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Relações Económicas com Portugal

No documento Mercados informação global (páginas 41-58)

2.1. Comércio

2.1.1. Importância de Espanha nos Fluxos Comerciais de Portugal

Espanha constitui o principal cliente e fornecedor de Portugal, tendo-se registado um crescimento sustentado das transacções comerciais entre os dois países ao longo dos últimos anos.

Para Espanha, segundo as estatísticas espanholas, Portugal assume maior importância enquanto destino das vendas espanholas, surgindo na 3ª posição do ranking dos clientes espanhóis (com uma quota de 9,1% em 2008), do que como origem das compras espanholas, aparecendo neste caso, apenas na 7ª posição do ranking dos fornecedores (com uma quota de 3,4%). Considerando apenas o grupo de fornecedores da UE, o nosso país posicionou-se como 6º fornecedor da Espanha em 2008.

Importância de Espanha nos Fluxos Comerciais de Portugal

2004 2005 2006 2007 2008 2009 Jan/Nov Posição 1ª 1ª 1ª 1ª 1ª 1ª Como cliente % 27,0 26,8 27,4 28,3 27,2 26,6 Posição 1ª 1ª 1ª 1ª 1ª 1ª Como fornecedor % 30,6 30,6 30,5 31,0 30,8 32,2

Fonte: INE - Instituto Nacional de Estatística Com base em dados estimados

2.1.2. Evolução da Balança Comercial Bilateral

No período 2004-2008 verificou-se um crescimento médio anual das expedições portuguesas para o mercado espanhol superior ao das chegadas (7,8% e 7,3%, respectivamente). A balança comercial é tradicionalmente desfavorável a Portugal, tendo-se registado um agravamento do défice de 20,8% em 2008.

Em 2008, após anos de crescimento sustentado, as expedições portuguesas para Espanha atingiram perto de 10.328 milhões de euros, representando um decréscimo de 3% (face a 2007), enquanto as chegadas ascenderam a cerca de 18.854 milhões de euros, evidenciando um aumento de 6,5%. O coeficiente de cobertura situou-se nesse ano em 54,8%.

A evolução do comércio bilateral no período Janeiro-Novembro de 2009, evidencia um decréscimo das expedições de Portugal para o mercado espanhol de 21,8% (face ao período homólogo de 2008), bem como uma diminuição das chegadas de 15,6%.

De acordo com o INE, existiam 4.375 empresas portuguesas exportadoras para Espanha em 2008 (último ano disponível) e 14.289 importadoras.

Evolução da Balança Comercial Bilateral

(106 EUR) 2004 2005 2006 2007 2008 Var % a 04/08 2008 Jan/Nov 2009 Jan/Nov Var %b 08/09 Expedições 7.715 8.295 9.459 10.646 10.328 7,8 9.730 7.611 -21,8 Chegadas 14.241 15.022 16.173 17.702 18.854 7,3 17.506 14.775 -15,6 Saldo -6.526 -6.727 -6.713 -7.056 -8.526 -- -7.776 -7.164 -- Coef. Cob. 54,2% 55,2% 58,5% 60,1% 54,8% -- 55,6% 51,5% --

Fonte: INE - Instituto Nacional de Estatística Dados estimados

Notas: (a) Média aritmética das taxas de crescimento anuais no período 2004-2008 (b) Taxa de variação homóloga

2.1.3. Expedições por produtos

Fazendo uma breve análise à estrutura das expedições portuguesas para Espanha, verificamos que os seis principais grupos de produtos expedidos, em 2008, representaram cerca de 59% do total das vendas para Espanha (contra 61,5% em 2007), sendo de destacar: metais comuns (16,6%), máquinas e aparelhos (10,3%), plásticos e borracha (8,5%), vestuário (8,1%), veículos e outro material de transporte (7,9%) e produtos agrícolas (7,6%).

Em 2008, apesar da evolução do valor dos principais grupos de produtos expedidos para o mercado não ter sido favorável são, no entanto, de realçar os seguintes acréscimos mais significativos: combustíveis minerais (+36,8%), produtos alimentares (+26,1%), produtos agrícolas (+13,8%), calçado (+6,7%) e pastas celulósicas e papel (+5,9%).

