• Nenhum resultado encontrado

CAPÍTULO I - JUVENTUDE POPULAR URBANA: OPRESSÃO E RESISTÊNCIAS

2.3. Repercussões dos rolezinhos: contestação juvenil e repressão social

O que se pretende aqui não é a vitimização da juventude rolezeira e tampouco recriminá-la em suas práticas. Mas buscar compreender as faces desse emaranhado de novas expressões da questão social presentes no âmago de uma sociedade que para Debord (1997), tornou a vida uma espécie de espetáculo, onde a mercadoria ganhou vida e significados próprios. Para ele:

O espetáculo constitui o modelo atual da vida dominante na sociedade. É a afirmação onipresente da escolha já feita na produção, e o consumo que discorre dessa escolha. Forma e conteúdo do espetáculo são, de modo idêntico, a justificativa total das condições e dos fins do sistema existente. O espetáculo também é a presença permanente dessa justificativa, como ocupação da maior parte do tempo vivido fora da produção moderna. (DEBORD, 1997; p.15)

Segundo o filósofo, o espetáculo é a alienação dos indivíduos da sua condição de humanos através do fetichismo da mercadoria, ou seja, as relações mercadológicas tornam-se mais importantes que as relações humanas, como já havia sido mencionado no primeiro capítulo deste trabalho ao falar sobre o consumo no ideário neoliberal e suas repercussões para a juventude.

Entretanto, no que diz respeito ao trabalhador assalariado e os sujeitos das camadas populares, a sociedade do espetáculo vai ser permeada de contradições, como mencionado pelo autor a seguir:

Na fase primitiva da acumulação capitalista, “a economia política só vê no proletário o operário”, que deve receber o mínimo indispensável para conservar sua força de trabalho, jamais o considera “em seus lazeres, em sua humanidade”. Esse ponto de vista da classe dominante se inverte assim que o grau de abundância atingido na produção das mercadorias exige uma colaboração a mais por parte do operário. Subitamente lavado do absoluto desprezo com que é tratado em todas as suas formas de organização e controle da produção, ele continua a existir fora da produção, aparentemente tratado como adulto, com uma amabilidade forçada, sob o disfarce de consumidor. Então, o humanismo da mercadoria se encarrega dos “lazeres e da humanidade” do trabalhador, simplesmente porque agora a economia política pode e deve dominar essas esferas como economia política (...). (DEBORD, 1997; p. 31)

Ora, a reflexão apresentada na citação acima reafirma a discussão feita até o momento de que a inclusão através do consumo é uma resposta a necessidades do capitalismo. Os trabalhadores e a juventude pobre, sendo ela também composta de jovens trabalhadores, são convocados a consumirem bens, em boa parte para uso individual, para compensarem suas insatisfações com as carências cotidianas. Na mesma medida em que a segregação social e espacial é resposta ao “medo

social” (FEFFERMANN, 2013. p.65). Ou seja, as elites e o Estado, maiores interessados na espetacularização das relações sociais, usa esses indivíduos conforme as necessidades da produção e do lucro, mas delimitam tanto social quanto territorialmente a participação dos mesmos, cabendo de certa forma a estes o papel de figurantes dispensáveis à sociedade do espetáculo, para que dessa forma seja mantida a conservação das hierarquias sociais e dos privilégios.

Nessa empreitada, os meios convencionais de comunicação (tv, rádio, jornal) presentes também nos veículos online funcionam como um aparelho ideológico para as classes dominantes disseminarem valores, crenças, medos e a ideia de “certo” e “errado” no imaginário popular. E a população com acesso restrito a meios alternativos de informação acaba por reproduzi-los sem questionar. Sobre isso, Debord (1997, p. 20-21) reflete:

Se o espetáculo, tomado sob o aspecto restrito dos “meios de comunicação de massa”, que são sua manifestação mais esmagadora, dá a impressão de invadir a sociedade como simples instrumentação, tal instrumentação nada tem de neutra: ela convém ao automovimento total da sociedade. Se as necessidades sociais da época na qual se desenvolvem essas técnicas só podem encontrar satisfação com sua mediação, se a administração dessa sociedade e qualquer contato entre homens só se podem exercer por intermédio dessa força de comunicação instantânea, é porque essa “comunicação” é essencialmente unilateral; sua concentração equivale a acumular nas mãos da administração do sistema os meios que lhe permitem prosseguir nessa precisa administração. No entanto, se há algumas décadas só se tinha acesso a comunicação de massa, como via única, em que a tendência era o indivíduo atuar como mero receptor da informação, hoje com a revolução tecnológica, quase todas as pessoas, por mais limitadas financeiramente que sejam, possuem aparelhos celulares que funcionam como computadores portáteis, capazes de conectá-las com todo o planeta por meio da internet. Assim, qualquer um pode produzir informação, discorrendo sobre suas impressões e juízos de valor a respeito de acontecimentos sociais.

