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Mercados

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Espanha

Dossier de Mercado

Fevereiro 2010

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Índice

1. O País 4

1.1. A Espanha em Ficha 5

1.2. Organização política e administrativa 6

1.3. Situação económica 7

1.3.1. Política económica recente 7

1.3.2. Perspectivas 11

1.3.3. O PNR e a Estratégia para a Economia Sustentável 12

1.3.4. As Comunidades autónomas 19

1.4. Comércio Internacional 22

1.4.1. Evolução da balança comercial 22

1.4.2. Principais clientes e fornecedores 22

1.4.3. Principais produtos transaccionados 25

1.4.4. Comércio internacional das CA 27

1.5. Investimento estrangeiro 28

1.6. Turismo 32

1.7. Relações internacionais e regionais 35

1.8. Condições legais de acesso ao mercado 35

1.8.1. Regime geral de importação 35

1.8.2. Regime de investimento estrangeiro 37

1.8.3. Quadro legal 39

2. Relações económicas com Portugal 41

2.1. Comércio 41

2.1.1. Importância da Espanha nos fluxos comerciais para Portugal 41

2.1.2. Evolução da balança comercial bilateral 42

2.1.3. Expedições por grupos de produtos 42

2.1.4. Chegadas por grupos de produtos 44

2.1.5. Fluxos comerciais com as CA 46

2.2. Serviços 48

2.3. Investimento 49

2.3.1. Importância da Espanha nos fluxos de investimento para Portugal 49

2.3.2. Investimento directo de Espanha em Portugal 49

2.3.3. Investimento directo de Portugal em Espanha 52

2.4. Turismo 56

2.5. Cooperação transfronteiriça 57

3. Oportunidades e dificuldades do mercado 58

3.1. Potencialidades 59

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Anexos:

Anexo 1 – Principais produtos transaccionados entre Portugal e Espanha (Jan/Nov2009) 64

Anexo 2 – Informações úteis 66

Anexo 3 – Endereços diversos 68

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1.1. A Espanha em Ficha

Área: 504.880 km2

População: 46,6 milhões de habitantes (Janeiro 2009) Densidade populacional: 92,3 hab./km2

Designação oficial: Reino de Espanha Forma de governo: Monarquia Constitucional

Chefe do Estado: Rei Juan Carlos (desde Novembro de 1975) Primeiro-Ministro: José Luís Rodríguez Zapatero

Data da actual constituição: Aprovada em 6 de Dezembro de 1978 e promulgada em 29 de Dezembro de 1978 Principais partidos políticos: Estão representados no Congresso o PSOE (Partido Socialista Obrero Español),

actualmente no poder; PP (Partido Popular); CIU (Convergencia i Unio); EAJ-PNV (Eusko Alderdi Jetzalea - Partido Nacionalista Vasco); ERC (Esquerra

Republicana de Catalunya); IU (Izquierda Unida); BNG (Bloque Nacionalista Galego); CC - PNC (Coalición Canaria - Partido Nacionalista Canario); UPyD Unión Progreso y Democracia; EA (Eusko Alkartasuna) e Na-Bai (Nafarroa Bai). As próximas eleições estão previstas para Março de 2012.

Capital: Madrid (3, 2 milhões de habitantes - Janeiro 2008)

Outras cidades importantes: Barcelona; Valência; Sevilha; Zaragosa; Málaga; Múrcia; Las Palmas de Gran Canaria; Palma de Maiorca; Bilbao; Valladolid e Córdoba.

Organização territorial: Distribui-se por Municípios, Províncias e 17 Comunidades Autónomas (Andalucia, Aragón, Astúrias, Baleares, Canárias, Cantábria, Castilla-La Mancha, Castilla y León, Cataluña, Comunidade de Madrid, Comunidade Valenciana, Extremadura, Galiza, La Rioja, Múrcia, Navarra e País Basco). No Norte de África, as cidades de Ceuta e de Melilla, territórios dependentes de Espanha, são administradas como Comunidades Autónomas.

Religião: A maioria da população é católica, mas a Constituição estabelece que não existe religião oficial em Espanha.

Língua: A principal língua é o castelhano. Existem, ainda, mais três línguas oficiais: o catalão, o basco (euskera) e o galego.

Unidade monetária: Euro (EUR)

1 EUR = 1,3948 USD (média anual 2009) 1 EUR = 1,4272 USD (média Janeiro 2010)

Risco país: Risco geral: BBB (AAA = risco menor, D= risco maior) Risco político: A (idem)

“Ranking” em negócios: Índice 7,37 (10 = máximo)

“Ranking” geral: 22 (entre 82 países)

(EIU – Janeiro 2010)

Risco de crédito: 1 (1 = risco menor; 7 = risco maior)

(COSEC - Dezembro 2009)

Grau da abertura e dimensão relativa do mercado: Exp. + Imp. (bens) / PIB = 36,2% (estimativa 2009) Imp. / PIB = 20,8% (estimativa 2009)

Imp. / Imp. Mundial = 2,4% (12º importador em 2008)

(6)

1. 2. Organização Política e Administrativa

A Espanha é constituída por 17 Comunidades Autónomas1 (regiões) e duas cidades autónomas (os enclaves de Ceuta e Melilla no Norte de África). A Constituição estabelece a gradual descentralização do poder central para as regiões, situação que já teve um significativo impacto a nível político e administrativo no país. No espaço de 20 anos, Espanha passou de um dos Estados mais centralizados da Europa para um dos mais descentralizados.

Depois da transição da gestão dos sistemas de saúde e educação para as regiões em 2002-2003, ficando apenas de fora a segurança social (principalmente as pensões), os Governos Regionais gerem actualmente a maior fatia do orçamento público.

Estas 17 Comunidades são bastante diferentes em diversas perspectivas: história, cultura, língua e condições económicas.

Para além comunidades autónomas, existem ainda 50 Províncias em Espanha, formadas por grupos de Municípios, cada um com o seu Conselho Municipal, Comarcas e ainda numerosas entidades locais (cerca de 15.000). Sub-delegados do Governo supervisionam os Municípios e coordenam as relações entre a administração do Estado e as autoridades regionais. Os Conselhos Provinciais são eleitos indirectamente pelos Conselhos Municipais. Estes, por sua vez, são eleitos por sufrágio directo e universal.

A Constituição espanhola de 1978 consagra a Monarquia Parlamentar, estabelece a separação do poder legislativo, executivo e judicial e confere ao Rei poderes como Chefe de Estado e Comandante supremo das Forças Armadas. O Rei é o símbolo da unidade nacional, é o garante do normal e regular funcionamento das instituições e é o representante máximo do Estado espanhol nas suas relações internacionais.

O poder legislativo compete ao Parlamento, conhecido como Cortes Generales. O Parlamento é formado por duas câmaras: o Congreso de los Diputados e o Senado. O Congresso dos Deputados (a câmara baixa) assume maior importância, com os seus 350 membros a serem eleitos por sufrágio directo e universal por círculos eleitorais, para um mandato de 4 anos.

O Senado (câmara alta), é composto por 259 membros, sendo que 208 são eleitos por sufrágio universal (quatro representantes por província) e os restantes 51 são designados pelas comunidades autónomas e pelos dois enclaves, ambos para um mandato de 4 anos.

O Rei dispõe de poderes para dissolver o Parlamento após proposta do Primeiro-Ministro, ou após a aprovação de uma moção de censura ao Governo pelo Congresso dos Deputados.

1

Andalucía, Aragón, Astúrias, Baleares, Comunidade Valenciana, Canárias, Cantábria, Castilla-La-Mancha, Castilla-León, Cataluña, Ceuta, Extremadura, Galicia, La Rioja, Madrid, Mellilla, Múrcia, Navarra, País Vasco.

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O poder executivo é exercido pelo Governo, liderado pelo Primeiro Ministro (Presidente del Gobierno) que é nomeado pelo Rei, após eleição pelo Congresso dos Deputados. O Primeiro Ministro escolhe os membros do governo que são igualmente empossados pelo Rei. O governo é colectivamente responsável perante o Congresso dos Deputados. Cessa funções sempre que se realizam eleições gerais, no caso de perca de confiança por parte do Parlamento, ou ainda em caso de resignação ao cargo ou por morte do Primeiro-Ministro.

1.3. Situação Económica

1.3.1. Política económica recente

A Espanha foi considerada em 2008 a décima economia a nível mundial2 e o oitavo maior investidor mundial. Ao longo da década de 90, as políticas económicas prosseguidas pelas autoridades espanholas atribuíram particular importância ao combate ao desemprego e ao controlo das contas públicas e da inflação, tendo-se traduzido num efectivo desenvolvimento económico, que teve reflexos muito positivos nas condições da vida da população, com a melhoria do rendimento disponível das famílias e o consequente crescimento da procura.

Como consequência, Espanha foi uma das economias da Europa Ocidental que mais cresceu ao longo da última década e até ao final de 2007. De acordo com as Contas Nacionais de Espanha, a economia manteve um grande dinamismo neste período, ao crescer 3,7%, impulsionada principalmente pela procura interna, em particular pelo investimento.

