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4.2 TESTE COMPLETO DE USABILIDADE

4.2.0.1 Resultados obtidos

De acordo com as os question´arios, obteve-se os seguintes resultados:

Com relac¸˜ao `a pergunta “o sistema respondeu corretamente aos movimentos da cabec¸a ao olhar o ambiente de RV?”, busca-se avaliar se o prot´otipo ´e capaz de responder de maneira natural aos movimentos da cabec¸a dos utilizadores. Isto ´e, se o utilizador movimentar a cabec¸a por exemplo 40 graus em qualquer direc¸˜ao, o sistema deve apresentar essa imagem atualizada, em tempo real, e renderizando a imagem na mesma velocidade que o utilizador est´a

movimentando a cabec¸a. Isso ´e importante para garantir a completa sensac¸˜ao de imers˜ao no sistema.

Na Figura 27 no gr´afico de Pergunta 1 a 5 podem ser observadas as respostas dos psic´ologos avaliadores. Todos os psic´ologos foram unˆanimes e assinalaram a opc¸˜ao ”totalmente”, o que demonstra que em relac¸˜ao a movimentac¸˜ao de cabec¸a o sistema estava respondendo de forma plena aos controles propostos para o prot´otipo. Isso ajuda a garantir os graus de imers˜ao e realismo necess´arios para a viabilidade do prot´otipo proposto.

Figura 27 – Gr´aficos contendo as respostas da pergunta 1 a 5 Fonte: Autoria Pr´opria

Em relac¸˜ao `a pergunta 2 ”Os recursos visuais das imagens s˜ao de boa qualidade (qualidade da imagem)?”, pretende-se avaliar se as imagens possuem a qualidade necess´aria para que se tornem n´ıtidas e claras ao indiv´ıduo exposto ao prot´otipo. Na Figura 27 no gr´afico de pergunta 2 obtiveram-se diferentes respostas, os psic´ologos relataram a baixa qualidade das imagens dos v´ıdeos 360. Al´em do mais, sobre o problema de pixelamento das imagens mais escuras. O psic´ologo que avaliou com o quesito “totalmente” referiu-se `as cenas feitas totalmente em RV. Sendo assim, a qualidade das imagens, principalmente as cenas gravadas em ambientes reais, constitui-se em um ponto a ser revisto e aprimorado para que as cenas proporcionem maior nitidez aos usu´arios.

No que diz respeito a pergunta 3 “Com relac¸˜ao a observar a vis˜ao do avaliado na TV” com as respostas obtidas representadas na Figura 27 gr´afico de Pergunta 3, ocorreram algumas divergˆencias, pois durante o teste explicou-se o funcionamento do prot´otipo mas n˜ao foi poss´ıvel mostrar a tela do dispositivo em uma televis˜ao ou computador, pois a rede de conex˜ao onde o teste foi realizado n˜ao permitiu, uma vez que a rede de conex˜ao e a rede da internet da instituic¸˜ao possu´ıa proxys e verificac¸˜oes de usu´ario. Dessa forma, obtiveram-se

respostas diferentes, dois psic´ologos optaram por n˜ao responder em decorrˆencia da ausˆencia dos dispositivos e dois responderam positivamente.

Sobre a pergunta 4 “O sistema funcionou corretamente durante a utilizac¸˜ao?” com as respostas obtidas representadas na Figura 27 gr´afico de pergunta 4, explicou-se aos psic´ologos que referia-se ao pesquisador utilizar o controle bluetooh para operar a troca das cenas. Os psic´ologos observaram o pesquisador manuseando o controle e executando as trocas de cenas, constataram que ocorreu de maneira fluida e intuitiva, dessa forma, trˆes participantes assinalaram a opc¸˜ao ”totalmente”. O participante que assinalou o crit´erio “muito”, informou que respondeu desta maneira em decorrˆencia de apenas observar o funcionamento do controle sem oper´a-lo de fato.

