima exercida no retro-pé

Pmédia antepé, valor normalizado da pressão média exercida no antepé

Pmédia medpé externo, valor normalizado da pressão média exercida no médio-pé externo

Pmédia medpé interno, valor normalizado da pressão média exercida no médio-pé interno

Pmédia retropé, valor normalizado da pressão média exercida no retro-pé

Pmin antepé, valor normalizado da pressão mínima exercida no antepé

Pmin medpé externo, valor normalizado da pressão mínima exercida no médio-pé externo

Pmin medpé interno, valor normalizado da pressão mínima exercida no médio-pé interno

Pmin retropé, valor normalizado da pressão mínima exercida no retro-pé

No documento Análise da Marcha na Artroplastia da Anca (páginas 146-152)

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