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Repertório mínimo e dissensos dos m ovim entos de Cultura e Educação

Repert ório m ínim o e

dissensos dos m ovim entos de Cult ura e Educação Popular

Quadro I - polarização ideológica na produção, circulação e consum o cultural.

Organ iza ção/

m ovim en to Da ta D iscu rso Docum e n to Pág ina

Ação Popular 1963 (...) em bora a cultura tenha uma destinação universal, um a vez que as obras culturais se criam num a perspectiva antropológica, ela, en qu an to pola rizada ide ologica m e n te , serve, de fato aos interesses de um a classe, de um a

determ inada posição social. A esse tipo de cult ura, im ediatam ente se opõe um a reivindicação da cultura popular (...).

AP/ Cultura Popular

p. 23

UNE 1964 (...) considerando-se o âm bito total da cult ura, pode-se dizer que a cu ltu ra popu lar é um pólo no vo que surge dentro do conjunto existente e estabelece um a contradição antagônica (...). A questão da cultura popular Carlos Estevam p. 36 MEB

1963 (...) daí resulta que qualquer atitude frente à cultura popular é

necessariam ente situada no con flito ide ológico . MEB/ Cultura popular: notas para estudo p. 79 CPC de Belo Horizonte

1963 (...) o m ovim ento de cultura popular com eça a surgir no Brasil, com o reivindicação, pa ra se opo r ao tipo de cult ura que serve apenas à cla sse do m in an te ( ...) .

O que é cultura popular

p. 85

MCP 1963 (...) um m ovim ento de cultura popular só surge quando o balanço das relações de poder com eça a ser favorável aos se tore s popula re s da com unidade e desfavorável aos seus se tore s da e lite (...).

MCP/ plano de ação para

1963

Organ iza ção/ m ovim en to

Da ta D iscu rso Docu m e n to Pág ina

Ação Popular 1963 (...) Um a comunidade hum ana só se faz sentir em razão da capacidade que o hom em tem , através do conhecim ento e ação, de

t ransformar o m undo natural em m undo da cultura (...).

AP/ Cult ura Popular p. 15

UNE 1964 (...) A cultura entendida assim com o o m ais am plo cont exto do

com portam ento hum ano (...).

A questão da cultura popular –

Carlos Estevam

p. 38

MEB

1963 (...) Cultura é tudo que o hom em acrescenta à natureza; tudo o que não está inscrito no determ inism o da natureza e que aí é incluído pela natureza (...).

MEB/ Cultura popular: notas para

estudo

p. 78

CPC de Belo

Horizonte 1963 (...) o hom em estando no m undo estabelece relação com a natureza, com preendendo-a e desenvolve um t rabalho de transform ação desse m undo. É nesse sentido que ele cria um outro m undo, o m undo da cultura (...).

O que é cult ura

popular p. 83

Sistem a Paulo

Freire 1963 (...) Criando e recriando, int egrando-se às condições do seu cont exto, respondendo a seus desafios, auto-objetivando-se, discernindo, transcendendo, lança- se o hom em num dom ínio que lhe é exclusivo – o da história e o da cultura (...). Conscientização e alfabetização: um a nova visão do processo Paulo Freire p. 101

Organ iza ção/ m o vim e n to

Da ta D iscu rso Docu m e n to Pág ina

Ação Popular 1963 (...) a cultura pode ser então m ediadora de dom inação. Tem os a m ediação da cultu ra

inau tên t ica ( ...) Mediadora de com unicação. Neste caso a cultura exerce um a m ediação a u te n tica e adquire sua caracterização essencial, com o histórica, social, pessoal e universal (...).

AP/ Cult ura Popular p. 19

UNE 1964 (...) só há cultura popular onde se produz o processo que transform a a con sciên cia a lie na da em con sciên cia re volu cioná ria , ativam ente engajada na luta polít ica (...).

A questão da cultura popular Carlos Estevam p. 41 De pés no chão tam bém se aprende a ler

1963 (...) e finalm ente a con sciên cia de ssa dom ina ção por part e do povo brasileiro, o que se traduz na eclosão dos m ovim entos de cultura popular (...). Cultura popular: t entativa de conceituação p. 71 I Encontro Nacional de Alfabetização e Cultura Popular 1963

(...) um a das condições dessa libert ação é que o povo tenha con sciê ncia da dom ina çã o (...).

