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Retrações de Fibonacc

Podemos utilizar essa ferramenta sempre que o mercado estiver corrigindo ou retraindo um movimento prévio. Correção ou retração pode significar tanto um movimento de alta como de baixa. O mercado está praticamente sempre retraindo algum movimento. Teoricamente, so- mente quando um ativo rompe topos ou fundos históricos que essa ferramenta perde o sentido, pois, nesses momentos, o mercado não retrai, mas sim avança no espaço vazio.

Observe os dois exemplos abaixo:

Na primeira imagem, após a marcação do topo em C, o ativo passou a retrair o movimento de B até C. Quando B foi atingido, a primeira retração foi completada. Como B foi violado, a retração foi ampliada para o movimento de C até A. Quando A foi alcançado, essa segunda re- tração se cumpriu. Quando A foi perdido, o mercado deixou de retrair e começou a avançar. Isso somente porque A representava um fundo histórico. Se não fosse um fundo histórico, o mer- cado estaria corrigindo algum outro intervalo de movimento. Mas que fique claro que esse não poderia ser o intervalo finalizado na alta em C, pois a retração iniciada em C não pode retrair um movimento que tenha tido início em um patamar mais alto que o próprio ponto C. Para a direção inversa de movimento, observe o segundo exemplo. A lógica será a mesma.

Para ficar ainda mais claro, pense nos movimentos como swings. As retrações precisam ser aplicadas em swings de movimento. Há swings menores dentro de swings maiores. De B até C, temos um swing menor. De A até C, temos um swing maior. Nesse ponto, as possibilidades de swing altista se encerram na imagem. O swing anterior a esses dois se inicia em algum patamar maior que A e se encerra no próprio ponto A, configurando, assim, um swing de baixa, o qual é

retraído por dois swings de alta: de A até o topo anterior a B e depois de A até C.

Cremos que o conceito agora ficou bem entendido: a ferramenta de retração deve ser sempre aplicada em cima da amplitude do swing que está sendo corrigido pelos preços. Em cima dessa amplitude, iremos calcular proporções extraídas da sequência de Fibonacci. Essas proporções devem ser compreendidas como percentuais de correção e, portanto, são sempre calculadas a partir do final do movimento que está sendo corrigido e na direção do início desse movimento. O mínimo que um movimento pode ser corrigido é 0%, e o máximo é 100%. Toda vez que os preços ultrapassam 100%, as retrações traçadas se tornam obsoletas, e a retração do swing maior deve ser traçada (se existente).

As proporções são as seguintes:

0,000 (00,00%) 0,382 (38,20%) 0,500 (50,00%) 0,618 (61,80%) 1,000 (100,00%)

Entenda que a retração de 0,000 significa que nada foi retraído, e a de 1,000 significa que todo o movimento foi retraído. Essas duas retrações são os limites da ferramenta. Entre elas, encontraremos as proporções de Fibonacci de 0,382 e de 0,618 – as quais já conhecemos – e uma nova: 0,500. Essa nova proporção só é encontrada no princípio da sequência de Fibonacci – e, depois, se perde. A importância dessa retração é secundária. As duas retrações que realmente importam são as duas às quais já estamos familiarizados.

A retração de 0,382 é considerada a retração mínima de qualquer movimento. Quando o mercado inicia uma correção, ele tende de forma muito forte a buscar uma correção de 38,2% do movimento prévio. Nesse ponto, é normal que a correção seja barrada, mesmo que tempora- riamente. Se for perdida, o mercado passará a buscar a retração de 0,500.

A retração de 0,500 é de importância menor, pois é quebrada com uma facilidade maior do que as demais retrações. Isso acontece principalmente quando estamos observando a correção de um swing menor. Sua importância cresce quando a amplitude do movimento que está sendo corrigido é bastante grande. Caso a retração de 0,500 venha a ser quebrada, os preços passam a buscar a próxima e mais importante: a retração áurea de 0,618.

A retração de 61,8% é, de longe, a mais importante para os preços. A correção encontra nesse patamar uma forte barreira ao seu avanço, configurando um dos patamares mais seguros para se posicionar na compra via teste de suporte ou na venda via teste de resistência. Se esse pata- mar for claramente ultrapassado pelos preços, é sinal de que a correção irá alcançar 100% da amplitude do movimento a qual corrige.

Capítulo 4 - Indicadores e Fibonacci

dezembro, buscou a retração de 0,382. Houve um rápido repique e, quando esse patamar foi perdido, o ativo buscou e segurou na retração de 0,618. A retração de 0,500 não se mostrou muito importante, apesar de ter havido uma semana de alta em cima dessa retração. Evite po- sicionamentos contra o movimento vigente se ele não representa pelo menos uma retração de 0,382 do movimento prévio. Se esse patamar for perdido, o papel busca, na maioria das vezes, a retração de 0,618. E, se esse último for perdido, evite posicionamentos contra o movimento vigente enquanto a retração de 0,100 não for alcançada.

No exemplo anterior, vemos o ativo corrigir até a retração de 0,618 e segurar nesse patamar por algum tempo – até que ocorre a perda. Quando ela ocorre, o ativo acelera em busca da re- tração de 0,618. Nessa mesma imagem, temos traçada a retração de duas formas suavemente

diferentes: em linhas azuis (mais grossas), partindo das sombras extremas do swing, e, em li- nhas roxas (mais finas), partindo dos corpos dos mesmos extremos. O traçado das ferramentas de Fibonacci requer certa sensibilidade por parte do trader. Às vezes, o mercado se comporta melhor com o primeiro traçado; às vezes, com o segundo.

No exemplo acima, vemos as retrações funcionando como resistências na correção do movimento de queda entre agosto e outubro na VALE5. O papel buscou cada uma das retrações. Se o último topo na retração de 0,618 for rompido, é sinal de que o ativo buscará a retração completa da baixa.