Dessa forma, as mídias e redes sociais possibilitaram o surgimento de meios alternativos de comunicação, que veem oportunizando o acesso das camadas

populares a contraposição de ideias e pensamentos, o que não, necessariamente implica em qualidade e aprofundamento das informações e discussões, mas que criou um espaço de democratização necessário diante do cenário histórico de não abertura por parte da grande mídia à imprensa crítica.

Assim, na cobertura midiática dos Rolezinhos, observou-se o travamento de uma verdadeira disputa ideológica, nas redes sociais e sites de notícias, entre os que apoiavam e os que caminhavam na tendência de criminalizar os eventos. Dessa forma, destaca-se que a proposta aqui é realizar uma análise introdutória a respeito das repercussões dos rolezinhos em São Paulo (SP) e mais destacadamente em Natal (RN), utilizando análise de notícias veiculadas pelo Portal G1, jornal eletrônico Tribuna do Norte e o Blog do BG, bem como os comentários deixados pelos internautas.

Salienta-se que não se trata da ferramenta de análise do discurso, tarefa que melhor se adequa aos estudiosos da comunicação social, como a pesquisa que os professores da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), Maria das Graças Pinto Coelho e Daniel Dantas Lemos (2015), condensaram no artigo: “#Rolezinhos: análise de redes sociais e construção de sentidos no discurso de tuiteiros acerca do #ProtestodosPintas em Natal (RN) ”. Na pesquisa, a partir da aplicação de uma “análise de redes alinhada a ferramentas da análise do discurso” (COELHO; LEMOS, 2015, .164), os professores obtiveram uma amostra da repercussão dos rolezinhos dos pintas a partir da opinião pública no twitter.

Todavia, antes de adentrar nos rolezinhos dos pintas, falemos brevemente sobre a repercussão dos rolezinhos dos funkeiros paulistas. Para tanto, observemos a manchete a seguir do portal de notícias G1, que realizou uma ampla cobertura dos rolezinhos durante seu estopim em São Paulo (SP). As notícias desse veículo, de forma geral, foram escritas com um caráter de “informar” a sociedade sobre o que seriam os rolezinhos, quem eram os participantes e quais as próximas ações. Em algumas delas, estão registradas as opiniões de estudiosos das temáticas sociais, de representantes dos shoppings centers e dos próprios rolezeiros, observemos a seguir:

Figura 3: Repercussão dos Rolezinhos em São Paulo

Fonte:

http://g1.globo.com/sao-paulo/noticia/2013/12/rolezinhos-em-shoppings-sao-grito-por-lazer-e-consumo-dizem-funkeiros.html

Acima, no trecho da notícia, a primeira frase em destaque é uma referência ao que seria os rolezinhos para seus participantes: “grito por lazer e consumo”, mas adiante destaca-se trecho de música entoada pelos jovens no qual aparece referência a uma droga ilícita, Eita p...que cheiro de maconha”. A canção mencionada é a “Deixa eu ir” do jovem cantor de funk Daniel Pellegrini, conhecido pelo nome artístico de MC Daleste, morto em junho de 2013 enquanto realizava show na cidade de Campinas (SP).

Na referida notícia, o portal G1 aborda sobre os eventos a partir de alguns pontos de vista, entre eles: dos jovens participantes e simpatizantes, de um especialista na temática, dos lojistas e da polícia. No primeiro, destaca-se a entrevista com Jefferson Luís (20 anos), conhecido como MC Jota L, que seria um dos organizadores do rolezinho no Shopping Internacional de Guarulhos, para ele o evento “Não seria um protesto, seria uma resposta à opressão. Não dá para ficar em casa trancado.” Apesar de Jefferson negar se tratar de um protesto, reflete que

os rolezinhos seriam uma resposta a negação do direito de lazer a ele e ao seus amigos.

