4 RESULTADOS E DISCUSSÃO
4.2 RISCO ESPACIAL DE INCÊNDIOS
4.2.1.6 Mapa do zoneamento de risco de incêndios
4.2.2.1.4 Risco de incêndio em função do material combustível
a) coeficiente de risco segundo a carga total do material combustível;
O coeficiente de risco segundo a carga total do material combustível foi definido em função das quantidades médias de combustível registradas em cada fitofisionomia. Os valores referentes às cargas totais médias por fitofisionomias, o nível de risco e seus respectivos coeficientes estão representados no QUADRO 2.
FITOFISIONOMIA CARGA (Mg/ha) COEFICIENTE RISCO
CAMPO HIGRO-HIDRÓFILO 23,70 5 extremo
AFLORAMENTO ROCHOSO 24,02 5 extremo
CAMPO SUJO 14,56 3 alto
CAMPO CERRADO 14,60 3 alto
CAMPO CERRADO ALTERADO 14,35 3 alto
CERRADO STRICTO SENSU 15,49 4 muito alto
QUADRO 2 – RISCO DE INCÊNDIO SEGUNDO A CARGA TOTAL DO MATERIAL COMBUSTÍVEL POR FITOFISIONOMIA NO PARQUE ESTADUAL DO CERRADO
FONTE: O autor (2010)
Em função da carga de material combustível, o risco extremo de incêndio foi identificado nas fisionomias campestres do campo higro-hidrófilo e afloramento rochoso. Com relação às fisionomias savânicas o risco muito alto foi identificado na
fisionomia de cerrado sensu stricto e as demais fisionomias de campo sujo, campo cerrado e campo cerrado alterado foram classificadas como risco alto de incêndio.
b) coeficiente de risco segundo a carga do material combustível semi-perigoso;
O coeficiente de risco segundo a carga do material combustível semi- perigoso foi definido pela somatória das cargas das classes herbácea e verde lenhoso com diâmetro inferior a 0,7 cm (V1), registradas em cada fitofisionomia. Os valores referentes às cargas do material combustível semi-perigoso por fitofisionomias, o nível de risco e seus respectivos coeficientes estão representados no QUADRO 3.
FITOFISIONOMIA MSP (Mg/ha) COEFICIENTE RISCO
CAMPO HIGRO-HIDRÓFILO 13,41 3 alto
AFLORAMENTO ROCHOSO 12,13 3 alto
CAMPO SUJO 7,14 2 moderado
CAMPO CERRADO 4,56 1 baixo
CAMPO CERRADO ALTERADO 3,14 1 baixo
CERRADO STRICTO SENSU 7,06 2 moderado
QUADRO 3 – RISCO DE INCÊNDIO SEGUNDO A CARGA DO MATERIAL COMBUSTÍVEL SEMI-PERIGOSO POR FITOFISIONOMIA NO PARQUE ESTADUAL DO CERRADO
FONTE: O autor (2010)
MSP: carga do material combustível semi-perigoso, resultante da somatória entre as cargas das classes herbácea e verde lenhoso com diâmetro inferior a 0,7 cm (V1)
Em função da carga de material combustível semi-perigoso, o risco alto de incêndio foi identificado nas fisionomias campestres do campo higro-hidrófilo e afloramento rochoso. Com relação às fisionomias savânicas o risco moderado foi identificado na fisionomia de cerrado sensu stricto e campo sujo e as demais fisionomias de campo cerrado e campo cerrado alterado foram classificadas como risco baixo de incêndio.
c) coeficiente de risco segundo a carga do material combustível perigoso;
O coeficiente de risco segundo a carga do material combustível perigoso foi definido pela somatória das cargas das classes miscelânea e seco lenhoso com diâmetro inferior a 0,7 cm (S1), registradas em cada fitofisionomia. Os valores referentes às cargas do material combustível perigoso por fitofisionomias, o nível de risco e seus respectivos coeficientes estão representados no QUADRO 4.
FITOFISIONOMIA MP (Mg/ha) COEFICIENTE RISCO
CAMPO HIGRO-HIDRÓFILO 9,84 2 moderado
AFLORAMENTO ROCHOSO 8,77 2 moderado
CAMPO SUJO 3,99 1 baixo
CAMPO CERRADO 4,55 1 baixo
CAMPO CERRADO ALTERADO 7,36 2 moderado
CERRADO STRICTO SENSU 3,83 1 baixo
QUADRO 4 – RISCO DE INCÊNDIO SEGUNDO A CARGA DO MATERIAL COMBUSTÍVEL PERIGOSO POR FITOFISIONOMIA NO PARQUE ESTADUAL DO CERRADO FONTE: O autor (2010)
MP: carga do material combustível perigoso, resultante da somatória entre as cargas das classes miscelânea e seco lenhoso com diâmetro inferior a 0,7 cm (S1)
Em função da carga de material combustível perigoso, o risco moderado de incêndio foi identificado nas fisionomias campestres do campo higro-hidrófilo e afloramento rochoso, além da fisionomia savânica do campo cerrado alterado. As demais fisionomias savânicas, representadas pelo cerrado sensu stricto, campo sujo e campo cerrado foram classificadas como risco baixo de incêndio.