O equipamento ´e de f´acil utilizac¸˜ao e funcionou corretamente durante a utilizac¸˜ao. Assim, ´e poss´ıvel promover maior imersibilidade do indiv´ıduo ao ambiente virtual, uma vez que n˜ao houveram interrupc¸˜oes por mau funcionamento do sistema bem como por dificuldades no manejo do equipamento.

Em relac¸˜ao a pergunta 5 “Vocˆe se sentiu confort´avel durante a troca de cenas?” com as respostas obtidas representadas na Figura 27 gr´afico de pergunta 5, objetiva-se constatar se, durante a troca de cenas realizadas pelo pesquisador, os participantes sentiram algum desconforto ou irritabilidade. Todas as respostas foram ”totalmente”ou ”muito”, o que comprovou que a troca de cenas n˜ao provocou nenhuma reac¸˜ao adversa aos entrevistados durante a aplicac¸˜ao do teste. ´E importante que esse per´ıodo de troca de cenas n˜ao afete o desenvolvimento do teste e, al´em disso, n˜ao proporcione sentimentos aversivos, uma vez que o objetivo ´e avaliar as reac¸˜oes e sentimentos que as cenas propriamente ditas promovem ao indiv´ıduo.

Sobre a pergunta 6 “Se sentiu imerso enquanto utilizava o sistema (acreditou realmente estar dentro de um ambiente confinado)?”com as respostas obtidas representadas na Figura 28 gr´afico 6, o objetivo consistiu em verificar a imersibilidade do psic´ologo ao ambiente de RV, ou seja, se este acreditava realmente estar dentro de um ambiente confinado.

Segundo Rodrigues (2013) a ideia de imers˜ao tem como objetivo que o usu´ario imerso dentro do ambiente virtual tenha a sensac¸˜ao de estar realmente dentro de determinado ambiente, entrando em um estado de atenc¸˜ao para os acontecimentos internos, isolando-se do meio exterior. Com base nas respostas constatou-se que os entrevistados acreditam ”totalmente”ou ”muito”que estavam dentro de um ambiente confinado. ´E necess´ario que o usu´ario sinta-se imerso no ambiente de RV para que possa experimentar os sentimentos de medo ou ansiedade importantes para qualificar um diagn´ostico. Se o software de RV n˜ao proporciona imersibilidade aos usu´arios, n˜ao se torna eficaz como ferramenta de aux´ılio aos psic´ologos.

Figura 28 – Gr´aficos contendo as respostas da pergunta 6 a 11 Fonte: Autoria Pr´opria

No que concerne `a pergunta 7 “A visualizac¸˜ao das situac¸˜oes contextuais apresentadas foi facilmente compreendida?” com as respostas demonstradas Figura 28 gr´afico de pergunta 7, elaborada para verificar se o ambiente de RV foi realmente interpretado pelos usu´arios, com base nas respostas ”totalmente”e ”muito”, constatou-se que o ambiente foi compreendido.

A pergunta 8, “Os recursos visuais das situac¸˜oes s˜ao de boa qualidade (espac¸o confinado)?” com as respostas demonstradas Figura 28 gr´afico de pergunta 8, embora muito semelhante `a segunda pergunta, explicou-se aos entrevistados que referia-se a qualidade da imagem mostrada nas simulac¸˜oes, com relac¸˜ao a objetos filmados e constru´ıdos para simulac¸˜ao. Embora a qualidade das imagens e dos v´ıdeos apresentar uma qualidade question´avel, por conta dos equipamentos de filmagem, as respostas foram entre ”totalmente”e ”muito”, o que demonstrou que para um espac¸o confinado e com baixa luminosidade os recursos visuais apresentavam uma boa qualidade, no entanto, com equipamentos de filmagem mais adequados ´e poss´ıvel obter imagens de melhor qualidade.