Já outra entrevistada, a MC Fabiola (35 anos) considera os eventos como uma forma de protesto ao argumentar: “Protesto é para perturbar. Para se fazer ouvir. É um grito. Esses moleques precisam ser ouvidos. ” O cantor André Luiz Moura Pimentel (MC Danado, 32 anos) por sua vez, concorda com os rolezinhos, mas ressalta não concordar com os supostos atos de violência: “Eu acho legal o pessoal se reunir, mas o que alguns fazem é ridículo. Tem que ter paz” e acrescenta “O funk está em alta, os jovens acabam cantando (nos corredores dos shoppings) e fazem essa relação incorreta. Mas teve arrastão no Rock in Rio e lá a música era rock”. Em todas as falas há um ponto em comum, a compreensão da legitimidade desses jovens ocuparem os espaços de lazer e consumo sem que sejam discriminados e hostilizados.

No segundo posicionamento, aparece o delegado Luiz Antônio da Cruz (65º Distrito Policial – Artur Alvin), que ao ser questionado sobre as medidas que a polícia estaria tomando, explica: “Vou apurar essa confusão que houve. Vi imagens e diante do que vi abri um boletim e vou apurar contravenção por perturbação da paz pública” e argumenta: “Eu resolvi abrir inquérito porque não pode ficar barato. Porque há uma criminalidade: perturbação do sossego”. Pegando o gancho da colocação feita pelo delegado, têm-se em consonância, o exposto pelo superintendente do Shopping Metrô Itaquera, Bruno Câmara: “As medidas, a gente entende que isso é um problema de segurança pública. A gente está mandando ofício, estamos conversando com a polícia, com batalhão [ da PM], estamos tendo apoio. ”

Por último, destaca-se na mesma matéria, a posição do antropólogo e professor da Unifesp, Alexandre Barbosa Pereira. Para ele, os participantes dos rolezinhos “são jovens pobres que estão reivindicando o direito de frequentar um espaço de encontro, de diversão, de paquera, que antes não tinham acesso. ” E acrescenta: “Os shoppings são símbolos de segregação das cidades, que querem se proteger da violência”.

Diante da notícia mencionada e de tantas outras publicadas sobre os rolezinhos, observa-se que a forma adotada pelo G1 para informar a população, pareceu assumir uma certa imparcialidade jornalística ao dar voz aos participantes dos rolezinhos, o que soa incomum, visto que se trata de um veículo de comunicação instrumentalizado historicamente pelas elites do país. Porém, com olhar mais atento percebe-se o tom de denúncia, desordem e de caos noticiado, que por vezes é nítido e por outras vezes camuflado pela argumentação de que estão noticiando fatos. Na mesma reportagem (figura 3), o site descreve que após os jovens começarem a cantar a música “Deixa eu ir”, “consumidores bateram em retirada, os lojistas desceram as portas e a polícia foi acionada”, o que faz perceber o tratamento policialesco adotado para lidar com os participantes dos rolezinhos em São Paulo, o que não difere daquele adotado em Natal (RN).

Em Natal, o portal da Tribuna do Norte seguiu a mesma linha do portal G1. Já no Blog do BG, site independente de notícias do potiguar Bruno Giovanni, as notícias sobre os rolezinhos dos pintas apresentaram cunho sensacionalista que o fez diferenciar do Tribuna do Norte.

De antemão, pontua-se que os pintas já vinham realizando eventos como os rolezinhos, nas instalações do Shopping Midway Mall, antes mesmo dos rolezinhos nos shoppings de São Paulo tornarem-se assunto nacional. Segundo Rocha et al (2014, p. 8) no artigo “Imaginários de uma outra diáspora: consumo, urbanidade e acontecimentos pós-periféricos”: “Em 2008, em Natal, os jovens dos bairros periféricos já frequentavam o shopping Midway Mall, que mesmo localizado num bairro central, é passagem para ônibus que ligam todas as zonas da cidade[22]”.

