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O capítulo apresenta uma síntese da investigação empírica efectuada no âmbito da relação escola-família. Dos estudos analisados, salientam-se os relacionados com as perspectivas dos diversos actores sobre o modo como entendem o envolvimento na escola, pelo facto de apresentarem convergências com o presente estudo. Esta breve revisão do estado de arte nesta área funcionou como fio-condutor da presente investigação e será retomada no capítulo de discussão dos resultados, de forma a elucidar o caminho percorrido.

Deste modo, a revisão da literatura divide-se em três secções, relacionadas com as questões do estudo. A primeira secção dirige-se a estudos relacionados com as perspectivas de professores e encarregados de educação sobre a relação escola-família. A segunda engloba estudos contributivos sobre práticas de intervenção conducentes à construção do envolvimento parental na escola. Na terceira secção serão tecidas as conclusões referentes às linhas de investigação nesta área.

Participação e Desenvolvimento da Relação Escola-Família

Em Portugal, um dos estudos iniciais sobre as escolas e as famílias foi realizado por uma equipa de investigadores portugueses, coordenada pelo professor Don Davies e publicado em 1989, contando também com a colaboração de M. Adelina Villas-Boas, Ramiro Marques, Pedro Silva, entre outros.

Este estudo exploratório centrou-se nas relações entre as escolas e os pais de baixo estatuto socioeconómico, em nove distritos do país. Nesta análise, os encarregados de educação mostram não possuir conhecimentos sobre a escola enquanto organização para poderem exprimir com segurança opiniões em assuntos escolares. De um modo geral, referem que a escola é necessária, havendo alguns que a consideram como um meio para obter instrução e emprego. Apesar de proferirem um discurso positivo em relação à escola, na prática, isso parecia não acontecer, uma vez que não existiam deslocações a essa instituição, nem incentivo aos filhos; apesar de considerarem a escola importante, mostravam não acreditar no sucesso escolar dos seus filhos. Neste contexto, esta situação alerta para a necessidade de conhecer a forma como os encarregados de educação se localizam perante a

escola, com vista a uma melhor compreensão dos seus quadros de referência educativos, bem como da influência destes no envolvimento na escola.

A investigação faz sobressair a importância do conhecimento das perspectivas e das representações dos professores e do contributo que esse conhecimento pode dar para desfazer equívocos e criar relações de confiança. Além disso, permitirá clarificar o próprio modelo participativo, através de uma caracterização dos papéis dos diferentes actores do processo educativo. A família e a escola são duas instituições responsáveis pela formação e educação dos alunos. No sentido de conhecer como se relacionam estas instâncias, caracterizadas por permanente mudança, o estudo de Cabaça (1999) permitiu evidenciar não só os aspectos que facilitam o estabelecimento de uma relação harmoniosa, numa perspectiva de colaboração mútua mas também identificar factores que contribuem para o distanciamento entre a família e a escola, e que poderão determinar a existência de uma relação de conflitualidade. Para isso, debruçou-se sobre quatro aspectos: o olhar atento da escola à diversidade cultural dos seus alunos; o afastamento das famílias e o maior ou menor grau de conhecimento da vida escolar dos seus filhos; a cooperação ou conflito no desempenho das funções educativas; e a aproximação ou distanciamento no domínio da transmissão de valores. Neste sentido, o estudo propôs-se dar a conhecer, através do recurso à utilização do questionário, as razões do afastamento dos encarregados de educação relativamente à vida escolar dos seus filhos e dos possíveis desencontros entre as expectativas das famílias face à escola e aos professores, e dos professores no que diz respeito ao papel desempenhado pelas famílias na educação dos filhos. A amostra foi constituída por 145 professores e 224 encarregados de educação de duas escolas, com contextos sociais distintos, uma inserida num ambiente rural e a outra pertencente a uma zona predominantemente urbana.

Concluiu-se que a escola e a família se encontravam bastante distanciadas, quer no que dizia respeito ao conhecimento, por parte da escola, da realidade cultural dos alunos, quer no que se relacionava com o conhecimento, por parte dos encarregados de educação, dos problemas vividos na escola. Este afastamento era mais evidente quando a distância cultural que separava as duas instituições era maior. Ressalta também a ideia de que não há uma clara definição das funções educativas que permitia delinear o campo de acção específico da escola ou da família, constatando-se que existe uma área de intervenção comum, na qual se movem as duas instituições, embora sem articulação adequada. Notaram- -se opiniões críticas, de pais em relação aos professores e de professores em relação aos pais, quanto ao desempenho das suas funções educativas. Evidenciou-se também um distanciamento no domínio dos valores transmitidos e a transmitir pela escola e pela família.