Referente `a pergunta 9 “As imagens direcionaram o trabalhador as caracter´ısticas do espac¸o confinado?” com as respostas obtidas representadas na Figura 28 gr´afico de pergunta 9, objetivava-se constatar se os ambientes de RV seriam ´uteis `a um candidato a vaga de trabalho em espac¸o confinado acreditar estar imerso no mesmo utilizando o equipamento de RV. Os psic´ologos avaliadores responderam ”totalmente”e ”muito”, concordando que o software promove a sensac¸˜ao de estar em um espac¸o confinado.

Neste contexto, ´e imprescind´ıvel que o candidato ao emprego, ao experimentar o ambiente confinado em RV, sinta-se e imerso no mesmo. Sendo assim, ´e necess´ario que o software utilizado proporcione as caracter´ısticas desses ambientes para que, em caso de

claustrofobia, os sintomas possam alertar o psic´ologo quanto aos perigos de uma exposic¸˜ao real aos espac¸os confinados.

No que diz respeito `a pergunta 10, “Acredita que esta realidade virtual ser´a capaz de evocar o medo que o trabalhador sente ao executar suas atividades em espac¸o confinado?” com as respostas obtidas representadas na Figura 28 gr´afico de pergunta 10, objetivava-se verificar se o psic´ologo acredita que o software ser´a capaz de evocar o medo que trabalhadores sentem ao executar atividades em espac¸o confinado.

De acordo com as respostas obtidas, “totalmente” e “muito”, todos concordam que o software realmente ir´a evocar medo nos indiv´ıduos expostos ao prot´otipo. Considerando que o medo em indiv´ıduos claustrof´obicos quando exposto `a espac¸os confinados ´e maior que em indiv´ıduos que n˜ao apresentam esta fobia, corresponde a um dos sinais que alertam o psic´ologo quando a existˆencia de fobia em um candidato a vaga de emprego em espac¸os confinados.

Em relac¸˜ao `a ´ultima pergunta “Atrav´es da visualizac¸˜ao da situac¸˜ao apresentada acredita que ser´a poss´ıvel identificar fobia espec´ıfica situacional (espac¸o confinado)?” com as respostas obtidas representadas na Figura 28 gr´afico de pergunta 11, pretende-se constatar se os psic´ologos validam o software como ferramenta ´util ao diagn´ostico de claustrofobia. Todos os psic´ologos avaliadores foram unˆanimes e assinalaram a opc¸˜ao ”totalmente”, concordando que o prot´otipo consiste em uma ferramenta v´alida para identificar um indiv´ıduo com claustrofobia. No que diz respeito `a utilidade do software para a realizac¸˜ao do diagn´ostico, as quest˜oes discursivas a seguir explicam os motivos pelos quais os psic´ologos avaliadores consideram o prot´otipo eficiente. Os sintomas presentes na claustrofobia experimentados durante a exposic¸˜ao `a RV bem como a imers˜ao e sentimento de presenc¸a em ambiente confinado corroboram para a validade do software.

No que concerne `as perguntas discursivas, na quest˜ao “Descreva quais sentimentos a experiˆencia evocou em vocˆe no momento em que estava visualizando a simulac¸˜ao de uma execuc¸˜ao de atividade em espac¸o confinado” pretende-se constatar se, de fato, a experiˆencia imersiva em RV provocou nos participantes sentimentos e sintomas caracter´ısticos de indiv´ıduos com claustrofobia.

Todos os participantes experienciaram, no m´ınimo, um dos seguintes sentimentos: inseguranc¸a, ang´ustia, apreens˜ao, ansiedade e vontade de sair do local. Sentimentos que corroboram com a descric¸˜ao de Rang´e (2011) acerca dos sintomas ps´ıquicos caracter´ısticos da claustrofobia, como tens˜ao, nervosismo, apreens˜ao, inseguranc¸a, dificuldade de concentrac¸˜ao, sensac¸˜ao de estranheza e sensac¸˜ao de morte.