Os encontros aconteciam nos finais de semana e eram marcados já pelas redes sociais, por exemplo o Orkut, rede social encerrada em 2014 e substituída pelo Facebook. Ao pesquisar por indícios desses encontros em período anterior a dezembro de 2013, encontra-se notícias referentes a supostos conflitos envolvendo adolescentes dentro das instalações do Shopping Midway Mall, uma delas foi publicada pelo site da Tribuna do Norte, em 09 de janeiro de 2010, com o título “Adolescentes em conflito no Midway”, como verifica-se abaixo:

Figura 4: Suposta briga entre gangues no Shopping Midway Mall

Fonte: http://blog.tribunadonorte.com.br/abelhinha/47377/47377

A notícia inicia com a frase “Pânico no Midwayl Mall, hoje, início da noite”, mas adiante, informa que a briga entre gangues (não informa quais seriam as gangues), se trata de “uma garotada que costuma frequentar a praça de alimentação, principalmente no final de semana e se desentende.” Diz ainda, que o conflito foi entre duas garotas, mas que os seguranças não conseguiram controlar, sendo necessário fechar os acessos do estabelecimento e acionar a polícia. No final da matéria, conclui-se que são “adolescentes delinquentes”, que “são visivelmente notados por frequentadores que tem seu ‘jeito estranho’, mas que não podem ser barrados por causa do tal ‘preconceito’ ao jeito de se vestir, etc.”

Assim, nota-se, que já existiam espécies de rolezinhos realizados por pintas pelo menos desde 2008 e que a presença desses jovens era tolerada, mas que a qualquer sinal de indisciplina a polícia rapidamente era acionada. Contudo, para que seja possível analisar a repercussão dos rolezinhos dos pintas, a partir do que

foi noticiado, se levará em conta o período de dezembro de 2013 a janeiro de 2014, pois foi nesse período que a mídia natalense se voltou para noticiar os encontros dos pintas no shoppings, mais precisamente sobre o “Protesto dos Pintas” como ficou conhecido ato ocorrido em 21 de dezembro de 2013 em frente do Shopping Midway Mall e organizado pelos próprios pintas, como esclarece Coelho e Lemos (2015, p. 164):

O Protesto dos Pintas foi marcado para o dia 21 de dezembro de 2013, no Midway Mall. Tal manifestação foi motivada pelos relatos de diversos sujeitos em redes sociais de que no sábado anterior, dia 14 de dezembro de 2013, os seguranças do referido shopping center impediram o acesso às dependências do estabelecimento de jovens negros e vestidos de acordo com o estereótipo dos chamados “pintas” (...).

Como colocado pelos autores, no dia 14 de dezembro do 2013, sete dias após o rolezinho de 6 mil jovens no Shopping Itaquera (SP), em Natal um grupo de jovens pintas se dirigiu até Shopping Midway Mall para mais um rolezinho. Porém, foram impedidos de entrar no estabelecimento. Em notícia publicada pela Jornal Tribuna do Norte no dia 17 de dezembro 2013, a informação foi de que o protesto estaria marcado, através das redes sociais, para o dia 28 de dezembro. Todavia, o protesto dos pintas ocorreu de fato no dia 21, como depois foi noticiado. Na publicação do dia 17 de dezembro, o Tribuna do Norte menciona a mesma motivação elencada por Coelho e Lemos (2015) para o protesto, mas enfatiza que ainda não se sabe concretamente o que teria ocorrido no dia 14:

A confusão registrada na tarde de sábado passado ainda não foi completamente explicada. Uma foto de uma das entradas do shopping onde seguranças supostamente impedem a entrada de algumas pessoas foi divulgada nas redes sociais e ganhou comentários raivosos da maioria dos internautas. A ação dos seguranças seria o desdobramento de outras ações, há algumas semanas, quando jovens de torcidas organizadas rivais promoveram baderna na praça de alimentação do Midway. (Jornal (online) Tribuna do Norte, publicado em: 17/12/2013).

A matéria ressalta que, supostamente, a ação dos seguranças em barrar os jovens no dia 14/12 seria em decorrência de uma “baderna” realizada semanas antes por “torcidas organizadas rivais” na praça de alimentação do shopping. O que relaciona novamente os pintas frequentadores do Midway Mall à gangues rivais, como havia sido publicado em matéria do mesmo jornal no ano de 2010, destacada na figura 4. Pontua-se que a relação entre os jovens pintas, os rolezinhos e as torcidas organizadas necessita de olhar mais aprofundado que não será possível nesse momento haja vista o caráter exploratório dessa pesquisa, ficando o apontamento para a realização de pesquisas futuras.