Todavia, o bom desempenho da economia espanhola, com taxas de crescimento bastante acima da média europeia3, não impediu que alguns analistas económicos viessem a chamar a atenção para a vulnerabilidade de um modelo de crescimento económico baseado essencialmente no consumo interno e no crescimento do sector da construção, bem como para os riscos que o país começou a enfrentar com a subida do preço do petróleo e o agravamento do défice comercial. Uma explosão sem precedentes do sector da construção atingiu o país, tendo os preços do imobiliário mais que duplicado no espaço de apenas dez anos, e a economia aumentou o défice das contas correntes, ultrapassando 10% do PIB em 2007.

Em 2008 a economia espanhola evidenciou um crescimento em forte desaceleração, com o PIB a crescer apenas 0,9% (graças essencialmente ao desempenho verificado na primeira metade do ano). Esta evolução ficou-se a dever ao acentuado abrandamento da procura interna (originada pelo colapso no sector da construção e pela retracção das despesas dos consumidores), ao decréscimo do investimento e à subida do desemprego.

2

Segundo relatório do Banco Mundial referente aos dados do PIB em 2008.

3

(8)

Nesse âmbito, as autoridades espanholas implementaram no final de 2008 o Plano Espanhol para Estímulo à Economia e ao Emprego - “Plano E” (http://www.plane.gob.es) - um “pacote” de 91 medidas com o objectivo de fortalecer a economia, favorecer a liquidez das empresas e travar o desemprego. O plano foi considerado pelo FMI como um dos maiores planos de estímulo à procura, incluindo, entre outras, medidas de apoio ao investimento público, de redução da carga fiscal e apoio/financiamento às PMEs, bem como ajudas aos sectores do imobiliário e construção.

Em 2009, segundo as estimativas oficiais a economia espanhola registou a recessão mais profunda da sua história recente com um forte recuo da actividade económica de -3,6%, consequência de uma acentuada debilidade da procura interna, a par de uma forte queda das vendas ao exterior.

Assim, estima-se que o consumo privado tenha contraído fortemente (-5%), em resultado de um conjunto de factores, nomeadamente agravamento do desemprego, deterioração da confiança dos agentes económicos, condições financeiras mais restritivas e redução do rendimento das famílias.

Também o investimento em capital fixo terá registado um decréscimo importante (-15,4% em 2009, após -4,4% em 2008), para o qual contribuiu em particular a evolução do investimento em equipamento. Um acesso ao crédito mais dificultado, bem como a deterioração das expectativas das empresas e a redução da procura, constituiriam os principais factores que impediram a implementação de projectos de investimento por parte das empresas. Acresce que a falta de investimento no sector da construção reforçou ainda esta evolução negativa, devido à deterioração do segmento residencial, que não foi compensado por investimento em outros tipos de construção. Por seu lado, o consumo público terá mantido o ritmo de crescimento, estimado em 5,1% em 2009.

Relativamente às exportações e importações de bens e serviços estima-se que tenham registado decréscimos significativos em 2009, da ordem dos 12% e 18% respectivamente (e no caso apenas de bens, quebras de 16% e 26%, respectivamente). De referir, que nos serviços de turismo as quebras foram igualmente importantes, devido à recessão em que se encontram os principais mercados emissores de turistas para Espanha (acentuado no caso do RU pela desvalorização da moeda).

A inflação evidenciou uma significativa redução em 2009, situando-se em 0,8% (após taxas de 4,1% em 2008 e 2,8% em 2007). Este comportamento foi consequência, em grande parte, da diminuição dos preços de petróleo e dos produtos alimentares.

Face ao evoluir da situação, o mercado de trabalho deteriorou-se particularmente em 2009, registando a mais elevada taxa de desemprego dos últimos anos: 18,8% (contra 11,3% em 2008 e 8,3% em 2007).

Neste contexto e no sentido de tentar minorar os efeitos da crise económica financeira internacional e manter a confiança dos agentes económicos, o governo espanhol implementou uma política fiscal expansionista, aplicando um conjunto de medidas específicas destinadas a moderar a retracção da procura, bem como a restabelecer o acesso ao crédito por forma a garantir a confiança dos agentes económicos.

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Desta forma foi incentivada a redução de impostos (tendo sido introduzidas medidas dirigidas para melhorar a liquidez de empresas e o rendimento disponível das famílias) e o aumento de despesas públicas (quer das prestações sociais, ligadas ao desemprego, quer ao investimento público, através do Fundo Estatal de Investimento Local, bem como no âmbito do Fundo de Estímulo da Economia e Emprego).

Contudo, as medidas de estímulo à economia adoptadas, a par da redução das receitas orçamentais e aumento da despesa, contribuíram para a deterioração das finanças públicas, estimando o Governo que o défice das contas públicas em 2009 tenha atingido 11,4% do PIB (contra 9,5% do PIB da anterior previsão), dos quais 9,5% originado pelo Administração Central, 2,2% pelas Comunidades Autónomas e 0,5% pelas Colectividades Locais.

Esta evolução contribuiu para que a dívida pública aumentasse significativamente em 2009, situando-se segundo os dados provisórios do governo, em 55,2% do PIB.

É de realçar que, de acordo com um relatório da Comissão Europeia, o governo espanhol efectuou um esforço financeiro para combater a crise equivalente a 2,3% do PIB em 2009 e 2010, ou seja, mais do dobro da média europeia (que foi de 1,1%).

O actual estado das finanças públicas forçou as autoridades espanholas a tomar medidas no Orçamento de 2010 com vista a combater a sua deterioração. As medidas tributárias incluídas no orçamento para 2010, aprovado em Outubro 2009, implicam um aumento de 1% do PIB do lado das receitas (aumento do IVA e do imposto sobre rendimento de capital) e um esforço de contenção da ordem de 0,8% do PIB do lado das despesas. Novas medidas de austeridade poderão ainda vir a ser tomadas no próximo ano.

É de destacar que, apesar da situação, o Orçamento para 2010 prevê um esforço de investimento importante para apoio à recuperação e crescimento a médio prazo. Nesse sentido o conjunto de investimento em infra-estruturas, em I&D&Inovação e em educação ganham peso no conjunto do orçamento (os investimentos em infra-estruturas de transporte mantêm-se em 2010 alcançando 17.200 milhões de euros; as despesas com I&D&Inovação, no montante de 7.959 milhões euros, sofrem uma pequena redução; enquanto o investimento na política de educação aumenta 3,4%). Serão acompanhados ainda por um novo fundo de investimento gerido pelas entidades locais, dotado de 5.000 milhões de euros, destinados a investimentos produtivos mas mais de carácter estratégico, e outro de 20.000 milhões de euros, dirigido a créditos através do Instituto de Crédito Oficial (ICO), para financiamento de actividades do novo modelo de crescimento.

No final de Novembro de 2009, o Primeiro-Ministro apresentou a Estratégia para o Crescimento da

Economia Sustentável, através da qual pretende aumentar a competitividade da economia espanhola

nos próximos 10 anos e criar emprego. A estratégia definida inclui um plano global de reformas tendo por objectivo renovar o modelo de crescimento da economia, tornando-o sustentável em termos económicos, sociais e meio ambiente.

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O ambicioso programa de reformas definido, inclui como peça central a Lei da Economia Sustentável (cujo ante projecto foi apresentado em Dezembro 2009 ao Conselho de Ministros), a par de um conjunto de reformas de âmbito mais específico (nomeadamente relações laborais, pensões e segurança social), que o Governo pretende aprovar no período de 18 meses, de modo a entrarem em vigor antes do final da actual legislatura.

Mais recentemente, em 29 de Janeiro do corrente ano, o Governo aprovou a actualização do Programa

de Estabilidade e Crescimento 2009-2013, o qual inclui um programa de consolidação fiscal que

pretende envolver o conjunto das administrações públicas num objectivo comum: a redução progressiva do desequilíbrio das contas públicas para correcção do défice abaixo de 3% em 2013, de acordo com a imposição de UE.

O plano de austeridade proposto pelo governo espanhol implica a redução de 50 mil milhões de euros de gastos públicos até 2013 (cerca de 5,7% do PIB), prevendo-se que a Administração Geral do Estado (AGE) efectue uma redução de gastos no montante de 40 mil milhões de euros, ficando os restantes 10 mil milhões de euros a cargo das Comunidades Autónomas e Colectividades Locais.

O programa de consolidação fiscal para a AGE prevê que o ajustamento estrutural a efectuar pela mesma seja da ordem dos 5,2% do PIB até ao final do período (2013), com base em dois planos:

• Plano de Acção Imediata 2010: prevê uma redução das despesas equivalente a 0,5% do PIB bem como a redução da oferta de emprego no sector público.

