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6 ANÁLISE DOS DADOS

6.1 Resultados e discussões

A classe de indicadores educacionais subsidia discussões acerca da eficácia do sistema de ensino superior. A elaboração de indicadores contribui sobremaneira no ato decisório do gestor, portanto, é ele um importante passo de refinamento da tomada de decisão. Segue abaixo alguns indicadores elaborados para os cursos de BCT e BTI:

Para os ingressantes do Curso de Bacharelado em Ciências e Tecnologia no turno integral (M/T) no ano de 2010, tem-se:

Gráfico 9 – Indicadores de Permanência, Conclusão e Desistência para os ingressantes do curso de Ciências e Tecnologia no turno integral (M/T) no ano de 2010

Fonte: Silvestre, Pinto e Nunes (2019).

Pode-se perceber (GRÁFICO 9) que, ao final do primeiro ano de curso, menos de 10% dos discentes tinham a sua matrícula trancada, os primeiros formandos apareceram ao fim do 4º ano do curso e após o 6º ano da turma, apenas cerca de 20% dos ingressantes se formaram, quase 60% desistiram e pouco mais de 10% ainda continuaram no curso.

Por conseguinte, para os ingressantes de Ciência e Tecnologia no ano de 2011 e no turno integral, obtivemos:

Gráfico 10– Indicadores de Permanência, Conclusão e Desistência para os ingressantes do curso de Ciências e Tecnologia no turno integral (M/T) no ano de 2011

Fonte: Silvestre, Pinto e Nunes (2019).

Similarmente à turma anterior, cerca de 95% dos ingressantes continuaram no curso após o primeiro ano, mas ao fim do 6º ano pouco mais de 50% dos alunos desistiram, em torno de 40% dos alunos concluíram e apenas 10% continuam no curso.

Gráfico 11 – Indicadores de Permanência, Conclusão e Desistência para os ingressantes do curso de Ciências e Tecnologia no turno integral (M/T) no ano de 2012.

Fonte: Silvestre, Pinto e Nunes (2019).

O Gráfico 11 apresentou características similares quanto às taxas ao fim do 6º ano desde o ingresso, cerca de 50% desistiram, de 40% concluíram e 10% continuaram no curso. Além disso, ao fim do 2º ano já existia uma pequena taxa de formandos.

Ainda para os ingressantes de BCT no turno integral, mas no ano de 2013, o resultado foi:

Gráfico 12 – Indicadores de Permanência, Conclusão e Desistência para os ingressantes do curso de Ciências e Tecnologia no turno integral (Manhã/Tarde) no ano de 2013

Fonte: Silvestre, Pinto e Nunes (2019).

As taxas ao fim do 6º ano (GRÁFICO 12) também foram similares aos dois gráficos anteriores, entretanto, ao fim do 1º ano a taxa de desistência chegou a 15%.

Gráfico 13 – Indicadores de Permanência, Conclusão e Desistência para os ingressantes do curso de Ciências e Tecnologia no turno noturno no ano de 2010

Fonte: Silvestre, Pinto e Nunes (2019).

Pode-se perceber (GRÁFICO 13) que a taxa de desistência ao fim do 6º ano é em torno de 70%, a taxa de permanência é em torno de 20% e a taxa de conclusão é de apenas 10%.

No Gráfico 14 calculou-se os principais indicadores para o curso de BCT(N):

Gráfico 14– Indicadores de Permanência, Conclusão e Desistência para os ingressantes do curso de Ciências e Tecnologia no turno noturno no ano de 2011

Por fim, o Gráfico 15 e único para os ingressantes do Bacharelado em Tecnologia da Informação no ano de 2013 e turno integral, foi assim apresentado:

Gráfico 15 – Indicadores de Permanência, Conclusão e Desistência para os ingressantes do curso de Bacharelado em Tecnologia da Informação no turno integral (MT) no ano de 2013

Fonte: Silvestre, Pinto e Nunes (2019).

A taxa de desistência ao fim do 1º ano foi a maior de todas, chegando a quase 30%, entretanto, ao final do 6º ano do curso essa taxa atingiu cerca de 50%, ficando com índices similares aos índices do curso de Ciências e Tecnologia. Todos os gráficos foram feitos utilizando o R Core Team (2017).

