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6 Metodologias e Ferramentas de EcoDesign

8.3 Requisitos genéricos

As conclusões do estudo de Lofthouse (2006) reconhecem a importância de se desenvolverem ferramentas holísticas apontando o facto de que a combinação de aconselhamento, educação e informação, juntamente com conteúdo bem pensado, apresentação apropriada e acesso simples faz parte do caminho para o seu sucesso. Eis os requisitos indicados pelo estudo:

• Os designers industriais também têm necessidade de informação sobre EcoDesign numa linguagem acessível.

• No passado, as ferramentas de EcoDesign tendiam a focar-se em proporcionar aconselhamento ou informação ou educação mas nunca uma combinação dos três. • Alguns designers sentiram necessidade que a ferramenta lhes mostrasse quais os

aspectos que deveriam ser pensados primeiro.

• A informação de EcoDesign deve ser apresentada de forma visual e utilizando casos de estudo e exemplos.

• As ferramentas de EcoDesign precisam de conter dois tipos diferentes de conteúdo: informação (geral, materiais, reciclagem, produção, uso, embalagem) e estímulo/inspiração (materiais, forma, energia, função, peças, embalagem). Estes dois tipos de conteúdo devem estar intrinsecamente ligados para que os designers possam beneficiar de informação que seja relevante e exemplos que sejam baseados na realidade.

• O conteúdo disponibilizado pelas ferramentas de EcoDesign deve ser apresentado em forma de pequenas parcelas de texto, numa linguagem apropriada para os designers industriais, evitando o calão técnico e científico.

• Os designers industriais têm uma forma dinâmica de trabalhar que não é talhada a planeamentos. Os programas deverão disponibilizar uma aproximação integrada. Rose (2002) contribui com mais dois itens para esta lista:

• A ferramenta tem de ser fácil e rápida;

• Existe a necessidade de soluções feitas à medida, porque as características técnicas dos produtos diferem.

Byggeth (2006) fala de situações de compromisso:

• As ferramentas de EcoDesign deverão ter uma avaliação se forem desenhadas para ajudarem o utilizador numa situação de compromisso. Caso contrário, poderá conduzir a decisões estrategicamente incorrectas num contexto de sustentabilidade, com riscos concomitantes de caminhos de investimento suboptimizado e becos sem saída;

• Para suportar situações de compromisso diferentes, a ferramenta deverá incluir critérios numa perspectiva de sustentabilidade para um aspecto ambiental, diferentes aspectos ambientais e outros aspectos importantes como o custo, aspectos sociais, etc. 8.3.1 Formato baseado na Web

Uma ferramenta baseada na Web mostra-se vantajosa já que, cada vez mais, a Internet está a ser utilizada para sincronizar esforços globais. Membros remotos de uma equipa de projecto poderão actualizar online a informação acerca dos produtos (ROSE, 2002).

Para as ferramentas que assentam num formato baseado na Web, são necessárias as seguintes características (LOFTHOUSE, 2996):

• Conteúdos apresentados de forma visual e interactiva – os designers são motivados pela comunicação visual e gostam que a informação lhes seja apresentada com muitos gráficos (imagens e cor) e o mínimo de texto.

• Conteúdo mínimo a ler – os designers passam pouco tempo a ler e geralmente só lêem coisas pelas quais têm interesse ou são relevantes para o projecto em que estão a trabalhar.

• Integração fácil na sua prática diária. • Informação actualizada.

No software piloto desenvolvido por Lofthouse, os designers constataram a utilidade das listas de verificação e pediram mesmo por mais. Isto foi diferente do feedback revelado pelo estudo piloto. Tal facto talvez se devesse a que as novas listas de verificação não eram disponibilizadas isoladamente mas faziam ligação a páginas que proporcionavam informação complementar.

8.4 Paradigma

A ideia principal por trás do FRED é seguir de perto a metodologia EuP EcoReport, uma vez que será esta a aplicada no futuro para a avaliação os impactos ambientais das máquinas- ferramenta. Porém, a metodologia ainda não está devidamente talhada para a aplicação a esta indústria.

Não existem indicadores ecológicos para todos os materiais e processos utilizados. Isto torna difícil a modelização ou virtualização de uma máquina.

Os custos com os materiais e processos são tratados como um todo no EuP EcoReport, enquanto as optimizações fazem-se, muitas vezes, nos pormenores.

Para além do EuP EcoReport, o FRED deverá ser capaz de atribuir um Eco-indicator 99 a uma determinada máquina. A forma de juntar as duas metodologias não é evidente porque o EuP EcoReport apresenta indicadores para materiais juntamente com processos enquanto o Eco-indicator 99 apresenta indicadores para materiais e indicadores para processos.

São estes os pontos de partida para o FRED.

8.4.1 Conceito de montagem, sub-montagem e componentes

Chama-se montagem a uma máquina específica que se queira virtualizar. Esta pode ser dividida em sub-montagens. Tanto as montagens como as sub-montagens podem ter componentes associados (ver Figura 24).

Figura 24 – Conceito de montagem, sub-montagem e componente (elaboração própria)

Um componente deve ser tão granular quanto possível (por exemplo, um parafuso). Um conjunto de componentes fará uma sub-montagem e um conjunto de sub-montagens e

componentes fará a montagem principal. Outra ideia a ter em conta é que uma sub-montagem é recursiva, isto é, podem existir sub-montagens dentro de sub-montagens quantas vezes quanto se queira. Isto permite especificar em detalhe toda a máquina a virtualizar.

O elemento agregador de materiais, processos e indicadores EuP EcoReport e EI99 EcoReport é o componente (ver Figura 25).

Figura 25 – O componente enquanto elemento agregador de materiais, processos e indicadores EuP EcoReport e EI99 EcoReport (elaboração própria)

Um componente pode ter um número infinito de materiais, processos, e indicadores EuP EcoReport e EI99 EcoReport que o caracterizem. Tanto os materiais como os processos também podem ter custos associados.

Caberá ao FRED fazer a gestão do que pode aproveitar aquando da elaboração dos EuP EcoReport, EI99 EcoReport e cálculo de custos, fazendo a soma de todas as parcelas intervenientes em cada metodologia.

A vantagem do FRED está no reaproveitamento de componentes para outras montagens ou sub-montagens. Se no futuro aparecer um novo indicador que contemple um componente, basta agregá-lo a esse componente para que os resultados se apliquem a todas as montagens e sub-montagens que o usem. O mesmo acontece com os custos dos materiais.

8.4.2 Introdução de dados orientada ao ciclo-de-vida

Todos os dados do EuP EcoReport que não têm especificamente a ver com os componentes serão agregados em formulários que orientem o utilizador pelo ciclo-de-vida do produto. 8.4.3 Formato baseado na Web

O formato baseado na Web pareceu a escolha óbvia, dadas as vantagens já expressas no subcapítulo 8.3.1.

Depois dos conceitos de montagem, sub-montagem e componente, é fácil prever qual o comportamento esperado da aplicação Web: deverá permitir a gestão de materiais, processos, indicadores EuP EcoReport e EI99 EcoReport, componentes e montagens. Deverá também ser capaz de gerar relatórios referentes ao EuP EcoReport, EI99 EcoReport e relatório de custos para uma determinada montagem.

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