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Risco de Mercado e Liquidez

8. Gerenciamento de Riscos

8.1.2 Risco de Mercado e Liquidez

O processo de gerenciamento dos riscos de mercado e de liquidez do Banco do Brasil tem por objetivo identificar, avaliar, monitorar e controlar os riscos associados a cada instituição individualmente e ao conglomerado financeiro, bem como identificar e acompanhar os riscos associados às demais empresas integrantes do consolidado econômico-financeiro.

Alinhado às melhores práticas de mercado, o Banco utiliza regularmente procedimentos que permitam gerenciar os riscos de mercado e de liquidez de suas posições, considerando os cenários econômicos internos e externos, visando minimizar possíveis impactos no resultado financeiro.

Políticas e Estratégias de Gestão

O Banco estabeleceu políticas e estratégias para a gestão dos riscos de mercado e de liquidez e para a gestão dos instrumentos financeiros derivativos, as quais determinam as diretrizes de atuação da Empresa no processo de gerenciamento dos riscos.

No âmbito das políticas e estratégicas de gestão dos riscos de mercado e de liquidez do Banco do Brasil, adota-se como princípio geral que o modelo de gestão de risco de mercado e liquidez tem por objetivo identificar, avaliar, monitorar e controlar as exposições aos riscos de mercado e liquidez de suas posições próprias.

Adiciona-se que no processo de gestão de riscos de mercado e de liquidez são utilizados mecanismos expressos, em sistema normativo, que detalham os procedimentos operacionais necessários à implementação das decisões organizacionais relativas aos negócios e atividades da Empresa e ao atendimento de exigências legais e de órgãos reguladores e fiscalizadores.

Por fim, registra-se que são utilizados, na gestão dos riscos de mercado e de liquidez, sistemas que garantem a medição, o monitoramento e o controle das posições registradas nas carteiras de negociação e de não negociação, bem como das operações destinadas ao cumprimento dos objetivos de hedge estabelecidos.

No que tange à utilização de instrumentos derivativos financeiros, o Banco estipula, entre as suas políticas e estratégicas, que são realizadas operações para atendimento de necessidades de seus clientes e para o gerenciamento de posições próprias, considerando as diversas categorias de riscos e adotando visão consolidada dos diferentes fatores de riscos.

Destaca-se, ainda, que a negociação com instrumentos financeiros derivativos é condicionada à prévia avaliação da natureza e da dimensão dos riscos envolvidos.

As tabelas abaixo apresentam o total da exposição a instrumentos financeiros derivativos por categoria de fator de risco de mercado, segmentadas entre posições compradas e vendidas, segregado da seguinte maneira:

I. operações com instrumentos financeiros derivativos realizadas por conta própria com contraparte central, subdivididas em realizadas no Brasil e no exterior; e II. operações com instrumentos financeiros derivativos realizadas por conta própria

sem contraparte central, subdivididas em realizadas no Brasil e no exterior.

Tabela 21. Instrumentos financeiros derivativos no País e Exterior, por fator de risco de mercado, com contraparte central e sem contraparte central – 4T09

4T2009-R$ mil

Tabela 22. Instrumentos financeiros derivativos no País e Exterior, por fator de risco de mercado, com contraparte central e sem contraparte central – 1T10

Tabela 23. Instrumentos financeiros derivativos no País e Exterior, por fator de risco de mercado, com contraparte central e sem contraparte central – 2T10

2T2010-R$ mil

Valor Referência Valor Custo Valor Mercado Valor Referência Valor Custo Valor Mercado Valor Referência Valor Custo Valor Mercado Posição Comprada 39.395.415 9.127.202 9.075.227 12.473.080 27.460 36.083 51.868.495 9.154.662 9.111.310

Tabela 24. Instrumentos financeiros derivativos no País e Exterior, por fator de risco de mercado, com contraparte central e sem contraparte central – 3T10

Tabela 25. Instrumentos financeiros derivativos no País e Exterior, por fator de risco de mercado, com contraparte central e sem contraparte central – 4T10

4T2010-R$ mil

Políticas de Hedge

No que tange às políticas de hedge adotadas para a gestão dos riscos de mercado e de liquidez, são definidos os objetivos a serem alcançados com as operações de hedge de forma consolidada para todo o Conglomerado Financeiro, garantida a efetividade individual de cada operação, observadas as regulamentações locais, no caso de dependências no exterior.

Adiciona-se que as operações com instrumentos financeiros derivativos destinadas a hedge são segregadas daquelas não destinadas a hedge, ambas com limites e objetivos próprios.

Processo de Comunicação e Informação

As propostas de limites de riscos de mercado e de liquidez são submetidas pela Diretoria de Gestão de Riscos para os gestores dos grupos e livros, considerando o apetite de risco e os limites globais definidos. Tais propostas de limites são formalizadas em notas técnicas.