Segundo Ristoff (1999) a migração entre cursos ou instituições não se caracteriza como evasão e sim como mobilidade. Considera ainda, que na mobilidade não há de se considerar desperdício ou fracasso, pois ela se configura em um processo natural de busca de

crescimento do indivíduo. A partir da metodologia trazida pelo INEP considerou-se todo e qualquer tipo de cancelamento para fins de Cálculo dos Indicadores de Fluxo da Educação Superior, inclusive cancelamento por efetivação de novo cadastro, que inserimos nos cálculos dos indicadores no status “desvinculados do curso”.

Num estudo realizado por Chaves (2016) sobre a evasão nos cursos de química e física, bacharelado e licenciatura, cursos estes inseridos nas ciências “duras”, relata que diversos são motivos pelos quais os discentes (107 respondentes) evadiram do curso, à saber: aos fatores institucionais/acadêmicos surgiram, por exemplo, despreparo de professores, a falta de orientação acadêmica no início do curso e de nivelamento, pouco suporte dado pelos monitores e professores em disciplinas computacional; e as de ordem pessoal ou socioeconômica apareceram, não gostou/não se adaptou ao curso; não adquiriu conhecimento suficiente no 2º grau para acompanhar as disciplinas da Universidade; problemas de saúde, de trabalho e de realização de cursos simultaneamente; dificuldade de acompanhar algumas disciplinas; dentre outras de menor incidência/relevância na pesquisa. A disciplina que aparece como alto grau de dificuldade para os evadidos foi Cálculo I.

Os Gráficos 16 e 17 apresentados mostra a proporção de cancelamentos de BCT (N) e (MT) do ano de 2009, que foram elaborados a partir da compilação de dados fornecidos pela SINFO.

Gráfico 16 - Proporção de cancelamento por tipo de cancelamento de C&T (N) em 2009 - Número de cancelados dividido pelo total de ingressantes; em %

Fonte: Elaborado pela autora (2019).

0 5 10 15 20 25 30 35 40

CANCELAMENTO POR EFETIVAÇÃO DE NOVO … CANCELAMENTO POR ABANDONO DE CURSO CANCELAMENTO POR DECURSO DE PRAZO MÁXIMO CANCELAMENTO POR INSUFICIÊNCIA DE … CANCELAMENTO POR SOLICITAÇÃO ESPONTÂNEA CANCELAMENTO POR TRANSFERÊNCIA PARA UMA …

CANCELAMENTO POR NÃO REGULARIZAÇÃO EM … CANCELAMENTO POR DECISÃO ADMINISTRATIVA

Gráfico 17- Proporção de cancelamento por tipo de cancelamento de C&T (M/T) em 2009 - Número de cancelados dividido pelo total de ingressantes; em %

Fonte: Elaborado pela autora (2019).

Os Gráficos 18 e 19 demonstram comportamentos semelhantes, quanto ao tipo de cancelamento que é apresentado em maior proporção, à saber: cancelamento por abandono e cancelamento por efetivação de novo cadastro, respectivamente. Aparece mais abandono de curso no turno noturno do que no diurno.

No Apêndice A apresenta o comportamento dos cancelamentos do curso de BCT(N) ano a ano (2010 a 2017), conforme podem ser observados.

Já para o turno noturno e diurno no ano de 2018 também é apresentado uma incidência alta de cancelamentos, tanto por abandono quanto por efetivação de novo cadastro, como pode ser observado nos Gráficos 18 e 19.

0 5 10 15 20 25 30 35 40

CANCELAMENTO POR EFETIVAÇÃO DE NOVO … CANCELAMENTO POR ABANDONO DE CURSO CANCELAMENTO POR DECURSO DE PRAZO MÁXIMO CANCELAMENTO POR INSUFICIÊNCIA DE … CANCELAMENTO POR SOLICITAÇÃO ESPONTÂNEA CANCELAMENTO POR TRANSFERÊNCIA PARA UMA …

CANCELAMENTO POR NÃO REGULARIZAÇÃO EM … CANCELAMENTO POR DECISÃO ADMINISTRATIVA

Gráfico 18- Proporção de cancelamento por tipo de cancelamento de C&T (N) em 2018 - Número de cancelados dividido pelo total de ingressantes; em %

Fonte: Elaborado pela autora (2019).

