Residencial Agreste do Programa Minha Casa Minha Vida (PMCMV/ARAPIRACA)

A figura abaixo apresenta o conjunto, em estudo em relação ao bairro Centro da cidade, o qual ainda funciona como um centro potencializador em termos de infraestrutura,

100% 0% 0 a 3 SM 4 a 6 SM 6 ou mais SM 70% 30% SIM NÃO

comércio e serviços urbanos. Este mapa mostra a localização dos empreendimentos habitacionais em áreas periféricas e em áreas de expansão urbana confirmando a perversa lógica do mercado imobiliário de lançar os residenciais de baixa renda para fora da área urbana consolidada

Figura 9 – Residenciais PMCMV – Arapiraca/AL 1

Fonte: Arapiraca (2016) adaptado pela autora (2018)

Esta percepção confirma o preceito de Maricato (2010) quando afirmam que este modelo do PMCMV gera a descentralização urbana. Além disso, o afastamento destes residenciais, do centro da cidade, dificultam o acesso dessas famílias aos serviços públicos, sendo necessário o uso do transporte coletivo que por muitas vezes torna-se precário ou dificultoso, considerado até mesmo, também, um problema urbano.

Assim, um dos últimos empreendimentos realizados na cidade Arapiraca pelo programa MCMV foi o residencial Agreste, com inauguração em 22 de janeiro de 2014, contendo 999 unidades habitacionais. O conjunto foi implantado em uma gleba de

Residencial N. Sra. Aparecida Residencial Jardim das Paineiras Residencial Brisa do Lago Ampliação do Perímetro Urbano Centro de Arapiraca Residencial Agreste

97.839,65m² (ver figura 10), tendo a edificação de área construída 42,13m² (ver figura 10 e 11) com um terreno 126m², com testada 7m de frente e fundo e laterais 18m.

Figura 10- Planta baixa da edificação das casas do Residencial Agreste/Arapiraca

Fonte: SAMPAIO (2016)

Figura 11 - Fachada frontal da edificação das casas do Residencial Agreste/Arapiraca

Fonte: SAMPAIO (2016)

O conjunto Agreste possui 999 casas localizadas no Bairro Bom Sucesso, nas proximidades da Universidade Federal de Alagoas (UFAL), Campus Arapiraca, na AL-115,

sendo um dos conjuntos em estudo mais polemizados com relação a sua localização fora do perímetro urbano e da futura área de expansão, indo contra as legislações. Além disso, de acordo com as pesquisas realizadas a distância entre este Residencial e o Centro fica em média 10,4Km (ARAPIRACA, 2016)

Abaixo se apresenta algumas Figuras do Residencial Agreste, de como foi entregue e algumas com adaptações/modificações. Assim, Nota-se que as estruturas arquitetônicas das casas, em sua maioria, permanecem com o projeto inicial, acredita-se que isso se atribui pelo fato de ser um dos conjuntos mais recentes do Programa na cidade.

Figura 12 – Rua do Residencial Agreste, com características do projeto inicial.

Fonte:http://web.arapiraca.al.gov.br/wp-content/uploads/2016/01/residencial1.jpg. Acesso em: 26 dez. 2018.

Figura 13 – Rua do Residencial Agreste com imóveis em adaptação

Fonte: autora (2018)

As fotos retiradas no período da pesquisa que compreendeu de outubro a novembro de 2018. Onde na mesma oportunidade, assim como na COHABs, se aplicou o questionário (Apêndice 1) sobre as mesmas questões relacionados. Participaram da entrevista 26

moradores do conjunto, escolhidos de forma aleatória, de acordo com a disponibilidade e espontaneidade

A apresentação dos dados se dá por uma questão que norteia de forma primaz o início dos dados, no gráfico 8 se apresenta qual o nível de satisfação dos moradores neste conjunto habitacional.

Gráfico 8 – Nível de Satisfação dos moradores com o Imóvel – Residencial Agreste/Arapiraca

Fonte: autora (2018)

Como é possível observar no Gráfico acima, a maioria dos moradores demonstra estar satisfeita com o imóvel, acredita-se que o fato atribuído isso devido principalmente às más condições e a precariedade dos locais em que viviam anteriormente. Entretanto, de acordo com as resposta e relatos dos moradores a satisfação medial e/ou insatisfeita se dá pela distância da moradia do centro e a dificuldade para locomoção transporte público e falta de água.

