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Materiais e métodos

4.1 Resultados Histomorfométrico

Neste estudo, os animais suportaram os procedimentos de forma adequada não sendo detectado nenhum tipo de desconforto durante todo o experimento. Cinco animais foram descartados em função de fratura radicular durante a exodontia.

Grupos IM (n=8) e PEN (n=10) – Nesses grupos os resultados foram semelhantes e se caracterizaram principalmente pela integridade da superfície radicular em quase todos os espécimes. O tecido conjuntivo presente na superfície radicular era rico em fibras colágenas, fibroblastos e vasos sanguíneos. As áreas com características de reinserção apresentaram os maiores índices (Fig. 1). Nelas, as fibras colágenas apresentavam disposição oblíqua em relação à superfície radicular, e estavam inseridas na camada de cemento (Fig. 2) e parede óssea alveolar (Fig. 3). Em menor proporção, foram encontradas áreas em que as fibras colágenas se encontravam dispostas paralelamente à superfície radicular. Pequenas áreas com integridade do cemento e cobertas por tecido ósseo alveolar caracterizando a anquilose, foram encontradas em 1 espécime do grupo PEN e em 2 do grupo IM. Os índices de reabsorção radicular foram pequenos em ambos os grupos. Quando presentes comprometiam geralmente a camada mais superficial da raiz. A reabsorção inflamatória foi encontrada em 4 espécimes do grupo PEN e em 5 do grupo IM e a reabsorção por substituição, foi encontrada em 4 espécimes do grupo PEN e em 3 do grupo IM. Tecido pulpar com característica de normalidade foi encontrado em diferentes proporções em 5 espécimes do grupo IM. Estavam localizados principalmente no terço apical da raiz e era formado por um tecido conjuntivo frouxo com muitos vasos sanguíneos e fibroblastos. Os fibroblastos, com formato fusiforme ou estrelado, estavam em meio a uma abundante matriz extracelular. As fibras colágenas eram delgadas e estavam dispostas de forma irregular. Na região periférica da polpa, junto à parede dentinária, observava-se a camada de odontoblastos. Na região do forame apical essas células se dispunham em duas camadas formando a bainha epitelial de Hertwig. Entre a camada de odontoblastos e a dentina podia-se observar a camada de pré-dentina (Fig. 4), caracterizada por uma pequena faixa de tecido dentinário de coloração menos intensa presente em toda extensão da parede do canal. Este tecido se encontrava protegido por paredes dentinárias dispostas paralelamente entre si da porção apical à porção incisal. O forame apical era amplo, os vasos sanguíneos calibrosos e em grande número, estavam dispostos longitudinalmente às

paredes dentinárias, se estendendo por todo o comprimento da polpa. Nos demais espécimes, o conduto radicular se encontrava preenchido por tecido conjuntivo necrótico. A região periapical era ocupada por um tecido conjuntivo fibroso, onde se observava um infiltrado inflamatório agudo junto ao forame apical. A parede óssea alveolar era formada por tecido ósseo maduro com a presença de osteoblastos na sua periferia.

Fig. 1 – Grupo IM: Terço médio da raiz com dentina (D) e cemento (C) íntegros. Fibras do ligamento periodontal (LP) reinseridas na camada de cemento e osso alveolar (TO). H.E. 100X

Fig. 2 – Grupo PEN: Fibras colágenas (FC) do ligamento periodontal inseridas na camada de cemento (C). H.E. 400X

Fig. 3 – Grupo PEN: Fibras colágenas (FC) do ligamento periodontal inseridas no tecido ósseo alveolar (TO). H.E. 400X

Fig. 4 – Grupo IM: Tecido conjuntivo frouxo com fibroblastos e vasos sanguíneos caracterizando o tecido pulpar (TP). Área de pré-dentina (asterisco) acima da camada de odontoblastos (seta). H.E. 200X

