• Nenhum resultado encontrado

Rio Verde: Vista aérea do Complexo Industrial da COMIGO

O farelo é comercializado para a fabricação de ração nos mercados interno e externo. O óleo é refinado e enlatado com marcas COMIGO e BRASILEIRO com o processamento e enlatamento de até 150 t/dia. Em curto espaço de tempo, conquistou a aceitação em diversos estados brasileiro. Para a borra, eliminada no processo de refino, no ano de 1985, foi instalada a saboaria, onde é fabricado o sabão LAV-COMIGO, hoje simplesmente COMIGO, com uma produção de 20 t/dia. No Quadro 5 está a capacidade agroindustrial da COMIGO.

Ramos de Atividades Capacidade

Moageira de Soja 3.500 t/dia

Refinaria de Óleo de Soja 200 t/dia

Fábrica de Fertilizantes 90 t/h

Fábrica de Ração 40 t/h

Fábrica de Sabão 20 t/dia

Unidade de Processamento de Leite 120 mil l/dia

Unidade de Sal Mineralizado 36 t/dia

Unidade de Descaroçamento de Algodão 7.500 @/dia

Unidade de Beneficiamento de Sementes 200 mil sacos/ano

QUADRO 5 - COMIGO: Capacidade Agroindustrial - 2005 FONTE: Relatório do Conselho de Administração COMIGO – 12/2005 ORG.: GONÇALES, C., 2006.

Em recente estudo sobre a competitividade na indústria de óleos vegetais, Coutinho e Ferraz (1993, p.11) assim se referem à COMIGO, inferindo para as demais cooperativas, quando aborda a questão das estratégias empresariais:

Além da comercialização de grãos em grande escala, a COMIGO processa soja e produz óleo refinado e enlatado, em uma moderna planta industrial. O caminho da diversificação agroindustrial está conduzindo a cooperativa à abertura de leque de empreendimentos agroindustriais, com a implantação de uma fabrica de rações, além de uma algodoeira. Os planos de investimentos futuros incluem a construção de uma fábrica de laticínios e, principalmente, um abatedouro de aves e suínos. As cooperativas possuem uma lógica própria segundo a qual a diversificação de atividades atende prioritariamente à base produtiva dos seus cooperados [...] As cooperativas não competem com as empresas líderes do complexo soja nacional, mas dirigem sua produção para os mercados regionais, onde competem por preço.

Observa-se que a posição do cooperativismo no contexto do desenvolvimento econômico brasileiro obedeceu à lógica da dinâmica do capital em seu processo de internacionalização. Concordamos que as cooperativas têm desempenhado um papel fundamental no processo de desenvolvimento e modernização da agricultura, mas ao exportarem matérias-primas, acabam ficando numa função secundária na cadeia agroalimentar, pois essas cooperativas atuam numa esfera em que há menor inversão de capital e maiores riscos e oscilações. Nesse sentido, concordamos com Panzutti (1997), as empresas cooperativas, para fazerem frente às exigências do mercado e a modernização de seus associados, terão que se tornar macro-organizações e, para tanto, necessitam de recursos financeiros, que viriam através do associado ou através de financiamento. Nesse aspecto, as cooperativas de crédito rural têm funcionado como instrumentos de repasse de recursos do Tesouro Nacional e, também, dos demais agentes de crédito, por estarem mais próximas do produtor e pela capilaridade de suas instituições.

A COMIGO é de grande importância no Estado de Goiás, sendo em parte responsável pela elevada participação das cooperativas na arrecadação total do ICMS que foi de 8.542.018,38, no exercício de 2005, e encontra-se no momento implementando seu parque industrial com novas tecnologias para melhorar suas atividades. As cooperativas são, em si, um universo heterogêneo e, entre si, distinguem-se por realizar ou não atividades agroindustriais, possuírem ou não os seus centros de decisão na região, produzirem em setores mais ou menos dinâmicos, assim como adotarem, ou não, uma atitude empresarial na busca de diversificação produtiva, respeitando evidentemente as normas e especificidades do cooperativismo.

Em 1996, um importante passo para o desenvolvimento da região e da cooperativa foi a aquisição de um misturador de adubos por solicitação dos cooperados, motivado pelos altos preços e pelo poder de barganha das empresas que comercializavam fertilizantes. Esta iniciativa apresenta um grande sucesso, evoluindo de 20 mil t. de adubos entregues aos cooperados no primeiro ano, para cerca de 112 mil t. em 2001. A garantia de produção e de comercialização de adubos, pela cooperativa, foi um importante elemento de competitividade para a produção de soja local.

Ainda em meados dos anos de 1990, com a finalidade de desenvolver agricultura local e mercado para os produtos oriundos do processamento da soja, a COMIGO inovou fomentando entre os produtores associados a atividade da suinocultura na região. Inicialmente foi formada uma joint-venture com a Dalland, empresa Holandesa, com o objetivo de instalar um pólo de desenvolvimento genético de suínos na região.

Esta atitude inicia uma importante fase, em que a cooperativa procura manter o seu foco no SAG-Soja, mas acredita em formas diferentes de promover o desenvolvimento de seus associados, sem, entretanto se envolver diretamente em outras atividades.

Em 1996, a COMIGO mobilizou os produtores rurais para reuniões diretamente com a Perdigão, de forma a incentivar e atrair a instalação desta empresa em Rio Verde, o que acaba por ocorrer, efetivamente, com sua inauguração em 2000.

Deste modo, ocorre a formação de uma importante rede, onde uma parcela desta é responsável pelo desenvolvimento genético para a produção de matrizes; a segunda iniciativa à integração; e uma terceira ainda possibilita a colocação de rações, e, por fim, a economia local é incrementada e, assim, o produtor rural tem acesso a alternativas de renda.

A Dalland-COMIGO fornece parte das fêmeas e dos machos para o Projeto Buriti da Perdigão, e como conseqüência, os produtores associados à COMIGO participam de contratos de fornecimento com a Perdigão.

Para dar um atendimento técnico e de qualidade aos seus cooperados, a COMIGO associou-se à Cooperativa Central Agropecuária de Desenvolvimento Tecnológico e Econômico Ltda (COODETEC), em 1999, com a finalidade de desenvolver e disponibilizar sementes de soja, algodão, milho e trigo adaptadas à região de cerrados e, atendendo à solicitação dos cooperados, adquiriu uma área destinada à pesquisa. Uma área de 114 hectares, localizada a 15 km da cidade, onde foi implantado o Centro Tecnológico COMIGO (CTC), destinado a gerar experimentos e pesquisas agropecuárias e a difundi-las com o objetivo de auxiliar as atividades dos produtores rurais da região. As empresas, entidades,

faculdades e instituições convidadas para realizar o trabalho aceitaram o desafio, permitindo a implantação definitiva do projeto em 2001.

O Encontro Tecnológico que a COMIGO realizava em seu Centro Tecnológico (CTC) ganhou dimensão e, a partir de 2004, passou a se chamar AGRISHOW COMIGO. Uma parceria entre duas marcas fortes, AGRISHOW e COMIGO, foi firmada para dar maior amplitude ao evento. Essa feira tecnológica agropecuária veio para ficar registrada no calendário oficial de eventos agropecuários do país, como uma das principais do setor. Nela, o visitante conhece diversos experimentos de campo que visam auxiliar o produtor rural, bem como as novidades de máquina e equipamentos utilizados no agronegócio (Foto 5).

FOTO 5 – Rio Verde: Vista aérea do Centro Tecnológico da COMIGO