No que diz respeito à presença dos pais na escola e à sua participação na vida escolar dos seus filhos, a relação que se estabelece limitava-se praticamente à comparência, muito esporádica, quer por iniciativa própria, quer quando são convocados para reuniões. Quando estão presentes em reuniões, a participação mais activa revela-se entre os pais com um nível mais elevado de habilitações e os que desempenham profissões mais elevadas socialmente. Os outros, geralmente, mantêm-se em silêncio, com uma atitude de passividade, alegando não se sentirem à vontade para falar ou para se exporem. Os pais evidenciam, na sua maioria, um fraco conhecimento da vida da escola frequentada pelos seus filhos e a sua intervenção, quer em termos de apresentação de sugestões para o plano anual de actividades, quer na participação em actividades extracurriculares, revela-se praticamente nula (Cabaça, 1999, pp. 284-293).

A identificação das estratégias que a família e os educadores consideram mais importantes para promover a participação/envolvimento da família na escola tem também sido objecto de estudo. O estudo de caso de Palminha (2005) procurou compreender o papel do educador como actor sócio-educativo e elemento principal no processo evolutivo da participação/envolvimento e reflectir sobre os aspectos positivos que a construção de laços sócio-educativos, entre a família-escola, poderá trazer em termos das práticas educativas no jardim de infância.

Da análise dos resultados, concluiu-se que, apesar de não existir um efectivo trabalho de parceria que permita a construção de laços sócio-educativos entre família e escola, derivado de factores como a mobilidade do corpo docente e a falta de disponibilidade dos pais devido à sua vida profissional, se expressam vontades de dar uma maior importância ao trabalho de parceria entre a escola e a família, como contributo para o aperfeiçoamento das práticas no jardim de infância (Palminha, 2005, pp. 177-178).

Também o estudo de Almeida (2004) se centrou na qualidade da participação das famílias na escola e indagou sobre as representações e expectativas de pais e professores, de uma escola de 2.º e 3.º ciclos do ensino básico, de forma a verificar a importância das famílias na escola, como mais-valia no processo de formação do aluno. Procurou conhecer os caminhos conducentes à participação das famílias na escola e mostrar que só uma forma de vida democrática baseada na procura de consensos pode trazer bons resultados na dinâmica entre as duas instâncias.

A investigação tinha ainda como objectivos conhecer as representações e expectativas dos pais e professores face à participação, enquanto actores educativos, conhecer as representações e expectativas dos pais e professores em relação à operacionalização da

participação, detectar dificuldades/problemas dos encarregados de educação e dos professores face à participação, conhecer as expectativas dos encarregados de educação face aos contributos decorrentes da participação, no processo de formação do aluno (Almeida, 2004, p. 10). A metodologia de análise qualitativa adoptada baseou-se na observação cuidada e análise de conteúdo das entrevista realizadas a cinco representantes dos pais, dois membros da direcção da associação de pais, dois directores de turma e à presidente do conselho executivo, numa escola de 2.º e 3.º ciclos do ensino básico.

A autora concluiu que a escola enfrenta novos desafios e novas responsabilidades, pelo que se torna fundamental a articulação de esforços por parte de todos os actores educativos. A relação escola-família é entendida como complementaridade, pois tanto encarregados de educação como professores reconhecem a importância da ligação, por ser uma forma de estarem informados. Só pela operacionalização da participação dos encarregados de educação, através de estratégias de envolvimento e cooperação entre os diversos actores, podem ser considerados intervenientes no processo de formação do aluno. Tanto encarregados de educação como professores defendem que a participação deve ter em vista interesses comuns, utilizando o diálogo como forma de encontrar estratégias e partilhar informação, numa base de confiança, havendo necessidade de se estabelecer a comunicação entre os encarregados de educação e a escola, mas também entre todos os encarregados de educação. O estudo permitiu ainda verificar que professores e encarregados de educação têm expectativas positivas em relação à participação, podendo ser concretizáveis, estando dependentes dos contactos que o professor/director de turma estabelece com os encarregados de educação e da forma como a gestão da escola faz a liderança (idem, pp. 104-110).

O trabalho de Sanches e Almeida (2004) consistiu num projecto de investigação sobre autonomia da escola e participação democrática na vida da escola. As conclusões do estudo sugerem que as associações de pais estão de acordo com as medidas políticas, considerando que as escolas devem “prestar contas” às comunidades, que o sistema educativo deve estar adaptado às diversidades do local, sendo fundamental a participação activa de pais e alunos. Quanto às confederações das associações de pais, estas mostram-se críticas em relação ao modelo, considerando que os professores mantiveram o controlo do processo, com resistências, e consideram que os pais mostraram alheamento em relação a este processo, limitando-se a discutir questões pessoais nas reuniões dos órgãos das escolas, o que se deve à falta de experiência neste âmbito, ao excesso de confiança nos professores e nos funcionários ou à sua indisponibilidade derivada da sua actividade profissional. Os professores são da opinião que a maioria dos pais está alheada da escola.

