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FLUXOGRAMA I – Importação Direta e Indireta – 2012/2013

3.3 RESOLUÇÃO 13/2012

A Resolução aprovada em abril de 2012 definiu que a partir de 1° de janeiro de 2013 passa a vigorar a alíquota de 4% para o ICMS interestadual de bens e mercadorias importadas, ou com até 40% de seu conteúdo importado. A alíquota unificada, no entanto, não se aplica aos bens importados que não tenham similar nacional, sendo que estes produtos serão definidos pela Câmara de Comércio Exterior (CAMEX) (BRASIL, 2012).

A alíquota interestadual em vigor até 31 de dezembro de 2012 é de 12 % para os Estados do Sul e Sudeste (exceto Espírito Santo) e de 7% para os demais Estados. Apesar da alíquota mais alta, o ICMS interestadual, aliado aos benefícios fiscais oferecidos pelos governos estaduais, acaba por reduzir o preço do produto importado.

A vantagem tributária atual deve-se ao fato da característica de não cumulatividade do ICMS, ou seja, quando um produto importado é vendido para outro Estado recebe um crédito de ICMS correspondente a 12% (ou 7% dependendo do Estado). O valor do imposto efetivamente pago, quando o produto é amparado por benefícios fiscais, é inferior – muito inferior, em alguns casos – ao crédito recebido. Ou seja, o produto importado tem uma vantagem perante o nacional. A Resolução 13 de 2012 não acaba com os benefícios fiscais, mas reduz o ganho tributário por ele ocasionado, como pode ser observado no capítulo seguinte. No entanto, já está em tramitação no Superior Tribunal Federal a Proposta de Súmula Vinculante 69, o qual prevê o fim de todos os benefícios fiscais sem aprovação no âmbito do CONFAZ. Além desta, há também, em tramitação no Senado Federal, o Projeto de Lei do Senado 85/2010, o qual altera a Lei Complementar 24/1975, que regulamenta a concessão de benefícios e incentivos fiscais.

Em Setembro deste ano, a Assembléia Legislativa do Estado do Espírito Santo ajuizou no Supremo Tribunal Federal uma Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI 4858). Na Ação, o legislativo do estado capixaba, alega que o Senado ultrapassou sua competência, pois na Resolução aprovada diferencia os produtos importados dos nacionais. Outra alegação é sobre o Senado ter definido normas para o Comércio Exterior, o que seria de competência também da Câmara dos Deputados (BRASIL, 2012).

A comparação entre o cenário atual e futuro, com e sem benefício fiscal, será abordada no próximo capítulo.

4 CENÁRIO ATUAL E CENÁRIO FUTURO

A fim de determinar os resultados da unificação do ICMS para o Estado de Santa Catarina, fez-se necessário elaborar um comparativo entre a importação por Santa Catarina e por outro Estado, neste caso, São Paulo. O Estado de São Paulo foi escolhido devido a grande representatividade de suas importações – quase seis vezes maior que as importações de Santa Catarina, em 2011 – e por possuir o maior porto do Brasil(BRASIL, 2012).

O Quadro I, abaixo, apresenta o cenário tributário no ano de 1012 e para o ano de 2013, apresenta as alíquotas do imposto pago e creditado as importações diretas.

QUADRO I - O ICMS NAS OPERAÇÕES DE IMPORTAÇÃO

ICMS ENTRADA

ICMS SAÍDA DENTRO DO

ESTADO SUDESTE (exceto ES) DEMAIS ESTADOS

PAGO CRÉDITO PAGO CRÉDITO PAGO CRÉDITO

20

12

S C

COM BENEFÍCIO* DIFERIDO 3% 12% 3% 12% 3% 7%

SEM BENEFÍCIO 17% 17% 17% 12% 12% 7% 7% SÃO PAULO 18% 18% 18% 12% 12% 7% 7% 20 13 S C

COM BENEFÍCIO** DIFERIDO 3% 12% 3% 4% 3% 4%

SEM BENEFÍCIO 17% 17% 17% 4% 4% 4% 4%

SÃO PAULO 18% 18% 18% 4% 4% 4% 4%

* O valor de ICMS pago depende do tratamento tributário dispensado ao estabelecimento importador. ** O governo do Estado de Santa Catarina ainda não divulgou se os benefícios serão mantidos ou alterados em 2013.