• Plano de Austeridade 2011-2013: institui um corte generalizado dos gastos que afectará todas as políticas do governo (com excepção das prestações com pensões, desemprego, apoio à dependência, educação, I+D+Inovação, bem como a Ajuda Oficial ao Desenvolvimento), com um impacto equivalente a 2,6% do PIB durante o período.

O governo prevê, assim, reduzir o défice da AGE para valores da ordem dos 6,2% no corrente ano, 2,5% em 2011, 3,8% em 2012 e 1,9% em 2013.

Com vista à implementação das medidas propostas, o governo deverá aprovar até 1 de Maio próximo, um Plano de Reestruturação das Despesa Pública (incluindo o sector público empresarial). Por outro lado, submeterá à aprovação do Conselho de Política Fiscal e Financeira um Acordo sobre a sustentabilidade das finanças públicas com o objectivo de um ajuste estrutural do conjunto das Administrações Públicas, que caso seja aprovado, implicará que as Comunidades Autónomas disponham de três meses para aprovarem um plano de reestruturação da despesa pública.

É de referir, que o programa apresentado tem por base as previsões oficiais do Governo 2010-2013 (anunciadas em Junho 2009), as quais apontam para uma evolução do PIB de -0,3% em 2010, prevendo, a partir de 2011, uma fase de recuperação mais sólida da economia que se deverá intensificar em 2012-2013 (de +1,8%, +2,9% e +3,1%, respectivamente).

(11)

Estas previsões são, no entanto, mais optimistas que as da Previsão de Outono da Comissão Europeia (-3,7% PIB em 2009, - 0,8% em 2010, e + 1%) ou as do FMI (que considerou Espanha como a única economia desenvolvida que irá registar crescimento negativo em 2010, prevendo -0,7% PIB em 2010 e +0,9% em 2011), ou ainda do Economic Intelligence Unit (EIU) que se apresentam seguidamente.

Principais Indicadores Macroeconómicos

Unidade 2007a 2008a 2009b 2010c 2011c 2012c

População Milhões 45,2 45,5 45,8 45,9 46,1 46,3

PIB a preços de mercado 109

EUR 1.052,7 1.088,52 1.036,6 1.048,4 1.078,1 1.109,0 PIB a preços de mercado 109

USD 1.440,89 1.600,1 1.444,0 1.491,4 1.506,7 1.574,8 PIB per capita USD 31.923 35.158 31.562 32.479 32.662 33.998

Crescimento real do PIB % 3,6 0,9 -3,6 -0,1 0,8 1,2

Consumo privado Var. % 3,6 -0,6 -5,0 -0,7 1,1 1,5

Consumo público Var. % 5,5 5,4 5,1 1,1 -1,3 -1,5

Formação bruta de capital fixo Var. % 4,6 -4,4 -15,4 -4,0 -1,0 2,5

Taxa de desemprego % 8,3 11,3 18,8a

19,8 19,0 17,0

Taxa de inflação % 2,8 4,1 0,8a

0,8 1,5 1,3

Dívida pública % do PIB 36,2 39,7 55,1 67,1 77,9 75,5

Saldo do sector público % do PIB 1,9 -4,1 -11,4 -11,7 -10,3 -8,8

Balança corrente 109

USD -144,7 -154,1 -71,5 -66,6 -59,9 -58,9

Balança corrente % do PIB -10,0 -9,6 -5,0 -4,5 -4,0 -3,7

Taxa de câmbio – media 1USD=xEUR 1,37 1,47 1,39a

1,42 1,40 1,42

Fonte: EIU (ViewsWire – 4 Fevereiro 2010) Notas: (a) Valores efectivos

(b) Estimativas (c) Previsões

1.3.2. Perspectivas

Segundo o EIU as previsões de evolução da economia espanhola para 2010-2012 apontam para:

• Uma estagnação do crescimento económico em 2010 (contracção do PIB -0,1% devido às quebras esperadas do consumo privado e do investimento), prevendo-se uma retoma moderada do crescimento apenas a partir do próximo ano (+0,8% em 2011 chegando a +1,2% em 2012).

• O consumo privado continue a contrair-se em 2010 (-0,7%), para em seguida retomar lentamente o crescimento (face ao elevado nível de endividamento das famílias, à grave degradação do mercado de trabalho, bem como a uma maior restrição na concessão de crédito) prevendo-se que acelere em 2012 (+1,5%).

• O investimento volte a diminuir no período 2010-2011 (de -4% e -1% respectivamente), face ao declínio da actividade no sector da construção, retomando o crescimento a partir de 2012 (+2,5%).

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• O consumo público aumente moderadamente no corrente ano (+1,1%), mas aquém do crescimento dos últimos três anos (taxas da ordem dos +5%), invertendo-se a tendência no período 2011-2012 face à necessidade de redução dos gastos públicos.

• O forte abrandamento da procura interna e o decréscimo das importações deverá começar, gradualmente, a traduzir-se na redução do défice da balança corrente espanhola, prevendo-se que represente 4,5% do PIB em 2010 e 3,7% do PIB em 2012. As exportações e importações espanholas de bens e serviços deverão retomar o crescimento no corrente ano (+6,0% e +2% respectivamente, após decréscimos significativos estimados para 2009).

• Uma taxa média de inflação de 0,8% no corrente ano (contra -0,3% em 2009), com tendência para subida até 2012, embora permanecendo inferior a 2%.

• Um novo agravamento da taxa de desemprego a curto prazo (19,8% em 2010, após 11,3% em 2008 e 18,8% em 2009), prevendo-se inversão dessa tendência a partir de 2011.

• O défice do sector público deverá agravar-se ligeiramente em 2010 (11,7% do PIB, após ter atingido o valor máximo 11,4% do PIB em 2009), seguindo-se uma redução (10,3% do PIB em 2011, 8,8 PIB em 2012 e 6,6% em 2013). O rácio dívida pública/PIB deverá continuar a agravar-se significativamente no período 2010-2012 (para valores da ordem dos 67,1% em 2010, 77,9% em 2011 e 75,5% em 2012), invertendo-se essa tendência apenas a partir de 2013.

Por último, diversos analistas consideram que a economia espanhola irá recuperar mais lentamente comparativamente à maioria dos seus parceiros da União Europeia, apesar quer dos sinais de correcção da situação que se estão a fazer sentir internamente, quer no sentido de uma melhoria da economia mundial. A curto/médio prazo, as prioridades da política económica espanhola deverão permanecer focadas na melhoria da situação económica e combate ao desemprego, no contole das finanças públicas bem como na manutenção da confiança e credibilidade do país por parte dos investidores.

1.3.3. O Programa Nacional de Reformas e a Estratégia para a Economia Sustentável

Programa Nacional de Reformas (PNR)

O Programa Nacional de Reformas: Convergência e Emprego (PNR), apresentado por Espanha em Outubro de 2005 à Comissão Europeia, estabeleceu como grandes objectivos de política económica a alcançar até 2010: a convergência plena em termos de rendimento per capita com a UE25 e uma taxa de emprego situada nos 66% para a população entre 15 e 64 anos de idade. Para a consecução destes objectivos, a estratégia foi orientada no sentido de favorecer um modelo de crescimento económico duradouro e equilibrado, sendo para isso necessário aumentar a produtividade, garantindo ao mesmo tempo elevadas taxas de criação de emprego.

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Espanha conseguiu progredir desde 2004 na maioria dos objectivos gerais, transversais e específicos dos eixos que constam do Programa Nacional de Reformas. No entanto, esse avanço não se produziu no caso da taxa de desemprego de jovens e na taxa de criação de empresas, variáveis que foram claramente afectadas pela actual crise económica.

O último Relatório Anual de Progresso do Plano Nacional de Reformas (PNR), apresentado pelas autoridades espanholas em Outubro 2009, faz um balanço das reformas em curso nos sete eixos que englobam o programa:

• Eixo 1 - Esforço de estabilidade macroeconómica e orçamental

 (Inclui: Apoio financeiro e estímulo fiscal de curto prazo; Estabilidade orçamental a médio e longo prazo e Orçamento 2010)

• Eixo 2 - Infra-estruturas

 (Inclui: Plano Estratégico de Infra-estruturas e Transportes (PEIT); Programa de Actuações para a Gestão e Utilização da Água (Programa Água)

• Eixo 3 - Aumento e melhoria do capital humano

 (Inclui: Educação infantil; Educação obrigatória e abandono escolar; Formação profissional; Ensino Universitário; Subsistema de Formação Profissional para o emprego; Igualdade de oportunidades)

• Eixo 4 - Estratégia de I&D& Inovação

• Eixo 5 - Mais concorrência, melhor regulação nas Administrações Públicas, competitividade

 (Inclui: Simplificação administrativa e modernização da Administração; Serviços; Transporte; Energia (concorrência; segurança de fornecimento; sustentabilidade meio ambiente: Energias renováveis e Eficiência energética); Construção; Apoio ao sector industrial e turismo (sector automóvel; sectores estratégicos - industriais; turismo sustentável); Luta contra as alterações climáticas; Apoio ao modelo de crescimento sustentável (produtividade e competitividade; sustentabilidade do meio ambiente; sustentabilidade social; instrumentos transversais de apoio ao investimento sustentável).