Por ocasião das reuniões ordinárias dos comitês estratégicos de riscos de mercado (Comitê de Risco Global - CRG e Subcomitê de Risco de Mercado e Liquidez - SRML), as notas técnicas são submetidas à deliberação, ocasião que os novos limites, caso aprovados, passam a vigorar. Após a aprovação nas instâncias competentes, os limites são geridos pela Diretoria de Gestão de Riscos (DIRIS).

Para os gestores dos grupos e livros vinculados às Carteiras de Negociação e Não Negociação, o reporte sobre consumo de limites ocorre, sob periodicidade diária, com suporte na Intranet do Banco do Brasil.

Registra-se que, em caso de extrapolações de limites, a DIRIS, responsável pelo controle e acompanhamento da carteira com limite extrapolado, emite documento denominado “Ficha de Extrapolação de Limites”.

Em seguida, o gestor de grupos e livros deve apresentar suas justificativas para a extrapolação e especificar o prazo para sua regularização. Por sua vez, o nível hierárquico detentor da alçada para conduzir o caso deve emitir parecer sobre a manifestação do gestor. Por fim, a equipe responsável pelo monitoramento do limite, acompanha as ações de enquadramento.

O processo de comunicação dos riscos incorridos pelo Banco para a Alta Administração ocorre durante as reuniões ordinárias dos Comitês e Subcomitês Estratégicos de Riscos, as quais são realizadas sob periodicidade ordinária mensal.

Sistemas de Mensuração

O processo de mensuração dos riscos de mercado e de liquidez faz uso de sistemas corporativos e do aplicativo de mensuração de riscos de mercado Riskwatch, desenvolvido pela empresa canadense Algorithmics. A infraestrutura de tecnologia das informações vinculada ao processo de mensuração de riscos de mercado encontra-se instalada em ambientes localizados em Brasília (DF) e no Rio de Janeiro (RJ).

Processo de Gestão de Riscos de Mercado

O Banco do Brasil utiliza métodos estatísticos e de simulação para mensurar os riscos de mercado das suas exposições. Entre as métricas resultantes da aplicação destes métodos, destacam-se:

sensibilidades;

Valor em Risco (VaR); e, estresse.

Por meio das métricas de sensibilidade, são simulados os efeitos no valor das exposições resultantes de variações no patamar dos fatores de risco de mercado.

O VaR é uma métrica utilizada para estimar a perda potencial, sob condições rotineiras de mercado, dimensionada diariamente em valores monetários, considerando determinado intervalo de confiança e horizonte temporal.

Os fatores de riscos, utilizados para mensuração da métrica de VaR de riscos de mercado das exposições, são classificados nas seguintes categorias:

taxas de juros;

taxas de câmbio;

preços de ações; e,

preços de mercadorias (commodities).

O desempenho da métrica de VaR é avaliado mensalmente mediante a aplicação de processo de backtesting. Esta avaliação está segregada dos processos de desenvolvimento e de utilização da métrica de VaR.

Por fim, o BB utiliza métricas de Estresse resultantes de simulações sobre o comportamento de suas exposições sujeitas a riscos de mercado sob condições extremas, tais como crises financeiras e choques econômicos. Por meio dos Testes de Estresse, objetiva-se dimensionar os impactos de eventos plausíveis, mas com baixa probabilidade de ocorrência, nos requerimentos de capital regulatório e econômico. Os Testes de Estresse abrangem simulações das exposições, tanto de caráter retrospectivo, baseadas em séries históricas de choques nos fatores de riscos de mercado, quanto de caráter prospectivo, baseadas em projeções de cenários econômico-financeiros.

Para maiores informações sobre as métricas de sensibilidades, VaR e estresse, acesse o website bb.com.br/relações com investidores, no link de Análise do Desempenho, capítulo 8, Gestão dos Riscos – Risco de Mercado.

Os modelos utilizados para mensuração de riscos de mercado estão sujeitos a processo de validação independente, cuja estrutura é segregada das áreas responsáveis pelo desenvolvimento e pela utilização dos modelos.

Por sua vez, o processo de validação independente de modelos está sujeito a processo de avaliação independente sob condução da Auditoria Interna.

1ª Camada: desenvolvimento e utilização de modelos;

2ª Camada: validação de modelos; e,

3ª Camada: avaliação da validação de modelos.

O Banco dispõe de estrutura para gerenciamento dos riscos de mercado e de liquidez, representada pela Diretoria de Gestão de Riscos, que está compatível com as características das operações do Banco e segregada das unidades de negócio e da Unidade de Auditoria Interna. Entre as responsabilidades da Diris no gerenciamento de risco de mercado e de liquidez, destacam-se: a proposição de políticas, diretrizes, metodologias e limites de risco de mercado, a identificação, avaliação, monitoramento e controle dos riscos de mercado e liquidez do Conglomerado Financeiro. No processo de gestão de riscos financeiros, segregamos na estrutura organizacional as funções de decisão, de execução e de controle.

