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Revogação da gratuidade

No documento Prof. Henrique Santillo (páginas 32-37)

da justiça!

1. Revogação da gratuidade

2.

Permitir o parcelamento dos valores devidos:

§ 8º Na hipótese do § 1º, inciso IX, havendo dúvida fundada quanto ao preenchimento atual dos pressupostos para a concessão de gratuidade, o notário ou registrador, após praticar o ato, pode requerer, ao juízo competente para decidir questões notariais ou registrais, a revogação total ou parcial do benefício ou a sua substituição pelo parcelamento de que trata o § 6º deste artigo, caso em que o beneficiário será citado para, em 15 (quinze) dias, manifestar-se sobre esse requerimento.

Superada essa questão, uma dúvida surge: e se a parte beneficiária da justiça gratuita sucumbir no processo, ou seja, se ela perder? Como fica a questão dos ônus de sucumbência?

Veja:

Art. 98 (...) § 2º A concessão de gratuidade não afasta a responsabilidade do beneficiário pelas despesas processuais e pelos honorários advocatícios decorrentes de sua sucumbência.

§ 3º Vencido o beneficiário, as obrigações decorrentes de sua sucumbência ficarão sob condição suspensiva de exigibilidade e somente poderão ser executadas se, nos 5 (cinco) anos subsequentes ao trânsito em julgado da decisão que as certificou, o credor demonstrar que deixou de existir a situação de insuficiência de recursos que justificou a concessão de gratuidade, extinguindo-se, passado esse prazo, tais obrigações do beneficiário.

Atenção, pois esta informação é muito relevante:

A gratuidade da justiça não afasta a condenação ao ônus da sucumbência daquele que faz jus a seu benefício:

se o beneficiário da gratuidade (seja autor ou réu) for vencido, ele deverá ser condenado ao pagamento das despesas e honorários.

No entanto, essa obrigação ficará suspensa pelo prazo de 5 anos contados da data em que a sentença transitou em julgado. Trata-se de uma condenação com condição suspensiva.

O que isso quer dizer, professor?

Que só será possível cobrar os valores com o advento de uma condição:

☞ A mudança na condição financeira do vencido dentro desses 5 anos.

Vamos ilustrar?

Suponha que a parte beneficiária da justiça gratuita, 3 anos após o trânsito em julgado de uma sentença que o condenou ao pagamento de custas, ganhe milhões de reais na loteria, o que claramente provoca uma mudança na condição financeira. Nesse caso, a parte que venceu o processo poderá executar os valores da sucumbência (já que a melhora financeira da parte perdedora ocorreu dentro de 5 anos do trânsito em julgado).

O assunto gratuidade da justiça é muito importante para a sua prova!

Olha como isso foi cobrado recentemente:

(CESPE – TJ/AM – 2019) Rodrigo deixou de cumprir sua parte em obrigação de fazer firmada com Vinícius. Para assegurar seu direito, Vinícius ajuizou ação em desfavor de Rodrigo.

Considerando essa situação hipotética, julgue o item subsequente.

Ainda que beneficiário da gratuidade de justiça, Rodrigo não se exime da responsabilidade referente às despesas processuais e aos honorários advocatícios decorrentes da sucumbência.

RESOLUÇÃO:

Isso mesmo! Ainda que tenha sido agraciado com a concessão do benefício da gratuidade da justiça, Rodrigo ainda continua responsável pelas despesas processuais e honorários advocatícios decorrentes de sua sucumbência!

Art. 98 (...) § 2º A concessão de gratuidade não afasta a responsabilidade do beneficiário pelas despesas processuais e pelos honorários advocatícios decorrentes de sua sucumbência.

§ 3º Vencido o beneficiário, as obrigações decorrentes de sua sucumbência ficarão sob condição suspensiva de exigibilidade e somente poderão ser executadas se, nos 5 (cinco) anos subsequentes ao trânsito em julgado da decisão que as certificou, o credor demonstrar que deixou de existir a situação de insuficiência de recursos que justificou a concessão de gratuidade, extinguindo-se, passado esse prazo, tais obrigações do beneficiário.

Item correto.

Te dou mais uma questão:

(CESPE – DPE/PE – 2018 - Adaptada) Julgue a assertiva abaixo:

A gratuidade de justiça afasta a responsabilidade de pagamento dos honorários advocatícios decorrentes da sucumbência do seu beneficiário.

RESOLUÇÃO:

Negativo! A concessão do benefício da gratuidade não afasta a obrigação do pagamento de honorários advocatícios decorrentes da sucumbência do beneficiário.

Como vimos, o que ocorre é um “congelamento” dessa obrigação por 5 anos. Se as condições financeiras do beneficiário melhorarem dentro desse período, aí sim os honorários advocatícios e as outras despesas sucumbenciais serão devidas!

Agora, pensando na parte que possui alguns recursos, mas não o suficiente para arcar de forma integral com os custos do processo, o Código trouxe duas possibilidades: a justiça gratuita parcial2 e o parcelamento das despesas.

