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2. REVISÃO DE LITERATURA

6.7 REGISTRO E AVALIAÇÃO DA LESÃO

Todos os pacientes foram fotografados semanalmente com câmera SONY®, modelo Cybershot de 12 megapixels, nas mesmas incidências, a uma distância aproximada de 1 metro.

Padronização do registro fotográfico:  Foi utilizado sempre um pano de fundo;

 Foi identificado nome do paciente e data da captura da imagem;

 Foram feitas duas fotos, uma mostrando todo o membro, e outra somente a lesão informando o lado D (direito) ou E (esquerdo);

 Não apareceram móveis, lixeiras, biombos, assim como a face do paciente. Para a medida da área foi utilizada a técnica do acetato, onde as feridas foram desenhadas a cada semana de avaliação em material transparente esterilizado e passadas posteriormente para transparência, devidamente identificadas (marcadas com as iniciais, o local da ferida e a data), com o paciente sempre na mesma posição, sendo utilizada caneta permanente de ponta fina e cor escura (azul ou preta). Todos os registros fotográficos e desenhos das feridas foram realizados pela autora.

Para o cálculo da área e o perímetro das lesões, foram utilizados as transparências contendo o desenho em tamanho real, esses desenhos foram

33 digitalizados no formato jpeg e submetidos à análise no programa AutoCAD 2015 test free. As imagens digitalizadas foram inseridas por meio dos comandos insert e raster image reference, com seleção da escala 1cm, sabia-se previamente que cada quadradinho da tranparência milimetrada tinha área de 1 cm2. Na área de trabalho do software, foi ampliado o tamanho da imagem, de modo a facilitar a demarcação do contorno. Foi selecionada a ferramenta spline para delimitar o contorno das lesões e, por meio do botão esquerdo do mouse, o avaliador marcou o contorno da imagem, clicando em vários pontos seqüencialmente. Ao se finalizar a demarcação, a tecla foi utilizada 3 vezes consecutivas, formando o contorno definitivo do desenho. Os comandos AA (area) e O (object) foram utilizados para a determinação da área (cm2 ) e do perímetro (cm) em números decimais. A obtenção da área e do perímetro pelo Auto CAD foi realizado concomitantemente pela autora e por mais um autor para redução de erros.

Com a obtenção das áreas e dos perímetro da lesões, foram calculados o percentual de redução da lesão, através da fórmula descrita por Taradaj et al. (TARADAJ, 2008). Desse modo foi obtida a variação da lesão, um marcador importante da evolução da úlcera, conforme Schultz et al (SCHULTZ, 2005) afirmava que a mensuração do tamanho da lesão constitui um indicador direto da sua cicatrização. As profundidades das lesões não foram avaliadas, uma vez que todas as feridas do estudo eram superficiais.

Si e Sf: áreas inicial e final em cm2 Adaptado de: Taradaj J et al, 2008

Foram calculadas também, através das variações da área e do perímetro das lesões, o índice de Gilman (GILMAN, 1990), que leva em consideração as variações nos formatos das úlceras e que pode ser correlacionado ao prognóstico da lesão. Quanto maior o valor obtido, maior a redução da área lesional.

34 d: Indice de Gilman (cm); Si, Sf: áreas inicial e final (cm2); Ci, Cf: perímetros inicial e final (cm)

Adaptado de: Gilman TH, 1990

Foi utilizada a classificação Red/Yellow/Black (RYB) adaptada de CUZZEL (1988) para avaliação do leito da úlcera. As feridas foram classificadas de acordo com a coloração conforme citado abaixo:

 Vermelhas: áreas doadoras de enxerto, feridas pós- desbridamento, crônicas em cicatrização, onde predomina o tecido de granulação e o epitélio novo;  Amarelas: apresentam exsudato fibroso e seus tecidos são moles e desvitalizados, podendo estar colonizadas, o que favorece a infecção;

 Pretas: apresentam necrose tecidual com desnaturação e aumento de fibras colágenas e consequente formação de escara espessa de coloração que pode variar entre castanho, marrom e preto.

A perda tecidual foi avaliada através do grau de extensão e profundidade da lesão. Sendo assim classificada como:

 Grau I: eritema em pele íntegra;

 Grau II: Lesão parcial envolvendo epiderme e/ou derme;

 Grau III: Lesão total da pele com acometimento do subcutâneo;

 Grau IV: Grande destruição com dano em músculos, ossos, tendões e/ou cápsula articular.

A medida da circunferência da panturrilha foi aferida através do nível máximo de circunferência encontrada, e a circunferência do tornozelo foi medida pela menor medida acima dos maléolos. Para a realização dessas medidas foi utilizado uma fita métrica.

35 Foram utilizados duas escalas tridimensionais validadas como ferramenta para avaliar a cicatrização das lesões e valor prognóstico da evolução cicatricial.

A Pressure Ulcer Scale of Healing (PUSH) é uma escala desenvolvida pela National Pressure Ulcer Advisory Panel (NPUAP) como uma ferramenta rápida e confiável para monitorizar originalmente úlceras por pressão. A escala leva em consideração três características da úlcera: área em cm2, quantidade de exsudato e tipo de tecido no leito da lesão. O tipo de tecido e o exsudato recebem um score de 0 a 4, enquanto o tamanho da ferida compreende 10 gradações, sendo os subscores somados para a obtenção do score total, quanto maior o valor pior prognóstico para evolução cicatricial (THOMAS, 1997).

A Bates-Jensen Wound Assessment Tool (BWAT) é uma ferramenta validada e criada por Bates-Jensen (BATES-JENSEN, 1992), utilizada para o monitoramento da cicatrização de lesões de todos os tipos. Esta ferramenta é mais abrangente que a PUSH e envolve a avaliação de 15 itens, entre eles: tamanho, profundidade, bordas, tipo e quantidade de tecido no leito da lesão, epitelizacão, tipo e quantidade de exsudato, coloração da pele, edema e induração. Cada item pode ser classificada de 1 a 5, sendo o subscores somados em um score total e possui mesmo valor prognóstico que a escala PUSH.

Essas feramentas foram utilizadas como valor preditivo para avaliar a cicatrização das úlceras falcêmicas no decorrer das seis semanas que foram avaliadas.

Todos os pacientes tiveram o índice sistólico entre o tornozelo e o braço (ITB) aferidos, com auxílio de equipamento de ultrassom Doppler portátil. O cálculo foi realizado através da relação do valor da pressão sistólica do tornozelo e pela pressão sistólica braquial.

Foi realizado um estudo-piloto, a fim de melhor avaliar a fidedignidade do instrumento de coleta de dados, e em seguida, foram feitas as modificações nesse instrumento de pesquisa.

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