Expedições por Grupos de Produtos (2008)

(103 EUR) 2004 % Total 2007 % Total 2008 %

Total

Metais comuns 1.222.704 16,2 1.919.761 18,9 1.610.679 16,6

Máquinas e aparelhos 951.126 12,6 1.141.870 11,2 997.471 10,3

Plásticos e borracha 579.316 7,7 875.842 8,6 820.142 8,5

Vestuário 779.839 10,3 885.727 8,7 785.261 8,1

Veículos e outro material de transporte 822.761 10,9 784.768 7,7 764.552 7,9

Produtos agrícolas 508.450 6,7 646.917 6,4 736.049 7,6 Minerais e minérios 467.682 6,2 775.752 7,6 705.823 7,3 Produtos químicos 383.190 5,1 501.150 4,9 477.328 4,9 Produtos alimentares 225.621 3,0 360.577 3,5 454.776 4,7 Combustíveis minerais 137.474 1,8 321.975 3,2 440.545 4,5 Madeira e cortiça 388.637 5,2 525.061 5,2 434.043 4,5

Pastas celulósicas e papel 308.855 4,1 365.828 3,6 387.277 4,0

Matérias têxteis 259.670 3,4 278.240 2,7 256.535 2,6

Calçado 90.234 1,2 113.609 1,1 121.252 1,3

Instrumentos de óptica e precisão 51.590 0,7 26.496 0,3 31.348 0,3

Peles e couros 32.754 0,4 32.956 0,3 25.251 0,3

Outros produtos 331.069 4,4 492.996 4,8 531.014 5,5

Valores confidenciais 122.695 1,2 117.916 1,2

Total 7.540.971 100,0 10.172.218 100,0 9.697.262 100,0

Fonte: INE - Instituto Nacional de Estatística

Notas: Valores declarados. A informação referente a 2007 e 2008 encontra-se corrigida dos valores correspondentes às operações abrangidas pelo segredo estatístico, agregando-se o respectivo montante na parcela "Valores confidenciais".

A evolução das nossas expedições para o mercado no período Janeiro/Outubro de 2009 evidencia um decréscimo em todos os grupos de produtos. Em termos globais, as maiores quedas foram registadas nos combustíveis, bem como em alguns produtos intermédios e bens de equipamento.

Expedições por Grupos de Produtos (Jan/Out 2009) (103 EUR) 2008 Jan/Out % Tot 08 2009 Jan/Out % Tot 09 Var % 08/09 Metais comuns 1.462.077 17,1 787.838 13,0 -46,1

Veículos e outro mat. transporte 668.624 7,8 626.715 10,4 -6,3

Vestuário 669.371 7,8 566.640 9,4 -15,3 Máquinas e aparelhos 874.933 10,2 553.624 9,1 -36,7 Plásticos e borracha 732.010 8,6 536.941 8,9 -26,6 Produtos agrícolas 634.280 7,4 508.087 8,4 -19,9 Minerais e minérios 622.932 7,3 422.014 7,0 -32,3 Produtos alimentares 386.778 4,5 374.104 6,2 -3,3

Pastas celulósicas e papel 329.293 3,9 301.271 5,0 -8,5

Produtos químicos 436.095 5,1 261.883 4,3 -39,9

Madeira e cortiça 390.012 4,6 215.274 3,6 -44,8

Matérias têxteis 217.399 2,5 181.987 3,0 -16,3

Combustíveis minerais 400.159 4,7 130.606 2,2 -67,4

Calçado 107.105 1,3 94.126 1,6 -12,1

Instrumentos de óptica e precisão 28.918 0,3 20.910 0,3 -27,7

Peles e couros 21.483 0,3 13.873 0,2 -35,4

Outros produtos 464.025 5,4 455.682 7,5 -1,8

Valores confidenciais 102.753 1,2 0 0,0 -100,0

Total 8.548.247 100,0 6.051.574 100,0 -29,2

Fonte: INE - Instituto Nacional de Estatística Unidade: Milhares de euros; Dados declarados

2.1.4. Chegadas por produtos

No que se refere às chegadas de produtos espanhóis é de referir que, em 2008, o conjunto dos cinco principais grupos de produtos - máquinas e aparelhos (13,9%), produtos agrícolas (12,7%), metais comuns (12,6%), combustíveis minerais (11,1%) e veículos e outro material de transporte (10,3%) - concentrou cerca de 60,6% do total das compras a Espanha (contra 58,5% em 2007).

