• Nenhum resultado encontrado

zi∈C

¯

ziU0 é a união disjunta de conexos abertos. Pela construção das vizinhanças, ϕ|z¯iU0 : ¯ziU0 → ϕ(U0) = V é bijeção. Como ϕ é contínua e aberta, segueϕ|z¯iU0 é um homeomorfismo. Portanto, ϕé uma aplicação de recobrimento e é diferenciável.

Assim, a composiçãoξ¯e◦ϕé uma aplicação de recobrimento diferenciável do espaço

simplesmente conexoG/˜ K˜ emG/K. 2

4.2 Resultados principais

Mantendo a notação anterior, continue considerando T um toro maximal de K, C(T) = {g ∈ G;gt = tg,∀t ∈ T} o centralizador de T em G, t e u às álgebras de Lie deT eC(T), respectivamente. Além disso, g = k⊕p, onde pé um complemento Ad(K)-invariante dekemg.

Para o próximo Teorema, considere a variedadeC(T)/(K∩C(T)) =C(T)/T. Con-forme mostrado por Helgason em [5], [ver Proposição 4.4, pág 125], C(T)/T é uma subvariedade deM. Ou seja, a aplicaçãoi:C(T)/T →M, dada pori(gT) =gK, é um mergulho. SejaMT = i(C(T)/T) = C(T)¯e, onde ¯e ∈ M. Então,ié um difeomorfismo deC(T)/T emMT.

Observação 4.4. DadoX ∈u∩p, tem-se queexp(sX)∈C(T), para todos∈R. Logo, para qualquergK ∈ MT, exp(sX)g ∈ C(T)e assim,X(gK) = ∂s(exp(sX)gK)|s=0 ∈ TgkMT. Assim,X é um campo tangente aMT.

Seja {X1, ..., Xn} uma base de u∩ p. Conforme a notação do capítulo 3, ∇¯X

iXj(¯e) =

1

2[Xi, Xj](¯e)∈Te¯MT. Além disso,∇¯X

iXj(¯g) =dφg( ¯∇(dφ−1

g Xi)(dφ−1g Xj)(¯e))∈T¯gMT. Logo,∇¯XiXj é um campo tangente aMT.

Teorema 4.5. SejamG, K, M eh·,·icomo na Proposição 4.1. SejamT um toro maximal deK eMT =C(T)¯e. Então:

1. MT é totalmente geodésica emM.

2. SeM tem dimensão par, entãoT é um toro maximal deG.

3. Se M tem dimensão ímpar, então ou C(T)/T tem dimensão 1ouC(T)/T é isomorfo à SU(2)ou àSO(3).

Demonstração: Sejaga álgebra de Lie deGe considereg=k⊕p, como na demonstração da Proposição 4.1. Sejam u e t às álgebras de Lie de C(T) e T, respectivamente. Se Lema 3.3 e a identidade de Jacobi, obtêm-se que

h[Z, U(X, Y)], Wi = −hU(X, Y),[Z, W]i elementos de u ∩ p estão identificados com os vetores de Te¯MT e estes campos em X(MT), conclui-se queX, Y ∈X(MT)eU(X, Y) ∈X(MT).

Assim,

Portanto,MT é totalmente geodésica emM.

Se a dimensão deM é par, então o Lema 4.2, prova queC(T) = T. Assim,T é um toro maximal emG.

Agora, suponha que a dimensão de M é ímpar. Novamente pelo Lema 4.2, con-cluímos queC(T)6= T.Se a dimensão deC(T)/T é maior que1, entãoC(T)/T possui estrutura Riemanniana com curvatura estritamente positiva, uma vez que é uma sub-variedade deM. Seja(C(T^)/T)o grupo de recobrimento universal deC(T)/T. Apli-cando o Teorema de Wallach, concluímos queC(T^)/T é isomorfo aSU(2). Portanto, pelo Teorema 1.120,C(T)/T é isomorfo aSU(2)/Γ, ondeΓé um subgrupo central de SU(2). MasZ(SU(2)) ={1,−1}, assim,C(T)/T 'SU(2)ouC(T)/T 'SO(3).

2

Corolário 4.6. SejamG, K, M eh·,·icomo na Proposição 4.1. Se a dimensão deMé par, então Gé simples.