• Eixo 6 - Mercado de trabalho e diálogo social

• Eixo 7 - Plano de fomento empresarial

 (Inclui: Fomento à iniciativa empreendedora; Medidas de incentivo à criação de empresas e ao crescimento empresarial; Fomento dos factores de competitividade das PMEs; Apoio à internacionalização; Aumento da simplificação administrativa).

Estratégia para a Economia Sustentável

Tal como anteriormente referido, o Governo apresentou no final de 2009, a Estratégia para o

Crescimento da Economia Sustentável, através da qual pretende impulsionar a economia espanhola

nos próximos 10 anos e criar emprego. A Estratégia foi definida como um plano global de reformas tendo por objectivo renovar o modelo de crescimento da economia espanhola, tornando-o sustentável em termos económicos, social e de meio ambiente.

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O ambicioso programa de reformas definido, inclui como peça central a Lei da Economia Sustentável (cujo anteprojecto foi apresentado em Dezembro 2009 ao Conselho de Ministros), a par de um conjunto de reformas de âmbito mais específico (nomeadamente relações laborais, pensões e segurança social), que o Governo pretende aprovar no período de 18 meses, de modo a entrarem em vigor antes do final da actual legislatura.

A curto prazo a Estratégia pretende impulsionar a recuperação da economia espanhola. A médio prazo, espera-se que o desenvolvimento a realizar nos próximos dez anos permita ao país posicionar-se entre os mais desenvolvidos.

As reformas previstas implicarão todas as áreas de actividade, nomeadamente as relevantes para a renovação do modelo produtivo, sendo enumeradas no quadro abaixo com a respectiva calendarização.

Para o desenvolvimento da Estratégia foram previstos recursos públicos e privados no montante de 25.000 milhões de euros, através de 2 fundos específicos de apoio, disponíveis a partir de Janeiro 2010:

Fundo Estatal para o Emprego e Sustentabilidade Local (5.000 milhões de euros)

Os recursos permitirão às autoridades locais apoiar projectos de investimento que fomentem a actividade económica, a inovação, a implantação de TIC, a sustentabilidade do meio ambiente e a educação. O fundo poderá financiar, igualmente, determinados gastos correntes relacionados com a educação e outros de carácter social.

• Fundo para a Economia Sustentável (20.000 milhões de euros em 2010-2011)

Os recursos serão disponibilizados pelo Instituto de Crédito Oficial (ICO) e co-financiados a 50% por entidades financeiras ao longo de 2010-2011. O fundo é destinado a financiar projectos de investimento por parte do sector privado relacionados com a eficiência energética, eco-inovação, tratamento e gestão integral de resíduos, saúde, biotecnologia, aeronáutica e sector aeroespacial.

(15)

Estratégia para a Economia Sustentável: Principais Reformas

Reformas de Sustentabilidade Económica

1. Modernização da Justiça - Projecto reforma Lei do Registo Civil (Dez 2009) - Projecto-lei de Mediação e Arbitragem (1º Trim 2010) - Reforma da lei de Procedimento Laboral (2º Trim 2010) - Projecto de Reforma integral da Ley Concursal (3º Trim 2010)

2. Reforma da Administração - Desenvolvimento Lei Omnibus (Jan 2010)

- Coordenação de iniciativas económicas que adoptem as CA para apoio da recuperação económica e competitividade (2010)

- Aprovação do projecto-lei de desenvolvimento Estatuto Básico do Empregado Público (1º Trim 2011)

3. Reforço do sistema financeiro - Revisão das linhas do Instituto de Crédito Oficial (ICO), para melhorar acesso ao financiamento e adequação às actividades que mais contribuam para o crescimento económico (Dez 2009)

- Actuação do FROB no processo de reestruturação e reforço do sistema financeiro (1º Sem 2010)

- Alterações regulamentares das Cajas de Ahorros com objectivo de reforçar o seu funcionamento (3º Trim 2010)

4. Luta conta a fraude e economia paralela

- Plano de acção contra fraudes no cumprimento de obrigações tributárias, laborais e S.Social, dotado de novos meios e instrumentos (1º Trim 2010)

5. Reforma dos organismos reguladores

- Adaptação da legislação específica aos princípios da presente lei da Economia Sustentável (1º Trim 2010)

6. Lei de serviços profissionais (2º trim 2010)

7. Desenvolvimento da Inovação - Lei da Ciência, Tecnologia e Inovação (Jan 2010) - Estratégia Pública de Inovação (2º Trim 2010)

8. Políticas sectoriais - Plano Integral de Política Industrial 2020 (1º Trim 2010)

Dirigido para aumento do peso da actividade industrial na economia. Abrangerá sectores tradicionais e emergentes, com especial destaque para automóvel (carro eléctrico), biotecnologia e tecnologias da saúde, TIC, sectores relacionados com a protecção do meio ambiente (incluindo energias renováveis) e aeroespacial. - Avaliação do ritmo de ajustamento do sector da construção residencial e das medidas implementadas nesse sentido (1º Trim 2010)

- Plano Integral de Sustentabilidade das Costas e Praias Espanholas, no âmbito da Estratégia de Turismo 2020 aprovada pelo Governo (4º Trim 2010)

9. Desenvolvimento do sector alimentar

- Programa de desenvolvimento sustentável do meio rural 2010-2014 (2º Trim 2010) - Lei da qualidade agro-alimentar (4º Trim 2010)

10. Gestão do modelo aeroportuário (1º Trim 2010)

(16)

Reformas de Sustentabilidade do Meio Ambiente

11. Reformas na área da energia - Alteração parcial da legislação sobre energia nuclear e aprovação do procedimento para construção de um Almacén Temporal Centralizado (ATC) (Dez 2010)

- Plano de reabilitação energética dos edifícios da Adm. Geral do Estado (Dez 2009) - Lei da eficiência energética e das energias renováveis (2º Trim 2010)

- Planificação energética indicativa (3º Trim 2010)

- Apoios ao sector do carvão - articulação de Plano Nacional do Carvão 2012-2018 que contemplará a gradualidade das ajudas e apoios a reindustrialização e emprego nas zonas mineiras (3º Trim 2010)

12. Reformas do regime de comércio de direitos de emissão

(1º Trim 2010)

13. Lei do armazenamento geológico de CO2

(1º Trim 2010)

14. Plano Integral do Veículo Eléctrico

(1º Trim 2010)

15. Programa de investimentos em infra-estruturas para o transporte sustentável

- Prioridade aos acessos ferroviários a aeroportos e portos de interesse geral, a licitar durante 2010-2011 (1º Trim 2010)

16. Protecção do Meio Ambiente - Lei de protecção do meio marítimo (1º Trim 2010)

- Plano estratégico estatal do património natural e biodiversidade (2º Trim 2010) - Gestão Integral da água – o Governo apresentará o Plano Nacional de

Reutilização de Águas Regeneradas e de Modernização de Regadios 2010-2015 (2º Trim 2010)

- Lei dos resíduos (4º Trim 2010)

- Desenvolvimento da fiscalidade verde – o Governo impulsionará no âmbito da UE a adopção harmonizada de medidas fiscais que contribuam para cumprimento dos objectivos estabelecidos

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Reformas de Sustentabilidade Social

17. Melhoria da Educação e da formação

- O Pacto para a Educação inclui estabilidade normativa; educação equitativa/de qualidade; formação ao longo vida para garantir empregabilidade; atribuição de meios/recursos necessários aos professores; modernização e internacionalização das universidades (1º Trim 2010)

18. Reforço do sistema de Segurança Social

- Inclui: reforço de mecanismos que asseguram correspondência entre cotização e prestação; maior transparência nos processos de cotização; processo de integração de regimes; incentivos ao prolongamento da vida laboral; política de ajudas familiares; adaptação das prestações sociais por morte às novas formas familiares; relação mais flexível entre previsão social complementar e o sistema público de S.Social (1º Trim 2010)

19. Reformas laborais e renovação do modelo produtivo

- Propostas de modificação da legislação laboral para favorecer a criação do emprego, adequar relações de trabalho à situação das empresas e protecção dos direitos dos trabalhadores. Inclui: reforma da negociação colectiva; fomento do emprego dos jovens; redução da jornada de trabalho; melhoria da intermediação laboral; revisão das bonificações à contratação; controlo dos processos de incapacidade temporal; avaliação do funcionamento do programa temporal de protecção por desemprego e inserção; incremento da estabilidade do emprego; medidas de incentivo à inserção da mulher no mercado de trabalho (1º Trim 2010)

20. Reformas para fortalecer o estado de bem-estar

- Reformas legislativas e execução de acções no âmbito sanitário e de saúde pública (1º Trim 2010)

- Plano de promoção da inclusão social (2º Trim 2010)

- Avaliação do funcionamento do sistema de apoio a situações de dependência (4º Trim 2010)

(18)

O quadro seguinte apresenta a quantificação dos objectivos que a Estratégia prevê alcançar em 2020:

