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Resultados obtidos nas análises sanguíneas e sorológicas dos animais estudados para o ferro na etapa de depleção.

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Anexo 74 Estatísticas dos anexos 68, 69 e 70

4.2 Composição centesimal das rações elaboradas para alimentação dos animais em ambas as fases experimentais

4.3.4. Resultados obtidos nas análises sanguíneas e sorológicas dos animais estudados para o ferro na etapa de depleção.

Os resultados médios obtidos nas análises de sangue (hematócrito e hemoglobina) e de soro (colesterol, triglicerídeos, cálcio, ferro, fósforo, albumina e fosfatase alcalina) dos grupos de animais estudados para o ferro na primeira fase experimental (período de depleção) estão descritos na Tabela 8.

57 Tabela 8. Valores médios dos parâmetros sanguíneos Hematócrito (Ht), Hemoglobina (Hb), Colesterol, Triglicerídeos, Cálcio sérico (Ca sérico), Ferro sérico (Fe sérico), Fósforo sérico (P sérico), Albumina e Fosfatase Alcalina obtidos nas análises sanguíneas dos grupos estudados para o ferro (período de depleção), na primeira fase experimental.

Parâmetros Fase experimental 1

Controle 1 Depletado em ferro

Hematócrito (%) 38,00a (±1,41) 32,33a (±13,11) Hemoglobina (g/dL) 12,61a (±1,28) 10,08a (±3,98) Colesterol (mg/dL) 91,56b (±11,14) 166,68a (±74,64) Triglicerídeos (mg/dL) 81,66a (±8,71) 50,74b (±18,12) Ca sérico (g/dL) 11,22a (±1,30) 10,55a (±1,51) Fe sérico (µg /dL) 217,30a (±27,95) 101,25b (±55,92) P sérico (mg/dL) 9,80a (±0,89) 9,45a (±0,73) Albumina (g/dL) 4,34a (±0,33) 3,66b (±0,43)

Fosfatase Alcalina (U/L) 100,20a (±16,21) 95,26a (±13,52)

Na comparação dois a dois entre os grupos de animais, a mesma letra sobrescrita indica que as médias na linha não são significativamente diferentes e letras distintas no par indicam diferenças significativas pelo teste de Tukey (p<0,05).

Os valores entre parênteses representam o desvio padrão.

Quanto aos parâmetros hematócrito e hemoglobina séricos, não foram observadas diferenças significativas entre os GC e GDFe. Porém, o hematócrito apresentou-se abaixo da normalidade no GDFe, segundo Harkness e Wagner (1993), que consideram como padrão a faixa entre 36 a 48%, representando uma redução no número de hemácias, caracterizando o estado de anemia. Além disso, a hemoglobina também se apresentou reduzida, comparada às faixa de normalidade citadas por Harkness e Wagner (1993) (11,0 a 18,0g/dL) e Ringler e Dabich (1979) (11,4 a 19,2 g/dL), confirmando o estado de anemia ferropriva, segundo Kushner no GDFe (1993).

Os níveis médios de ferro sérico (µg/dL) obtidos também confirmam o sucesso da depleção em ferro do grupo GDFe (101,25 µg/dL), valor significativamente inferior (p<0,05) ao obtido pelo GC na mesma etapa experimental (217,30 µg/dL), correspondente a uma redução de 46,6%. O GDFe obteve ferro abaixo do limite citado por FMUSP (2004) (154 a 279 µg/dL). Esses dados confirmam a efetividade da depleção do micronutriente, conforme desejado, na primeira fase deste trabalho.