Nas posições seguintes, e ainda com pesos relevantes no total das chegadas, surgem os produtos químicos (6,7% do total), os plásticos e borracha (6,2%), os produtos alimentares (4,8%), o vestuário (4,6%) e as pastas celulósicas e papel (4,3%).

Entre os grupos de produtos que registaram acréscimos em valor mais significativos são de realçar: os combustíveis minerais (+47,3%), os metais comuns e os produtos químicos (+5,6% cada), e ainda os produtos alimentares e agrícolas (+5,5% e +5% respectivamente).

Chegadas por Grupos de Produtos (2008)

(103 EUR) 2004 % Total 2007 % Total 2008 % Total

Máquinas e aparelhos 2.324.408 16,9 2.475.568 14,7 2.461.897 13,9 Produtos agrícolas 1.594.143 11,6 2.139.224 12,7 2.246.387 12,7

Metais comuns 1.445.271 10,5 2.113.367 12,5 2.232.461 12,6

Combustíveis minerais 756.830 5,5 1.335.067 7,9 1.967.055 11,1 Veículos e outro material de transporte 1.897.781 13,8 1.804.470 10,7 1.829.698 10,3

Produtos químicos 958.825 7,0 1.128.852 6,7 1.191.657 6,7

Plásticos e borracha 960.902 7,0 1.120.153 6,7 1.102.386 6,2

Produtos alimentares 628.506 4,6 802.917 4,8 847.082 4,8

Vestuário 640.238 4,7 826.072 4,9 821.562 4,6

Pastas celulósicas e papel 576.114 4,2 771.331 4,6 769.715 4,3

Minerais e minérios 446.549 3,2 527.538 3,1 474.207 2,7

Matérias têxteis 378.967 2,8 347.092 2,1 295.514 1,7

Instrumentos de óptica e precisão 182.667 1,3 251.387 1,5 292.346 1,7

Madeira e cortiça 221.685 1,6 308.302 1,8 291.892 1,6 Calçado 133.837 1,0 177.679 1,1 178.003 1,0 Peles e couros 122.512 0,9 142.264 0,8 127.388 0,7 Outros produtos 480.627 3,5 555.251 3,3 544.603 3,1 Valores confidenciais 13.298 0,1 22.116 0,1 Total 13.749.863 100,0 16.839.833 100,0 17.695.968 100,0

Fonte: INE - Instituto Nacional de Estatística

Notas: Valores declarados; A informação referente a 2007 e 2008 encontra-se corrigida dos valores correspondentes às operações abrangidas pelo segredo estatístico, agregando-se o respectivo montante na parcela "Valores confidenciais".

Relativamente às chegadas entre Janeiro-Outubro de 2009, verifica-se igualmente que todos os principais grupos de produtos sofreram quebras, face ao período homólogo de 2008. De entre os grupos com maior peso na estrutura das chegadas de Espanha os mais afectados foram os combustíveis, os metais comuns e os veículos e outro material de transporte.

Chegadas por Grupos de Produtos (Jan/Out 2009) (103 EUR) 2008 Jan/Out % Tot 08 2009 Jan/Out % Tot 09 Var % 08/09 Produtos agrícolas 1.917.049 12,7 1.693.057 14,3 -11,7 Máquinas e aparelhos 2.054.291 13,6 1.681.420 14,2 -18,2

Veículos e outro mat. transporte 1.604.071 10,6 1.250.527 10,6 -22,0

Metais comuns 1.974.105 13,0 1.192.527 10,1 -39,6 Produtos químicos 1.024.289 6,8 950.404 8,1 -7,2 Combustíveis minerais 1.665.072 11,0 906.273 7,7 -45,6 Plásticos e borracha 959.513 6,3 754.773 6,4 -21,3 Produtos alimentares 722.472 4,8 707.127 6,0 -2,1 Vestuário 674.655 4,5 643.891 5,5 -4,6

Pastas celulósicas e papel 654.682 4,3 565.592 4,8 -13,6

Minerais e minérios 409.890 2,7 305.550 2,6 -25,5

Instrumentos de óptica e precisão 240.053 1,6 209.607 1,8 -12,7

Matérias têxteis 251.724 1,7 183.526 1,6 -27,1 Madeira e cortiça 253.971 1,7 173.718 1,5 -31,6 Calçado 156.863 1,0 126.841 1,1 -19,1 Peles e couros 108.093 0,7 80.758 0,7 -25,3 Outros produtos 445.602 2,9 354.706 3,0 -20,4 Valores confidenciais 15.293 0,1 22.901 0,2 49,7 Total 15.131.687 100,0 11.803.199 100,0 -22,0