Sobre a instalação e o funcionamento do novo modelo organizacional, segundo o Decreto-Lei 115-A/98, os presidentes do conselho executivo destacam que os professores continuam a ser os principais responsáveis pela organização, funcionamento e articulação dos órgãos de gestão da escola, e que os pais são os principais agentes de participação, estando o envolvimento ou falta dele relacionado com o grau de instrução e com factores sócio- -económicos.

Das atitudes dos pais, foi valorizada a participação convergente, associada à colaboração ou à crítica construtiva. A participação de colaboração significa a simples presença dos pais nas reuniões dos órgãos de que fazem parte. Participar de forma colaborante, ou simplesmente participar, é sinónimo de estar presente com alguma assiduidade nas reuniões da assembleia de escola, do conselho pedagógico ou de conselho de turma. Os discursos dos presidentes do conselho executivo evidenciam que os pais não estão tão ausentes da escola como suposto, por exemplo, elegendo um novo actor para os representar – o representante dos pais de turma, que intervém num contexto mais restrito, sendo a sua intervenção considerada mais eficaz. Ressaltam ainda que os pais recorrem aos directores de turma, nem sempre quando contactados mas, com toda a certeza, quando eles próprios necessitam e entendem. Deste modo, parece haver uma distinção entre participação de pais e participação de representante de pais (Sanches & Almeida, 2004, pp. 373-375).

Embora a finalidade do estudo de Nunes (2004) tenha sido verificar os factores subjacentes ao abandono escolar do grupo étnico minoritário africano, está também relacionado com o posicionamento das famílias referentes à escola. Das conclusões do estudo retira-se, fundamentalmente, que a influência familiar parece ser determinante no abandono escolar, na medida em que os alunos que abandonaram a escola referem ter tido falta de apoio familiar, menos condições que os outros alunos, problemas de funcionalidade familiar e falta de auto-estima. Conclui-se, ainda, que existe uma forte correlação entre abandono e insucesso escolar. A falta de aproveitamento escolar e as retenções repetidas provocaram uma falta de interesse e de motivação para as actividades escolares, constituindo um estímulo ao abandono escolar (Nunes, 2004, pp. 126-127). Segundo o autor, para combater o abandono escolar,

há necessidade de uma conjugação de esforços dos diferentes agentes e instituições do sistema educativo em cooperação com outros intervenientes, nomeadamente através de políticas sociais e da promoção de uma adequada educação intercultural e de uma efectiva relação escola-família-comunidade (p. 130).

Outros trabalhos propõem-se conhecer e compreender de que modo as representações sociais que pais e professores construíram da escola determinam a relação que estabelecem entre si, confrontando o discurso e a prática de pais e professores. Assim, o estudo realizado por Pinto (2006) propôs-se saber como é que pais e professores se posicionam relativamente aos dois paradigmas fundamentais de escola, caracterizar a aproximação entre a família e a escola, saber qual a importância atribuída por pais e professores em relação à participação das famílias na vida da escola, identificar os obstáculos que se colocam ao envolvimento das famílias na escola, e caracterizar o envolvimento dos pais no movimento associativo (p. 135). Os resultados evidenciam que a presença dos encarregados de educação na escola ainda não é uma prática frequente, mantendo práticas tradicionais de relacionamento escola- -família, baseadas no desempenho académico dos alunos. O afastamento dos encarregados de educação é justificado pela perspectiva redutora acerca do seu papel na escola, pela falta de confiança nas suas capacidades, da cultura de escola que não promove a sua participação, da inexistência de programas de envolvimento dos encarregados de educação, da incompatibilidade em relação aos horários das actividades escolares e aos horários dos encarregados de educação – por razões profissionais e familiares –, e a falta de disponibilidade destes para participarem em actividades que consideram como pouco relevantes (idem, pp. 192-193).

O envolvimento da família não é perspectivado pelos professores como uma necessidade, pois consideram suficientes os contactos que estabelecem com os encarregados de educação, apesar de alguns deles manifestarem vontade de ter uma relação mais próxima com a escola. No entanto, tanto professores como encarregados de educação são unânimes em considerar que estes devem acompanhar os seus educandos no processo de aprendizagem e nos aspectos da vida da escola, salvaguardando a sala de aula e a parte pedagógica, que continua a ser exclusiva dos professores, que se manifestam desconfortáveis com a possibilidade dos encarregados de educação interferirem nessa área.

Verificou-se alguma ambiguidade no discurso dos actores sociais, pois por um lado, as percepções parecem tender para uma representação de escola como comunidade educativa, mas por outro lado, encontram-se características contrárias a este paradigma e que se identificam mais com a representação tradicional, uma vez que os professores apreciam positivamente o estabelecimento de contactos com os pais quando estes revelam dependência em relação a si próprios, permitindo que ocupem uma posição dominante em relação aos encarregados de educação. Desta forma, os encarregados de educação pareciam adoptar uma

posição de conformidade, ao considerarem que “participar nas actividades da escola” significava apenas estar presente nas reuniões e noutras actividades organizadas pela escola.