Demonstração: Seja G˜ um grupo de recobrimento universal de G. SejaK˜ o subgrupo conexo deG˜ correspondente aK. Conforme mostrado na Proposição4.3, existe uma aplicação diferenciável de recobrimento,ρ : ˜M = ˜G/K˜ →M =G/K. Isso implica que a curvatura deM˜ é estritamente positiva, uma vez queM tem curvatura estritamente positiva, por hipótese. Pelo Teorema 4.5,Gé semi-simples. Suponha por absurdo que Gnão é simples. Escrevag=g1⊕g2,ondeg1,g2são semi-simples. Então,G˜ = ˜G1×G˜2, ondeG˜ipossui álgebragi, parai= 1,2. Assim,G˜ié semi-simples e comoG˜é compacto,

tem-se queG˜i também será compacto, comi= 1,2.

Afirmação: A igualdadeK˜ = ( ˜K∩G˜1)×( ˜K∩G˜2)é satisfeita.

Para provar a igualdade acima, é equivalente mostrar quek= (k∩g1)⊕(k∩g2). A inclusãok∩g1⊕k∩g2 ⊂ké imediata.

Denote por π1, π2 as projeções de g em g1 e g2, respectivamente. Seja t ⊂ k uma subálgebra de Cartan. Pelo Teorema 4.5,ttambém é subálgebra de Cartan deg, ou seja, té abeliana maximal emg. Note quet ⊂ π1(t)⊕π2(t), assim, para obter a igualdade,

Então, pelo item(2)do Teorema 1.90, pode-se escreverk = S

X∈k

(tX), ondetX é uma subálgebra de Cartan que contémX. Dessa forma,

k= [

O que prova a afirmação feita.

Agora, pode-se escreverM˜ = ˜G/K˜ = ˜G1/K˜1×G˜2/K˜2 = ˜M1×M˜1, ondeK˜1 = ˜K∩G˜1 eK˜2 = ˜K ∩G˜2.Para i = 1,2, considere a decomposição gi = ki ⊕pi, onde ki denota a álgebra de Lie deK˜i epi é um complementoAd( ˜Ki)-invariante dekiem gi. Observe que os complementosp1 ep2, são tambémAd( ˜K)−invariantes. Denote porV o espaço vetorial deg. Aplicando a Proposição 1.51 na representaçãoAd( ˜K) → Gl(V), obtêm-se que V = V1 ⊕... ⊕ Vn é uma soma direta, de forma que os subespaços Vi0s são dois a dois ortogonais. Considere os subespaços W1 e W2 correspondentes a p1 ep2, respectivamente. Como W1 e W2 são subespaços invariantes pela Ad( ˜K), segue que W1 = P respectivamente. Como a estrutura de M˜ é G˜-invariante, em particular, a aplicação

f =φp−1 : ˜M →M˜ é uma isometria. Assim, hu, vipK˜ = hdfpK˜(u), dfpK˜(v)ie

= hdfpK˜(dπ1(u) +dπ2(u)), dfpK˜(dπ1(v) +dπ2(v))ie

= hdfpK˜(dπ1(u)), dfpK˜(dπ1(v))ie+hdfpK˜(dπ2(u)), dfpK˜(dπ2(v))ie

= hdπ1(u), dπ1(v)ip

1K˜ +hπ2(u), π2(v)ip

2K˜.

Logo,TpK˜M˜ =Tp1K˜1

1⊕Tp2K˜2

2, para todopK˜ ∈M. Assim,˜ M˜ = ˜M1×M˜2possui a estrutura do produto Riemanniano. Então, a conexão Riemanniana∇deM˜ é dada por

Y1+Y2(X1+X2) =∇1Y1X1+∇2Y2X2,

ondeX1, Y1 ∈X( ˜M1), X2, Y2 ∈ X( ˜M2)e∇1,∇2 são as conexões Riemannianas deM1 e M2, respectivamente.