Shiban et al. (2016) expuseram, em seu estudo, indiv´ıduos claustrof´obicos e indiv´ıduos controles saud´aveis ao mesmo ambiente confinado de RV. Os participantes f´obicos mostraram

´ındices claramente mais altos de medo em detrimento dos n˜ao f´obicos. Dado que embasa a importˆancia da exposic¸˜ao em RV de indiv´ıduos claustrof´obicos para identificar a presenc¸a da fobia, uma vez que os ´ındices de medo s˜ao mais altos. Dessa forma, ´e necess´ario considerar que, um indiv´ıduo com esse transtorno de ansiedade, sentir´a os sintomas de maneira acentuada, o que contribui para a realizac¸˜ao do diagn´ostico.

Um ponto importante de observac¸˜ao refere-se `a resposta de um participante, que afirmou estar tranquilo e curioso na maioria das cenas. Ap´os responder o question´ario o mesmo relatou que estava curioso por j´a ter utilizado tecnologias semelhantes. Quando o usu´ario mant´em um contato mais pr´oximo com tecnologias de RV ´e poss´ıvel que a imers˜ao e os sinais de medo sejam atenuados em relac¸˜ao aos participantes que nunca tiveram contato com essa tecnologia.

Quanto `a pergunta “Em sua opini˜ao qual a importˆancia da Realidade Virtual para identificac¸˜ao de fobias espec´ıficas?” pretende-se avaliar se o prot´otipo ´e eficaz para auxiliar o psic´ologo a identificar um indiv´ıduo claustrof´obico, uma vez que muitas pessoas convivem com a fobia e evitam o contato com ambientes f´obicos. Todos os participantes responderam afirmando ser uma ferramenta excelente e ´util para identificar fobias espec´ıficas. Frisaram que as cenas s˜ao pr´oximas da realidade, bem como aproximam o indiv´ıduo das situac¸˜oes desencadeadoras das reac¸˜oes psicofisiol´ogicas existentes nas fobias.

Essa aproximac¸˜ao do indiv´ıduo ao ambiente f´obico em RV ´e extremamente importante, pois de acordo com Knapp (2009), os pacientes com fobia espec´ıfica frequentemente convivem com sua(s) fobia(s), desenvolvendo estrat´egias evitativas que n˜ao os colocam frente a frente com o objeto ou a situac¸˜ao temidos. Explicando assim a discrepˆancia entre o n´umero de pessoas que apresentam fobia espec´ıfica e o n´umero de pacientes que procuram atendimento especializado. Dessa forma, observar reac¸˜oes psicofisiol´ogicas caracter´ısticas das fobias durante a exposic¸˜ao em RV, sem expor o candidato `a vaga de emprego ao ambiente confinado, torna-se mais seguro para o trabalhador e menos custoso para a empresa.

Terra et al. (2006), contribuem neste contexto, pois afirmam que a fobia espec´ıfica ´e comumente subdiagnosticada, n˜ao h´a procura por tratamento em casos de espec´ıfica isolada, mas sim quando h´a comorbidade, que consiste em outro transtorno psiqui´atrico associado. No entanto, na ausˆencia de outros transtornos associados, a busca por ajuda ´e mais prov´avel quando a fobia causa maiores preju´ızos funcionais, quando ocorrem fobias m´ultiplas ou ataques de pˆanico. No entanto, um trabalhador que possui fobia espec´ıfica n˜ao diagnosticada em virtude da ausˆencia de comorbidades e maiores preju´ızos funcionais e que venha a assumir um trabalho de risco que envolva ambiente confinado, pode desencadear os sintomas f´ısicos e ps´ıquicos presentes nos epis´odios claustrof´obicos, comprometendo sua integridade e seguranc¸a. Dessa

forma, o software consiste em uma ferramenta de grande relevˆancia para a identificac¸˜ao de fobias espec´ıficas.