Estratégia para a Economia Sustentável: Objectivos para 2020

Objectivo Indicador Espanha

(2008) UE (2008) Objectivo (2020) Sustentabilidade Económica

Défice das CA e AGE Cumprir o Pacto de Estabilidade e alcançar um equilíbrio orçamental estrutural

Estabilidade orçamental

% Dívida sobre PIB 40% 62% Entre os países com menor dívida da Zona Euro Dinamismo empresarial Simplificação administrativa Redução de 50% face ao nível

actual % Gastos em I&D em termos de PIB 1,35% 1,85% 3% Capacidade inovadora

% Utilizadores de Internet 49% 56% Média das 4 maiores economias europeias. Actualmente 60%. Internacionalização Empresas exportadoras regulares 39 mil

(2007)

55 mil

Sustentabilidade do Meio Ambiente

Baixas emissões Emissões de GEI (Milhões Ton)

15% de redução face ao nível de 2005 Intensidade energética (kep/’000€) 184 (2007) 169 (2007)

Redução de 20% face ao cenário tendencial

Modelo energético sustentável

% Energia renovável em relação à Energia Final

10% 9% (2005)

20%

% Passageiros em transporte público 19% (2007)

17% (2007)

24% Mobilidade sustentável

% Mercadorias transportadas pela rede ferroviária 4% (2007) 18% (2007) 10% % de Construção em arrendamento 11% (2007) 29% (2007) 20% Modelo de construção sustentável % Investimento em reabilitação sobre investimento em construção

24% 37% 35%

Sustentabilidade Social

Taxa de emprego 64% 66% 70%

Aumento e melhor emprego

Taxa de temporalidade 29% 14% 15% Taxa de emprego feminino 55% 59% 65% Igualdade

Diferenciação salarial por sexo 18% 18% 0% % alunos com baixas capacidades

em leitura, matemáticas e ciências segundo PISA

23% 23% 15%

Taxa de abandono escolar prematuro

32% 15% 10%

Educação como garantia de igualdade de oportunidades

Titulares de diploma superior em ciência e tecnologia por cada 1.000 pessoas dos 20-29 11 (2007) 13 (2007) Média UE

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1.3.4. As Comunidades Autónomas

O quadro seguinte permite uma breve caracterização das diferentes Comunidades Autónomas espanholas em termos macroeconómicos.

Principais Indicadores Económicos das Comunidades Autónomas Epanholas (2008)

2008 2008 2008 2008 2007 2008 2008 População PIB p.m. pç.corr. PIB p/c pç.corr. Taxa

Cresc. PIB PIB em PPC

Taxa Desempr. IPC Milhões Pessoas Milhões Euros Euros % UE 27=100 % % Andalucía 8,2 149.910 18.507 0,8% 82 21,8 1,3 Aragón 1,3 34.372 26.323 1,1% 116 9,6 1,6 Asturias 1,1 23.877 22.559 1,2% 97 10,0 1,6 Baleares 1,1 27.473 25.967 1,8% 114 12,3 1,3 Canarias 2,1 43.480 21.105 1,3% 93 21,2 1,6 Cantabria 0,6 14.052 24.508 1,3% 106 8,9 1,3 Castilla y León 2,6 58.515 23.361 0,9% 102 11,2 1,1 Castilla-La Mancha 2,0 36.949 18.471 0,7% 83 14,9 0,9 Cataluña 7,4 204.128 28.095 0,7% 124 11,8 1,6 Comunidad Valenciana 5,0 106.209 21.468 0,5% 96 14,9 1,5 Extremadura 1,1 18.158 16.828 1,8% 73 18,0 1,3 Galicia 2,8 56.419 20.619 1,8% 89 9,7 1,2 La Rioja 0,3 8.120 25.895 1,5% 113 9,8 1,6 Madrid 6,3 194.180 31.110 1,6% 137 10,2 1,6 Murcia 1,4 28.160 19.692 1,5% 87 15,5 1,1 Navarra 0,6 18.674 30.614 1,9% 133 8,1 1,2 País Vasco 2,2 68.669 32.133 2,1% 137 8,3 1,9 Espanha 46,2 1.095.163 24.020 1,2% 106 13,9 1,4 Portugal 10,6 166.128 15.639 0,0% 75,3 7,6 2,7

Fontes: Espanha: INE Espanha ; Portugal: aicep Portugal Global (População 2007, IPC Nov.08, Desemprego 3º trim.08)

População

A população de Espanha atingiu, em 1 de Janeiro de 2009, mais de 46 milhões de habitantes A Comunidade mais povoada é a Andaluzia, com mais de 8 milhões de habitantes (17,8% do total da população espanhola), seguida pela Catalunha, com 7,4 milhões de habitantes (16%) e Madrid, com 6 milhões (13,6%).

(20)

Distribuição do PIB (%) (2008) 17,7% 13,7% 9,7% 6,3% 5,3% 5,2% 4,0% 3,4% 3,1% 2,6% 2,5% 2,2% 1,7% 1,7% 1,3% 0,7% 0,1% 0,1% 18,6% 0% 2% 4% 6% 8% 10% 12% 14% 16% 18% 20% Cat aluñ a Mad rid And aluc ía Com unid ad V alen cian a Paí s V asco Cas tilla y L eón Gal icia Can aria s Cas tilla -La Man cha Ara gón Mur cia Bal eare s Ast uria s Nav arra Ext rem adur a Can tabr ia La R ioja Ceu ta Mel illa Fonte: www.ine.es

Em 2008, a Catalunha foi em termos absolutos a Comunidade que mais contribuiu para o PIB nacional com cerca de 18,6% do total, seguida da Comunidade de Madrid, com uma participação de 17,7%.

PIB per capita

Em termos de PIB per capita, e tendo Espanha um PIB per capita de 24.020 euros, as Comunidades que atingiram valores mais elevados foram o País Basco com 32.133 euros, Madrid, com cerca de 31.110 euros, Navarra com quase 30.614 euros e a Catalunha com 28.095 euros.

(21)

PIB per capita (2008) 32.133 31.11030.614 28.095 26.32325.96725.895 24.50824.02023.361 22.55922.320 21.49321.46821.10520.619 19.692 18.507 18.471 16.828 0 5.000 10.000 15.000 20.000 25.000 30.000 35.000 Paí s V asco Mad rid Nav arra Cat aluñ a Ara gón Bal eare s La R ioja Can tabr ia Esp aña Cas tilla y L eón Astur ias Ceu ta Mel illa Com unid ad V alen cian a Can aria s Gal icia Mur cia And aluc ía Cas tilla -La Man cha Extre mad ura Fonte: www.ine.es Unidade: Euros

Em termos relativos, são oito as Comunidades Autónomas que possuem um PIB per capita acima da média nacional de Espanha (Espanha=100), a saber, e por esta ordem: País Basco (+34%), Madrid (+30%), Navarra (+27%), Catalunha (+17%), Aragão (+10%), Baleares (+8%), La Rioja (+8%) e Cantábria (+2%).

Por outro lado, Andaluzia, Castilla-La Mancha e Extremadura registam valores 23% (as duas primeiras) e 30% abaixo da média nacional.

PIB per capita (2008)

134% 130% 127% 117% 110% 108% 108% 102% 100% 97% 94% 93% 89% 89% 88% 86% 82% 77% 77% 70% 0% 20% 40% 60% 80% 100% 120% 140% 160% Paí s V asco Mad rid Nav arra Cat aluñ a Ara gón Bal eare s La R ioja Can tabr ia Esp aña Cas tilla y L eón Ast uria s Ceu ta Mel illa Com unid ad V alen cian a Can aria s Gal icia Mur cia And aluc ía Cas tilla -La Man cha Ext rem adur a Fonte: www.ine.es

(22)

1.4. Comércio Internacional

1.4.1. Evolução da balança comercial

A Espanha detém uma posição significativa no comércio mundial. Segundo a Organização Mundial do Comércio (OMC) o país ocupou a 17ª posição no ranking mundial dos exportadores em 2008 (com uma quota de 1,7% do total) e a 12ª posição no ranking dos importadores (com 2,4%).

O país apresenta uma balança comercial tradicionalmente deficitária e que se tem vindo a agravar nos últimos anos, atingindo o seu valor mais elevado em 2007. Em 2008 inverteu-se essa tendência, tendo o saldo da balança comercial decrescido 5,9% face ao ano anterior, totalizando cerca de 94,2 mil milhões de euros. O coeficiente de cobertura situou-se em 66,8% em 2008.

Segundo os dados provisórios para 2009 (Jan-Dez), as exportações espanholas atingiram 158,3 mil milhões de euros, enquanto as importações rondaram os 208,4 mil milhões de euros, representando decréscimos de 15,9% e de 26,2% respectivamente, face a 2008. Essa evolução permitiu que a balança comercial espanhola registasse em 2009 o menor défice dos últimos cinco anos, situando-se a taxa de cobertura em 75,9%.