Fonte: INE - Instituto Nacional de Estatística Unidade: Milhares de euros; Dados declarados

2.1.5. Fluxos comerciais com as Comunidades Autónomas

As estatísticas do comércio externo Espanha-Portugal (fonte espanhola) permitem destacar o peso das diferentes comunidades autónomas espanholas no comércio com o nosso país. A Galiza foi o 1º destino das expedições portuguesas em 2008, seguida das comunidades de Madrid e da Catalunha. Por outro lado, a Catalunha foi a 1º comunidade fornecedora de Portugal, seguida de Madrid e da Galiza.

De referir que no período Janeiro-Novembro 2009, segundo as estatísticas espanholas, as nossas expedições para a Catalunha registaram um decréscimo de -18,2% e as importações -14,5%.

Fonte: Secretaria Estado Comércio Externo de Espanha

Evolução das Trocas Comerciais Espanha – Portugal (Janeiro-Novembro 2009) Comunidades

Autónomas 2009 (Jan-Nov) Variação 09/08 (Jan-Nov)

Exportação Importação Saldo Cobertura Exportação Importação Saldo

Andalucía 1.295.284 574.000 721.284 225,66 -6,94 -33,17 35,33 Aragón 443.282 225.264 218.018 196,78 -19,67 -16,85 -22,40 Asturias 247.928 70.082 177.846 353,77 -27,50 -33,49 -24,83 Balears (Illes) 52.632 56.136 -3.504 93,76 167,26 87,58 65,76 Canarias 13.153 52.314 -39.161 25,14 49,20 1,70 8,13 Cantabria 116.338 28.183 88.155 412,79 -38,97 -37,55 -39,41 Castilla y León 842.252 493.431 348.821 170,69 -8,26 -21,39 20,15 Castilla-La Mancha 685.259 270.103 415.156 253,70 17,69 3,27 29,45 Cataluña 3.189.465 1.140.272 2.049.193 279,71 -14,49 -18,15 -12,31 Ceuta 1.433 -1.433 -83,49 83,49 Comunidad Valenciana 879.831 436.235 443.597 201,69 -10,12 -26,47 15,01 Extremadura 332.260 263.850 68.410 125,93 -18,15 -38,09 438,47 Galicia 1.834.851 1.359.690 475.162 134,95 -20,58 -31,49 45,93 Madrid 2.114.139 1.102.306 1.011.832 191,79 -17,49 -25,08 -7,26 Melilla 451 -451 -59,84 59,84 Murcia 211.452 65.855 145.597 321,09 9,42 -19,28 30,39 Navarra 197.533 160.885 36.647 122,78 -23,03 -7,17 -56,01 País Vasco 649.349 189.644 459.705 342,40 -33,10 -30,78 -34,02 Rioja (La) 97.554 54.600 42.954 178,67 -16,98 -6,31 -27,47 Sin determinar 308 3.092 -2.784 9,96 -12,44 2.951,94 - 1.211,73 TOTAL 13.202.870 6.547.827 6.655.043 -15,0% -24,9% -2,3% Fonte: Icex

2.2. Serviços

Em 2008, Espanha posicionou-se como 2º mercado cliente dos serviços portugueses (a seguir ao Reino Unido) tendo absorvido 15,4% das vendas totais ao exterior e como 1º fornecedor de serviços ao nosso país (24% das chegadas totais de serviços).