No que diz respeito `a pergunta “Gostaria de acrescentar algum coment´ario que pudesse contribuir ao nosso estudo?” objetiva-se levantar cr´ıticas bem como contribuic¸˜oes que possam ser ´uteis ao aprimoramento do software. Neste sentido, trˆes psic´ologos responderam, um deles relatou que no v´ıdeo da descida do trabalhador as imagens ficaram muito pr´oximas da cˆamera, o que dificultava a vis˜ao ampla do local. Outro participante apontou a qualidade das imagens dos v´ıdeos reais, informando que alguns ficaram pixelados, explicou-se que este fato ocorreu em virtude da cˆamera de baixo custo utilizada, dispon´ıvel no momento das gravac¸˜oes, constatando- se que ela n˜ao tem uma boa qualidade boa com baixa iluminac¸˜ao. Como todos os ambientes filmados possuem baixa iluminac¸˜ao as cenas ficaram prejudicadas. Um participante sugeriu que, na segunda cena, tenha uma sa´ıda para escada.

As contribuic¸˜oes dos psic´ologos quanto `a qualidade das cenas ´e de extrema valia, uma vez que, no que concerne a projetos futuros, o ideal consiste na utilizac¸˜ao de uma cˆamera que possua melhores configurac¸˜oes, para obtenc¸˜ao de v´ıdeos reais com maior qualidade.

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E necess´ario frisar que, para que imers˜ao do indiv´ıduo exposto `a RV ocorra de forma satisfat´oria, se faz imprescind´ıvel imagens de boa qualidade. Ainda assim, quest˜oes referentes a proximidade das imagens `a cˆamera e falta de objetos nas cenas s˜ao relevantes e demonstram a necessidade de experimentos emp´ıricos quanto a composic¸˜ao das cenas.

A partir da avaliac¸˜ao acerca da usabilidade do software desenvolvido e com base nas respostas obtidas verificou-se que os entrevistados acreditam que o prot´otipo tem potencial para auxiliar em diagn´osticos de fobias espec´ıficas de ambientes confinados. Os participantes consideraram os equipamentos f´aceis de manipular e, de um modo geral, as simulac¸˜oes adequadas para produzir os sintomas ps´ıquicos de claustrofobia. Todos concordaram que o equipamento de RV permite uma maior sensac¸˜ao de imers˜ao e presenc¸a em um ambiente confiando, uma vez que as cenas s˜ao pr´oximas da realidade.

5 CONSIDERAC¸ ˜OES FINAIS

O presente trabalho visou desenvolver um prot´otipo de RV, tecnologia de interface entre usu´ario e sistema por meio de recursos gr´aficos tridimensionais, como ferramenta de aux´ılio `a psic´ologos para realizar o diagn´ostico de fobia espec´ıfica situacional de locais fechados. Neste sentido, procurou-se desenvolver um software de RV contendo cenas reais de ambientes confinados.

Em relac¸˜ao fobia situacional de locais fechados, o indiv´ıduo apresenta extrema ansiedade, medo e at´e mesmo pˆanico, os quais s˜ao provocados por situac¸˜oes ou contextos em que o mesmo experimenta ambientes fechados. Ainda assim, a fobia geralmente ´e subdiagnosticada, pois os indiv´ıduos procuram por tratamento somente quando apresentam comorbidades. Al´em disso, muitas pessoas evitam o contato com o est´ımulo f´obico e n˜ao possuem o diagn´ostico de claustrofobia. No entanto, ao entrar em contato com o est´ımulo f´obico o indiv´ıduo desencadeia uma s´erie de sintomas f´ısicos e ps´ıquicos de ansiedade e medo. Para o desenvolvimento do prot´otipo, firmou-se parcerias com duas instituic¸˜oes que possuem ambientes de trabalho em locais confinados. Visto que, para a contratac¸˜ao de funcion´arios para trabalhar nesses locais, a NR 33 disp˜oe acerca de testes admissionais. No que concerne aos testes, a simulac¸˜ao de ambiente confinado em RV consiste em uma ferramenta de aux´ılio ao psic´ologo, pois evita expor o indiv´ıduo ao ambiente confinado com o objetivo de detectar sintomas de claustrofobia.