Grupo DOX (n=9): Neste grupo, o ligamento periodontal também foi encontrado

em extensas áreas da superfície radicular, ocupando quase toda a raiz em 6 espécimes. Em menor proporção do que nos grupos IM e PEN, as áreas de reinserção também foram observadas. Na maior parte dos casos, as fibras colágenas se apresentavam dispostas

paralelamente à camada de cemento (Fig. 5). Em alguns pontos essas fibras não apresentavam uma disposição definida e era possível observar um infiltrado inflamatório leve. Pequenas áreas de anquilose também foram encontrados em 3 espécimes. O comprometimento pela reabsorção radicular foi superior aos grupos PEN e IM. Em três espécimes as áreas reabsorvidas eram mais profundas e extensas. Das áreas reabsorvidas, a reabsorção do tipo inflamatória apareceu em maior proporção do que a reabsorção por substituição. Nessas áreas um infiltrado inflamatório, era encontrado no tecido conjuntivo fibroso junto à área reabsorvida. Clastos podiam ser encontrados junto à dentina reabsorvida (Fig. 6). Em todos os espécimes, o conduto radicular estava preenchido por tecido conjuntivo com características de necrose (Fig. 7). O tecido ósseo alveolar apresentava as mesmas características que o observado no grupo anterior.

Fig. 5 – Grupo DOX: Ligamento periodontal (LP) com as fibras colágenas dispostas paralelamente à camada de cemento (C). H.E. 100X.

Fig. 6 – Grupo DOX: Área de reabsorção inflamatória. Tecido conjuntivo (TC) com infiltrado inflamatório. Clastos (seta) em área de dentina (D) reabsorvida. H.E. 200X.

Fig. 7 – Grupo DOX: Tecido pulpar necrosado (TCN) no interior do conduto radicular. H.E. 100X

Grupo Meio Seco (n=8) - Apenas alguns espécimes apresentaram tecido conjuntivo na superfície radicular. As fibras colágenas desse tecido, na maior parte dos casos, se apresentavam sem uma organização definida. Em muitas áreas, um infiltrado inflamatório que variava de leve a moderado estava presente. Foi o grupo mais comprometido pela reabsorção radicular, sendo encontrada em todos os espécimes. Houve predomínio da reabsorção inflamatória com áreas de atividade em vários pontos (Fig. 8). Dois espécimes tiveram quase toda a estrutura radicular reabsorvida por esse tipo de reabsorção. A reabsorção por substituição por sua vez esteve presente em apenas dois espécimes. A área de dentina reabsorvida era substituída por tecido ósseo alveolar. Células clásticas podiam ser encontradas junto à dentina, em vários pontos (Fig. 9). Em quatro espécimes, algumas áreas em que o cemento se apresentava íntegro estavam cobertas por tecido ósseo alveolar formando a anquilose (Fig. 10). O conduto radicular de todos os espécimes estava ocupado por tecido conjuntivo necrótico. Junto ao forâme apical observava-se um infiltrado inflamatório agudo e nas demais áreas do periápice havia um infiltrado inflamatório crônico (Fig. 11). A parede alveolar era formada por um tecido ósseo maduro com algumas áreas de neoformação. Pontos com a presença de clastos também forma encontrados.

Fig. 8 – Grupo MS: Área de reabsorção inflamatória. Presença de clastos junto à dentina reabsorvida (seta). Ligamento periodontal (LP) com fibras conjuntivas dispostas de forma desorganizada. H.E. 100X

Fig. 9 – Grupo MS: Tecido ósseo alveolar (TO) ocupando área de dentina (D) reabsorvida. Clastos junto à dentina reabsorvida (seta). H.E. 200X

Fig. 10 – Grupo MS: Camada de cemento (seta) coberta por tecido ósseo alveolar formando a anquilose. H.E. 100X

Fig. 11 – Grupo MS: Tecido conjuntivo fibroso da região periapical apresentando infiltrado inflamatório agudo. H.E. 100X

Tabela 1. Média e Desvio Padrão das áreas de reabsorção inflamatória (R. Inf.), reabsorção por substituição (R. Sub.), reabsorção total (R. Total), ligamento periodontal (L. Per.), ligamento periodontal reinserido (L.P. Rei.), ligamento periodontal não reinserido (L.P.S/Rei.) e anquilose (Anq.)

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