Balança Comercial de Serviços com a Espanha

(106 Euros) 2004 2005 2006 2007 2008 Var% a 04/08 2008 Jan/Nov 2009 Jan/Nov Var%b 08/9 Expedições 1.751 1.950 2.264 2.619 2.756 12,1 2.516 2.197 -12,7 Chegadas 1.812 2.029 2.230 2.462 2.736 10,9 2.524 2.137 -15,3 Saldo -60 -79 33 157 20 -- -8 60 -- Coef. Cob. 96,7% 96,1% 101,5% 106,4% 100,7% -- 99,7% 102,8% -- % Exp. Totalc 14,8 15,9 15,5 15,4 15,4 -- -- 14,8 -- % Imp. Totalc 23,1 24,1 23,0 23,5 24,0 -- -- 22,7 --

Fonte: INE - Banco de Portugal17821547

Notas: (a) Média aritmética das taxas de crescimento anuais no período 2004-2008 (b) Taxa de variação homóloga

(c) Posição num conjunto de 55 mercados seleccionados

No período relativo a 2004/2008 as expedições de serviços portugueses para Espanha tiveram um crescimento médio anual de 12,1% contra 10,9% das chegadas. Nos três últimos anos do período as expedições de serviços foram superiores às chegadas, originando saldos positivos.

Discriminando o possível, verifica-se que os serviços expedidos mais significativos em 2008, segundo o Banco de Portugal, foram: viagens e turismo (39,2%), evidenciando o interesse do turismo espanhol em Portugal, os transportes (27,8%), outros serviços fornecidos por empresas (15,7%), serviços de construção (8,9%) e de comunicação (2,7%).

Pelo lado das chegadas, repetem-se todos aqueles tipos de serviços, muito embora as viagens e turismo (37,6% do total) seja a parcela que apresenta, de longe, valores muito superiores aos restantes, o que nos leva também a concluir, o forte fluxo turístico de Portugal, para a Espanha. Seguem-se-lhe os transportes (29,2%), outros serviços fornecidos por empresas (15,7%), serviços de natureza pessoal, cultural e recreativa (3,4%) e de comunicação (3,1%).

No período Janeiro/Novembro 2009 o saldo da balança de serviços foi favorável a Portugal, embora se tenham registado decréscimos ao nível das expedições bem como das chegadas de serviços de -12,7% e -15,3% respectivamente, face ao período homólogo do ano anterior.

2.3. Investimento

2.3.1. Importância da Espanha nos Fluxos de Investimento para Portugal

Espanha é um importante investidor em Portugal, situando-se na 3ª posição do ranking dos países investidores em 2008 (com 13,6% do total do IDE), depois de já ter ocupado o primeiro lugar em 2004. Por outro lado, enquanto destino do investimento português no exterior, Espanha posicionou-se em 2º lugar em 2008 (15,9% do total do IDPE).

2.3.2. Investimento Directo de Espanha em Portugal

Segundo o Banco de Portugal, o montante do investimento directo espanhol em Portugal, em termos brutos, totalizou perto de 4.366 milhões de euros em 2008 (-19,1% face ao ano anterior). Atendendo ao elevado valor do desinvestimento registado (o segundo maior do período 2004-2008) o investimento líquido não ultrapassou os 786 milhões de euros.

Nesse ano os investimentos dirigiram-se essencialmente para os seguintes sectores: comércio por grosso e a retalho (32,9%), indústria transformadora (20,9%), actividades imobiliárias, alugueres e serviços prestados às empresas (20,7%), actividades financeiras (10,6%), produção/distribuição de electricidade, gás e água (5,3%) e construção (2,9%).

Analisando os dados do investimento directo de Espanha em Portugal, nos primeiros onze meses de 2009 verificou-se um crescimento de 6,9% (face ao período homólogo de 2008), ascendendo a 4.010 milhões de euros.

Investimento Directo de Espanha em Portugal (IDE)

(106 EUR) 2004 2005 2006 2007 2008 Var % a 04/08 2008 Jan/Nov 2009 Jan/Nov Var %b 08/09 ID Espanha em Portugal 4.456 4.028 4.196 5.400 4.366 1,0 3.751 4.010 6,9 Desinvestimento 2.103 2.116 1.888 3.750 3.579 21,0 3.206 3.636 13,4 Líquido 2.353 1.912 2.309 1.650 786 -- 545 374 -- % IDE totalc 16,4 14,6 12,8 16,5 13,6 -- 13,0 14,8 -- Origemd 1 2 5 2 3 -- 3 3 --

Fonte: Banco de Portugal

Notas: (a) Média aritmética das taxas de crescimento anuais no período 2004-2008 (b) Taxa de variação homóloga

(c) Com base no ID bruto

De acordo com os dados espanhóis (Dir. Geral Comercio e Inversiones), o investimento espanhol em Portugal em 2008, atingiu apenas 1.164 milhões de euros em termos brutos e 827 milhões de euros em termos líquidos, tendo o nosso país sido o 8º destino do investimento bruto espanhol no exterior (3,0% do total); analisando-se a evolução do investimento bruto para o período 2004-2008, verificou-se uma taxa média anual de crescimento de 6,3%.