O nível de colesterol sérico diferiu estatisticamente (p<0,05) entre os grupos GC e GDFe, sendo este significativamente superior (166,68 mg/dL) ao GC (91,56 mg/dL). O GC obteve colesterol médio dentro da normalidade, segundo Harkness e Wagner (1993) (40,0 a 130,0 mg/dL), porém acima dos parâmetros citados por Mitruka e Rawnsley (1977) (10 a 54 mg/dL) e FMUSP (2004) (50 a 61 mg/dL), assim como o GDFe. Considerando o colesterol total obtido do soro de ratos machos Wistar, alimentados com ração elaborada com o mesmo teor e fonte lipídica deste experimento (7% de óleo de soja), verificamos superioridade nos níveis de colesterol presentes nos GC e GDFe, comparado ao obtido por Morais et al. (2003) (73,10 mg/dL). Os GC e GDFe também foram superiores em colesterol total médio comparados ao ratos sadios estudados por Soares et al. (2000) (58,19 mg/dL). O GC obteve teor de colesterol médio (91,56 mg/dL) mais próximo do obtidos por Silva (2010), em ratos alimentados com dieta hipercolesterolêmica (93,2 mg/dL) e Machado et al. (2003) (95,4 e 94,00 mg/dL), para ratos em crescimento no primeiro dia do experimento e alimentados durante 14 dias com ração AIN-93G modificada, contendo 3,5% de gordura hidrogenada em substituição parcial ao óleo de soja, respectivamente.

58 O GDFe apresentou-se hipercolesterolêmico. Em humanos, existem citações referentes à hipercolesterolemia como alteração metabólica observada em pacientes com transtornos alimentares, como anorexia nervosa (ASSUMPÇÃO e CABRAL, 2002), decorrente da redução dos níveis de Tiroxina e da globulina carreadora de colesterol, associada ou não à redução da excreção fecal de colesterol (MITCHELL, 1983).

O valor médio de triglicerídeos no grupo GDFe (50,74 mg/dL) foi significativamente inferior (p<0,05) ao obtido pelo grupo GC (81,66 mg/dL), provavelmente devido a redução no consumo alimentar de modo geral (proteínas, calorias e lipídeos) no grupo depletado. Segundo Ramos (2006), o grupo de animais desnutridos que recebeu 60% do que era consumido pelo grupo controle, que ingeria ração ad libitum, também obteve teor médio de triglicerídeos significativamente inferior (45,00 mg/dL) ao GC (84,36 mg/dL), sendo esta ocorrência justificada pelo autor como consequência da deficiência calórica do grupo desnutrido, impedindo o aumento sérico de triglicerídeos. Podemos observar uma similaridade entre os resultados obtidos por Ramos (2006) e os encontrados neste trabalho. De acordo com FMUSP (2004), os GC e GDFe encontram-se dentro da faixa de normalidade para triglicerídeos séricos (50,0 a 88,0 mg/dL).

Não houve diferença significativa entre os GC e GDFe para a variável cálcio sérico. Ambos encontram-se dentro da faixa de normalidade proposta por Mitruka e Rawnsley (1977) (7,2 a 13,9 mg/dL) e FMUSP (2004) (10,6 a 11 mg/dL). Porém, podemos observar na Tabela 8 que o GDFe é numericamente inferior ao GC para cálcio sérico, demonstrando uma redução do nível de cálcio no soro do GDFe decorrente da menor ingesta de ração (Tabela 4) comparada ao GC, que teve seu consumo ad libitum.

Quanto aos teores de albumina sérica obtidos, o GDFe (3,66 g/ dL) foi significativamente inferior (p<0,05) ao GC (4,34 g/dL). O GC obteve teor médio de albumina dentro da normalidade, segundo Harkness e Wagner (1993) (3,8 a 4,8 g/dL), enquanto o GDFe apresentou-se inferior ao limite estabelecido por este autor. Entretanto, segundo Mitruka e Rawnsley (1977), que estabeleceram a faixa de normalidade para albumina sérica entre 2,7 a 5,1 g/dL, podemos considerar que ambos os grupos apresentaram resultados adequados para este parâmetro. O menor teor de médio de albumina sérica encontrado no GDFe, comparado ao obtido no GC pode ter ocorrido graças à restrição protéica durante o período de crescimento (Tabela 4), na qual o GDCa foi submetido, pois segundo Oliveira e Angelis (2001) a restrição protéica acarreta na diminuição do teor de albumina sérica. Diversos estudos têm demonstrado os efeitos negativos da deficiência protéica no parâmetro albumina sérica, quando as determinações são realizadas após certo período de deficiência em proteínas na dieta (MALAFAIA et al., 2009).

