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Capítulo 6 – Resultados, Limitações e Pesquisa Futura

6.1 Resultados do Estudo

Na ótica da amostra do presente estudo, a crença é de que o consumidor verde português é maioritariamente do género feminino, em muitos dos casos grávida ou com filhos uma vez que ainda está na fase jovem-adulta. Possui um emprego qualificado e um rendimento acima da média nacional. Atendendo ao facto de estas lojas se localizarem em centros urbanos com comércio de rua, mas também zonas maioritariamente residenciais a crença é de que o estilo de vida deste consumidor seja mais cosmopolita. No entanto, é importante ressalvar que este consumidor não procura propriamente seguir as tendências atuais, sendo até um pouco alternativo nas suas escolhas procurando sempre informar-se com o intuito de tomar as melhores decisões

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para a sua saúde e para o bem do meio ambiente. A Quintinha defende que as pessoas

também procuram mais po ausa disso, po ue estão ais e i fo adas .

O consumidor verde procura consumir à medida das suas necessidades e, por norma, faz as suas compras semanalmente para garantir que consome alimentos frescos. Demonstra-se recetivo a experimentar novos alimentos comprando-os a granel para evitar desperdício de alimento e consumir mais embalagens. As marcas defendem que estes consumidores procuram estar informados pesquisando informações na Internet principalmente.

Existe alguma controvérsia na questão das motivações para o consumo verde. Por um lado, existe o confronto entre a motivação pessoal mais relacionada com o sabor dos alimentos ou os benefícios para a saúde. Por outro lado, existe a preocupação com a preservação do meio ambiente. No entanto, a opinião das marcas prende-se com a crença de que a motivação do consumidor verde é um processo gradual que, na maioria dos indivíduos começa com a preocupação em termos da sua saúde e, mais tarde, à medida que vai adquirindo mais conhecimento sobre este tema, começa a preocupar- se verdadeiramente com a saúde do planeta Terra pois além de ser onde eles vivem é mais tarde os seus filhos e netos continuarão a habitar. Com o passar do tempo, as marcas acreditam que ambas as motivações se tornam latentes no consumidor e não se podem dissociar. A Quinta do Arneiro, inclusivamente argumenta que ue ue se

osso lie te po ue a edita o ue faze os .

Os principais tipos de produto que as marcas oferecem são os cabazes de fruta e legumes biológicos que, em alguns casos, contempla o serviço de entrega ao domicílio. Apostam também na venda de mercearia a granel que permite um preço mais baixo e um evitar de desperdício de embalagem e de produto. Esta perspetiva é bastante interessante uma vez que jovens ou adultos que se encontram a viver sozinhos não têm necessidade de comprar nas quantidades em que muitos alimentos vêm já embalados. A venda a granel permite comprar apenas as quantidades que se necessitam permitindo poupar dinheiro e embalagens ou mesmo, evitando deixar o produto passar o prazo de validade. Para os cabazes apostam em materiais como a verga ou cartão, ao passo que, para o granel, disponibilizam sacos de papel ou frascos de vidro, não deixando, no entanto, de apelar à reutilização dos mesmos.

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Neste âmbito as marcas reconhecem que ainda é difícil levar os consumidores a assimilar esta cultura de reaproveitamento de embalagens, mas acreditam que, com tempo, esta forma de poupar o meio ambiente será adotada por todos os seus clientes. Até lá, vão dando o exemplo aos consumidores e procurando formas de disponibilizar essas embalagens reaproveitadas para ceder.

Sendo o preço um fator sensível aos consumidores, as marcas apostam essencialmente numa estratégia de preço assente no valor e demonstram os benefícios dos produtos aos consumidores que facilmente os entendem. Além do mais, acreditam que estes consumidores sabem fazer uma boa gestão do orçamento familiar sendo capazes de conseguir comprar os produtos alimentares de que necessitam. As marcas foram ao longo das entrevistas demonstrando que têm intenções de baixar os preços sempre que tal seja possível. No entanto, assumem que atualmente é o preço é mais elevado do que no convencional.

As marcas comunicam para o exterior uma cultura de proximidade, compromisso e confiança para com os seus clientes. Assentam numa estratégia de comunicação mais Bellow the Line (BTL) dando muita relevância à realização de workshops, degustações e outros eventos que para além de atraírem potenciais novos clientes também demonstram como se podem utilizar os alimentos que vendem e, muito importante, procuram transmitir conhecimento e educar o consumidor no sentido de tomar decisões e agir de forma mais consciente. Além das redes sociais que são também um veículo de disseminação de informação, as marcas acreditam que o passa-a-palavra é uma das principais formas pela qual a marca cresce em novos clientes.

As marcas trabalham apenas com fornecedores com certificação biológica e maioritariamente nacionais. É prioridade de todas as marcas trabalhar com fornecedores locais, só depois nacionais e, em último recurso, recorrer à importação. As marcas compreendem que a escolha dos fornecedores tem um impacto muito grande no meio ambiente na medida em que os quilómetros percorridos pelos produtos desde o produtor até ao cliente final têm impacto na poluição e também não permitem que cheguem frescos a casa do cliente.

Foi pretendido ir além da compreensão das estratégias de marketing mix, sendo procurado entender como é que essas estratégias visam educar e informar os

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consumidores. Em primeiro lugar, importa mencionar que todas as marcas demonstraram preocupação e cuidado em relação a este tópico (Tabela 37). Por exemplo a Quinta do Arneiro refere que pa a i fo a o o su ido , publicamos uma

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Frases ilustrativas Meios

Quinta do Arneiro

I fo a é uma preocupação nossa, sempre. Informar o porquê de as coisas serem assim e não de

out a a ei a. Isso uito i po ta te. Te os u a g a de preocupação em informar as pessoas. Só o cliente informado é que consegue

o su i de u a fo a e de. Workshops Newsletters Redes Sociais Visitas à loja Atividades em escolas Jantares temáticos A Quintinha

Ainda existe muita informação a dar às pessoas, aos o su ido es todos … o se tido de passarem eles a

consumir biológico em vez de convencional pelas vantagens em termos de saúde e também de saúde do

pla eta … E essa te sido a ossa gue a.

Mercado Bio

Eu ão a edito que essas coisas se façam pelo

explicar, mas dando o exemplo. … Po ta to o faze

e ão o dize . É f il dize , ão f il faze . … Não uma mensagem ativa porque a forma de ser ativo é

faze do e ão fala do.

Maçaroca As pessoas estão a te informação de tanto lado que

acho que temos de chegar lá de diferentes formas.

Menina Bio

A ideia da loja, ou a i ha ideia o a loja ão s

vender produtos, as se u espaço de di ulgação.

Tabela 37: Formas de educação do consumidor Fonte: Autor

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