Já no período Janeiro-Setembro de 2009, se comparado com o período homólogo de 2008, verifica-se um decréscimo do investimento bruto de Espanha em Portugal de 81%. Nesse período, os sectores mais procurados pelos investidores espanhóis foram os seguintes: armazenamento e actividades conexas ao transporte (53,8%), indústria alimentar (9,1%), construção de edifícios (7,2%) e fornecimento de energia eléctrica, gás (6,3%).

As comunidades autónomas que mais investiram em Portugal em 2008 foram: a Catalunha (49,3%), seguida de Madrid (31,1%), de Castilla-La Mancha (5,8%), da Andaluzia (4,9%) e Galiza (3,1%). Já no período disponível para 2009 (Janeiro-Setembro) o investimento espanhol em Portugal foi originário sobretudo de Madrid (63,6%), da Catalunha (18,1%), da Galiza (8,2%), da Andaluzia (6,3%) e do País Basco (2,1%).

Nos últimos anos da década de 80 e princípios dos anos 90, estabeleceram-se em Portugal numerosas empresas espanholas, nomeadamente através da implantação de estruturas de raiz, pela compra de empresas portuguesas ou, ainda, através da aquisição de participações significativas nas mesmas. Depois deste forte fluxo de investimento, nos últimos anos constata-se algum abrandamento, apesar de tal situação não ser idêntica em todos os sectores.

De acordo com a Câmara de Comércio e Indústria Luso Espanhola, o número de empresas espanholas em Portugal é de aproximadamente 900, sendo muitas delas pequenas e médias, atraídas pela proximidade geográfica e cultural, pelas vantagens logísticas e de organização, em comparação com outros mercados mais distantes, para além da tendência para o tratamento unificado do mercado ibérico como região comercial, dentro de um contexto europeu e mundial mais globalizado.

A área mais procurada pelos investidores espanhóis no passado foi o sector da construção. É neste sector que existe o maior número de empresas espanholas a operar em Portugal. Outros sectores de realçar são o da alimentação, da banca, das confecções (sector em que a penetração de marcas espanholas é bastante significativa), bem como da hotelaria, do turismo, do comércio e distribuição (franchising e lojas próprias).

Passamos agora a referir as principais operações de investimento realizadas por empresas espanholas em Portugal no ano de 2009 e princípio de 2010:

No mês de Setembro de 2009 o grupo espanhol Ganain anunciou um investimento de 1,5 milhões de euros na construção de uma fábrica em Valença, que empregará meia centena de trabalhadores. A nova unidade industrial, destinada ao fabrico de vários produtos em ferro para indústria em geral, em especial para a naval, terá uma nave industrial com 1.000 metros quadrados, para produção e mais 160 metros quadrados para escritórios.

A empresa andaluza Bogaris comprou em Julho de 2009 a Herdade da Enxara, um olival de 400 hectares, no Alentejo. Esta empresa já tem 4.004 hectares em Portugal, sendo que 3.525 são de superfície plantada.

A sociedade de capital de risco espanhola GED comprou em Junho de 2009 70% do capital da consultora portuguesa Fase, empresa especializada em serviços de engenharia e arquitectura, com 350 empregados nos escritórios em Portugal, Macau e Angola (em 2008 facturou 1,8 milhões de euros). Esta operação foi avaliada em 12 milhões de euros.

A Acuinova, filial do grupo Pescanova para a produção de pregado, inaugurou em Junho de 2008 o maior empreendimento de aquacultura de pregado do mundo, localizado em Mira, projecto que envolveu um investimento de 140 milhões de euros.

A nova unidade da Acuinova - Actividades Piscícolas, S. A, reconhecida como de potencial interesse nacional (PIN) em 2005, deverá criar 800 postos de trabalho, 200 dos quais directos. A empresa prevê produzir cerca de 7.000 toneladas de pregado por ano, sendo que cerca de 99% da produção será destinada ao mercado comunitário e à exportação para países terceiros.

