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Registros da pressão sistólica (PAS) e Frequência Cardíaca (FC) por Pletismografia de

3. MATERIAIS E MÉTODOS

3.4 Registros da pressão sistólica (PAS) e Frequência Cardíaca (FC) por Pletismografia de

Para tal procedimento, após a realização do esfregaço vaginal para constatação da fase estral em que o animal se encontrava (Proestro, fase escolhida para registros) os animais foram colocados dentro de um tubo cilíndrico de acrílico, contendo frestas para ventilação do animal, onde permaneciam por alguns minutos para adaptação ao novo ambiente. Passado o período de adaptação, as ratas foram aquecidas e ventiladas adequadamente para o registro de PAS e FC.

Após acondicionamento do animal no tubo de acrílico, este tinha sua cauda exteriorizada sendo adicionado um manguito de borracha na região proximal da cauda conectado a um esfingomomanômetro programado para inflar e desinflar automaticamente em intervalos periódicos de aproximadamente 40 segundos. Próximo ao manguito foi colocado, junto à cauda, um transdutor de sinal com auxílio de um velcro, para que o eletrodo não se soltasse com eventuais movimentos dos animais. Este transdutor captava os sinais e os enviava para um computador onde eram registrados. O

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sinal captado foi enviado a um amplificador de sinais, RTBP 2000 Rat Tail Blood Pressure System For Rats and Mice (Kent Scientific Corporation) e conectado a um conversor analógico digital PowerLab/400 (ADInstruments, Austrália). A comunicação de dados entre o PowerLab e o computador se dá através de um cabo conectado a uma placa SCSI onde o software Chart for Windows® gerava os registros de pulso, pressão da bomba e frequência cardíaca a partir dos dados enviados pelo amplificador de sinais e conversor analógico digital. Após início do registro, quando o sinal se tornava constante, sem interrupções, era retirado o aquecimento do animal, com o intuito de evitar um superaquecimento.

Utilizando-se a pletismografia de cauda para o registro de pressão arterial sistólica, após o inflar do manguito de borracha adicionado à cauda, tem-se a perda dos sinais de pulso de FC, e concomitantemente, com o desinflar do manguito observa-se o retorno dos sinais de pulso de FC, como pode ser observada a Figura 3 e Figura 4. Diante disso, tem-se como PAS, o primeiro sinal (pico) ocorrido após o ciclo de inflar e desinflar do manguito.

Para análise da PAS, foram tomados dez valores de primeiro sinal (Figura 4) após o ciclo inflar/desinflar e considerado como valor relativo à PAS a média desses valores. Para os valores de FC foram adquiridos dez intervalos de dez segundos entre os ciclos inflar desinflar (Figura 5), e obteve-se a média desses valores, considerando então este valor médio como o valor relativo à FC.

Os registros de PAS e FC foram realizados mensalmente sempre no dia correspondente a fase estral do proesto.

28 Figura 4- Representação da janela de visualização do software Chart® durante um

registro de medida indireta de FC e pressão arterial. A seta indica o primeiro pico de sinal após o desinflar da bomba. As linhas: representando o sinal pulso (A), inflar de inflar e desinflar da bomba, (B) e na linha (C) observa-se a interrupção do sinal de frequência cardíaca com o inflar da bomba.

A

B

29 Figura 5- Representação da janela de visualização do software Chart® durante um

registro de medida indireta de FC e pressão arterial. As linhas representando; o sinal de pulso (A), inflar de inflar e desinflar da bomba, (B) e na linha (C) Período entre chaves e retângulo vermelho, demonstrando período tomado como Frequência cardíaca

3.5 Preparo e implante das cânulas arteriais, venosas e eletrodos para

ECG

Para preparação das cânulas destinadas ao implante femoral, foi utilizado tubos de Polietileno PE-50 (Clai Adams, Parsipanny, NJ, EUA), soldados a tubos de polietileno PE-10 (mesmo fabricante), com dimensões ajustadas de acordo com o tamanho do animal. Antes do procedimento de implante das cânulas, estas foram lavadas com solução de salina e preenchidas com solução de salina+heparina (125 U.I.), para evitar a posterior formação de trombos no interior das cânulas vindo assim a prejudicar o sinal de registro. A extremidade livre do PE-50 foi obstruída com um pino de metal. Terminado o preparo das cânulas, os animais foram anestesiados com isoflurano (na proporção de 2 a 2,5%/2L de O2, por via aérea). Após a tricotomia da

região inguinal e parede anterior externa do tórax realizou-se a assepsia dessas regiões. Através de uma pequena incisão na região inguinal, o trígono femoral foi exposto (Figuras 7 A e B), os vasos femorais identificados e separados do nervo femoral. Após a

A

B

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identificação, as cânulas foram implantadas através destes até a aorta abdominal e veia cava inferior. Em seguida, as cânulas foram exteriorizadas no dorso do animal com auxilio de um pequeno tubo de metal (Trocater), para permitir o registro e a administração de drogas com livre movimento. Terminado o procedimento os locais de incisão foram suturados.

Concluído o processo de cateterização, foram realizados os implantes dos eletrodos para o registro do ECG na região previamente tricotomizada no tórax. Na fabricação dos eletrodos para os registros eletrocardiográficos foram utilizados conectores RJ45 (Figura 6) de quatro pinos crimpados a fios de cobre rígido.

Figura 6- Imagem representativa de um conector Rj45

Para o implante, foi realizada uma incisão longitudinal de aproximadamente três cm na região do esterno, entre a musculatura peitoral. Através da incisão no dorso do animal os fios determinados como 1 e 2, foram transpassados subcutanemente abaixo da axila esquerda do animal, tomando cuidado com os vasos dessa região, e foram suturados junto à musculatura peitoral do animal, sendo que o fio 1 foi suturado junto ao terço lateral do músculo peitoral esquerdo e o fio 2, suturado junto ao terço lateral do músculo peitoral direito, com os dois fios fazendo uma linha reta na horizontal, formando uma derivação do triângulo de Einthoven. O fio três remanescente do eletrodo não transpassado para a região peitoral, foi fixado junto à musculatura da região dorsal do animal, funcionando assim, como um fio terra, demonstrado na Figura 8.

Encerrada a cirurgia, os animais receberam o Pentabiótico Veterinário Pequeno Porte (Fort DodgeÒ, São Paulo, Brasil), administrado por via intramuscular profunda na pata posterior direita para cobertura antibiótica profilática. As ratas foram acondicionadas em gaiolas individuais e mantidas sobre manta térmica a fim de evitar o efeito hipotérmico provocado pela anestesia até a passagem completa do efeito da

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droga. Posteriormente, os animais foram mantidos na sala de experimentos sob condições de temperatura, luminosidade e níveis de ruído controlados até o momento dos experimentos. Também durante esse período, os animais receberam alimentação de acordo com o protocolo previamente estabelecido e água purificada ad libidum.

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Figura 7- (A)Local de dissecação do trígono femoral e (B) Isolamento da artéria e

veia femoral e inserção dos cateteres

32 Figura 8- Desenho esquemático do implante de eletrodos para aquisição dos sinais

eletrocardiográficos.