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RESOLVENDO EXERCÍCIOS DE HERANÇA E HEREDOGRAMAS

1 INTRODUÇÃO

A aprendizagem significativa (AUSUBEL, 1980) em Genética requer o uso de metodologias diferenciais. Interpretar, relacionar conteúdos e o uso de regras de probabilidade classificam o ensino e a aprendizagem em Genética como sendo um dos mais difíceis dentro da Biologia (KOVALESKI e ARAÚJO, 2013; KLAUTAU et.al, 2009; BARBOSA, 2008; CASTELÃO e AMABIS, 2008; MOREIRA e SILVA, 2001; AMORIM, 1997).

Diferentes autores, como Gardner (1995), Santos (2008), Brito et al. (2005) e Miranda (2001), apontam o uso dos modelos didáticos e outras atividades lúdicas como ferramentas essenciais e eficientes na facilitação do aprendizado nas diferentes áreas da Biologia, principalmente em temas relacionados à Genética que exigem abstração e conhecimento de diferentes conceitos. Exercícios envolvendo cálculos e o conhecimento de diferentes temas são momentos onde o professor pode utilizar diferentes metodologias que auxiliem o aluno na construção do conhecimento.

Assim, propomos o desenvolvimento de um tabuleiro para ajudar na resolução de problemas envolvendo heredogramas, mono e diibridismo.

2 REFERENCIAL TEÓRICO

A valorização educacional dos brinquedos e jogos data desde a antiguidade Greco-romana, onde filósofos como Platão e Aristóteles acreditavam que o uso de recursos lúdicos era uma fonte de ensino e preparação das crianças. Platão ensinava Matemática às crianças em forma de jogos educativos, praticados e comuns para meninos e meninas (ALMEIDA, 1987).

Encontra-se nos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN) (BRASIL, 2001), um dos documentos que orienta a ação educacional brasileira, que as atividades

lúdicas favorecem a aprendizagem do aluno por exigir dele mecanismos de atenção que possibilitam executar tarefas de forma satisfatória e adequada.

Com relação aos conteúdos de Genética, que exigem abstração e correlação entre conceitos e disciplinas, o uso de modelos didáticos que auxiliem neste aprendizado torna-se uma ferramenta facilitadora para o entendimento destes conceitos considerados, muitas vezes, como simples “decorebas”. De acordo com Aguiar (2007, p. 25) “as atividades lúdicas são reconhecidas como meio de fornecer um ambiente agradável, motivador, planejado e enriquecedor, que possibilita a aprendizagem de várias habilidades”. O simples ato de modificar o esquema tradicional de aula faz com que os estudantes sintam curiosidade e fiquem mais atentos ao que lhes está sendo apresentado.

3 METODOLOGIA

O tabuleiro apresenta em um lado o quadro de Punnet apropriado para a resolução de exercícios de 1ª Lei e montagem de heredogramas. No outro lado está o quadro adaptado para exercícios que envolvam mais de um caráter ao mesmo tempo (diibridismo).

Também utilizamos letras (alelos) em E.V.A. (Etil Vinil Acetato) fenótipos relacionados à textura das sementes das ervilhas estudadas por Mendel. Os alelos representados são R, r, V e v e os fenótipos semente lisa/ rugosa; amarela/ verde.

Diferentes conceitos interrelacionados podem ser simultaneamente

trabalhados com o uso do tabuleiro, como homozigose e heterozigose; cálculo de probabilidades; meiose e formação de gametas; diferença entre genótipo e fenótipo e genes alelos. Após ler o problema o estudante deve escolher qual dos lados do tabuleiro deverá utilizar, de acordo com o tipo de herança. Depois, precisa montar o cruzamento pedido e realizar as possíveis combinações de letras (genótipos) e encontrar o fenótipo adequado. Por exemplo: o genótipo VvRr é expresso no fenótipo “ervilha de cor amarela e textura lisa”; enquanto o genótipo vvrr é expresso no fenótipo “ervilha de cor verde e textura rugosa”.

Para a construção de heredogramas confeccionamos o material em E.V.A. (etil vinil acetato) onde o aluno deverá organizar a árvore genealógica de acordo

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com os dados do problema utilizando, de forma adequada, os símbolos universais correspondentes, por exemplo, ao sexo masculino ou feminino, casamento, filiação, indivíduo sadio ou afetado, gêmeos, entre outros.