Resoluções do I encontro nacional de Alfabetização e Cultura

Popular - relatório da com issão de estudos

sobre alfabetização.

p. 239

MCP 1963 (...) a dem anda de um a

con sciê ncia popu lar a de qu ada a o re a l e possuída pelo projeto de transform á-lo é característica do m ovim ento popular (...).

MCP/ plano de ação

para 1963 p. 90

Sistem a Paulo

Freire 1963 (...) de sua posição inicial de intransitivação da con sciê n cia (...) passou para um novo estágio - o da transitivação ingê nu a ( ...) a inserção a que nos referim os resultará na prom oção da transitivação ingênua para a critica (...).

Conscientização e alfabetização: um a nova visão do processo

Paulo Freire

p. 108

MEB/ Goiás 1965 (...) um a porcentagem da população do m eio rural

brasileiro vivendo em estágio de con sciê ncia prim it iva e ingê nu a ( ...) .

Relatório do I I Encontro de Anim ação

Popular p. 193 I Encontro Nacional de Alfabetização e Cultura 1963

(...) é necessário que se desperte no povo a con sciê n cia critica que perm ite superar estas distorções culturais e criar

Resoluções do I Encontro Nacional de Alfabetização e Cultura

Popular - relatório da

dos m ovim entos de cultura popular e alfabetização nas diferent es zonas, regiões e grupos sociais.

UNE 1963 (...) cultura popular é, em sum a, a tom ada de consciência da realidade brasileira (...) cultura popular é, portanto, antes de m ais nada, con sciê ncia re volu cioná ria ( ...) .

Cultura Popular Ferreira Gullar

p. 49

UNE 1964 (...) a cultura popular, com o re form a cu ltura l de ca rá ter re volu cioná rio, não se confunde com o reform ism o puro e sim ples (...).

A questão da cultura popular Carlos Estevam

p. 34

Ação Popular 1963 (...) a cultura pode ser então m ediadora de dom inação. Tem os a m ediação da cultu ra

inau tên t ica ( ...) Mediadora de com unicação. Neste caso a cultura exerce um a m ediação a u tê n tica e adquire sua caracterização essencial, com o histórica, social, pessoal e universal (...).

AP/ Cult ura Popular p. 19

Ação Popular 1963 (...) é popula r a cultu ra que leva o hom em a assum ir a sua posição de suje ito da própria criação cultural e de ope rá rio con scie nte do processo hist órico (...).

AP/ Cult ura Popular p. 23

Organ iza ção/ m ovim en to

Da ta D iscu rso Do cu m en to Pág ina

UNE 1962 (...) Se não se parte daí não se é nem revolucionário, nem popular, porque revolucionar a sociedade é pa ssar o pode r ao po vo. CPC da UNE/ Manifesto p. 50 De pés no chão tam bém se aprende a ler 1963 (...) Há, portanto, um

entrelaçam ento dialético entre cultura popu la r e libe rta ção na ciona l – socia lism o e lu ta an t iim pe ria list a .

Cultura popular: tentativa de conceituação

p. 74

MEB

1963 (...) (m ovim entos de cultura popular) pretendem agir no sentido de supe ra çã o, pela sociedade, do s de sn íve is en tre os d ive rsos gru po s so cia is que a com põem ( ...) .

MEB/ Cultura popular: notas para estudo

p. 79

CPC de Belo

Horizonte 1963 (...) a perspectiva a longo prazo de ação de cultura popular, sendo um movim ento de libertação, se dirige em term os da to m a da do pode r(...).

O que é cultura popular p. 87

Sistem a Paulo

Freire 1963 (...) o de que se precisa urgentem ente (...) e de se fazerem as re form a s bá sica s (...) de que resultem os instrum entos hábeis com que façam os a nossa rea l e m an cipa çã o in tern a e ex te rna ( ...) .

Conscientização e alfabetização: um a nova visão do processo

Paulo Freire p. 108 I Encontro Nacional de Alfabetização e Cultura Popular 1963

(...) esse t rabalho não devera ser eventual, m as obedecer a um a linha sistem ática, a partir de um a perspect iva global de educação visando a um a t ra n sform a çã o ra dica l da e st ru tura vige n te ( ...) . Resoluções do I Encontro Nacional de Alfabetização e Cultura Popular - relatório da com issão de estudos

sobre alfabetização.

p. 239

Organ iza ção/

m ovim en to D a ta D iscu rso Do cu m e n to Pág ina

Sistem a Paulo

Freire 1963 (...) o círcu lo de cu ltu ra (...) instituím os debate de grupo, ora em busca do aclaram ent o de situações problem áticas, ora em busca de ação m esm a decorrente do aclaram ento das situações (...).