§ 5º A gratuidade poderá ser concedida em relação a algum ou a todos os atos processuais, ou consistir na redução percentual de despesas processuais que o beneficiário tiver de adiantar no curso do procedimento.

§ 6º Conforme o caso, o juiz poderá conceder direito ao parcelamento de despesas processuais que o beneficiário tiver de adiantar no curso do procedimento.

Portanto, temos que ter em mente que a justiça gratuita parcial traz três possibilidades que podem facilitar bastante a vida de quem não pode arcar totalmente com os custos do processo:

Gratuidade de alguns dos atos do processo

Redução de parte das despesas que deverão ser adiantadas.

Parcelamento de despesas.

Mais uma questão:

2 Terminologia adotada pelo professor Gajardoni.

(FGV – TJ/AL – 2018 - Adaptada) Julgue a assertiva abaixo:

A gratuidade de justiça pode abarcar um, alguns ou todos os atos, ou consistir na redução percentual das despesas a cargo do beneficiário.

RESOLUÇÃO:

Excelente! O enunciado nos trouxe três possibilidades que podem facilitar bastante a vida de quem não pode arcar totalmente com os custos do processo:

→ Gratuidade para alguns dos atos do processo

Redução de parte das despesas que deverão ser adiantadas.

Vamos ver, na prática, como funciona o procedimento de concessão do benefício. Como se deve requerer a gratuidade de justiça?

Art. 99. O pedido de gratuidade da justiça pode ser formulado na petição inicial, na contestação, na petição para ingresso de terceiro no processo ou em recurso.

Portanto, pode haver o requerimento de concessão:

Nas fases iniciais do processo → por meio da petição inicial e da contestação),

Em fases posteriores → através de petição para ingresso de terceiro no processo ou em grau recursal).

Olha só:

(FCC – DPE/RS – 2013 – Adaptada) Julgue o item abaixo:

A gratuidade da justiça abrange apenas o primeiro grau de jurisdição.

RESOLUÇÃO:

O CPC/2015 não restringe a concessão da gratuidade ao primeiro grau de jurisdição, sendo possível o requerimento da concessão do benefício no recurso:

Art. 99. O pedido de gratuidade da justiça pode ser formulado na petição inicial, na contestação, na petição para ingresso de terceiro no processo ou em recurso.

§7º Requerida a concessão de gratuidade da justiça em recurso, o recorrente estará dispensado de comprovar o recolhimento do preparo, incumbindo ao relator, neste caso, apreciar o requerimento e, se indeferi-lo, fixar prazo para realização do recolhimento.

Assim, o item está incorreto.

No entanto, pode acontecer de a parte, no curso do processo, passar por dificuldades financeiras.

É o caso de um autor que, ao ajuizar uma ação, se encontrava empregado, ganhando o suficiente para cobrir as despesas que lhe eram devidas; mas, no meio do processo, é demitido e passa a enfrentar graves dificuldades financeiras.

Foi pensando nesses casos que o CPC/2015 permitiu que o pedido de gratuidade seja feito em qualquer momento do processo, por meio de petição simples, o que não paralisará o curso normal do processo:

§ 1º Se superveniente à primeira manifestação da parte na instância, o pedido poderá ser formulado por petição simples, nos autos do próprio processo, e não suspenderá seu curso.

Quando o juiz analisa o pedido que lhe foi apresentado, pode ser que ele encontre nos autos do processo algum elemento que evidencie a ausência de algum requisito para a concessão da justiça gratuita. Ele não deverá negar de plano, de imediato o pedido: ele deverá determinar a emenda do requerimento para que possibilite ao requerente a apresentação de provas para o convencer de que a parte que pediu faz jus ao benefício:

§ 2º O juiz somente poderá indeferir o pedido se houver nos autos elementos que evidenciem a falta dos pressupostos legais para a concessão de gratuidade, devendo, antes de indeferir o pedido, determinar à parte a comprovação do preenchimento dos referidos pressupostos.

Já nos casos em que a parte pleiteia o benefício da gratuidade no âmbito de um recurso, ela fica dispensada de recolher o preparo, ou seja, de pagar a taxa que normalmente se cobra para uma parte interpor algum recurso. No entanto, se o relator, no âmbito do tribunal, não conceder a gratuidade pretendida, a parte deverá efetuar o pagamento do preparo, sob pena de deserção (ou seja, seu recurso não será analisado):

§ 7º Requerida a concessão de gratuidade da justiça em recurso, o recorrente estará dispensado de comprovar o recolhimento do preparo, incumbindo ao relator, neste caso, apreciar o requerimento e, se indeferi-lo, fixar prazo para realização do recolhimento.

Suponhamos que o pedido de gratuidade seja deferido pelo juiz. E se a parte contrária quiser impugnar a concessão do benefício?

Existem algumas regras em relação a impugnação, veja:

A impugnação será apresentada em um tópico a ser inserido na própria petição em que haverá a manifestação da parte quanto ao andamento do processo de uma forma geral.

Ou seja, isso poderá acontecer nos seguintes momentos:

No documento Prof. Henrique Santillo (páginas 32-37)

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