d) coeficiente de risco segundo relação entre material combustível seco e verde;
O coeficiente de risco segundo a relação entre material combustível seco e verde foi definido como sendo o valor resultante da divisão entre a porcentagem do material seco pela porcentagem do material verde por fitofisionomias. No QUADRO 5 estão representadas os valores determinados pelas relações entre material combustível verde e seco, o nível de risco e seus respectivos coeficientes.
FITOFISIONOMIA RSV COEFICIENTE RISCO
CAMPO HIGRO-HIDRÓFILO 0,72 2 moderado
AFLORAMENTO ROCHOSO 0,43 1 baixo
CAMPO SUJO 0,50 1 baixo
CAMPO CERRADO 0,73 2 moderado
CAMPO CERRADO ALTERADO 1,79 4 muito alto
CERRADO STRICTO SENSU 0,62 2 moderado
QUADRO 5 – RISCO DE INCÊNDIO SEGUNDO A RELAÇÃO ENTRE O MATERIAL COMBUSTÍVEL SECO E VERDE POR FITOFISIONOMIA NO PARQUE ESTADUAL DO CERRADO
FONTE: O autor (2010)
RSV: relação entre material combustível seco e verde; resultante da divisão entre a porcentagem do material seco pela porcentagem do material verde.
Em função do coeficiente de risco segundo a relação entre material combustível seco e verde, o risco muito alto foi identificado na fisionomia de campo cerrado alterado, o risco moderado foi identificado nas fisionomias do campo higro- hidrófilo, campo cerrado e cerrado sensu stricto. As demais fisionomias savânicas, do afloramento rochoso e campo sujo foram classificadas como risco baixo de incêndio.
e) coeficiente de risco de incêndio em função do material combustível
A relação do risco de incêndio em função das características do material combustível foi definida pela somatória entre os quatro coeficientes de riscos preliminares: coeficiente de risco da carga total do material combustível, coeficiente de risco da carga do material combustível semi-perigoso, coeficiente de risco da carga do material combustível perigoso e coeficiente de risco da relação entre material combustível seco e verde. No QUADRO 6 estão representadas as relações entre os valores das somatórias dos riscos preliminares e as classes de risco de incêndio definidas para as diferentes fitofisionomias.
FITOFISIONOMIA CT MSP MP RSV TOTAL RISCO
CAMPO HIGRO-HIDRÓFILO 5 3 2 2 12 alto
AFLORAMENTO ROCHOSO 5 3 2 1 11 alto
CAMPO SUJO 3 2 1 1 7 moderado
CAMPO CERRADO 3 1 1 2 7 moderado
CAMPO CERRADO ALTERADO 3 1 2 4 10 alto
CERRADO SENSU STRICTO 4 2 1 2 9 moderado
QUADRO 6 – RISCO DE INCÊNDIO EM FUNÇÃO DO MATERIAL COMBUSTÍVEL POR FITOFISIONOMIA NO PARQUE ESTADUAL DO CERRADO
FONTE: O autor (2010)
CT: coeficiente de risco segundo a carga total do material combustível; MSP: coeficiente de risco segundo a carga do material combustível semi-perigoso; MP: coeficiente de risco segundo a carga do material combustível perigoso; RSV: coeficiente de risco segundo a relação entre material combustível seco e verde
O risco de incêndio alto foi identificado nas fisionomias campestres do campo higro-hidrófilo, afloramento rochoso e campo cerrado alterado. As fisionomias savânicas representadas pelo campo sujo, campo cerrado e cerrado sensu stricto foram classificadas como risco moderado de incêndio. O risco de incêndio alto registrado nas fisionomias campestres pode ser associado com a elevada biomassa de herbáceas e com a elevada carga da classe miscelânea, indicando que nesses locais existe acúmulo de material combustível com características propícias à ignição e propagação do fogo. No entanto, o risco alto identificado na fisionomia do campo cerrado alterado pode ser atribuído a própria degradação do ambiente, já que as demais fisionomias savânicas foram classificadas como risco moderado de incêndio, situação esperada devido ao papel ecológico que o fogo desempenha nos ambientes de cerrado.