O uso deste tabuleiro proporciona uma forma diferencial para os estudantes compreenderem conceitos relacionados à Genética e as correlações necessárias. É um método simples, barato, mas que proporciona maior interação do estudante com o conteúdo e desperta mais interesse do que a montagem do quadro de Punnet pelo professor na lousa.

Acreditamos que o uso de metodologias diferenciais é uma forma de facilitar o ensino e a aprendizagem de Genética e promover no estudante a vontade de aprender.

4 REFERÊNCIAS

AGUIAR, J. S. Jogos para o ensino de conceitos. Campinas: Papirus, 2007.

ALMEIDA, P. N. de. Educação lúdica- técnicas e jogos pedagógicos. São Paulo: Edições Loyola, 1987.

AMORIM, A. C. R. O ensino de Biologia e as relações entre Ciência/ tecnologia e sociedade: o que dizem os professores e o currículo do Ensino Médio? Em: Anais

do VI Encontro “Perspectivas do Ensino de Biologia”. (p. 74-77), 1997. São

Paulo: Faculdade de Educação da USP.

BARBOSA, M. V. Oficinas práticas de Genética molecular para estudantes do Ensino Fundamental e médio no município de Garanhuns. In 54º Congresso

Brasileiro de Genética, p.2 Salvador, 2008.

BRASIL. Ministério da educação. Parâmetros Curriculares Nacionais: Ensino Médio. Secretaria da Educação Média e Tecnológica. Brasília, 2001.

BRITO, S. R.; SANTOS, T. L. T.; SILVA, A. S.; COSTA, K. e FAVERO, E. L. Apoio Automatizado à mediação da aprendizagem baseada em experimentos. Renote. v. 3. n. 2, 2005.

CASTELÃO, T. B. AMABIS, J. M. Motivação e ensino de Genética: um enfoque Atribucional sobre a escolha da área, prática docente e aprendizagem. In 54º

Congresso Brasileiro de Genética, p.5 Salvador, 2008.

GARDNER, H. Inteligências Múltiplas: a teoria na prática. POA: Artes Médicas, 1995.

KLAUTAU, N.; AURORA, A.; DULCE, D.; SILVIENE, S.; HELENA, H.; CORREIA, A. Relação entre herança Genética, reprodução e meiose: um estudo das concepções de estudantes universitários do Brasil e Portugal. Enseñanza de las Ciencias, Número extra VIII Congreso Internacional sobre Investigación en Didáctica de las Ciencias, Barcelona, p. 2267-2270, 2009.

KOVALESKI, A. B.; ARAÚJO, M. C. P. de. A história da Ciência e a bioética no ensino de Genética. Genética na Escola. v. 8, n. 2, 2013.

MIRANDA, S. No fascínio do jogo, a alegria de aprender. Ciência Hoje, 28, 168, 64- 66.

MOREIRA, M. C. A. SILVA, E. P. Concepções prévias. Uma revisão de alguns resultados sobre Genética e evolução. Encontro Regional de Ensino de Biologia, Niterói, 2001.

SANTOS, A dos. Experimentação lúdica no ensino de Genética: mitose. Monografia (graduação) Licenciatura Plena em Biologia, ULBRA, Itumbiara, 2008.

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3.6 Artigo 5: Brincando, construindo e aprendendo: a produção da melanina como modelo de herança

O quinto artigo da tese foi submetido ao Periódico Genética na Escola (ISSN 1980-3540) na seção Materiais Didáticos.

Neste trabalho desenvolvemos um material que apresenta como objetivo auxiliar alunos e professores para a compreensão correta da tríade gene- cromossomo-DNA e relacionar o DNA com a expressão do fenótipo.

Escolhemos este tema porque identificamos por meio da revisão de literatura e da análise dos resultados desta tese que os alunos, independente da escolaridade (concluintes do Ensino Médio ou ingressantes na universidade), não apresentam conhecimento adequado em relação a este tema.

Os modelos são confeccionados com materiais de baixo custo, fácil aquisição e montagem. Os professores podem construir um modelo para seu uso em sala de aula, mas para tornar o aluno um sujeito ativo na construção do conhecimento recomendamos que os mesmos montem os seus modelos, pois durante a confecção do material estarão em contato com os temas a serem estudos.

Estes momentos de construção são ideais para que professores e alunos dialoguem, esclareçam dúvidas e confrontem concepções originárias do senso comum com o conhecimento científico levando a formação de uma aprendizagem significativa.