Criteria Caixa Corp, holding detentora do banco espanhol La Caixa, aumentou a

sua participação no BPI para 30,1 %, em Fevereiro de 2009. La Caixa passou a possuir 270,9 milhões de acções representativas do capital social do banco.

Nesta operação, o Criteria Caixa Corp investiu mais de 957 mil euros

Em Janeiro de 2009 a Europac adquiriu por 1,7 milhões de euros os 49% do capital da portuguesa MRA que ainda não detinha, passando assim a controlar 100% do capital da empresa. A Europac já detinha 51% do capital da MRA através da subsidiária Gescartão. Os centros de produção do grupo encontram-se em Viana do Castelo. Em Janeiro de 2008, a Europac adquiriu a portuguesa Nor-Gompapel, no mercado de recuperação de resíduos de papel (por 5,15 milhões de euros).

A Magnum Capital Industrial Partners, sociedade ibérica de “private equity”, juntamente com Paulo Paiva dos Santos, presidente da empresa, concluiu em Janeiro de 2009 a aquisição da empresa farmacêutica Generis e das suas subsidiárias em Espanha e no Médio Oriente, bem como das restantes empresas do Grupo Farma-APS. O negócio foi avaliado em cerca de 200 milhões de euros.

Esta é a terceira operação de relevo da Magnum Capital em Portugal, após o investimento na Enersis e no Grupo Vendap.

A Magnum é a primeira sociedade Ibérica de Capital Privado (private equity) liderada por João Talone, Ángel Corcóstegui e Enrique de Leyva, e conta com cerca de 866 milhões de euros em fundos próprios, provenientes de investidores institucionais da Península Ibérica e dos maiores institucionais internacionais. O seu objectivo fundamental é realizar e gerir investimentos como accionista principal em médias e grandes empresas do mercado português e espanhol, com a finalidade de criar valor para os accionistas e desenvolver economias locais.

2.3.3. Investimento Directo de Portugal em Espanha

Investimento Directo de Portugal em Espanha (IDPE)

(106 EUR) 2004 2005 2006 2007 2008 Var % a 04/08 2008 Jan/Nov 2009 Jan/Nov Var %b 08/09 ID Portugal em Espanha 2.691 1.733 1.084 1.940 1.604 -2,8 1.529 1.291 -15,5 Desinvestimento 908 1.558 358 1.394 1.574 74,3 1.381 1.083 -21,6 Líquido 1.783 175 726 546 30 -- 148 208 -- % IDPE totalc 22,5 17,7 11,0 13,1 15,9 -- 16,9 19,0 -- Destinod 2 2 2 2 2 -- 2 1 --

Fonte: Banco de Portugal

Notas: (a) Média aritmética das taxas de crescimento anuais no período 2004-2008 (b) Taxa de variação homóloga

(c) Com base no ID bruto

(d) Posição do mercado enquanto Destino do IDPE bruto total, num conjunto de 55 mercados

No que respeita ao investimento directo de Portugal em Espanha, o valor registado pelo Banco de Portugal foi de 1.604 milhões de euros em 2008 (-17,3% face a 2007). O valor do investimento líquido foi o mais baixo do período 2004-2008, atendendo ao elevado desinvestimento registado em 2008.

Segundo a mesma fonte, os sectores predominantes do investimento português em Espanha em 2008, foram as actividades imobiliárias, alugueres e serviços prestados às empresas (55,7%), a indústria transformadora (26,8%), o comércio por grosso e a retalho (7,5%), as actividades financeiras (3,1%) e a construção (2,8%).

Nos primeiros onze meses de 2009, o investimento directo de Portugal em Espanha atingiu 1.291 milhões de euros (-15,5% face ao período homólogo de 2008), de acordo com o Banco de Portugal.

Se considerarmos os dados oficiais espanhóis (Dir. Geral Comercio e Inversiones), o investimento português em Espanha atingiu cerca de 609 milhões de euros, em termos brutos, em 2008 (+36% face ao ano anterior) e 582 milhões de euros em termos líquidos, tendo Portugal sido o 7º maior investidor estrangeiro em Espanha, em termos brutos (quota de 1,6% do total); ao analisarmos a evolução do investimento bruto para o período 2004-2008, verifica-se uma taxa média anual de crescimento de 27,1%.