Voltando ao conteúdo da matéria, mais adiante, a notícia destaca um depoimento feito pelo jovem Jordson Martins nas redes sociais, em que relata ter sido expulso do shopping e sofrido agressão por parte dos seguranças:

Ainda nas redes sociais, o jovem Jordson Martins contou que foi expulso do shopping pelos seguranças. “Dia 14 fui ao Midway com meus colegas. De repente fui abordado pelos seguranças. Eles alegaram que eu tinha me envolvido na última confusão. Cinco seguranças me levaram à força para um corredor onde me espancaram”, escreveu o rapaz. “Estou fazendo os procedimentos necessários para defender todos que ali frequentam. Peço a colaboração de todos”, completou Martins. (Jornal (online) Tribuna do Norte, publicado em: 17/12/2013).

Assim, percebe-se que a motivação para a realização do “Protesto dos Pintas” não foi simplesmente de seguir o fluxo dos protestos paulistas, mas sim, aproveitando a visibilidade midiática dada aos rolezinhos, denunciar as discriminações que já vinham sofrendo em períodos anteriores ao estopim dos rolezinhos no resto do país. No 21 de dezembro de 2013, o Tribuna do Norte publicou notícia em que informa sobre reforço policial nos arredores do Shopping Midway Mall devido a manifestação dos pintas marcada para às 17h daquele dia, como se confere abaixo:

Figura 5: Policiamento para Protesto dos Pintas.

Fonte:

http://www.tribunadonorte.com.br/noticia/policiamento-ao-redor-do-midway-sera-reforcado-para-protesto-dos-pinta/269953

Após a realização do Protesto dos Pintas a Tribuna do Norte e o Blog do BG publicaram as seguintes notícias, respectivamente:

Figura 6: Protesto dos Pintas no Shopping Midway Mall (Tribuna do Norte)

Fonte:

http://www.tribunadonorte.com.br/noticia/protesto-dos-pinta-acaba-em-confusao-no-midway/270046

Figura 7: Protesto dos Pintas no Shopping Midway Mall (Blog do BG)

Fonte:

Na íntegra da publicação no Tribuna do Norte (figura 6), estimou-se a participação de no mínimo 50 jovens na manifestação e que esta havia acabado em confronto com a polícia após tentativa frustrada de entrar no Midway Mall por parte de alguns jovens e que após terem sido barrados quebraram uma das portas de vidro do estabelecimento e arremessaram pedras, no que a força policial reagiu com teor de violência, chegando a disparar balas de borracha e prendendo três jovens, ainda segundo a matéria um policial teria sido atropelado por uma viatura, mas passava bem. A notícia também informa que a polícia teria agredido um manifestante que estava fotografando/filmando o “confronto”, como descrito nesse trecho:

Um deles filmava a ação quando teve a câmera arrancada da mão por um PM. Ignorando a presença da imprensa, o policial disse que jogaria o cartão de memória no lixo, para eliminar as imagens. "Ele tomou minha câmera e ainda me agrediu. Bateu em todo o canto do meu corpo e eu só estava filmando o protesto", disse o estudante de Direito, Hugo Fernandes. (Jornal (online) Tribuna do Norte, publicado em: 21/12/2013).

Diferentemente do Tribuna do Norte, no Blog do BG (figura 07) a notícia na sua íntegra aparece resumida carecendo de detalhes e com um tom sensacionalista, como o próprio título do “informativo” sugere: “NOITE DE TERROR” em caixa alta, seguido de “Protesto dos ‘Pintas’ causa tumulto e pânico no Midway”, no conteúdo da publicação não se fala em possíveis abusos por parte da polícia como relatado no Tribuna, o enfoque é dado aos possíveis atos de terror provocados pelos pintas:

O nervosismo foi grande hoje no shopping Midway Mall. O protesto dos “Pinta” que estava marcado, através das redes sociais, para acontecer no fim de tarde e início da noite de hoje, superou as expectativas de medo e terror. O vidro da porta principal foi quebrado após tentativas frustradas de alguns pintas tentarem entrar individualmente no shopping. Após grupos conseguirem entrar, lojas foram fechadas e pessoas que passeavam no interior do estabelecimento foram impedidas de sair, causando tumulto e muita correria nos corredores do shopping. Após a chegada de muitos policiais, o tumulto foi controlado. No protesto, um policial se