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2.5 RELAÇÕES HIPOTETIZADAS

2.5.3 Relação mediadora da variável AMB sobre OE e PO

A ambidestria organizacional é considerada uma temática emergente em diversas áreas do conhecimento, podendo proporcionar a diferenciação da firma em relação aos demais competidores (BENNER; TUSHMAN, 2003; O'REILLY III; TUSHMAN, 2008; ANDRIOPOULOS; LEWIS, 2009). O uso simultâneo das dimensões exploration e exploitation têm chamado a atenção de pesquisadores e acadêmicos devido à necessidade de desenvolvimento de novas habilidades, competências e capacidades (RAISCH; BIRKINSHAW, 2008; SIMSEK, 2009; LAVIE; STETTNER; TUSHMAN, 2010; O´REILLY III; TUSHMAN, 2013; WEI; YI; GUO, 2014).

Conforme visto no tópico 2.3 deste trabalho, Ambidestria Organizacional é a capacidade que a firma apresenta para realizar duas atividades divergentes de forma simultânea (SIMSEK, 2009; ANDRIOPOULOS; LEWIS, 2009), como por exemplo: uso do exploration e exploitation (GIBSON; BIRKINSHAW, 2004; RAISCH; BIRKINSHAW,

2008; O'REILLY III; TUSHMAN, 2008; SIMSEK, 2009; ANDRIOPOULOS; LEWIS, 2009; O´REILLY III; TUSHMAN, 2013; WEI; YI; GUO, 2014).

Apesar da Ambidestria Organizacional ser uma temática pouco abordada pela literatura acadêmica (LUBATKIN et al., 2006; MENGUC; AUH, 2008; JANSEN et al., 2009; SIMSEK, 2009; LAVIE; STETTNER; TUSHMAN, 2010; CHANG; HUGHES; HOTHO, 2011), diversas pesquisas têm direcionado esforços para uma melhor compreensão a respeito de seus antecedentes e consequentes (GUPTA; SMITH; SHALLEY, 2006; LUBATKIN et al., 2006; MENGUC; AUH, 2008; O´REILLY III; TUSHMAN, 2008; JANSEN et al., 2009; SIMSEK, 2009; LAVIE; STETTNER; TUSHMAN, 2010; CHANG; HUGHES; HOTHO, 2011), divergências conceituais (RAISCH; BIRKINSHAW, 2008; RAISCH et al., 2009; CAO; GEDAJLOVIC; ZHANG, 2009; SIMSEK et al., 2009; SIMSEK, 2009; MOM; VAN DEN BOSCH; VOLBERDA, 2009; WEI; YI; GUO, 2014) e seu poder como variável mediadora (JURKSIENE; PUNDZIENE, 2016).

Estudos recentes têm enfatizado a Ambidestria Organizacional como variável mediadora (JURKSIENE; PUNDZIENE, 2016), além de evidenciar contribuições para o desempenho da empresa (GIBSON; BIRKINSHAW, 2004; LUBATKIN et al., 2006; RAISCH; BIRKINSHAW, 2008; SIMSEK, 2009; LI; HUANG, 2012; FU et al., 2015). A Ambidestria Organizacional é a capacidade que a firma apresenta para o alcance da performance superior em relação aos demais concorrentes por meio do exploration e exploitation (O´REILLY III; TUSHMAN, 2013; FU et al., 2015).

O efeito mediador da Ambidestria Organizacional diz respeito às tensões internas existentes na organização, como por exemplo: ausência de relações simultâneas entre os elementos alinhamento e adaptabilidade em relação a ambidestria (GIBSON; BIRKINSHAW, 2004), uso equilibrado do exploration e exploitation (MARCH, 1991; TUSHMAN; O'REILLY III, 1996; ADLER; GOLDOFTAS; LEVINE, 1999; HE; WONG, 2004; LUBATKIN et al., 2006; CAO; GEDAJLOVIC; ZHANG, 2009; CHANG; HUGHES, 2012) e atividades paradoxais entre exploration e exploitation (JANSEN et al.. 2009; PAPACHRONI; HERACLEOUS; PAROUTIS, 2015).

A relação entre OE e performance da firma já foi bastante explorada pela literatura acadêmica. No entanto, a mensuração do efeito da variável mediadora Ambidestria Organizacional chama atenção de pesquisadores e acadêmicos de diversas áreas, uma vez que necessita de maiores explicações, principalmente em relação aos elementos exploration e exploitation. Kollmann e Stöckmann (2014), analisaram as variáveis exploitation e exploration como fator mediador entre Orientação Empreendedora e performance da firma.

Os resultados do estudo afirmam que altos níveis de OE contribuem para o aumento das variáveis exploration e exploitation. No entanto, dependendo das dimensões da OE, pode-se obter resultados contraditórios. Gibson e Birkinshaw (2004), enfatizam que o efeito mediador da Ambidestria pode existir em função de sua meta-capacidade, ou seja, a Ambidestria desenvolve-se na organização gradualmente ao longo do tempo, interagindo cada vez mais com o contexto empresarial, proporcionando desempenho superior.

A relação existente entre Ambidestria Organizacional e performance da firma é não linear (FU et al., 2015), ou seja, pode depender da existência de outra(s) variável(is) para produção de efeitos. Estudos anteriores recomendam o uso da Ambidestria Organizacional como variável mediadora (GIBSON; BIRKINSHAW, 2004; RAISCH; BIRKINSHAW, 2008; SIMSEK, 2009; LI; HUANG, 2012; FU et al., 2015), na tentativa de potencializar os efeitos sobre a performance da firma (O´REILLY III; TUSHMAN, 2013; FU et al., 2015).