Sejaσ(x, y)⊂T(p1,p2)1 ×M˜2 um plano, tal quex∈Tp11 ey∈Tp2M2. Então, hx, yi=hdπ1(x), dπ1(y)i+hdπ2(x), dπ2(y)i=hx,0i+h0, xi,

ou seja,xeysão ortogonais. Sem perda de generalidade, tomexeyvetores unitá-rios,X = |x|x eY = |y|y . Assim,

K(σ) = R(X, Y, Y, X)

1 =hR(X, Y)Y, Xi.

Usando a conexão Riemanniana apresentada acima, é fácil ver queR(X, Y)Y = 0.

Logo, K(σ) = 0. O que contraria o fato de M˜ ter curvatura estritamente positiva.

Portanto,Gé simples. 2

Corolário 4.7. SejamG, K, M eh·,·icomo na Proposição 4.1.

1. Se a dimensão deM é par, entãoGé simples e posto(K) =posto(G).

2. Se a dimensão deM é ímpar, então ouGé semi-simples ouGtem centro unidimensional e posto(G) =posto(K) + 1.

Demonstração:

1. Segue imediatamente do Teorema 4.5 e do Corolário 4.6.

2. Pela Proposição 4.1, ou G é semi-simples ou dimZ(G) = 1. No caso em que dimZ(G) = 1, tem-se queg=z(g)⊕g0, ondedimz(g) = 1eg0 é semi-simples.

Como feito anteriormente, existe uma cópia isomorfa de k em g0. Em ter-mos de grupos, existe uma cópia isomorfa de K em G0, onde K = hexp(k)i e G0 = hexp(g0)i. Assim, como dimM = G/K é ímpar, segue queM0 =G0/K tem dimensão par, poisdimG0 = dimG−1. Pelo item anterior, posto(G0) =posto(K), onde posto(G0)é a dimensão da subálgebra de Cartantdeg0. Mas então,z(g)⊕t satisfaz a Definição 1.56, ou seja, é uma subálgebra de Cartan deg.

Portanto, posto(G) = dim(z(g)⊕t) = dimz(g) + dimt= 1+posto(K). 2

C LASSIFICAÇÃO DOS ESPAÇOS HOMOGÊNEOS COM DIMENSÃO PAR

5.1 Lema principal para dimensão par

Definição 5.1. Seja∆um sistema de raízes deg. Diz-se que∆1é um subsistema de∆, quando

1 ⊂∆satisfaz:

(1) Seα∈∆1, então−α∈∆1.

(2) Seα, β ∈∆1 eα+β ∈∆, entãoα+β ∈∆1.

SejaGum grupo de Lie compacto, conexo e K um subgrupo fechado e conexo de G. Suponha que K não contém subgrupos normais deG, além do subgrupo triviale. Esta hipótese, é equivalente, pela Proposição 1.100, a supor que a ação natural deGem G/Ké efetiva.

SejaM = G/Ke sejah·,·iuma estrutura RiemannianaG−invariante emM. Assu-mimos queM tem curvatura estritamente positiva e que dimensão deM é par. Então, pelo Corolário 4.7, tem-se queGé simples e os toros maximais deK, também são toros maximais emG. Escolha um toro maximal deKe denote porT.

Considereg,ketas álgebras de Lie deG, KeT, respectivamente. Denote porgC,kC e tC as suas complexificações, ou seja, gC = g +ig e o mesmo vale para as demais álgebras.

Sejapo complementoAd(K)−invariante dekemg.

Considere também∆o sistema de raízes de gCem relação atC. Por um abuso de notação, o espaço de raízes(gC)α ={X ∈gC; [H, X] =α(H)X,∀H ∈tC}será denotado apenas porgα, comα ∈∆.

Seja ∆+ um conjunto de raízes positivas de ∆ e ∆1 o subsistema dado por ∆1 = {α∈ ∆;gα ⊂kα}. Definakα = (gα+g−α)∩g, paraα ∈ ∆1 ∩∆+ epα = (gα +g−α)∩g, paraα∈Φ = (∆+−∆1).

Lema 5.2. No contexto acima, se α, β ∈ ∆−∆1 e α 6= ±β, então α+β ou α −β é um elemento de∆.

Demonstração: Tem-se que [pα,pβ] ⊂ pα+β +p|α−β|, com a compreensão que pα = 0, seα /∈ Φ. De fato, conforme o Teorema de Weyl 1.88, pα = span{Aα, Sα}, ondeAα = Xα−X−α eSα =i(Xα+X−α). Da mesma forma,pβ é gerada por{Aβ, Sβ}.