De destacar que o investimento bruto realizado em “ETVEs” (“Entidades de Tenencia de Valores Estrangeiros”), ou “Holdings”, fluxo financeiro, atingiu cerca de 381 milhões de euros (63% do total) e foi integralmente dirigido ao sector metalúrgico na Comunidade Valenciana.

As principais áreas para as quais foi canalizado o investimento português, em 2008, segundo fonte espanhola, foram: a metalurgia (63%), o comércio retalhista (18%), as actividades recreativas, culturais e desportivas (8%), a indústria química (3%), outras actividades empresariais (1%), a hotelaria (1%) e as actividades imobiliárias (1%).

A Comunidade Valenciana foi a região mais atractiva para as empresas portuguesas em 2008 (64% do total), seguida de Madrid (30,7%), da Catalunha (3,2%) e da Galiza (0,6%).

Os dados relativos ao período Janeiro-Setembro de 2009, quando comparados com o período homólogo de 2008, mostram um decréscimo do investimento bruto de Portugal em Espanha de 47%.

Nesse período de 2009, a maioria do investimento português em Espanha realizou-se nos sectores: armazenamento e actividades conexas ao transporte (77,8%), construção de edifícios (7,1) agricultura, pecuária e serviços relacionados (5,6%) e comércio grossista (1,7%). E as regiões mais atractivas foram: Madrid (75%), Castilla La Mancha (12,7%), a Andaluzia (5,6%), a Catalunha (2,7%), as Ilhas Baleares (1,4%), a Galiza (1,3%) e a Comunidade Valenciana (0,8%).

Passamos agora a referir as principais operações de investimento realizadas por empresas portuguesas em Espanha no ano de 2009 e início de 2010:

No mês de Dezembro de 2009 a CIN comprou a Indústrias La Pintura, (Palmacolor), uma empresa de tintas localizada nas Ilhas Canárias por 6,5 milhões de euros. A operação foi realizada através da holding espanhola do grupo, a Amida Inversiones

Com a aquisição da Indústrias La Pintura, instalada em Las Palmas, a CIN passa a empregar nas Ilhas Canárias cerca de 130 trabalhadores. O grupo português já detinha naquele arquipélago espanhol duas unidades em Tenerife.

Criada em 1952, a Palmacolor tem uma actividade centrada no fabrico, distribuição e comercialização de tintas, vernizes e produtos relacionados. A empresa lidera o mercado no arquipélago canário, com delegações na maioria das ilhas Canárias

A Galp Energia comprou uma parte da rede de distribuição de gás da espanhola

Gás Natural. A Galp Energia e o fundo Morgan Stanley vão partilhar esta rede de

fornecimento que serve 400 mil clientes em 38 municípios da Comunidade Autónoma de Madrid.

CGC Genetics, primeiro Laboratório privado de Genética Médica em Portugal, procedeu

à aquisição da maioria do capital de dois laboratórios em Madrid - Circagen e

ADFTecnogen.

Esta operação de aquisição, está dividida em duas fases, aquisição de uma participação maioritária no capital das duas empresas (62,5%), com o investimento de cerca de 1,5 milhões de euros, e posterior opção de compra da restante participação a 3 anos. Os laboratórios Circagen e ADFTecnogen apresentam diversas afinidades com o CGC, nomeadamente o facto de colocarem a genética ao serviço da prática clínica.

No mês de Novembro de 2009 a empresa portuguesa de transporte expresso

Adicional Logistics comprou a Iberlink, empresa espanhola de transporte e

distribuição, por cerca de 600 mil euros.

A Adicional Logistics é uma empresa portuguesa de distribuição especializada na entrega de encomendas ao domicílio (B2C). Com a compra da Iberlink a Adicional Logistics passa a ter um centro de distribuição em Madrid, num total de cinco delegações próprias e mais de 20 agências em Espanha. Em Portugal a empresa tem centros de distribuição em Lisboa, Faro, Aveiro e Porto.

A Ongoing anunciou, em Setembro de 2009, a aquisição de 30 por cento do capital da Media Capital empresa detida pelo grupo espanhol Prisa. A Ongoing fica ainda com opção de compra de 5,31% da empresa que detém a TVI.

A Ongoing Strategy Investments SGPS S.A. é um grupo empresarial privado da Família Rocha dos Santos. Os seus investimentos estão especialmente focados nas áreas das Telecomunicações, Media,

No documento Mercados informação global (páginas 41-58)

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