Comportamento análogo aparece no Gráfico 19:

Gráfico 19- Proporção de cancelamento por tipo de cancelamento de C&T (M/T) em 2018- Número de cancelados dividido pelo total de ingressantes; em %

Fonte: Elaborado pela autora (2019).

É possível perceber que, em 2018, já aparece uma elevada taxa de abandono no turno, quase duas vezes a do turno noturno.

Como cumprimento de um dos objetivos específicos da pesquisa, podemos observar por meio da análise dos dados que foram obtidas evidências comuns nos anos trabalhados

0 5 10 15 20 25

CANCELAMENTO POR EFETIVAÇÃO DE NOVO … CANCELAMENTO POR ABANDONO DE CURSO CANCELAMENTO POR DECURSO DE PRAZO MÁXIMO CANCELAMENTO POR INSUFICIÊNCIA DE … CANCELAMENTO POR SOLICITAÇÃO ESPONTÂNEA CANCELAMENTO POR TRANSFERÊNCIA PARA UMA …

CANCELAMENTO POR NÃO REGULARIZAÇÃO EM … CANCELAMENTO POR DECISÃO ADMINISTRATIVA

0 2 4 6 8 10 12 14

CANCELAMENTO POR EFETIVAÇÃO DE NOVO … CANCELAMENTO POR ABANDONO DE CURSO CANCELAMENTO POR DECURSO DE PRAZO MÁXIMO CANCELAMENTO POR INSUFICIÊNCIA DE … CANCELAMENTO POR SOLICITAÇÃO ESPONTÂNEA CANCELAMENTO POR TRANSFERÊNCIA PARA UMA …

CANCELAMENTO POR NÃO REGULARIZAÇÃO EM … CANCELAMENTO POR DECISÃO ADMINISTRATIVA

(2009 e 2018), isto é, o aparecimento de cancelamentos por abandono em maior proporção que todos os outros tipos de cancelamento, acompanhados, logo a seguir, pelo cancelamento por efetivação de novo cadastro (mobilidade interna). Os demais tipos de cancelamentos emergiram, porém, em menor proporção, como demonstram os Gráficos 16, 17, 18 e 19. O Apêndice B apresenta o comportamento dos cancelamentos do curso de BCT (MT) ano a ano (2010 a 2017), com comportamento similar aos demais anos.

Outro ponto analisado foi o comportamento evidenciado pelo curso de Tecnologia da Informação (M/T) e (N) no que diz respeito ao tipo de cancelamento de maior incidência, conforme gráficos abaixo:

Gráfico 20- Proporção de cancelamento por tipo de cancelamento de TI (N) em 2013- Número de cancelados dividido pelo total de ingressantes; em %

Fonte: Elaborado pela autora (2019).

0 5 10 15 20 25 30 35 40 45

CANCELAMENTO POR EFETIVAÇÃO DE NOVO … CANCELAMENTO POR ABANDONO DE CURSO CANCELAMENTO POR DECURSO DE PRAZO MÁXIMO CANCELAMENTO POR INSUFICIÊNCIA DE … CANCELAMENTO POR SOLICITAÇÃO ESPONTÂNEA CANCELAMENTO POR TRANSFERÊNCIA PARA UMA …

CANCELAMENTO POR NÃO REGULARIZAÇÃO EM … CANCELAMENTO POR DECISÃO ADMINISTRATIVA

Gráfico 21- Proporção de cancelamento por tipo de cancelamento de TI (M/T) em 2013- Número de cancelados dividido pelo total de ingressantes; em %

Fonte: Elaborado pela autora (2019).

O curso de Tecnologia da Informação se comportou de forma análoga ao curso de Ciências e Tecnologia quanto ao tipo de cancelamento de maior incidência, abandono de curso e efetivação de novo cadastro, como pode ser observado nos gráficos acima, no ano de 2013, quanto nos gráficos abaixo, no ano de 2018.

O Apêndice C apresenta o comportamento dos cancelamentos do curso de BTI (N) ano a ano (2014 a 2017).