Com base no exposto acima, faz-se necessário testar a variável mediadora Ambidestria Organizacional em relação a Orientação Empreendedora e Performance Organizacional.

H3a: A Orientação Empreendedora (OE) tem um impacto positivo em relação à Ambidestria Organizacional (AMB).

Ambidestria organizacional refere-se à capacidade da firma de aplicar duas atividades contraditórias de forma simultânea (SIMSEK, 2009; ANDRIOPOULOS; LEWIS, 2009), como por exemplo: exploration e exploitation (GIBSON; BIRKINSHAW, 2004; O´REILLY III; TUSHMAN, 2008). No entanto, diversas limitações são evidenciadas pela literatura acadêmica a respeito da relação conflitante e paradoxal existente entre os conceitos de exploration e exploitation (JANSEN et al., 2009), tais como: aplicação de conceitos divergentes (MARCH, 1991), necessidade de diferentes estruturas e processos (HE; WONG, 2004), inconsistência de aplicação em ambientes estáveis (BENNER; TUSHMAN, 2003) etc.

O conceito de exploration envolve a necessidade de novas descobertas e apropriação de novos conhecimentos por meio da aprendizagem adquirida e experimentação planejada. Tem a finalidade de fazer com que a empresa atinja novos mercados, por intermédio do desenvolvimento de novas competências tecnológicas e desenvolvimento de novos produtos/serviços (BAUM; LI; USHER, 2000; O´REILLY III; TUSHMAN, 1996; GIBSON; BIRKINSHAW, 2004; GUPTA; SMITH; SHALLEY, 2006; JANSEN et al., 2009). Por sua vez, o conceito de exploitation refere-se à capacidade da firma para realizar o refinamento, elevação da eficiência, seleção, aprendizagem, mudança das rotinas existentes com o objetivo

de atender às necessidades dos clientes atuais/potenciais por meio do mercado existente (BAUM; LI; USHER, 2000; GUPTA; SMITH; SHALLEY, 2006; JANSEN et al., 2009).

Apesar do conceito de ambidestria organizacional ser considerado crescente (CHANDRASEKARAN; LINDERMAN; SCHROEDER, 2012), poucas publicações acadêmicas tem sido realizadas em relação a aplicação do conceito (GUPTA; SMITH; SHALLEY, 2006; O´REILLY III; TUSHMAN, 2008; RAISCH; BIRKINSHAW, 2008; RAISCH et al., 2009; SIMSEK, 2009; MOM; VAN DEN BOSCH; VOLBERDA, 2009; WEI; YI; GUO, 2014), antecedentes e consequentes (LUBATKIN et al., 2006; MENGUC; AUH, 2008; JANSEN et al., 2009; SIMSEK, 2009; LAVIE; STETTNER; TUSHMAN, 2010; CHANG; HUGHES; HOTHO, 2011).

Neste sentido, a temática carece de maior número de estudos que tratem da natureza e mecanismos de funcionamento (TURNER; SWART; MAYLOR, 2013), melhoria da performance organizacional (O´REILLY III; TUSHMAN, 2013; FU et al., 2015), trade-off entre exploration e exploitation (MARCH, 1991; HE; WONG, 2004; CAO; GEDAJLOVIC; ZHANG, 2009) e relação entre ambidestria organizacional, OE e performance (TUAN, 2016). Pressupostos teóricos sugerem que empresas que utilizam o conceito subjacente de ambidestria organizacional apresentem desempenho superior em relação a firmas que não aplicam o conceito (AUH; MENGUC, 2005; RAISCH et al., 2009; DERBYSHIRE, 2014). Para tanto, é preciso que a empresa gere maior nível de adaptação no ambiente na qual esteja inserida (TUSHMAN; O´REILLY III, 1996; RAISCH; BIRKINSHAW, 2008; O´REILLY III; TUSHMAN, 2008), visando proporcionar melhoria da performance organizacional (AUH; MENGUC, 2005; RAISCH et al., 2009; DERBYSHIRE, 2014) em relação aos demais rivais existentes no mercado concorrente (CAO; GEDAJLOVIC; ZHANG, 2009; TURNER; SWART; MAYLOR, 2013).

Entretanto, a literatura acadêmica ainda apresenta poucas evidências teóricas e empíricas sobre a ligação direta entre ambidestria organizacional e performance (HE; WONG, 2004; MENGUC; AUH, 2008), sendo necessário novos estudos que gerem melhor compreensão a respeito desta relação (AUH; MENGUC, 2005; JANSEN; VAN DEN BOSCH; VOLBERDA, 2006; JANSEN et al., 2009; MENGUC; AUH, 2008; SIMSEK, 2009; O´REILLY III; TUSHMAN, 2013; FU et al., 2015; TUAN, 2016). Neste sentido, faz-se necessário verificar o impacto positivo da relação direta existente entre ambidestria organizacional e performance organizacional, por meio do teste da hipótese H3b.

H3b: A Ambidestria Organizacional (AMB) tem um impacto positivo sobre a Performance Organizacional (PO).

Figura 10 - Relação mediadora da AMB sobre OE e PO

Fonte: elaborado pelo autor.