Carteira de Negociação

No processo de gerenciamento dos riscos de mercado do Banco, as posições próprias são segregadas em Carteira de Negociação e Carteira de Não Negociação.

Por meio de resolução emitida pelo Comitê de Risco Global (CRG), estipula-se a política para classificação de operações na Carteira de Negociação, documento que define que a Carteira de Negociação, para o Conglomerado Financeiro, abrange todas as operações de posições próprias realizadas com intenção de negociação ou destinadas a hedge da carteira de negociação, para as quais haja a intenção de serem negociadas antes de seu prazo contratual, observadas condições normais de mercado, e não sejam inegociáveis.

Para mensuração do VaR da Carteira de Negociação, o Banco do Brasil adota a técnica de Simulação Histórica e os seguintes parâmetros:

99% de intervalo de confiança unicaudal;

252 cenários retrospectivos de fatores de choques diários; e, horizonte temporal de 10 dias úteis.

As tabelas seguintes discriminam o valor total da Carteira de Negociação por fator de risco de mercado relevante, para as datas-base de 31.12.2009 a 31.12.2010, segmentadas entre posições compradas e vendidas.

Tabela 26. Valor total da Carteira de Negociação por fator de risco de mercado relevante, segmentado entre posições compradas e vendidas – 4T09

4T 2009 - R$ mil Comprada Vendida

Prefixado 6.510.206 3.711.597 2.798.609 CDI/TMS/FACP 16.328.906 - 16.328.906 Índice de Preço 233.578 - 233.578 Moeda Estrangeira/Ouro 107.807 38.133 69.674 Ações 24.960 - 24.960 Fundos 174.779 - 174.779 Total 23.380.237 3.749.730 19.630.507

Fator de Risco Exposição - BB Diferença

Tabela 27. Valor total da Carteira de Negociação por fator de risco de mercado

Carteira de Não Negociação

De forma excludente, as operações de posições próprias do Conglomerado Financeiro não classificadas na Carteira de Negociação são consideradas como componentes da Carteira de Não Negociação. Registra-se também que as posições próprias detidas pelas empresas que não fazem parte do Conglomerado Financeiro não são passíveis de classificação na Carteira de Negociação.

Para mensuração do VaR da Carteira de Não Negociação, o Banco do Brasil adota a técnica de Simulação Histórica e os seguintes parâmetros:

99% de intervalo de confiança unicaudal;

1.260 cenários retrospectivos de fatores de choques diários; e, horizonte temporal de 10 dias úteis.

Entre outros aspectos, destaca-se que a técnica de VaR Simulação Histórica:

inclui todas as operações sensíveis à variação nas taxas de juros e utiliza técnicas de mensuração de risco e conceitos financeiros amplamente aceitos;

considera dados relativos a taxas, prazos, preços, opcionalidades e demais informações adequadamente especificadas;

demanda definição de premissas adequadas para transformar posições em fluxo de caixa;

mensura a sensibilidade a mudanças na estrutura temporal das taxas de juros, entre as diferentes estruturas de taxas e nas premissas;

está integrado às práticas diárias de gerenciamento de risco;

permite a simulação de condições extremas de mercado (testes de estresse); e, possibilita estimar o Patrimônio de Referência (PR) compatível com os riscos na

forma determinada no Artigo 3º da Resolução CMN 3.490/07.

O Banco do Brasil adota métodos estatísticos e econométricos, referenciados na literatura para análise de séries temporais, mais especificamente os métodos denominados ARIMA (Autorregressivos, Integrados e de Médias Móveis), para tratamento dos produtos que não possuem vencimento definido.

Em linha com a metodologia de Simulação Histórica, adotada pelo Banco do Brasil para cálculo da métrica de Valor em Risco (Value-at-Risk - VaR), os modelos, dos produtos que não possuem vencimento definido, assumem a hipótese de que o comportamento retrospectivo das variações observadas nos saldos constitui-se em informação relevante para a previsão do comportamento futuro do fluxo de caixa de resgates (variável aleatória de interesse) dos saldos dos produtos de captação sob referência. Logo, tais métodos assumem como factível a possibilidade de ocorrência futura de flutuações de saldos (montante financeiro de resgates parciais) com amplitude similar àquelas observadas na série histórica.

Os critérios para identificação das operações passíveis de classificação na Carteira de Negociação seguem as definições e objetivos definidos na resolução emitida pelo Comitê de Risco de Global. Registra-se, também, que as definições, os critérios e os procedimentos estabelecidos devem ser revistos sob periodicidade anual.