Conscientização e alfabetização: um a nova visão do processo

Paulo Freire

p. 112

CPC de Belo

Horizonte 1963 (...) sentim os a necessidade de se estabelecer nú cleos popu lare s pra discussão dos problem as que dizem respeito ao povo (...).

O que é cultura

popular p. 88

Ação Popular 1963 (...) a criação de nú cleo s popu lare s com a função especifica de politização e organização do povo (...).

AP/ Cult ura Popular p. 26

MCP 1963 (...) criar, nas organizações integrant es ao m ovim ento popular, núcle os de cultu ra popu lar (...)

MCP/ plano de ação

para 1963 p. 94

MEB 1965 (...) an im a çã o popu lar é um processo de estruturação da com unidade, progressivam ent e assum ido por seus próprios m em bros(...)

MEB/ Cultura popular: notas para estudo p.

I Encontro Nacional de Alfabetização e Cultura Popular

1963

(...) pra ça s de cu ltura se caracterizam com o um núcleo de elaboração cultural crítica, a partir de convergência dos diferentes instrum entos de cultura popular, atendendo então, a um a população m ais restrita e constante (...).

Resoluções do I Encontro Nacional de Alfabetização e Cultura

Popular - relatório da com issão B: Meios e

técnicas de cultura popular p. 234 I Encontro Nacional de Alfabetização e Cultura Popular 1963 (...) os n úcleo s de a lfabe t izan do s devem tam bém significar um inicio de organização das respectivas com unidades (...).

Resoluções do I Encontro Nacional de Alfabetização e Cultura

Popular - relatório da com issão de estudos

sobre alfabetização.

p. 230

Organ iza ção/ m ovim en to

Da ta D iscu rso Do cum en t o Pág ina

UNE 1963 (...) quando se fala em cultura popular acentua-se a necessidade de pôr a cultura a serviço do povo, isto é, dos in tere sse s e fe t ivos do pa ís. Cultura Popular Ferreira Gullar p. 49 De pés no chão tam bém se aprende a ler

1963 (...) a tom ada revolucionária do poder não extingue a cultura popular, ao contrário, deixa aberto o cam inho para um a criação cu ltura l au tên tica e livre, ou m elhor, popula r e na ciona l (...).

Cult ura popular: tentat iva de conceituação

p. 71

CPC de Belo

Horizonte 1963 (...) e a cu ltura brasileira deixa de ser a u tê ntica e livre à m edida que se sucedem as im posições por parte de Portugal, França, I nglaterra, Est ados Unidos (...).

(...) o m ovim ento de cultura popular apresenta-se com o um processo de elaboração e form ação de um a a u tê ntica e livre cu ltura na ciona l (...)

O que é cultura popular p. 85

I Encontro Nacional de Alfabetização e Cultura Popular 1963 (...) o t rabalho de cultura popular é o trabalho de todos que desejam a de sa lie na çã o da cu ltu ra e conseqüentem ente a em ancipação nacional (...). Resoluções do I Encontro Nacional de Alfabetização e Cultura Popular - relatório da com issão A: atuação dos m ovim entos

de cult ura popular e alfabetização nas diferentes zonas, regiões

e grupos sociais. p. 213 I Encontro Nacional de Alfabetização e Cultura Popular 1963 (...) o m ovim ento de alfabetização surge com o um a das frentes da luta que o povo brasileiro trava em busca de sua libert ação (...).

Resoluções do I Encontro Nacional de Alfabetização

e Cultura Popular - relatório da com issão de

estudos sobre alfabetização.

p. 238

Organ iza ção/ m ovim en to

Da ta D iscu rso Docum en to Pág ina

I Encontro Nacional de Alfabetização e Cultura Popular 1963 (...) deve-se adequar a linguagem a cada situação especifica, e m ais ainda, part ir da linguagem local ou da classe social com quem se vai trabalhar (...).

Resoluções do I Encontro Nacional de Alfabetização

e Cult ura Popular - relatório da com issão A: atuação dos m ovim entos

de cultura popular e alfabetização nas diferentes zonas, regiões

e grupos sociais. P. 212 I Encontro Nacional de Alfabetização e Cultura Popular 1963 (...) é, porém , na análise do m eio, através da pesquisa social, de educação popular que um m aior conhecim ento das condições sócio-

econôm icas é alcançado com o im portante subsidio à ação do educador(...).

