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A OGMA tem de seguir um conjunto de procedimentos e normas internas para que o seu processo de pintura seja devidamente certificado, atestando a qualidade da pintura que ´e aplicada nas aeronaves. Para que isto acontec¸a, h ´a uma s ´erie de requisitos que t ˆem de ser cumpridos ao longo de toda a cadeia de operac¸ ˜oes, desde a recec¸ ˜ao dos materiais, passando pelas condic¸ ˜oes das instalac¸ ˜oes e equipamentos, at ´e aos pr ´oprios t ´ecnicos de pintura. Quando tudo isto ´e verificado, o processo de pintura na OGMA fica certificado, com uma validade renov ´avel de 3 em 3 anos.

Al ´em disso, o processo de pintura tamb ´em tem de ser devidamente acompanhado para que se assegure que foram respeitadas todas as normas na pintura de cada aeronave:

Antes da pintura, as superf´ıcies nas quais a tinta vai ser aplicada devem ser minuciosamente limpas e preparadas de acordo com a documentac¸ ˜ao t ´ecnica aplic ´avel. Os requisitos t ´ecnicos dos produtos de pintura aplicados, tais como proporc¸ ˜ao de mistura, viscosidade e tempos de secagem, devem ser cum- pridos de acordo com a FTPP. Tamb ´em a viscosidade da tinta deve ser controlada com o equipamento apropriado e verificar-se se est ´a de acordo com a especificac¸ ˜ao aplic ´avel. A mistura deve ser efetuada num local pr ´oprio, com temperatura entre os 15 a 35 ºC, e humidade relativa entre 35 e 75%.

Antes, durante e ap ´os o processo de pintura, para que o resultado final seja aceite no departamento da qualidade, devem ser cumpridos os par ˆametros m´ınimos de uma s ´erie de inspec¸ ˜oes e ensaios, tais como a determinac¸ ˜ao do pH da superf´ıcie do avi ˜ao, o teste da rotura da pel´ıcula de ´agua e a medic¸ ˜ao da espessura da tinta, que acontece ap ´os a aplicac¸ ˜ao de cada camada de tinta. A quantidade e tipologia destes testes pode variar, dependendo do tipo de intervenc¸ ˜ao a que a aeronave est ´a sujeita (despintura ou pintura).

Ap ´os a finalizac¸ ˜ao dos trabalhos de pintura, deve ser efetuada uma inspec¸ ˜ao geral `a aeronave de forma a avaliar a condic¸ ˜ao geral da pintura, incidindo em aspetos como a colorac¸ ˜ao, brilho e suavidade desta. Tamb ´em s ˜ao procurados defeitos no revestimento, tais como riscos, porosidades, escorridos, bolhas, rugosidades, casca de laranja e, por fim, faz-se a verificac¸ ˜ao da localizac¸ ˜ao e conformidade dos letreiros, marcas e ins´ıgnias.

Cap´ıtulo 4

Caso de Estudo: Pintura e Despintura

Automatizada na OGMA

Ciente daquilo que representa a ´area da automatizac¸ ˜ao nos dias de hoje, a OGMA associou-se a este estudo no sentido de explorar uma soluc¸ ˜ao automatizada capaz de substituir os processos manuais desenvolvidos atualmente.

Um projeto desta dimens ˜ao e natureza exige um estudo pormenorizado da soluc¸ ˜ao a implementar, bem como do impacto que a alterac¸ ˜ao ir ´a provocar na empresa. Neste cap´ıtulo ser ´a, portanto, feita uma descric¸ ˜ao detalhada dos v ´arios passos dados no sentido de encontrar o melhor sistema autom ´atico para a pintura e despintura na OGMA. Formulada a proposta de soluc¸ ˜ao a implementar, ser ´a feita uma descric¸ ˜ao do procedimento operacional da mesma, uma previs ˜ao do tempo de execuc¸ ˜ao e dos custos que representar ˜ao a automatizac¸ ˜ao do sistema e a operac¸ ˜ao do mesmo.

4.1

Especificac¸ ˜oes e Requisitos

Devido `as caracter´ısticas do produto intervencionado na OGMA, a automatizac¸ ˜ao do sistema de pintura e despintura ´e um processo complexo que ter ´a de ser fiel a um conjunto de especificac¸ ˜oes e requisitos.

Por indicac¸ ˜ao da OGMA, pretende-se que a soluc¸ ˜ao implementada, para al ´em da capacidade para pintar/despintar todos os modelos de avi ˜oes normalmente intervencionados na empresa, tenha a flexi- bilidade necess ´aria para intervencionar outros modelos que possam vir a ser acrescentados no futuro. Al ´em disso, a empresa pretende que o novo sistema de pintura e despintura apresente o maior n´ıvel de autonomia poss´ıvel e que a soluc¸ ˜ao encontrada seja tecnologicamente evolu´ıda, para que se mantenha atual caso o projeto leve v ´arios anos at ´e ser implementado. Por fim, ´e imprescind´ıvel para a OGMA que os padr ˜oes de qualidade definidos pelas suas normas internas sejam estritamente cumpridos.

A n´ıvel dimensional, ´e requisito que o sistema automatizado tenha a capacidade de atuar sobre qualquer uma das aeronaves que venham a ser intervencionadas. Considerando as dimens ˜oes dos avi ˜oes que costumam fazer a manutenc¸ ˜ao na empresa e outros que possam entrar no hangar de pin-

tura, concluiu-se que aquele que possui a maior envergadura ´e o C-130, com os seus 40,41 m de dist ˆancia entre a ponta de cada asa [43]; o A321 ´e o que apresenta um maior comprimento (44,51 m) [39]; e o avi ˜ao com maior altura, neste caso a altura da cauda, ´e o KC-390, que atinge 12,20 m [44]. Adicionalmente, o sistema autom ´atico implementado ter ´a de respeitar as dimens ˜oes m ´aximas do hangar. A n´ıvel de largura e comprimento, o edif´ıcio apresenta uma capacidade de 48 por 50 m. J ´a na altura, o hangar tem uma faixa central que atinge os 14 m, no entanto, as laterais t ˆem uma altura de apenas 9 m.

Por fim, a soluc¸ ˜ao automatizada ter ´a de cumprir os requisitos necess ´arios para poder ser devida- mente certificada. Por exemplo, devido aos solventes presentes na pulverizac¸ ˜ao da tinta, todos os com- ponentes t ˆem de ser certificados pela regulamentac¸ ˜ao anti-explosiva ATEX (ATmosphere EXplosibles), obrigat ´oria para estes equipamentos [45]. Tamb ´em a soluc¸ ˜ao de despintura ter ´a de ser devidamente certificada e aprovada pelos fabricantes das aeronaves.