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A RELAÇ ÃO COM O SABER: QUAL O SENTIDO O ALUNO DA GRADUAÇ ÃO EM QUÍMICA REFERENTE AO CONTEÚDO DE CÁLCULO

ESTEQUIOMÉTRICO.

Nascer é ingressar em um mundo no qual estar-se-á submetido à obrigação de aprender. Ninguém pode escapar dessa obrigação, pois o sujeito só pode “tornar-se” apropriando-se do mundo. (CHARLOT, 2000, p. 59)

Apropriar-se do mundo é ter o uso de uma linguagem para saber se comunicar, é ter habilidades práticas em um esporte, dominar uma técnica, saber sobre uma ciência, como também, saber aspectos importantes sobre o Cálculo Estequiométrico, são situações de relação e apropriação que o sujeito ao longo de sua vida vai tendo com o mundo. Essa apropriação perpassa pelo entendimento de aprender e de dominar um objeto de conhecimento ou uma atividade, em particular, à docência. Tornar-se um professor é um elo de identidade que esse sujeito foi adquirindo, também, no ensino básico, em contato com outras pessoas, docentes e suas experiências nesse espaço escolar.

Nessa perspectiva, esta seção tem o intuito de apresentar um panorama, retratando o desejo de exercer a docência em Química que os alunos da graduação apresentam na sua formação inicial, assim como, o sentido de ensinar o conteúdo de Cálculo Estequiométrico no ensino básico. Dessa maneira, esta pesquisa aponta questões/particularidades da história desses sujeitos, sua identificação com essa ciência, se teve alguma influência familiar ou de professores que contribuíram para ingressar no ensino superior, no curso de Licenciatura em Química.

Com efeito, a coleta dos dados teve como preferência, os alunos que estivessem cursando as disciplinas de Estágio Supervisionado, uma vez que, nessas disciplinas, o discente já começa a ter um contato direto com os alunos da rede pública de ensino, preferencialmente. O questionário da pesquisa apresenta 24 questões (ANEXO 01), ele está dividido em duas partes. As três primeiras questões são referentes aos dados dos participantes como: nome, se tem atuação na área de ensino, faixa etária e se tem pretensão em seguir outra opção de curso. As questões de números 4 a 24, referem-se sobre o tema desta pesquisa. Optou-se por quantificar/identificar o aluno por siglas das

total dos questionários foram aplicados da seguinte forma, na Universidade Federal de Sergipe (UFS), a 15 estudantes do curso Licenciatura em Química (São Cristóvão – UFS/SC) e 22 licenciando de Química (Itabaiana – UFS/ITA), como também, a 14 licenciandos de uma instituição privada, a Faculdade Pio Décimo (FPD). Esse total abrangeu 51 sujeitos investigados.

Para apresentar a quantificação dos dados referentes às questões 4 a 24, optou-se em apresentar as respostas que mais se repetem, com a frequência por instituição e a frequência total. Para tanto, a análise se configura sob duas categorias, como já anunciado: o sentido que esses sujeitos investigados apresentam quanto ao desejo de ser professor de Química e o significado que atribuem ao ensino de CE. Entretanto, antes dessa análise, convém apresentar rapidamente cada uma das instituições informando quais disciplinas abordam o conteúdo em questão.

5.1 O DESEJO EM SER PROFESSOR DE QUÍMICA: O SENTIDO ATRIBUÍDO PELOS SUJEITOS DA PESQUISA PARA TORNAR-SE PROFESSOR.

Cinquenta e um alunos da graduação em licenciatura Química participaram desta pesquisa, os entrevistados foram da Universidade Federal de Sergipe (UFS/SC/ITA) e da Faculdade Pio Décimo (FPD). O questionário foi aplicado preferencialmente com alunos que já estivessem nas disciplinas de Estágios Supervisionado, etapa da graduação que favorece a inserção do graduando em contatos mais diretos com as escolas. No caso da FPD, os discentes estavam do sexto período, pela informação da coordenadora, um período antes dos estágios.

Para Charlot (2000), existem questões que aparecem nas suas pesquisas levantando um olhar para o sentido que os jovens dão à escola, principalmente, dos meios mais populares. Entender esses questionamentos tende a refletir algumas situações do sujeito ao entrar no ensino superior. Por exemplo, quando o aluno se encontra em situação de fracasso escolar, será por que ele não estudou? O método de ensino do professor (construtivista ou tradicional)15? Ou saber o verdadeiro sentido que o discente atribui àquela atividade do docente, nesse caso, o ensino do CE?

15 Ensino Construtivista – provém da teoria de aprendizagem de Jean Piaget, em que o aluno é protagonista/centro e o seu nível cognitivo é respeitado, o conhecimento pode acontecer a partir de

(2017) pesquisam a importância do PIBID, esse programa contribui na articulação entre a universidade e a escola, valorizando o magistério e promovendo melhorias na educação básica.

A aprendizagem sobre o ser professor e a consolidação da identidade docente são elementos que fortalecem o desejo dos pibidianos em tornar-se professores de Química. Esses elementos parecem ser mais bem concretizados por conta do aumento do contato desses alunos com as experiências realizadas nas escolas, momento privilegiado para aplicar os materiais didáticos, para conhecer a realidade do trabalho docente e para construir propostas que venham a superar os problemas identificados no dia-a-dia da sala de aula. (LIMA; SILVA; FRANCISCO JÚNIOR, 2017, p. 939).

Sob tal enfoque, cabe traçar um ponto comum. Essa pesquisa não fez parte do levantamento de dados deste estudo, porém, os autores ressaltam argumentos sobre o jovem. De um lado, o sentido que ele estabelece na sua relação com a escola, fator importante nas dimensões identitária e social do sujeito. O outro ponto, as experiências que os licenciandos têm nas escolas enquanto estão no PIBID, implica no aumento e desejo de concretizar sua vontade de ser professor.

Tabela 4. Identificação dos alunos dos estágios supervisionados I e II da UFS/SC LICENCIATURA QUÍMICA-UFS/SÃO CRISTÓVÃO

QNT LECIONA SEXO FAIXA ETÁRIA

1 NÃ O M 20 a 24 2 NÃ O F 30 a 34 3 NÃ O M 20 a 24 4 NÃ O M 30 a 34 5 NÃ O F 20 a 24 6 NÃ O M 35 a 39 7 NÃ O F 25 a 29 8 NÃ O F 50 a 54 9 NÃ O M 40 a 44 10 SIM F 25 a 29 11 SIM F 20 a 24 12 NÃ O F 20 a 24 13 NÃ O M 20 a 24 14 NÃ O M 20 a 24 15 NÃ O F 20 a 24

FONTE: O autor (jan. 2019)

conceitos anteriores. O Ensino Tradicional – o professor é o detentor do conhecimento, o único que transmite o conhecimento, porém, o aluno, é sujeito passivo.

responderam ao questionário, sendo entre eles 07 homens e 08 mulheres, das quais, 02 já lecionam. Os homens só estudam. A faixa etária predominantemente está no intervalo de 20 a 24 anos, cujo percentual corresponde a 53%, porém, também, é possível encontrar estudantes com idade superior a 30 anos.

Tabela 5. Identificação dos alunos dos estágios supervisionados I e II da UFS/ITA LICENCIATURA QUÍMICA-