Resoluções do I encontro nacional de Alfabetização

e Cult ura Popular - relatório da com issão B:

Meios e técnicas de cultura popular

p. 232

Ação Popular 1963 (...) a cultura popular utiliza instrum entos e m étodos próprios de trabalho, instrum entos que se estruturam e se definem a part ir das necessidades da comunidade (...).

AP/ Cultura Popular p. 24

MCP 1963 (...) com o decorrência, superam os o professor pelo coordenador de debates. O aluno, pelo participante no grupo. A aula, pelo diálogo. Os program as por situações existenciais, capaz de desafiando os grupos, levá- los, pelo debat e as m esm as, a posições m ais críticas. (...).

Conscientização e alfabet ização: um a nova

visão do processo Paulo Freire

p.115

Organ iza ção/ m ovim en to

Da ta D iscu rso Docu m e n to Pág ina

I Encontro Nacional de Alfabetização e Cultura Popular

1963

(...) necessidade de encont rar um a fórm ula adequada de expressão, que perm ita um u so com u m de

lin gua ge m e n tre os g rupo s prom otore s e os g ru po s a se re m a t in gidos (...). Resoluções do I Encontro Nacional de Alfabetização e Cultura Popular p. 212

UNE 1964 (...) De um lado precisam os infundir no povo um a cultura que ele não tem e que lhe faz falta, mas a qual ele não consegue chegar sozinho, pois ela é produzida e cultivada fora do povo. De outro lado, não podem os entregar ao povo essa nova cultura sem que prim eiro nós próprios nos apossem os da velha cultura do povo (...).

A questão da cult ura popular Carlos Est evam

p. 41

MCP 1963 (...) Procedim entos internos: criar as condições necessárias ao fluxo e refluxo dem ocrático entre escalões dirigentes e as bases (...).

(...) Procedim entos internos: criar as condições necessárias ao fluxo e refluxo horizontal que im peçam a form ação de quistos vert icalm ente organizados (...).

MCP/ plano de

ação para 1963 p. 95

MEB/ Goiás 1965 (...) da m esm a form a, éram os ainda, em quase todas as com unidades, vist os e entendidos com o os responsáveis por ações de que deveríam os ser assessores (...).

Relatório do I I Encontro de

Anim ação Popular

p. 193

Quadro VI I I - relação ent re gentes e classes populares

Organ iza ção/

m ovim en to D a ta D iscu rso Docum e n to Pá gin a

CPC

1963

(...) quando se fala em cultura popular acentua-se a necessidade de pôr a cultura a serviço do povo, isto é, dos interesses efetivos do país (...).

(...) a cultura popular é, em suma, a tom ada de consciência da realidade brasileira (...) a cultura popular é, portanto, antes de m ais nada, consciência revolucionária (...) Cultura Popular Ferreira Gullar p. 212 CPC 1963 (...) a cultura popular,

essencialm ente, diz respeito a um a form a particularíssim a de

consciência: a consciência política, a consciência que im ediatam ent e deságua na ação política. Ainda assim , não a ação política geral, m as a ação política do povo. Ela é o conjunto teórico-prático que co- determ ina, juntam ente com a totalidade das condições m ateriais objetivas, o m ovim ento ascensional das m assas em direção à conquista do poder na sociedade de classes (...).

A questão da cultura popular Carlos Estevam

p. 39

CPC (...) é necessário dist inguir com clareza as características que diferenciam a arte do povo da arte popular e, am bas, da arte praticada pelo CPC, a que cham am os de arte popular revolucionária (...)

a arte do povo é tão desprovida de qualidade artística e de pretensões culturais que nunca vai além de um a tentativa tosca e desajeitada de exprim ir fatos triviais dados à sensibilidade m ais em botada(...).

CPC da UNE Manifesto

p. 65

Ação Popular 1963 (...) é popular a cultura quando é com unicável ao povo, isto é, quando as suas significações, valores, idéias, obras são destinadas efetivam ente ao povo e respondem às suas exigências de realização hum ana em determ inada época. (...). É popular a cultura que leva o hom em a assum ir a sua posição de suj eito da própria criação cultural e de operário consciente do processo histórico em que se acha inserido (...).

