da justiça!
1. Revogação da gratuidade
2.
Permitir o parcelamento dos valores devidos:§ 8º Na hipótese do § 1º, inciso IX, havendo dúvida fundada quanto ao preenchimento atual dos pressupostos para a concessão de gratuidade, o notário ou registrador, após praticar o ato, pode requerer, ao juízo competente para decidir questões notariais ou registrais, a revogação total ou parcial do benefício ou a sua substituição pelo parcelamento de que trata o § 6º deste artigo, caso em que o beneficiário será citado para, em 15 (quinze) dias, manifestar-se sobre esse requerimento.
Superada essa questão, uma dúvida surge: e se a parte beneficiária da justiça gratuita sucumbir no processo, ou seja, se ela perder? Como fica a questão dos ônus de sucumbência?
Veja:
Art. 98 (...) § 2º A concessão de gratuidade não afasta a responsabilidade do beneficiário pelas despesas processuais e pelos honorários advocatícios decorrentes de sua sucumbência.
§ 3º Vencido o beneficiário, as obrigações decorrentes de sua sucumbência ficarão sob condição suspensiva de exigibilidade e somente poderão ser executadas se, nos 5 (cinco) anos subsequentes ao trânsito em julgado da decisão que as certificou, o credor demonstrar que deixou de existir a situação de insuficiência de recursos que justificou a concessão de gratuidade, extinguindo-se, passado esse prazo, tais obrigações do beneficiário.
Atenção, pois esta informação é muito relevante:
A gratuidade da justiça não afasta a condenação ao ônus da sucumbência daquele que faz jus a seu benefício:
se o beneficiário da gratuidade (seja autor ou réu) for vencido, ele deverá ser condenado ao pagamento das despesas e honorários.
No entanto, essa obrigação ficará suspensa pelo prazo de 5 anos contados da data em que a sentença transitou em julgado. Trata-se de uma condenação com condição suspensiva.
O que isso quer dizer, professor?
Que só será possível cobrar os valores com o advento de uma condição:
☞ A mudança na condição financeira do vencido dentro desses 5 anos.
Vamos ilustrar?
Suponha que a parte beneficiária da justiça gratuita, 3 anos após o trânsito em julgado de uma sentença que o condenou ao pagamento de custas, ganhe milhões de reais na loteria, o que claramente provoca uma mudança na condição financeira. Nesse caso, a parte que venceu o processo poderá executar os valores da sucumbência (já que a melhora financeira da parte perdedora ocorreu dentro de 5 anos do trânsito em julgado).
O assunto gratuidade da justiça é muito importante para a sua prova!
Olha como isso foi cobrado recentemente:
(CESPE – TJ/AM – 2019) Rodrigo deixou de cumprir sua parte em obrigação de fazer firmada com Vinícius. Para assegurar seu direito, Vinícius ajuizou ação em desfavor de Rodrigo.
Considerando essa situação hipotética, julgue o item subsequente.
Ainda que beneficiário da gratuidade de justiça, Rodrigo não se exime da responsabilidade referente às despesas processuais e aos honorários advocatícios decorrentes da sucumbência.
RESOLUÇÃO:
Isso mesmo! Ainda que tenha sido agraciado com a concessão do benefício da gratuidade da justiça, Rodrigo ainda continua responsável pelas despesas processuais e honorários advocatícios decorrentes de sua sucumbência!
Art. 98 (...) § 2º A concessão de gratuidade não afasta a responsabilidade do beneficiário pelas despesas processuais e pelos honorários advocatícios decorrentes de sua sucumbência.
§ 3º Vencido o beneficiário, as obrigações decorrentes de sua sucumbência ficarão sob condição suspensiva de exigibilidade e somente poderão ser executadas se, nos 5 (cinco) anos subsequentes ao trânsito em julgado da decisão que as certificou, o credor demonstrar que deixou de existir a situação de insuficiência de recursos que justificou a concessão de gratuidade, extinguindo-se, passado esse prazo, tais obrigações do beneficiário.
Item correto.
Te dou mais uma questão:
(CESPE – DPE/PE – 2018 - Adaptada) Julgue a assertiva abaixo:
A gratuidade de justiça afasta a responsabilidade de pagamento dos honorários advocatícios decorrentes da sucumbência do seu beneficiário.
RESOLUÇÃO:
Negativo! A concessão do benefício da gratuidade não afasta a obrigação do pagamento de honorários advocatícios decorrentes da sucumbência do beneficiário.
Como vimos, o que ocorre é um “congelamento” dessa obrigação por 5 anos. Se as condições financeiras do beneficiário melhorarem dentro desse período, aí sim os honorários advocatícios e as outras despesas sucumbenciais serão devidas!
Agora, pensando na parte que possui alguns recursos, mas não o suficiente para arcar de forma integral com os custos do processo, o Código trouxe duas possibilidades: a justiça gratuita parcial2 e o parcelamento das despesas.
