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O Programa, além de buscar os objetivos propostos, visa trazer a qualidade de ensino, pesquisa e extensão para as Universidades

CAPÍTULO 7 RESULTADOS ENCONTRADOS

O presente capítulo apresenta o conjunto de dados coletados na pesquisa de campo por meio de observação, entrevistas, questionários e documentos. A análise foi feita com base na metodologia reflexiva proposta por Alvesson e Sköldberg (2009), a partir da qual se elabora interpretação multinível.

. O capítulo inicia-se apresentando o objeto de estudo e posteriormente passa-se para a discussão das categorias: Estruturação e Formação do Campus, Papel do Campus Araranguá, Obstáculos Enfrentados e REUNI enquanto política pública.

Sobre a metodologia reflexiva utilizada neste trabalho, argumenta-se que esta ocorreu durante todo o processo de execução do estudo. Na medida em que a pesquisadora foi a campo, fez entrevistas e colheu informações e dados, foram elaboradas reflexões sobre o tema.

Por fim, ressalta-se que a ideia foi estar constantemente refletindo sobre o tema, ou seja, indo e vindo, fazendo e refazendo e não apenas classificar os resultados. Deste modo, nos itens que serão discutidos neste capítulo procurou-se apresentar uma ordem de reflexão obtida por meio das impressões da pesquisadora e do conhecimento adquirido sobre o tema. Os níveis de reflexão não estão ordenados linearmente, mas aparecem na medida em que se buscam significados subjacentes, relações de poder e política e o posicionamento e autocrítica da pesquisadora.

7.1- OLHAR SOBRE O OBJETO: A UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA

A Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) foi fundada em 18 de dezembro de 1960 e teve como primeiro Reitor o Professor João David Ferreira Lima, cujo nome batiza hoje, o Campus da UFSC na cidade de Florianópolis (UFSC, 2010).

Segundo (UFSC, 2010), a Universidade foi formada pela junção de sete faculdades isoladas e foi criada no governo de Juscelino Kubitschek por meio do programa de desenvolvimento e crescimento econômico brasileiro. A ideia inicial era a criação de uma Universidade estadual, porém isto não foi possível naquele momento, e só veio a realizar-se cinco anos após a criação da UFSC, com a fundação da então Universidade para o Desenvolvimento do Estado de Santa Catarina conhecida hoje como UDESC.

Ainda na década de 60 ocorreram importantes transformações na UFSC, dentre elas, a Lei nº 4.759 que, segundo Brasil (1965), permitiu que a instituição fosse decretada Universidade federal e o Decreto n° 64.824 de 15/07/1969 que trouxe a reforma universitária. Por esta Reforma, segundo BRASIL (1969), a UFSC adquiriu a estrutura administrativa atual com os centros, os quais agregam os departamentos e que substituíram as antigas unidades universitárias.

Com relação à configuração atual da UFSC, esta é composta por cinco Campi: Araranguá, Curitibanos e Joinville, criados em 2009 pelo REUNI, Blumenau e Florianópolis, sendo este último o Campus sede que é composto por onze centros de ensino: Centro de Ciências Agrárias (CCA), Centro de Ciências Biológicas (CCB), Centro de Ciências da Educação (CED), Centro de Ciências da Saúde (CCS), Centro de

Ciências Físicas e Matemáticas (CFM), Centro de Ciências Jurídicas (CCJ), Centro de Comunicação e Expressão (CCE), Centro de Desportos (CDS), Centro de Filosofia e Ciências Humanas (CFH), Centro SócioEconômico (CSE) e Centro Tecnológico (CTC).

A UFSC atua na produção, sistematização e socialização do saber filosófico, científico, artístico e tecnológico, além de ter participação em diversas áreas do conhecimento e em todos os níveis de formação acadêmica. Os níveis de formação da UFSC vão desde o ensino básico, com o Colégio de Aplicação e com o Núcleo de Desenvolvimento Infantil (NDI), até a pós-graduação (UFSC, 2010).

É inegável também que a Universidade conquistou nos últimos anos um grande crescimento, sobretudo por ter aderido ao REUNI. Com relação à expansão da UFSC e a criação de novos Campi, segundo (UFSC, 2010), esta ocorreu como uma forma de amenizar o desequilíbrio no ensino superior público, principalmente com o interior do Estado.

A Universidade resgata uma dívida social histórica com o interior do Estado, com a oferta de vagas a estudantes, na modalidade presencial em Florianópolis, e, a partir de 2009.2, nas novas sedes do interior – Araranguá, Curitibanos e Joinville. Adicionalmente, na modalidade a distância, atendem-se polos conveniados com a Universidade Aberta do Brasil (UAB), distribuídos em todo o Estado de Santa Catarina, em que quase um total de vinte cursos a distância são hoje oferecidos para graduação, pós- graduação lato sensu e extensão. Alguns desses cursos são oferecidos em vários estados brasileiros e mesmo em todo o País, como é o caso do curso de Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS). Assim, os princípios de gratuidade e qualidade fortalecem-se com o atual atendimento,

mais equânime, mais distribuído no território catarinense e, portanto, mais justo socialmente (UFSC, 2010 p. 27).

No que diz respeito à estrutura administrativa dos novos Campi, enfatiza-se que esta é composta por um Diretor Geral, um Diretor Administrativo e um Diretor Acadêmico. Atualmente os Campi estão diretamente subordinados à reitoria, e estão em processo de reconhecimento. Tal fato traz algumas implicações, dentre elas, a não representatividade dos mesmos em órgãos deliberativos.

Figura 8: Organograma dos Campi implantados com o REUNI

Fonte: UFSC (2010, p.30)

Com relação à população universitária, como pode ser observado no gráfico 12, houve um salto quantitativo. Até o ano de 2014 a Universidade contava com um corpo docente de 2.102 professores

efetivos, sendo que destes 1.848 são doutores, 214 mestres, 23 especialistas e 17 graduados.

Gráfico 12 : Crescimento no número de docentes – 2010- 2014

Fonte: UFSC (2015)

Gráfico 13: Evolução da titulação docente

Já com relação ao corpo de servidores técnico-administrativos em educação, como mostra o gráfico 14, é possível identificar que até o ano de 2013 a Universidade contava com um número de 3113 profissionais, sendo que destes 1.858 possuíam ensino superior completo, 864 ensino médio completo, 72 ensino médio incompleto, 120 ensino básico completo e 151 ensino básico incompleto.

Gráfico 14: Evolução do número de corpo técnico e escolaridade

Fonte: UFSC (2015)

Além do aumento sentido no número de corpo docente e técnico, é possível observar também um aumento considerável no número de discentes nos últimos anos. Dados constantes na tabela 4 revelam um grande crescimento no período de aplicação do REUNI, que passou de 33.254 discentes no ano de 2008 para 40.550 discentes no ano de 2012, representando um percentual de aumento de 21,94%.

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