Fonte: Regulamento de ICMS dos Estados de SP e SC. Resolução 13/2012. Resolução 22/1989. Elaborado pelo autor

O ICMS, embora tenha grande participação no custo de um produto importado, não é o único fator determinante para a formação do preço. Além dos impostos incidentes nas importações, as despesas portuárias e o frete internacional e nacional são de grande importância.

A fim de determinar a mudança tributária ocasionará a migração das operações de Santa Catarina para outro Estados, é necessário fazer um

comparativo entre uma operação indireta, via comercial importadora (ou trading), e uma operação direta. Os dois fluxogramas apresentados a seguir, demonstram o fluxo de um processo de importação direta e indireta no ano de 2012 e no ano de 2013. O processo de importação não será modificado no próximo ano, apenas o ICMS a ser pago nas saídas interestaduais.

FLUXOGRAMA I - IMPORTAÇÃO DIRETA E INDIRETA – 2012/2013

IMPORTAÇÃO 2013 BENEFÍCIO FISCAL? INDIRETA SANTA CATARINA DIRETA SÃO PAULO S C ICMS ENTRADA (IMPORTAÇÃO) DIFERIDO S C ICMS ENTRADA (IMPORTAÇÃO) 17% S P ICMS ENTRADA (IMPORTAÇÃO) 18% NÃO SIM S C ENTRADA NO ESTOQUE CRÉDITO ICMS: 0% S C ENTRADA NO ESTOQUE CRÉDITO ICMS: 17% S P ENTRADA NO ESTOQUE CRÉDITO ICMS: 18% S C VENDA PARA ADQUIRENTE SP ICMS 3% S P ENTRADA NO ESTOQUE ADQUIRENTE CRÉDITO ICMS 4% REVENDA DENTRO OU FORA DO ESTADO SP? ICMS 4% ICMS 18% FORA DENTRO S C VENDA PARA ADQUIRENTE SP ICMS 12% IMPORTAÇÃO 2012 BENEFÍCIO FISCAL? INDIRETA SANTA CATARINA DIRETA SÃO PAULO S C ICMS ENTRADA (IMPORTAÇÃO) DIFERIDO S C ICMS ENTRADA (IMPORTAÇÃO) 17% S P ICMS ENTRADA (IMPORTAÇÃO) 18% NÃO SIM S C ENTRADA NO ESTOQUE CRÉDITO ICMS: 0% S C ENTRADA NO ESTOQUE CRÉDITO ICMS: 17% S P ENTRADA NO ESTOQUE CRÉDITO ICMS: 18% S C VENDA PARA ADQUIRENTE SP ICMS 3% S P ENTRADA NO ESTOQUE ADQUIRENTE CRÉDITO ICMS 12% REVENDA DENTRO OU FORA DO ESTADO SP? ICMS 12% OU 7% ICMS 18% FORA DENTRO S C VENDA PARA ADQUIRENTE SP ICMS 12%

Fonte: Regulamento de ICMS dos Estados de SP e SC. Resolução 13/2012. Resolução 22/1989. Elaborado pelo autor.

A principal diferença entre o fluxo do ano de 2012 e do ano de 2013 é o crédito de ICMS na entrada no estoque do adquirente. A alíquota de 4% afetará a revenda. A seguir, será apresentado um comparativo entre a importação por

encomenda via Santa Catarina (com benefício fiscal) e direta via São Paulo. O comparativo será baseado nas importações luvas de borracha vulcanizadas não cirúrgicas (NCM 4015.19.00) de origem chinesa. As luvas, segundo dados do Ministério do Desenvolvimento, é um dos principais produtos acabados entre as importações de Santa Catarina.

A tributação incidente na importação de luvas de borracha varia de acordo com a destinação da mercadoria: 35% de imposto de importação para aquelas destinadas a uso em procedimentos hospitalares e 16% para as demais, 5% de imposto sob produtos industrializados, exceto para aquelas destinadas a segurança e proteção (0%), 1,65% de PIS (importação) e 8,6% de COFINS (importação), estes podem ser reduzidos a 0% para as luvas destinadas a procedimento hospitalares e laboratoriais. O ICMS que deverá ser destacado na declaração de importação é a alíquota interna do produto no Estado do importador, neste caso 17% em Santa Catarina e 18% em São Paulo (ADUANEIRAS, 2012). Contudo, é imprescindível ressaltar que o comparativo é baseado no cenário futuro elaborado com base nas informações divulgadas até Outubro de 2012.

4.1 COMPARATIVO: IMPORTAÇÃO INDIRETA EM SANTA CATARINA E

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