§ 5º A gratuidade poderá ser concedida em relação a algum ou a todos os atos processuais, ou consistir na redução percentual de despesas processuais que o beneficiário tiver de adiantar no curso do procedimento.
§ 6º Conforme o caso, o juiz poderá conceder direito ao parcelamento de despesas processuais que o beneficiário tiver de adiantar no curso do procedimento.
Portanto, temos que ter em mente que a justiça gratuita parcial traz três possibilidades que podem facilitar bastante a vida de quem não pode arcar totalmente com os custos do processo:
✔
Gratuidade de alguns dos atos do processo✔
Redução de parte das despesas que deverão ser adiantadas.✔
Parcelamento de despesas.Mais uma questão:
2 Terminologia adotada pelo professor Gajardoni.
(FGV – TJ/AL – 2018 - Adaptada) Julgue a assertiva abaixo:
A gratuidade de justiça pode abarcar um, alguns ou todos os atos, ou consistir na redução percentual das despesas a cargo do beneficiário.
RESOLUÇÃO:
Excelente! O enunciado nos trouxe três possibilidades que podem facilitar bastante a vida de quem não pode arcar totalmente com os custos do processo:
→ Gratuidade para alguns dos atos do processo
→ Redução de parte das despesas que deverão ser adiantadas.
Vamos ver, na prática, como funciona o procedimento de concessão do benefício. Como se deve requerer a gratuidade de justiça?
Art. 99. O pedido de gratuidade da justiça pode ser formulado na petição inicial, na contestação, na petição para ingresso de terceiro no processo ou em recurso.
Portanto, pode haver o requerimento de concessão:
Nas fases iniciais do processo → por meio da petição inicial e da contestação),
Em fases posteriores → através de petição para ingresso de terceiro no processo ou em grau recursal).
Olha só:
(FCC – DPE/RS – 2013 – Adaptada) Julgue o item abaixo:
A gratuidade da justiça abrange apenas o primeiro grau de jurisdição.
RESOLUÇÃO:
O CPC/2015 não restringe a concessão da gratuidade ao primeiro grau de jurisdição, sendo possível o requerimento da concessão do benefício no recurso:
Art. 99. O pedido de gratuidade da justiça pode ser formulado na petição inicial, na contestação, na petição para ingresso de terceiro no processo ou em recurso.
§7º Requerida a concessão de gratuidade da justiça em recurso, o recorrente estará dispensado de comprovar o recolhimento do preparo, incumbindo ao relator, neste caso, apreciar o requerimento e, se indeferi-lo, fixar prazo para realização do recolhimento.
Assim, o item está incorreto.
No entanto, pode acontecer de a parte, no curso do processo, passar por dificuldades financeiras.
É o caso de um autor que, ao ajuizar uma ação, se encontrava empregado, ganhando o suficiente para cobrir as despesas que lhe eram devidas; mas, no meio do processo, é demitido e passa a enfrentar graves dificuldades financeiras.
Foi pensando nesses casos que o CPC/2015 permitiu que o pedido de gratuidade seja feito em qualquer momento do processo, por meio de petição simples, o que não paralisará o curso normal do processo:
§ 1º Se superveniente à primeira manifestação da parte na instância, o pedido poderá ser formulado por petição simples, nos autos do próprio processo, e não suspenderá seu curso.
Quando o juiz analisa o pedido que lhe foi apresentado, pode ser que ele encontre nos autos do processo algum elemento que evidencie a ausência de algum requisito para a concessão da justiça gratuita. Ele não deverá negar de plano, de imediato o pedido: ele deverá determinar a emenda do requerimento para que possibilite ao requerente a apresentação de provas para o convencer de que a parte que pediu faz jus ao benefício:
§ 2º O juiz somente poderá indeferir o pedido se houver nos autos elementos que evidenciem a falta dos pressupostos legais para a concessão de gratuidade, devendo, antes de indeferir o pedido, determinar à parte a comprovação do preenchimento dos referidos pressupostos.
Já nos casos em que a parte pleiteia o benefício da gratuidade no âmbito de um recurso, ela fica dispensada de recolher o preparo, ou seja, de pagar a taxa que normalmente se cobra para uma parte interpor algum recurso. No entanto, se o relator, no âmbito do tribunal, não conceder a gratuidade pretendida, a parte deverá efetuar o pagamento do preparo, sob pena de deserção (ou seja, seu recurso não será analisado):
§ 7º Requerida a concessão de gratuidade da justiça em recurso, o recorrente estará dispensado de comprovar o recolhimento do preparo, incumbindo ao relator, neste caso, apreciar o requerimento e, se indeferi-lo, fixar prazo para realização do recolhimento.
Suponhamos que o pedido de gratuidade seja deferido pelo juiz. E se a parte contrária quiser impugnar a concessão do benefício?
Existem algumas regras em relação a impugnação, veja:
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A impugnação será apresentada em um tópico a ser inserido na própria petição em que haverá a manifestação da parte quanto ao andamento do processo de uma forma geral.Ou seja, isso poderá acontecer nos seguintes momentos: