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2.4 Levantamento da legislação aplicável ao gerenciamento de resíduos sólidos em

2.4.5 Resíduos sólidos de aeroportos

A Resolução CONAMA 004/1995, estabelece “áreas de segurança aeroportuárias (ASA)” delimitadas por um determinado raio a partir do “centro geométrico do aeródromo”, de acordo com seu tipo de operação; e não permite a implantação de atividades de natureza perigosa, entendidas como “foco de atração de pássaros” dentro da ASA.

A Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT, estabelece uma norma específica sobre o Gerenciamento de Resíduos Sólidos de Aeroportos, que é a NBR 8843, de 1996.

Da Agência Nacional de Vigilância Sanitária – ANVISA, as seguintes resoluções abordam a questão do gerenciamento dos resíduos sólidos de aeroportos:

Resolução RDC n° 351, de dezembro de 2002, que define como de risco sanitário as áreas endêmicas e epidêmicas de cólera, para fins da gestão de resíduos sólidos em portos, aeroportos e fronteiras; classifica como resíduos que apresentam risco potencial à saúde pública e ao meio ambiente pela presença de agentes biológicos – Grupo A, aqueles provenientes de meios de transporte – marítimos, terrestres e aéreos – oriundos dos Estados Brasileiros e Países (constantes nos anexos I e II desta resolução) que possuam casos de cólera, com anormalidades clínicas, óbitos a bordo e dos serviços de saúde de bordo.

Resolução RDC n° 2, de janeiro de 2003, institui o Regulamento Técnico para Fiscalização e Controle Sanitário em Aeroportos e Aeronaves, o qual estabelece no capítulo I, item XL, o conceito de Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos – PGRS, como sendo o instrumento que define o conjunto de informações e estratégias integradas de gestão, destinados a normatizar os procedimentos operacionais de gerenciamento de resíduos sólidos, contemplando os aspectos referentes à geração, à segregação, ao acondicionamento, à identificação, à coleta, ao transporte, ao armazenamento, ao tratamento e à disposição final em conformidade com a legislação sanitária e ambiental. No capítulo III, Seção IV dos Resíduos Sólidos de Bordo, artigo 22, que é de responsabilidade da empresa aérea, do proprietário de aeronave e do prestador de serviços, a coleta, identificação, acondicionamento, armazenamento e transporte dos resíduos sólidos produzidos a bordo da aeronave, de acordo com o PGRS aprovado para o aeroporto. O mesmo artigo estabelece que as especificações dos recipientes para acondicionamento dos resíduos devem atender às Normas Técnicas Regulamentares pertinentes; os resíduos alimentares devem ser submetidos, na comissaria ou em centro de triagem no aeroporto, ao acondicionamento em recipientes adequados, para posterior

destinação final; os diversos tipos de embalagens devem ser segregados, acondicionados e encaminhados à disposição final conforme o disposto no PGRS do aeroporto; o profissional ocupacional exposto às operações descritas neste item deve utilizar equipamentos de proteção individual (EPI) em conformidade com PDL, anexo III Quadro XVI desta Resolução. No artigo 23, o acondicionamento dos resíduos infectantes em recipientes exigidos pelas Normas Técnicas Regulamentares pertinentes e ao disposto no PGRS do aeroporto. O inciso 1° considera, como sendo resíduos potencialmente infectantes, os resíduos gerados:

I - em aeronaves de trânsito nacional ou internacional, procedente de áreas endêmicas de doenças transmissíveis de interesse da saúde pública, ou outra considerada emergente, conforme definição da autoridade de saúde pública competente;

II - em aeronave com anormalidade clínica ou óbito a bordo, onde ocorrer o derrame de fluídos, secreções e ou excreções orgânicas;

III - por procedimentos de limpeza, desinfecção e descontaminação de superfícies internas da aeronave em trânsito no território nacional procedente de área endêmica de doenças de interesse da saúde pública, ou anormalidades clínicas e ou óbito a bordo;

IV - por procedimentos de limpeza, desinfecção e descontaminação nos travesseiros e mantas expostos a secreções, excreções e ou outros fluídos orgânicos;

V - por procedimentos de limpeza e desinfecção dos sanitários de bordo.

Os resíduos gerados em aeronave que opere o transporte específico ou ocasional de doentes, de acordo com o inciso 2°, devem obedecer ao disposto no PGRS, conforme normas regulamentares, no que couber. No artigo 24, que os resíduos sólidos constituídos por protetores descartáveis, jornais e revistas, disponibilizados para leitura de bordo, quando previamente segregados a bordo, devem ser acondicionados e encaminhados em conformidade com o PGRS do aeroporto. No capítulo V, seção III do Gerenciamento de Resíduos Sólidos, em seu artigo 51, fica a administração aeroportuária encarregada de dispor de um PGRS, bem como das revisões e atualizações deste, assim como da manutenção do gerenciamento integrado dos resíduos sólidos da aeronave e da área aeroportuária.De acordo com o artigo 52 é de responsabilidade da mesma administração, garantir edificação destinada à segregação, acondicionamento, armazenamento, transbordo e tratamento de resíduos sólidos com presença de agentes biológicos e ou características físicas e químicas com risco à saúde pública. Com relação a este artigo (52) há ainda um parágrafo único que estabelece que: “a edificação deverá estar localizada em área afastada dos terminais de passageiros, de prédios administrativos, de reservatórios de água potável e de instalações relacionadas ao preparo de alimentos e ser de acordo com a estimativa de geração de resíduos, definidos no PGRS, devendo ainda ter condições de ventilação, iluminação, ponto de água disponível no local e sistema de drenagem que facilite a higienização”. O transporte dos resíduos sólidos de que se trata este regulamento, deverá ser feito, segundo artigo 53, em veículos apropriados, conforme legislação pertinente. No capítulo VI, subseção I, de Edificações e Instalações Físicas dos estabelecimentos na Área

de Alimentos, item X, é exigida a disposição de área isolada e exclusiva para o armazenamento de resíduos sólidos. No capítulo VIII, artigo 75, item V, é delegada à administração aeroportuária a obrigação de dispor de área física no terminal de passageiros para instalação do Posto de Vigilância Sanitária de modo a facilitar o estabelecimento, implantação, manutenção e monitoramento do PGRS dos resíduos gerados nas aeronaves e na área aeroportuária, em conformidade com as legislações pertinentes. No capítulo VIII, artigo 76, item IV, fica estabelecido que a empresa de transporte aéreo é responsável por garantir que o acondicionamento e a operação de retirada dos resíduos sólidos gerados a bordo atendam ao disposto no PGRS do aeroporto.