As Carteiras de Negociação e de Não Negociação são divididas em Grupos e Livros, sempre observando os normativos internos (notas técnicas e resoluções), aprovados

pelo Subcomitê de Riscos de Mercado e de Liquidez (SRML) e pelo Comitê de Risco Global (CRG), os quais estabelecem os objetivos, a composição, os limites financeiros e os limites de riscos de mercado e de liquidez para cada Grupo ou Livro.

Os principais tipos de limites utilizados para gestão de riscos de mercado são:

Valor em Risco (Value-at-Risk – VaR); e, Estresse.

Com o objetivo de proporcionar condições para que seja avaliada a capacidade de absorção de perdas e identificadas eventuais medidas para redução dos riscos, os limites globais são definidos em formato percentual sobre o Patrimônio de Referência (PR).

No caso dos limites de VaR da Carteira de Negociação, e tendo por objetivo evidenciar o nível de risco de mercado gerado pelas exposições e o respectivo impacto na exigência de capital para sua cobertura, são consideradas as métricas de VaR e de VaR Estressado.

Processo de Gestão de Risco de Liquidez

O Banco do Brasil mantém níveis de liquidez adequados aos compromissos da Instituição assumidos no Brasil e no exterior, resultado da sua ampla e diversificada base de depositantes e da qualidade dos seus ativos, da capilaridade da sua rede de dependências externas e de acesso ao mercado internacional de capitais. O rigoroso controle do risco de liquidez está em consonância com a Política de Risco de Mercado e de Liquidez estabelecida para o Conglomerado, atendendo às exigências da supervisão bancária nacional e dos demais países onde o Banco opera.

A gestão do risco de liquidez do Banco do Brasil segrega a liquidez em Reais da liquidez em Moedas Estrangeiras. Para tanto, utiliza os seguintes instrumentos:

Mapas de Descasamento de Prazos;

Projeções de Liquidez de Curto, Médio e Longo Prazos;

Teste de Estresse;

Limites de Risco de Liquidez;

Plano de Contingência de Liquidez; e,

Teste de Potencial das Medidas de Contingência de Liquidez.

Os instrumentos de gestão do risco de liquidez são periodicamente monitorados e reportados aos Comitês Estratégicos da instituição.

Os Mapas de Descasamento de Prazos demonstram a expectativa dos pagamentos e recebimentos contratados, distribuídos em intervalos de tempo previamente definidos, e apresentados tanto sob a perspectiva conjunta ou detalhada por indexador das operações. A análise dos Mapas de Descasamentos de Prazos visa apurar o fluxo de caixa contratual da instituição em uma determinada data.

As Projeções de Liquidez de Curto, Médio e Longo Prazos permitem a avaliação prospectiva do efeito do descasamento entre captações e aplicações, com o objetivo

em consideração tanto o seu planejamento orçamentário quanto as condições de mercado.

Periodicamente as Projeções de Liquidez de Curto Prazo são avaliadas sob cenários alternativos e de estresse. Caso, em algum desses cenários a projeção de liquidez situar-se abaixo do nível de liquidez adotado como limite, verifica-se o Potencial de Medidas de Contingência, previamente identificadas, em prol da recuperação da liquidez da Instituição. Ademais, o Banco do Brasil utiliza as seguintes métricas:

Reserva de Liquidez (RL); e,

Demonstrativo de Recursos Livres (DRL).

A Reserva de Liquidez é a métrica utilizada na gestão do risco de liquidez de curto prazo, constituindo-se no nível mínimo de ativos de alta liquidez a ser mantido pelo Banco, compatível com a exposição ao risco decorrente das características das suas operações e das condições de mercado. A metodologia da Reserva de Liquidez é utilizada como parâmetro para identificação de uma contingência de liquidez e acionamento do Plano de Contingência de Liquidez, sendo monitorada diariamente.

O indicador de Disponibilidade de Recursos Livres (DRL), utilizado no planejamento e na execução do seu orçamento anual, visa assegurar equilíbrio entre captação e aplicação de recursos, com ênfase nas Áreas Comerciais e garantir o financiamento da liquidez.

O limite do DRL, utilizado na orientação da execução e do planejamento do orçamento de acordo com as metas de captações e aplicações, é definido anualmente pelo Comitê de Risco Global (CRG) e seu monitoramento ocorre sob periodicidade mensal.

O Plano de Contingência de Liquidez, por sua vez, estabelece um conjunto de procedimentos e responsabilidades a ser adotado em situações de contingência de liquidez. Em caso de contingência de liquidez, poderão ser adotadas uma ou mais medidas de contingência no intuito de resguardar a capacidade de pagamento da instituição. As medidas de contingência de liquidez são mensuradas sob periodicidade mensal.

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