Tendo em conta as previsões do EIU, as exportações e importações de bens deverão registar acréscimos muito significativos no corrente ano (da ordem dos 13% e 10%, respectivamente), invertendo-se a tendência verificada em 2009.

Evolução da Balança Comercial

(106EUR) 2004 2005 2006 2007 2008 2009*

Exportação 146.924,7 155.004,7 170.438,6 185.023,2 189.227,9 158.254,3 Importação 208.410,7 232.954,5 262.687,2 285.038,3 283.387,8 208.436,8 Saldo -61.486 -77.949,8 -92.248,6 -100.015,1 -94.159,9 -50.182,5

Coeficiente de cobertura (%) 70,5 66,5 64,9 64,9 66,8 75,9

Posição no “ranking” mundial

Como exportador 16ª 17ª 18ª 17ª 17ª nd Como importador 12ª 12ª 12ª 11ª 12ª nd

Fontes: Secretaria de Estado do Comércio de Espanha Nota: (*) 2009 ano completo (valores provisórios)

nd – não disponível

1.4.2. Principais clientes e fornecedores

O principal parceiro comercial de Espanha, por grandes áreas geográficas permanece a UE, destino de cerca de 69,1% das exportações espanholas em 2008, representando os restantes países europeus 6,6% do total, o que demonstra a grande concentração das exportações no espaço europeu. Segue-se a Ásia (6,4%), a América Latina (4,8%), a América do Norte (4,4%) e África (5,4%).

(23)

Em termos de países, os principais clientes de Espanha foram a França, a Alemanha e Portugal. Embora os dois primeiros mantenham as suas posições no ranking, registaram ligeiras quebras nas respectivas quotas em 2008 face a 2006. Portugal foi 3º mercado cliente representando 9,1% das vendas de Espanha ao exterior em 2008 (+8,5% em 2008). Os EUA constituíram o primeiro cliente fora da UE, detendo uma quota de cerca de 4,0% nos últimos três anos.

Nos onze primeiros meses de 2009 a distribuição das exportações espanholas por grandes áreas geográficas foi a seguinte: UE com 69,3% do total (-17,3% face ao período homólogo de 2008), restantes países europeus 6,4% (-21,5%), Ásia 6,8% (-12,4%), África 5,8% (-8,2%), América Latina 4,7% (-18%) e América do Norte 4,1% (-22,9%).

É de referir que nesse período a queda das vendas de produtos espanhóis ao exterior foi generalizada, abrangendo praticamente todos os mercados da UE (à excepção da Bulgária e Malta), bem como os restantes mercados clientes mais significativos (à excepção da Suiça, Argélia e Índia).

Em 2009 (Jan-Nov), Portugal manteve a posição de 3º mercado cliente de Espanha (representando 9,1% do total das exportações espanholas, embora tenham decrescido 13% em valor absoluto).

Principais Clientes

2006 2007 2008

Mercado

Quota Posição Quota Posição Quota Posição

França 18,7 1ª 18,8 1ª 18,3 1ª Alemanha 10,9 2ª 10,8 2ª 10,5 2ª Portugal 8,9 8,7 9,1 Itália 8,5 4ª 8,9 4ª 8,1 4ª Reino Unido 8,0 5ª 7,7 5ª 7,1 5ª EUA 4,4 6ª 4,0 6ª 3,9 6ª Holanda 3,3 7ª 3,3 7ª 3,2 7ª

Fonte: World Trade Atlas (WTA)

Principais Fornecedores

2006 2007 2008

Mercado

Quota Posição Quota Posição Quota Posição

Alemanha 14,8 1ª 16,1 1ª 14,7 1ª França 13,4 2ª 12,9 2ª 12,0 2ª Itália 8,3 3ª 8,7 3ª 8,0 3ª China 4,6 6ª 5,6 4ª 6,0 4ª Reino Unido 5,2 4ª 5,1 5ª 4,7 5ª Holanda 4,9 5ª 4,8 6ª 4,6 6ª Portugal 3,3 3,3 3,4

(24)

No que diz respeito às importações de Espanha, a concentração no espaço europeu mantém-se, embora em menor escala, com a UE a representar 55,4% do total em 2008 e os restantes países europeus 6,3%. A Ásia surge em segundo lugar como fornecedor (18,6%), seguindo-se África (9,4%), a América Latina (5%) e a América do Norte (4,5%).

No ranking dos principais fornecedores destacam-se a Alemanha, a França e a Itália, que juntos concentraram 34,7% das importações espanholas em 2008 (contra 36,5% em 2006).

É de salientar que entre 2006-2008 a China subiu de 6º para 4º fornecedor de Espanha, reforçando a sua quota de mercado para 6% em 2008 (as compras espanholas a este país aumentaram perto de 41,2% nesse período). A posição da China no mercado é superior à detida, em conjunto, pelos EUA e Japão (4,7% em 2008).

Portugal subiu a 7º fornecedor em 2008 (ou 6º fornecedor da UE), detendo uma quota de mercado de 3,4%, tendo as compras espanholas a Portugal aumentado 3,6% face ao ano anterior.

De salientar que relativamente aos 20 principais mercados fornecedores de Espanha em 2008:

• aumentaram as compras: à China (+8,4%), EUA (+14,4%), Portugal (+3,6%), Argélia (+43,9%), Nigéria (+28,4%), Arábia Saudita (+29,3%), Irlanda (+5,7%), Líbia (+21,2%), México (+6,5%), Irão (+103,5%) e ao Brasil (+1,7%).

• diminuíram as compras com origem: na maioria dos parceiros da UE, Alemanha (-8,1%), França (-6,0%), Itália (-7,9%), Reino Unido (-5,6%), Holanda (-2,4%) e Bélgica (-4,2%), bem como à Rússia (-4,9%), Japão (-17,6%) e Turquia (-15,9%).

Relativamente ao período Janeiro-Novembro de 2009 a distribuição das importações espanholas por grandes áreas geográficas foi a seguinte: UE com 58,3% do total (-22,7% face ao período homólogo de 2008), restantes países europeus 6,2% (-34,4%), Ásia 17,4% (-31,5%), África 8,0% (-37,9%), América Latina 4,5% (-35,9%) e América do Norte 4,5% (-25,2%).

Nesse período, a queda das compras de Espanha ao exterior foi generalizada, abrangendo a maioria dos fornecedores mais significativos - Alemanha (-25,4%), França (-19,0%), Itália (-32,3%), China (-29,3%) e Reino Unido (-23,2%). Ao nível da UE, os únicos países que escaparam a esta quebra foram a Roménia, Bulgária, Malta e Estónia.

Nos onze primeiros meses de 2009, Portugal ocupou a posição de 8º fornecedor de Espanha, representando 3,4% do total das importações espanholas (-22,9% face ao período homólogo de 2008).

(25)

1.4.3. Principais produtos transaccionados

Principais Produtos Transaccionados – 2008

Exportações / Sector % Importações / Sector %

Veículos de transporte 19,2 Combustíveis minerais 19,2

Máquinas, aparelhos e instrumentos

mecânicos e suas partes 8,1 Veículos de transporte 11,5

Combustíveis minerais 7,4 Máquinas, aparelhos e materiais eléctricos e

suas partes 10,1

Máquinas, aparelhos e materiais eléctricos e

suas partes 6,6

Máquinas, aparelhos e instrumentos

mecânicos e suas partes 9,9

Ferro fundido, ferro e aço 4,3 Ferro fundido, ferro e aço 4,0

Produtos farmacêuticos 3,7 Produtos farmacêuticos 3,4

Matérias plásticas e suas obras 3,8 Matérias plásticas e suas obras 3,0

Fonte: World Trade Atlas (WTA)

Relativamente à estrutura das transacções, Espanha possui um défice comercial no sector de bens de equipamento, apesar do maior défice se registar no sector energético, reflectindo a forte dependência do país das importações de petróleo e gás (em 2008 o défice dos produtos energéticos situou-se em 40,7 mil milhões de euros, ou seja cerca de 3,7% do PIB).

É de salientar a importância que assumem nas trocas comerciais os sectores automóvel (veículos e componentes), máquinas e equipamentos mecânicos e eléctricos. Estes três grupos de produtos concentraram 33,9% das exportações espanholas em 2008 e 31,5% das importações.

Os combustíveis minerais assumem uma importância crescente nas importações (em 2006 representavam cerca de 15,7% do total, enquanto em 2008 a quota subiu para 19,2%). Em valor absoluto, as importações espanholas de combustíveis aumentaram 29,5% nesse ano.

O ano de 2008 encerrou com decréscimos nos dois principais grupos de produtos exportados (a dois dígitos) - veículos de transporte (-5,5%) e máquinas e equipamentos mecânicos (-0,9%) - e com acréscimos ao nível dos grupos - combustíveis minerais (+39,9%), máquinas e equipamentos eléctricos (+3,7%), ferro e fundido e aço (+16,1%), produtos farmacêuticos (+8,5%) e obras em ferro e aço (+13,3%).