0 5 10 15 20 25 30

CANCELAMENTO POR EFETIVAÇÃO DE NOVO … CANCELAMENTO POR ABANDONO DE CURSO CANCELAMENTO POR DECURSO DE PRAZO MÁXIMO CANCELAMENTO POR INSUFICIÊNCIA DE … CANCELAMENTO POR SOLICITAÇÃO ESPONTÂNEA CANCELAMENTO POR TRANSFERÊNCIA PARA UMA …

CANCELAMENTO POR NÃO REGULARIZAÇÃO EM … CANCELAMENTO POR DECISÃO ADMINISTRATIVA

Gráfico 22 - Proporção de cancelamento por tipo de cancelamento de TI (N) em 2018- Número de cancelados dividido pelo total de ingressantes; em %

Fonte: Elaborado pela autora (2019).

Gráfico 23- Proporção de cancelamento por tipo de cancelamento de TI (M/T) em 2018- Número de cancelados dividido pelo total de ingressantes; em %

Fonte: Elaborado pela autora.

É importante salientar que o fato do percentual de cancelamentos serem decrescente em 2018 pode ser justificado pelo tipo de critério definido para a busca. Isto é, como o levantamento limitou a procura ao ano de ingresso, o número de evadidos que ingressaram

0 2 4 6 8 10 12 14

CANCELAMENTO POR EFETIVAÇÃO DE NOVO … CANCELAMENTO POR ABANDONO DE CURSO CANCELAMENTO POR DECURSO DE PRAZO MÁXIMO CANCELAMENTO POR INSUFICIÊNCIA DE … CANCELAMENTO POR SOLICITAÇÃO ESPONTÂNEA CANCELAMENTO POR TRANSFERÊNCIA PARA UMA …

CANCELAMENTO POR NÃO REGULARIZAÇÃO EM … CANCELAMENTO POR DECISÃO ADMINISTRATIVA

0 1 2 3 4 5 6 7 8

CANCELAMENTO POR EFETIVAÇÃO DE NOVO … CANCELAMENTO POR ABANDONO DE CURSO CANCELAMENTO POR DECURSO DE PRAZO MÁXIMO CANCELAMENTO POR INSUFICIÊNCIA DE … CANCELAMENTO POR SOLICITAÇÃO ESPONTÂNEA CANCELAMENTO POR TRANSFERÊNCIA PARA UMA …

CANCELAMENTO POR NÃO REGULARIZAÇÃO EM … CANCELAMENTO POR DECISÃO ADMINISTRATIVA

em 2018 tende a ser menor, devido aos discentes disporem de alguns poucos semestres cursados na instituição.

No Apêndice D apresenta o comportamento dos cancelamentos do curso de BTI (MT) ano a ano (2014 a 2017).

Corroborando com (HOED, 2016), num estudo sobre evasão nos cursos de graduação da área de Computação, com base em dados fornecidos pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP) e com base em dados fornecidos pela Universidade de Brasília (UnB), foi evidenciado que a relação candidatos/vagas é inversamente proporcional à evasão, de que os cursos da grande área de Ciências, Matemática e Computação que requerem maior uso de conhecimentos matemáticos e de abstração algorítmica possuem maiores taxas de evasão e de que o sexo, a forma de ingresso na instituição e ser ou não cotista afetam as taxas de evasões nos cursos na área de Computação.

Na instituição analisada, há políticas educacionais que contribuem – ou pelo menos deveriam contribuir – para a permanência do aluno no curso. O aspecto do suporte pedagógico mais evidente na instituição é o programa de monitoria, que auxilia os alunos com mais dificuldade em algumas disciplinas do curso. A avaliação institucional permite que tanto a comunidade interna quanto a externa contribua, de forma a permitir que a instituição consiga visualizar possíveis gargalos que afetam a administração (CARVALHO, 2017).

A UFRN tem buscado estratégias de escolha, permanência e sucesso de seus discentes. Para os que ainda estão por vir, estudantes do ensino médio e demais pessoas interessadas em conhecer a oferta de cursos da UFRN, ela elabora um evento intitulado mostra de profissões, que é realizado, anualmente. Nela são mostradas as possibilidades de profissionalização veiculadas aos cursos. Tem como objetivo contribuir na escolha do curso, sendo ela feita a partir da base de conhecimento do perfil profissional de cada área de formação.

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