No que se referem as mudanças na planta original do imóvel, alguns moradores fizeram algumas mudanças e adaptações, tais mudanças foram feitas com o objetivo de favorecer mais conforto e segurança para família, pois por ser um lugar afastado da área urbana os moradores preconizam a segurança. No gráfico 8 se apresenta os valores de moradores que fizeram alguma mudança no imóvel e no gráfico 9 se apresenta quais as principais adaptações, mudanças e reformas feitas.

46%

42% 12%

Muito Satisfeto Satisfeito

Insatisfeito Muito Insatisfeito

Gráfico 9– Número de Moradores que fizeram mudanças na arquitetura da casa. Residencial

Agreste/Arapiraca

Fonte: autora (2018)

A maioria dos moradores 54% já fizeram alguma mudança no imóvel, por diversos fatos correlacionados anteriormente. Os 46% que afirmaram que não fizeram as mudanças afirmaram que no momento ainda não fizeram as mudanças, porém tem pretensão em fazer. No gráfico 9 a seguir se tem a apresentação dos principais problemas encontrados no imóvel

Gráfico 10 – Principais mudanças feitas nos Imóveis pesquisados, no Residencial Agreste/Arapiraca

Fonte: autora (2018)

Como apresentado no gráfico acima, tiveram moradores que fizeram mais de uma mudança nos itens apresentados no questionário, alguns fizeram até mesmo a mudança de todos os itens, isso porque a família cresceu, tiveram filhos, novos familiares passaram a morar juntos 54% 46% SIM NÃO Mais um quarto Ampliação de Cômodos Banheiros Fachada Muros 0 5 10 15 20 25 30

As principais alternativas colocadas para os moradores assinalarem foi, como supracitado muro para segurança (92,3%), fachada (30%), mais quarto (19,2%); ampliação de cômodos (50%); banheiros (15,3%) isso para atender o conforto da família, como essência principal. Os moradores puderam assinalar mais de uma alternativa.

A construção de muros no entorno da casa e portões, foi evidenciado e justificado pelos moradores em virtude de tornarem suas casas mais seguras. Para tanto, os analisados também tiveram a opção de assinalar mais de uma alternativa, além disso para corrigir problemas encontrados e provocados nos anos em que habitam como apresentando no gráfico a seguir:

Gráfico 11 – Problemas encontrados e corrigidos nos imóveis pesquisados no Residencial

Agreste/Arapiraca

Fonte: autora (2018)

Como os moradores estão com o financiamento quitado, ficam à vontade para tais mudanças e alguns dos entrevistados nem mesmo são os primeiros donos, pois compraram do primeiro dono. Como percebido no gráfico, alguns os moradores encontram ou evidenciaram algum problema na infraestrutura do imóvel, sendo necessário os reparos, infiltração/teto (15,3%); Infiltração/parede (19,2%); Piso, foi colocado piso de cerâmica (88,4%); Portas e Janelas (84,6%) e 57,6% não apresentaram nem citaram outro problema além dos itens apresentados no questionário da entrevista.

Após a análise e tabulação dos dados e entrevistas dos moradores do conjunto residencial, como os moradores fizeram as adequações e mudanças na casa foram feitas por razão de números de moradores, por diversos arranjos familiares.

Infiltração/Teto Infiltração/paredes Piso Portas/Janelas Nenhum 0 5 10 15 20 25

Gráfico 12 – Número de moradores por imóvel Pesquisado no Residencial Agreste/Arapiraca

Fonte: autora (2018)

Como é apresentando no gráfico acima, a maioria dos imóveis possuem 3 residentes, foi percebido que uma característica, bem evidenciada entre os pesquisados é que são muitos mulheres que moram com seus filhos coma ausência paterna, bem como o binômio (mãe e filho).

Com relação a renda familiar, gráfico 13 que em cada imóvel pesquisado pode- perceber que os moradores atendem, ainda, ao requisito inicial, de família de renda inferior a 3 salário mínimos.

Gráfico 13 - Renda Familiar das famílias pesquisados no Residencial Agreste/Arapiraca

Fonte: autora (2018)

A última questão abordada foi se o morador pesquisado é o primeiro morador da casa que subentende-se que é o mesmo é responsável pelo financiamento e dona da casa. No

8% 14% 45% 33% 1 morador 2 moradores 3 moradores 4 moradores

5 moradores 6 moradores ou mais

100%

gráfico 14 apresenta-se os resultados e para isso, observa-se que alguns não são os primeiros moradores, a justificativa foi porque mora na casa por ser contrato ou regime de aluguel.

Gráfico 14 –Questionamento se é o primeiro morador (a) no imóvel pesquisados no Residencial

Agreste/Arapiraca

Fonte: autora (2018)