Do lado das importações, verificou-se um decréscimo nos principais grupos de produtos (a dois dígitos) de bens de equipamento e bens intermédio, sendo de referir em particular, os veículos de transporte (- 23,6%), as máquinas e aparelhos mecânicos (-9,1%), o ferro e aço (-6,4%) e as matérias plásticas e suas obras (-3,5%). Por outro lado, entre os grupos de produtos que registaram maior crescimento destacaram-se, para além dos combustíveis (+29,5%) e das máquinas e aparelhos eléctricos (+8%), os produtos farmacêuticos (+16,7%) e o vestuário e acessórios em malha (+9,8%).

(26)

Principais Produtos Transaccionados – Janeiro-Novembro 2009

Exportações / Sector % Importações / Sector %

Bens de equipamento 20,4 Bens de equipamento 20,6

Automóvel 17,6 Produtos energéticos 16,2

Alimentar 15,6 Produtos químicos 15,6

Produtos químicos 14,6 Automóvel 12,5

Produtos semi manufacturados não químicos 11,3 Alimentar 11,1 Bens de consumo manufacturados 9,3 Produtos semimanufacturados não químicos 6,9

Produtos energéticos 4,5 Bens de consumo manufacturados 10,9

Bens de consume duradouros 2,1 Bens de consumo duradouro 3,1

Matérias-primas 1,9 Matérias-primas 2,7

Outros 2,7 Outros 0,4

Fontes: Secretaria de Estado do Comércio de Espanha

Relativamente ao período Janeiro-Novembro 2009, todos os sectores mencionados registaram decréscimos muito relevantes ao nível das importações: matérias-primas 45%), produtos energéticos (-41,7%), produtos semimanufacturados não químicos (-40,7%), bens de equipamento (-32%), sector automóvel (-23,5%), bens de consumo duradouro (-16,5%), bens de consumo maufacturados (-13%), alimentar (-11,6%) e produtos químicos (-8,6%).

Sendo incontornável a importância e desempenho das Comunidades Autónomas para o desenvolvimento da economia espanhola no seu todo, mas sabendo dos desequilíbrios ainda existentes no seu desenvolvimento económico, é interessante analisar a evolução do comércio externo de cada uma delas e o seu peso relativo no total das exportações e importações de Espanha, no período Janeiro-Novembro de 2009 (face ao período homólogo de 2008).

(27)

1.4.4. Comércio internacional das Comunidades Autónomas

Comércio externo espanhol por Comunidades Autónomas (Janeiro-Novembro 2009)

Exportações Importações Saldo

(106 EUR) 2009 Jan/Nov* % total Var.09/08 % 2009 Jan/Nov* % total Var. 09/08 % 2009 Jan/Nov* Var. 09/08 % Andalucía 12.959,6 9,0 -16,5 16.353,3 8,6 -35,6 -3.393,8 -65,6 Aragón 6.436,3 4,5 -19,9 5.566,5 2,9 -25,4 869,8 52,7 Astúrias 2.275,1 1,6 -23,4 2.496,6 1,3 -43,1 -221,5 -84,4 Baleares 1.113,7 0,8 -14,7 1.205,8 0,6 -28,6 -92,1 -75,9 C.Valenciana 14.891,6 10,3 -17,0 14.827,9 7,8 -31,3 63,8 -101,8 Canárias 1.426,7 1,0 -33,3 3.328,8 1,7 -35,2 -1.902,1 -36,6 Cantábria 1.688,6 1,2 -25,5 1.355,6 0,7 -45,6 332,9 -247,5 Castilla-La-Mancha 2.634,7 1,8 -8,2 4.238,7 2,2 -32,2 -1.604,0 -52,5 Castilla-León 8.566,8 5,9 -5,0 7.178,0 3,8 -13,5 1.388,8 93,9 Cataluña 37.751,9 26,1 -19,1 53.686,7 28,2 -24,4 -15.934,7 -34,5 Ceuta 0,1 0,0 -94,6 216,0 0,1 -20,4 -215,8 -19,7 Extremadura 1.092,0 0,8 -4,9 813,6 0,4 -36,6 278,3 -304,8 Galicia 12.701,7 8,8 -13,2 11.706,5 6,1 -18,8 995,3 385,6 Madrid 17.551,9 12,1 -11,6 45.184,8 23,7 -19,0 -27.632,8 -23,1 Melilla 6,7 0,0 -23,9 129,9 0,1 -8,1 -123,2 -7,0 Múrcia 3.810,2 2,6 -8,3 5.814,9 3,0 -40,6 -2.004,7 -64,4 Navarra 5.039,1 3,5 -16,5 3.283,8 1,7 -30,3 1.755,3 33,1 País Vasco 13.230,7 9,2 -29,2 11.291,6 5,9 -42,3 1.939,1 -325,2 La Rioja 1.065,6 0,7 -9,5 713,0 0,4 -16,5 352,6 8,9 Sin determinar 349,7 0,2 -38,8 1.312,1 0,7 -18,5 -962,5 -7,3 TOTAL 144.592,8 100,0 -17,4 190.704,1 100,0 -27,3 -46.111,3 -47,1

Fonte: Secretaría de Estado de Comercio. * - Provisórios

Exportações

• Em valores absolutos a Catalunha representa cerca de 26,1% do total das exportações espanholas efectuadas no período Janeiro-Novembro 2009, ou seja mais do dobro da segunda Comunidade que é Madrid com cerca de 12,1% nesse período.

• Nos lugares seguintes surgem: a Comunidade Valenciana, País Basco e Andaluzia, com 10,3%, 9,2% e 9% do total, respectivamente.

(28)

• Deste conjunto, as Comunidades que registaram menor decréscimo das vendas ao exterior nesse período foram: Madrid (-11,6%) e as maiores quebras o Pais Basco (-29,2%) e a Catalunha (-19,1%). Fora deste grupo importa assinalar que todas as comunidades autónomas registaram decréscimos das vendas ao exterior (as mais fortes ocorreram com as Austúrias (-23,4%), Cantábria (-25,5%) e Canárias (-33,3%). As menores quebras referem-se às Comunidades da Extremadura, Castilla-La- Mancha e Castilla Leon (embora as duas primeiras partam de valores absolutos ainda pouco significativos).

Importações

• Também ao nível das importações é a Catalunha que tem maior representatividade no total (28,2%), seguindo-se a Comunidade de Madrid (23,7%).

• Nas posições seguintes surgem: Andaluzia (8,6%), Comunidade Valenciana (7,8%) e Galiza (6,1%).

• Estas 5 Comunidades representaram cerca de 74,4% do total das compras espanholas ao exterior nos 11 primeiros meses de 2009.

• As Comunidades deste grupo registaram significativos decréscimos das suas compras ao exterior: Galiza (-18,8%), Madrid (-19%), Catalunha (-24,4%), C. Valenciana (-31,3%), e Andaluzia (-35,6%). As restantes comunidades autónomas registaram uma contracção generalizada das compras ao exterior superior a 10%.

1.5. Investimento

De acordo com os dados publicados pela UNCTAD – World Investment Report 2009, o investimento

directo estrangeiro (IDE) em Espanha em 2008 cifrou-se em 65.539 milhões de USD, o que

representou um aumento de 132,6% em relação ao ano anterior, subindo para a 6ª posição no ranking mundial dos países receptores de IDE (e 3ª entre os países da UE) com 3,9% do total.

Investimento Directo

(106 USD) 2004 2005 2006 2007 2008

Investimento estrangeiro em Espanha 24.761 25.020 36.949 28.179 65.539 Investimento de Espanha no estrangeiro 60.532 41.829 99.646 96.062 77.317 Posição no “ranking” mundial

Como receptor 9ª 10ª 10ª 16ª 6ª

Como emissor 3ª 7ª 4ª 5ª 8ª

Fonte: UNCTAD - World Investment Report 2009

Nota: Segundo fonte oficial espanhola, os dados correctos referentes ao IDE em 2007 são de 68.800 milhões de USD, pelo que a quebra verificada no período 2007-2008 foi de apenas 4,9%. Os dados do Banco de Espanha apontam para 70.229 milhões de USD.

Segundo os dados da “Dirección General de Comercio e Inversiones”, em 2008 o investimento estrangeiro em Espanha em termos brutos atingiu cerca de 37.715 milhões de euros, o que representou um aumento de 0,4% relativamente ao ano anterior, e 34.543 milhões de euros em termos líquidos, ou seja um aumento de 26,7%. Segundo esta fonte, em 2008, Espanha atingiu o maior valor histórico no fluxo de investimento estrangeiro, desde o ano início desta série - 1993 - exceptuando o ano 2000.

(29)

Devemos referir que o volume atingido em 2008 ficou a dever-se ao impulso do último trimestre de 2007, e às grandes operações iniciadas em 2007, e que continuaram nos dois primeiros trimestres do ano seguinte. O investimento verificado nos dois primeiros trimestres do ano representou 83% do total anual, enquanto que o terceiro e quarto trimestre registaram quebras de 53% e 85%, respectivamente, face aos mesmos períodos de 2007. Há que ter em conta que no ano de 2007 se registaram dos maiores acréscimos nas taxas de variação anual, tanto no valor bruto (172,7%), como no líquido (686%).