Dentre os impactos econˆomicos imediatos pode-se destacar a n˜ao necessidade de deslocamentos para ambientes confinados durante os treinamentos. De modo geral, estes ambientes apresentam dif´ıcil acesso, bem como acesso controlado, o que se deve a periculosidade do ambiente. Al´em do mais, geralmente est˜ao ligados a setores chaves do processo de neg´ocio da empresa, fazendo com que a interrupc¸˜ao do funcionamento do espac¸o para o treinamento e o deslocamento at´e o local causem despesas consider´aveis. Essas despesas ainda podem ser mais consider´aveis se, durante um treinamento, ocorrer uma situac¸˜ao adversa, por exemplo, a paralisia causada por pˆanico em um funcion´ario durante o treinamento. Geralmente, para a remoc¸˜ao deste trabalhador, dada as caracter´ısticas do ambiente, consiste em processos demorados e onerosos.

Destaca-se ainda a quest˜ao da sa´ude do trabalhador durante o treinamento, pois evita- se que o mesmo apresente sintomas ou mesmo um ataque de pˆanico em um ambiente fechado e de dif´ıcil acesso. Visto que o indiv´ıduo ´e exposto de maneira virtual, h´a maior controle do psic´ologo acerca da exposic¸˜ao ao ambiente confinado e possibilidade de interrupc¸˜ao do teste caso se fac¸a necess´ario. Este mesmo sistema tem foco na detecc¸˜ao e diagn´ostico de fobia espec´ıfica situacional de lugares fechados, podendo ser usado durante o processo de entrevista e triagem dos trabalhadores a serem treinados e contratados. Com isto objetiva-se melhorar os ´ındices de detecc¸˜ao precoce das pessoas suscet´ıveis a este tipo de fobia, diminuindo os incidentes de trabalhos decorridos destes problemas.

Assim, pretendeu-se identificar qual a influˆencia de um cen´ario de RV sobre um indivıduo. Foi poss´ıvel constatar que os cen´arios inseridos no prot´otipo desencadearam sentimentos de ansiedade, inseguranc¸a e medo nos indiv´ıduos expostos aos ambientes confinados em RV. Tendo em vista que na realizac¸˜ao do teste tratavam-se de indiv´ıduos saud´aveis, sem o diagn´ostico de claustrofobia, ainda assim sofreram influˆencias da imers˜ao em cen´arios de RV contendo ambientes fechados.

No que diz respeito `a investigac¸˜ao do n´ıvel de imersibilidade necess´ario para despertar sintomas da fobia em indiv´ıduos, constatou-se que os psic´ologos participantes do teste sentiram- se imersos no ambiente virtual. No entanto, n˜ao foi constatado o limiar de imersibilidade para que o indiv´ıduo sinta os sintomas caracter´ısticos da fobia, para tanto, verificou-se que se faz necess´ario uma maior quantidade e diversidade de cenas.

A partir da avaliac¸˜ao acerca da usabilidade do software desenvolvido, foi poss´ıvel analisar a eficiˆencia do prot´otipo na detecc¸˜ao de fobia com base nas respostas obtidas por meio dos testes e question´arios realizados com psic´ologos. Verificou-se que os entrevistados acreditam que o prot´otipo tem potencial para auxiliar em diagn´osticos de fobias espec´ıficas de ambientes confinados. Sendo assim, a utilizac¸˜ao da RV para exames de admiss˜ao de funcion´arios para realizar trabalhos de risco, que envolvem ambientes fechados e de confinamento, constitui-se como uma ferramenta de aux´ılio extremamente ´util para o psic´ologo. Al´em disso, a ferramenta auxilia o psic´ologo a identificar os n´ıveis de medo bem como a

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