Todavia, este tipo de perspectiva, como salienta Pinto (2006), não tem em conta os interesses e as necessidades dos encarregados de educação, levando a que estes se sintam desmotivados e não apresentem iniciativas:

Dado que a escola valoriza uma participação passiva dos pais/encarregados de educação, individualizada e de certo modo ocasional, consequentemente, verifica-se desmotivação para um maior envolvimento em actividades colectivas, indisponibilidade para o associativismo e para tomadas de posição que questionem os valores da escola (p. 198).

A perspectiva dos professores foi também analisada por Colaço (2007), ao pretender conhecer quais as formas de envolvimento das famílias que favorecem o sucesso educativo dos alunos, na perspectiva dos professores do 1.º ciclo do ensino básico. O objectivo da investigação é verificar se os professores do 1.º ciclo valorizam a relação informal e individual com os encarregados de educação, cada família, envolvendo-a na vida escolar do seu filho, ou se privilegiam a participação formal e colectiva dos encarregados de educação. Para o efeito, procurou conhecer as percepções dos professores sobre a importância e especificidade das relações informais entre professores e encarregados de educação no 1.º ciclo e saber a sua opinião acerca da utilidade da participação dos encarregados de educação na avaliação dos professores.

De acordo com os resultados, apesar dos professores considerarem que a iniciativa de envolver as famílias na vida escolar dos filhos não pertence aos encarregados de educação, não se mostraram consensuais quanto a essa iniciativa pertencer aos professores. Opinam ainda que o motivo dos encarregados de educação não se envolverem tanto na vida escolar dos filhos não tem a ver com razões imputáveis à escola ou aos professores, mas que se deve ao desinteresse dos encarregados de educação. O estudo arbitra que não é uma prioridade dos professores tomar atitudes para envolver os encarregados de educação na escola. Os professores atribuem sobretudo as causas do sucesso educativo a factores ligados às características do aluno e fazem-no depender do bom desempenho do professor e da escola, do que ao facto dos encarregados de educação se envolverem mais ou menos na vida escolar dos filhos.

Por outro lado, os professores pareciam relacionar o sucesso educativo mais com o envolvimento dos encarregados de educação em actividades de aprendizagem em casa do que com a sua participação na definição das políticas educativas de escola. Em resumo, a maioria dos professores considerava que a participação dos encarregados de educação nos órgãos da

escola pouco contribuiria para o sucesso educativo, havendo uma percentagem significativa de docentes a mencionar não reconhecer qualquer efeito positivo desse tipo de participação.

Verificou-se ainda que são os pais de nível sociocultural mais próximo ao da escola que mais vezes se deslocam à instituição, o que poderá indicar que serão estes pais os que mais se envolvem na vida escolar dos filhos. Os resultados mostraram ainda que os professores quando comunicam directamente com os encarregados de educação preferem fazê-lo de forma individual e formal. Mais de metade dos professores referiu não ter tido qualquer formação na área da relação escola-família, nem na formação inicial, nem na formação contínua.

Não obstante o estudo indicar que os professores não estavam a desempenhar o seu papel junto dos encarregados de educação, a autora refere que a arbitragem desta relação está nas mãos dos professores, já que são estes que contactam directamente com os encarregados de educação e, portanto, são eles que necessitam de os envolver na vida escolar dos educandos, desempenhando um papel de mediadores (Colaço, 2007, pp. 202-205).

A investigação levada a cabo por Santos (2007) analisa a problemática da relação escola-família, com o propósito de investigar o processo de comunicação entre a escola e a família, no âmbito do 2.º ciclo do ensino básico. O estudo de caso foi realizado em duas turmas de 5.º ano (uma rural e a outra urbana), junto de encarregados de educação, alunos, professores, directores de turma, professor tutor e presidente do conselho executivo, tendo sido aplicado um inquérito por questionário e realizadas, previamente, entrevistas exploratórias. Quanto aos objectivos, propôs-se compreender o modo como emergem e se actualizam as relações das famílias com a escola, pesquisar a natureza da relação e dos contactos estabelecidos entre a escola e a família, desvendar itinerários comunicacionais estabelecidos ou a estabelecer entre a escola e a família, identificar fluxos informativos entre professores e encarregados de educação, perceber como se articula a comunicação escola- -família através do director de turma, saber quando é que as famílias vêm mais à escola e que obstáculos se lhes afiguram e estabelecem as mudanças a que deve a escola proceder para promover um maior envolvimento familiar (p. 115).

Relativamente aos contactos entre pais e professores, a frequência dos contactos varia

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