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Os critérios, regras e formas em que assenta o modelo específico de cooperação estabelecida entre o ISS, I.P. e as instituições particulares de solidariedade social ou legalmente equiparadas., são definidos pela Portaria n.º 196-A/2015, a qual foi recentemente alterada pela Portaria n.º 218-D/2019, tendo sido republicada em 15 de julho de 2019.

"Em relação aos aspetos que constam do Compromisso 2017-2018, para a resposta social creche, ao nível da atualização financeira em 2,2%, foi efetuada, os acordos de cooperação foram atualizados." (E7) " Aquilo que tem a ver com a atualização de comparticipações (…), a operacionalização é praticamente automática, naquilo que se circuscreve à esfera dos Centros Distritais"

(E2)

" se o Estado tivesse cumprido com o que se comprometeu , nós tínhamos resolvido alguns dos problemas existentes, nomeadamente a reestruturação e melhoramento de Equipamentos mais antigos, mas tal não aconteceu.” (E4)

" Um apoio que seria dado pelo Estado, na base da Coooperação, para podermos adptar as instalações às novas realidades ." (E4)

Pagamento da comparticipação complementar para as creches que pratiquem um horário de

funcionamento superior a 11 horas

“Um aspeto que por vezes gera alguma tensão, na relação com as instituições, tem a ver com o facto do Compromisso de Cooperação, prever uma comparticipação extra, no caso das creches que funcionam mais de 11 horas, pois existem algumas instituições que funcionam efetivamente mais de 11 horas, mas por uma questão orçamental, ou seja, o pagamento destes complementos, devido a existirem algumas limitações orçamentais ainda não está a ser cumprido. (E7)

A não promoção de um Programa de Investimento por parte do

MTSS

Objetivos não cumpridos

Aumento da Comparticipação financeira da Segurança Social Objetivos

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5.3.1. Nível de formalização

No que diz respeito ao nível de formalização, é opinião unanime, da parte dos representantes do ISS, I.P que este os normativos que regulam a relação do Estado com as instituições sem fins lucrativos são adequados.

“Os acordos de cooperação têm um nível de formalização adequado, até são bastante exaustivos, entre direitos e deveres, o que é que a instituição tem de cumprir (…) O acordo estabelecido entre as partes é suficiente para balizar esta relação.” (E2)

O mesmo já não se verifica, em algumas das opiniões recolhidas, junto das instituições sociais, nomeadamente E5 e E6. Veja-se a título de exemplo:

“Eu acho que os acordos de cooperação deveriam ter um nível de formalização diferente, não é adequado, muitas vezes, porque tem de ser à medida e não pode ser “pronto-a-vestir”. A cooperação em si mesma, não deveria ser tão tipificada e o que me parece é que estão a transformar os acordos atípicos, para típicos, eu acho que é um erro.” (E5)

5.3.2. Acesso às respostas sociais

Como acontece normalmente em qualquer contrato, cada uma das partes (ISS, I.P e as IPSS ou equiparadas), assume perante a outra, determinadas obrigações, para além do cumprimento das cláusulas estipuladas no acordo.

De entre as obrigações assumidas pelas IPSS, destacamos as obrigações relacionadas com a admissão dos utentes, a qual é efetuada de acordo com os seguintes critérios, definidos no artigo 12º, nas alíneas d) e c) da Portaria n.º 196-A/2015:

 Obrigação de admissão dos utentes de acordo com os critérios definidos nos respetivos estatutos e regulamento;

 Atribuir prioridade a pessoas e grupos social e economicamente mais desfavorecidos; Quanto a esta matéria, as respostas dos entrevistados dividem-se, embora o diploma obrigue “à admissão prioritária dos socioeconómico mais desfavorecidos. E, portanto, isso deve estar patente naquilo que é o critério de admissão prioritário em todas as creches que têm acordo

41 celebrado com a Segurança Social.” (E3). Contudo, para outros “o acesso da população às respostas é que nem sempre é completamente sintonizada, com o que está balizado no acordo.” (E2)

A regulamentação dos critérios de admissão deverá respeitar os objetivos estatutários das instituições, onde poderá verificar-se que os objetivos poderão não se dirigir necessária ou especialmente a pessoas ou grupos mais desfavorecidos. No entanto, nas atividades abrangidas por acordos, os critérios de admissão deverão assegurar-lhes prioridade (que não, necessariamente exclusividade).

Logo para E7 “no geral a minuta do acordo de cooperação tem condições para que se cumpra a legislação e os princípios da cooperação, mas de facto existem algumas instituições em que se verifica que isso não acontece. (…) “selecionam utentes, na totalidade ou na esmagadora maioria, de escalões de rendimentos mais elevados e de facto estão a incumprir essa regra de privilegiar as situações mais desfavorecidas.”

Também na opinião de E6 “algumas instituições fazem-no, que é terem vagas apenas para as pessoas que têm capacidade de as pagar. É que depois isto é o reverso da medalha ecada vez mais pessoas em maior carência económica, têm mais dificuldades no acesso às respostas.”

5.3.3. Forma de financiamento das respostas sociais

A comparticipação financeira da Segurança Social destina-se a comparticipar as despesas de funcionamento da resposta social e/ou serviços desenvolvidos pela instituição (alínea 1 artigo 16º da Portaria n.º 196-A/2015).

A comparticipação, no caso de se tratar de acordo típico, será paga por utente/mês ou por família, é fixada por protocolo, celebrado pelo membro do Governo responsável pela área da segurança social e pelas entidades representativas das instituições (alínea 2 artigo 16º da Portaria n.º 196-A/2015).

A maioria dos entrevistados considera que o modelo de financiamento atual não é o mais adequado sendo efetuadas algumas considerações sobre novas formas de financiamento a seguir, nomeadamente a comparticipação direta ao utente ou às famílias, em função dos seus rendimentos, semelhante ao modelo aplicado na Rede Nacional de Cuidados Continuados Integrados (RNCCI):

“E o que faria sentido e tornaria mais transparente o processo de cooperação seria uma comparticipação indexada ao utilizador, ainda que pago à instituição. “ (E2)

42 “No modelo de financiamento diferenciado, como acontece, por exemplo na RNCCI, a própria comparticipação do Estado, já é feita, à cabeça, com base nos rendimentos do agregado familiar.” (E7)

No entanto, a resposta social creche parece ser, de entre várias respostas sociais, a que se configura mais ajustada ao nível dos montantes para cobertura dos custos reais de funcionamento (E7).

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