SejamX ∈pαeY ∈pβ. Para mostrar que[X, Y]∈pα+β+p|α−β|, é suficiente mostrar isso considerando apenas os elementos das bases depα epβ.

Ainda pelo Teorema de Weyl, os colchetes são dados por

• [Aα, Aβ] =mα,βAα+β +m−α,βAα−β.

• [Sα, Sβ] =−mα,βAα+β −mα,−βAα−β.

• [Aα, Sβ] =mα,βSα+β +mα,−βSα−β.

• [Aβ, Sα] =mβ,αSβ+α+mβ,−αSβ−α.

Suponha que|α−β| = α−β. Neste caso, é fácil ver que[Aα, Aβ],[Sα, Sβ] e[Aα, S−α] pertencem apα+β+p|α−β|. Além disso,Sβ−α =i(Xβ−α+X−(β−α)) =i(Xα−β+X−(α−β)) = Sα−β, logo[Aβ, Sα]também satisfaz o desejado. No caso em que|α−β| =β−α, basta notar queAα−β =−Aβ−α, daí segue análogo ao mostrado acima.

Portanto,[X, Y]∈pα+β +p|α−β|.

Agora, suponha queα, β ∈Φeα+β, α−βnão são raízes deg. SeX ∈pαeY ∈pβ, então[X, Y] = 0,pois neste caso,pα+β = 0ep|α−β|= 0.

EscrevendoU eRcomo no Capítulo 3, segue do Lema 3.4, que

hR(X, Y), Y, Xi=hU(X, Y), U(X, Y)i − hU(X, X), U(Y, Y)i.

O item(1) do Lema 1.62, implica quehpγ,pδi = 0, seγ, δ ∈ Φeγ 6= δ. Usando isto será demonstrado que:

(i) U(X, X) = 0, para todoX ∈pα.

De fato, tomeZ ∈pγ. Pelo Lema 3.3, vale que hU(X, X), Zi= 1

2h[Z, X], Xi+ 1

2h[Z, X], Xi=h[Z, X], Xi.

Conforme mostrado acima, [Z, X] ∈ pγ+α +p|γ−α|. No caso em que γ = α, o colchete [Z, X] = 0. Além disso, noteγ+α 6=α, pois0não é raiz. E|γ−α| 6=α, pois caso contrário,γ−α=αouα−γ =α, ou seja,γ = 2αouγ = 0. Isso também não ocorre, em virtude do item(3)do Lema 1.62.

Portanto,h[Z, X], Xi= 0e consequentemente,U(X, X) = 0. (ii) ParaX ∈pαeY ∈pβ, tem-se queU(X, Y) = 0.

Novamente, sejaZ ∈pγ. Então, pelo Lema 3.3, hU(X, Y), Zi= 1

2hX,[Z, Y]i+1

2hY,[Z, X]i.

No caso em queγ =α, o colchete[Z, X] = 0e seγ =β, então[Z, Y] = 0.

Assim, sehU(X, Y), Zi 6= 0,então pelo menos uma das igualdades,α=β+γ, α=

|β−γ|, β =α+γ, β=|α−γ|, deve ser verdadeira.

Veja que seα =β+γ, entãoα−β =γ ∈∆. Seα=|β−γ|, entãoα−β =−γ ∈∆ ouα+β =γ ∈ ∆. Seβ =α+γ, obtêm-se queα−β =−γ ∈∆. Seβ = |α−γ|, obtêm-seα−β =γ ∈∆ouα+β =γ ∈∆.

Assim, as hipóteses de que α +β e α −β não são raízes de g, implicam que nenhuma das igualdades é verdadeira.

Logo,hU(X, Y), Zi= 0, para todoZ ∈pγ. Então, concluímos queU(X, Y) = 0.

Desta forma, supondo queα+β eα−βnão são raízes deg, obtêm-se que

hR(X, Y)Y, Xi = 0, o que é uma contradição, pois M possui curvatura estritamente positiva.

Portanto,α+β ∈∆ouα−β∈∆. 2

Documentos relacionados