Em 2008 destacaram-se duas grandes operações de investimento estrangeiro em Espanha: a aquisição da ALTADIS pela IMPERIAL TOBACCO (Reino Unido) e a venda dos activos europeus da ENDESA, empresa do sector eléctrico à EON (Alemanha).

De referir que o investimento bruto em “ETVEs” (Entidades de Tenencia de Valores Estrangeiros), ou Holdings, considerado investimento não produtivo, apenas fluxo financeiro, atingiu cerca de 9 mil milhões de euros, ou seja cerca de 24% do total.

Os principais investidores em Espanha, em 2008, foram o Reino Unido, que foi responsável por 46,3% do investimento total (devido à referida aquisição), a Alemanha (26,3%), a França (6%), os Países Baixos (7,8%), o Luxemburgo, (1,9%), a Suiça (1,7%), os EUA (1,6%), a Itália (0,9%) e Portugal (0,8%).

De acordo com o estudo “Barómetro del clima de negócios en España desde la perspectiva del inversor extranjero” (Novembro 2008), elaborado pela Sociedade Estatal “INTERES Invest in Spain”, as empresas estrangeiras estabelecidas no país atribuem um valor de 3,1 (numa escala de 5) ao clima de negócios no mercado, apesar da difícil situação económica e financeira internacional. Os investidores estrangeiros declararam ainda estarem satisfeitos com a sua presença em Espanha, bem como com o rendimento obtido neste país.

Como pontos fortes ressaltam o ambiente de negócios e a qualidade e disponibilidade de recursos humanos, transportes, comunicações, instalações, qualidade de vida e os recursos tecnológicos. Como pontos fracos destacam o acesso ao financiamento e a falta de flexibilidade ao nível da contratação e despedimento, indicando como áreas a serem melhoradas o conhecimento de línguas e a necessidade de adoptar mecanismos de flexibilização do mercado laboral.

Por comunidades autónomas, os principais destinos do investimento estrangeiro foram: Madrid, a Catalunha, Valência e as Ilhas Baleares, que concentraram 82,7%, 7,4%, 0,9% e 1,8% respectivamente, do total dos fluxos, correspondendo as três primeiras ao status de “cidades de negócios. É ainda importante destacar que Madrid é a sede social das empresas espanholas adquiridas nas operações antes referidas.Seguem-lhes, por ordem de importância, o País Basco e a Andaluzia. Existe, no entanto, cerca de 3,9% do IDE total que não pode ser atribuído a nenhuma região em concreto.

(30)

Os sectores económicos receptores destes fluxos de investimento foram o comércio (47%), a produção e distribuição de energia eléctrica, gás e água (27,3%), a intermediação financeira, banca e seguros (9,4%), as actividades imobiliárias e serviços (6,8%), os transportes e comunicações (2,7%) e a construção (1,4%).

Em 2008 o número de projectos greenfield implementados por investidores estrangeiros em Espanha foi de 489 (+14,5% face ao ano anterior). Esses projectos e reinvestimentos atingiram cerca de 12.616 milhões de USD e criaram 15.896 postos de trabalho.

A análise realizada pela FDI Markets relativa a projectos de investimento greenfield e aumentos de capital registados em 2008, evidencia que os sectores de destino com maior peso em Espanha foram as TIC Software (com 11% dos projectos), as Energias Renováveis (10%), seguido do sector Têxtil (10%) e dos Bens de Consumo (8%). Em termos de países de origem deste tipo de investimento destacaram-se em 2008: França (com cerca de 20% do número de projectos desenvolvidos em Espanha), EUA (16,5%), Alemanha (13%), Reino Unido (10%) e Holanda (5%). É de salientar a posição da China (+Hong Kong) que representaram 17 projectos (3,5% do total em 2008), bem como da Índia e do Brasil (com 3 projectos cada).

Entre os sectores considerados como prioritários em termos de captação de IDE pelas autoridades espanholas encontram-se: TIC, Energias Renováveis, Meio Ambiente, Ciências da Vida, Biotecnologia, Farmacêutico, Automóvel, Aeroespacial e Logística.

De acordo com os últimos dados oficiais publicados pelo Registro de Inversiones, no período Janeiro-Setembro de 2009 o IDE captado por Espanha não ultrapassou os 10.811 milhões de Euros, representando um decréscimo de 68% face ao período homólogo de 2008.

Nesse período, os principais investidores em Espanha foram os Emirados Árabes Unidos (responsável por 30,7% do investimento total), os Países Baixos (23,1%), o Luxemburgo (8,4%), a Irlanda (5,6%), os EUA (4%), a França (3,7%), o México (3,1%), Portugal (3% - 8ª posição), a Alemanha (2,8%), o Uruguai (2,6%) e o RU (2,4%).

Os fluxos de investimento destinaram-se aos seguinte sectores: refinação de petróleo (30,7%), telecomunicações (12%), serviços financeiros (7,2%), armazenamento e actividades conexas ao transporte (6%), fabrico de máquinas e equipamentos (5,7%), actividades imobiliárias (4,3%), indústria alimentar (4,1%), agricultura e serviços relacionados (3,4%), venda e reparação de veículos auto (2,8%) e construção (2,7%).

Segundo o “Global Investment Trends Monitor nº2” publicado pela UNCTAD, em Janeiro 2010, estima-se que em 2009 o IDE a nível mundial tenha retrocedido cerca de 39%, afectando países desenvolvidos e em desenvolvimento. No que respeita Espanha, esta fonte estimou que o IDE tenha atingido 25.800 milhões de USD, o que representaria um decréscimo de 61% face a 2008, situando-se Espanha como a 9ª economia mundial que mais investimento captou em 2009.

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Quanto ao investimento espanhol no estrangeiro, e segundo a UNCTAD – World Investment Report 2009, este ascendeu a 77,317 milhões de USD em 2008, o que representou um decréscimo de -19,5% relativamente ao ano anterior, descendo a Espanha para a 8ª posição do ranking mundial de emissores de investimento estrangeiro (a seguir ao Canadá) com 4,2% do total.

Em 2008, segundo fonte oficial espanhola, o investimento espanhol no estrangeiro ascendeu a 38,6 mil milhões de euros em termos brutos, e a 30,8 mil milhões de euros em termos líquidos. Em termos brutos este valor representou uma quebra de 64,6% relativamente ao ano anterior, e em termos líquidos a uma quebra de 66,2% (a maior registada na série histórica desde 1993, tendo presente que no ano 2007 Espanha atingiu o maior valor histórico no fluxo de investimento no exterior). O investimento realizado através de “ETVEs” (Entidades de Tenencia de Valores Estrangeiros), ou Holdings, representou 25% do total.

É de realçar que, nos últimos anos, o investimento espanhol no exterior foi superior ao valor do investimento estrangeiro recebido, mantendo-se a tendência verificada desde 1997, de que Espanha é um país exportador de capital.

A maior parte do investimento espanhol no estrangeiro, excluindo o realizado através de Holdings, foi dirigido aos países da OCDE, cujo peso relativo foi de 85% do total em 2008. De salientar que a EU27 e a América Latina foram destino de 49,2% e 17,5% do investimento espanhol no exterior.

Os principais destinos do investimento espanhol no exterior foram os EUA que representaram 22,5% do total (possivelmente pela aquisição da entidade financeira Sovereign pelo Banco Santander), seguido do Reino Unido (16,1%). dos Países Baixos (12,3%). Nas posições seguintes encontramos o México (11,4%), a Grécia (3,9%), Portugal (3,6%), a França (3,3%), a Bélgica (2,9%), Hong-Kong (2,6%), Áustria (2,4%), Turquia (2,3%), Brasil (2%) e Marrocos (1,9%).

Os sectores mais procurados pelos investidores espanhóis em 2008 foram: banca, intermediação financeira e seguros (52,0%), produção e distribuição de energia eléctrica e gás (16,6%), actividades imobiliárias e serviços (9,1%), comércio (7,3%), indústria transformadora produtos minerais não metálicos (7,3%, dos quais 6,4% no sector do cimento).

Nesse ano, quatro comunidades autónomas concentraram 86,4% do total do investimento espanhol no exterior: Madrid (32,4%), a Catalunha (20,4%), a Cantábria (18,1%) e o País Basco (15,5%).

No período Janeiro-Setembro de 2009 o Investimento Directo de Espanha no exterior foi de 12.084 milhões de Euros.

Nesse período, os principais destinos dos fluxos de investimento foram os EUA (35,7% do total), o RU (19,8%), o Brasil (7,6%), o Luxemburgo (4,8%), a Irlanda (3,6%), a Suiça (3,3%), a Venezuela (3,3%), a França (2,2%), Portugal (1,9% - 9ª posição) e a Argentina (1,9%).

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