A fosfatase alcalina encontra-se dentro da normalidade, segundo Mitruka e Rawnsley (1977) (56,8 a 128,0 U/L) e FMUSP (2004) (78 a 292 U/L) para os GC e GDFe, não havendo diferença significativa entre eles. Porém, o GDFe apresentou-se inferior (95,26 U/L) comparado ao GC (100,20 U/L). Segundo Henry (2008), a redução dos níveis séricos de fosfatase alcalina é sugestiva de má nutrição e anemias severas, situação confirmada através dos demais dados laboratoriais.

O fósforo sérico entre os GC e GDFe também não foi significativamente diferente, sendo que o GDFe foi pouco inferior (9,45 mg/dL) ao GC (9,80 mg/dL). Ambos encontram- se dentro dos parâmetros de normalidade propostos por Mitruka e Rawnsley (1977) (3,1 a 11,0 mg/dL) e FMUSP (2004) (8,5 a 19,1 mg/dL).

59 4.3.5. Comportamento alimentar dos grupos de animais estudados na primeira fase experimental (28 a 56 dias de vida) quanto ao ferro.

O Consumo de ração (g), ferro ingerido (mg), ferro excretado (mg) e Coeficiente de Digestibilidade Aparente do Ferro (CDA Fe) (%) médios dos grupos de animais estudados referentes ao ferro na primeira fase experimental (28 a 56 dias de vida), durante quatro dias consecutivos, estão apresentados na Tabela 9.

Tabela 9. Consumo de ração (CR) (g), ferro ingerido (FeI) (mg), ferro excretado (FeE) (mg) e coeficiente de digestibilidade aparente do ferro (CDA Fe) (%) nos grupos controle e depletado em ferro, na primeira fase do experimento (28 a 56 dias).

Grupo CR (g) FeI (mg) FeE (mg) CDA Fe (%)

GC 14,80a (±5,50) 0,60a (±0,20) 0,50a (±0,20) 17,72a (±9,54)

GDFe 6,69b (±0,66) 0,14b (±0,01) 0,11b (±0,03) 25,43a (±11,47) Na comparação dois a dois entre os grupos de animais, a mesma letra sobrescrita indica que as médias na mesma coluna não são significativamente diferentes e letras distintas no par indicam diferenças significativas pelo teste de Tukey (p<0,05).

Os valores entre parênteses representam o desvio padrão.

Quanto ao CDA Fe não houve diferença significativa entre o GC e GDFe, embora o GDFe tenha apresentado CDA Fe superior (25,43%) ao GC (17,72%). Esta diferença numérica ocorreu em decorrência da menor ingestão de ferro no GDFe (0,14 mg) comparada ao GC (0,60 mg), aumentando a absorção intestinal do ferro pelo GDFe. Segundo Carvalho et al. (2006), quando os níveis de ferro absorvidos pela dieta são adequados, a mucosa intestinal regulariza sua absorção para valores entre 5 a 10% do ferro ingeridos ao dia, para manutenção da homeostase de ferro do organismo. Neste trabalho, observamos que o GC, que recebeu dieta adequada em ferro (Tabela 1) ad libitum, ingerindo maiores concentrações de ferro comparado ao GDFe, apresentou menor coeficiente de digestibilidade aparente do ferro (CDA Fe), comparado ao grupo GDFe.

Kushner (1993) e Cançado e Chiattone (2002) relataram que em situações de deficiência de ferro, a absorção do mineral pode aumentar de 10 a 20%, ou até 30% e de 25 a 50% se as reservas de ferro do organismo estiverem depletadas ou em eritropoiese acelerada. No GDFe, a absorção aumentou em comparação ao GC, alcançando valor próximo de 25%. Apesar do aumento da absorção de ferro pelo GDFe, os ratos deste grupo não conseguiram manter a homeostase corporal deste mineral, já que apresentaram-se com anemia ferropriva (hematócrito, hemoglobina e ferro séricos abaixo dos limites de normalidade) (Tabela 8). 4.4. Dados obtidos na segunda fase do experimento (período entre o 56o e o 105o dia de vida)

4.4.1. Avaliação do ganho de peso total dos animais repletados em cálcio e ferro

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