AP/ Cultura

De Pés no chão Tam bém se Aprende a Ler

1963 (...) a nossa luta interna de libertação liga-se profundam ente à cultura popular, que assum e no prim eiro m om ento o sentido de desalienação da nossa cult ura, sobrepondo os valores culturais estranhos aos nossos valores outros criados e elaborados aqui (...).

Cultura popular: tentativas de conceituação

p. 74

MCP 1963 (...) nunca, porém , sem a convicção que sem pre tivem os de que só nas bases populares e com elas poderíam os realizar algo de sério e autentico, para elas. Daí jam ais adm itirm os que a dem ocratização da cultura fosse a vulgarização ou, por outro lado, a adoção, ao povo, de algo que form ulássem os nós

m esm os em nossa biblioteca e que a ele doássem os. Foram as nossas m ais recentes experiências, de há m ais de dois anos no Movim ento de Cultura Popular do Recife (...)

(...) descobrim os que tanto é cultura o boneco de barro feito pelos artistas seus irm ãos do povo, com o cultura tam bém é a obra de um grande escultor Conscientização e alfabetização: um a nova visão do processo Paulo Freire p.111- 117

CAPÍ TULO 2

Movim entos de ação diret a e educação popular:

Repert ório dos anos 1970 e 1980

( ...) Tantos pisam est e chão que ele talvez um dia se hum anize. E m alaxado, em bebido da fluida subst ância de nossos segr edos, quem sabe a flor que aí se elabora, calcária, sangüínea? Ah, não viver par a contemplá-la! Cont udo, não é longo mentar um a flor, e permitido correr por cim a do estreito rio present e, construir de brum a nosso arco-íris. Nossos donos tem por ais ainda não devassar am o claro estoque de m anhãs que cada um tr az no sangue, no vento ( ...) . Carlos Drumm ond de Andrade, Meditação no Banco, 1951.

Em abril de 1964 com o golpe de Estado que instaurou a ditadura no Brasil, a m aior parte das entidades e m ovim entos envolvidos com a educação e cultura popular tiveram seus trabalhos interrom pidos.

A Cam panha de Pés no Chão Tam bém se Aprende a Ler foi encerrada. Docum entos foram apreendidos, educadores e m ilitantes identificados e presos, dentre eles Miguel Arraes.

O CPC de Santo André foi invadido e seus papéis queim ados. A sede da UNE no Rio de Janeiro foi incendiada. A prisão e banim ento de Paulo Freire e o fim das atividades de alfabetização ligadas ao Serviço de Extensão Cultural da Universidade Federal de Pernam buco e ao MCP, estabeleceram um corte nas experiências de 1961 a 1964.

O regim e de exceção abriu um novo cenário para os m ovim entos de esquerda e, a partir de 1965, estes agrupam entos com eçaram a discutir novas form as de com bate à ditadura. A resistência arm ada se colocou com o opção para grupos anteriorm ente dedicados à educação popular. A Ação Popular passou do cristianism o ao m arxism o-leninism o por interm édio do m aoísm o ( Ridenti,

2007) ; a Aliança Libertadora Nacional ( ALN) , dissidência do PCB, e a POLOP, entre outras organizações, form aram um a “Nova Esquerda” (Sales, 2007, p. 67) cuj as características eram a crítica ao PCB, responsabilizado pela derrota de 1964, a luta arm ada com o único cam inho para a revolução brasileira, e a reivindicação de novos m odelos de organização revolucionários, com o Cuba e China.

Com o vim os no capítulo prim eiro, a educação popular experim entada entre 1960 e 1964 viveu, fruto do encontro entre educadores populares e trabalhadores rurais, a tensão entre a valorização dos trabalhadores com o suj eitos de sua própria história e cultura, e o m odelo com viés na reprodução que Aranha ( 2002) denom inou ideologia dom inante e consciência popular. A nova conj untura, sua interpretação e intervenção penderam para a valorização do segundo m odelo, isto porque m uitas organizações passaram a agir na clandestinidade e os trabalhos de cultura e educação popular, com o organização do m ovim ento de m assa, ficaram subordinados à luta arm ada. A luta arm ada com o cam inho para a revolução exigiu a reorganização de um a parte da esquerda em pequenos agrupam entos e o trabalho de conscientização com o práxis pedagógica não tinha centralidade nas organizações.

O predom ínio da coerção em detrim ento da construção do consenso pelo Estado de exceção brasileiro, não significou a ausência de práticas educativas para adultos das classes trabalhadoras, a exem plo do Mobral. O que se

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