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CAPÍTULO 2 FACTORES DE RISCO

2.2 Riscos relacionados com os Valores Mobiliários

2.2.1 Riscos gerais relativos aos Valores Mobiliários

2.2.1.1 Os Valores Mobiliários não são um investimento adequado para todos os investidores

Não obstante os deveres de informação e adequação que recaem sobre os intermediários financeiros, cada potencial investidor nos Valores Mobiliários deve determinar a adequação do investimento em atenção às suas próprias circunstâncias. Em particular, cada potencial investidor deverá:

(i) Ter suficiente conhecimento e experiência para realizar uma avaliação ponderada dos Valores Mobiliários, das vantagens e dos riscos de um investimento nos Valores Mobiliários e da informação contida ou incorporada por remissão neste Prospecto ou em qualquer adenda ou rectificação ao mesmo; (ii) Ter acesso e conhecer instrumentos analíticos apropriados para avaliar, no contexto da sua particular

condição financeira, um investimento nos Valores Mobiliários e o impacto dos mesmas na sua carteira de investimentos;

(iii) Ter recursos financeiros suficientes e liquidez que permitam suportar todos os riscos inerentes a um investimento nos Valores Mobiliários;

(iv) Perceber aprofundadamente os termos e as condições aplicáveis aos Valores Mobiliários e estar familiarizado com os mercados financeiros relevantes com assessoria de um consultor financeiro ou outro adequado, bem como cenários possíveis relativamente a factores económicos, de taxas de juro ou outros que possam afectar o seu investimento e a sua capacidade de suportar os riscos aplicáveis.

2.2.1.2 Assembleias de Obrigacionistas, modificações e renúncias

As Condições dos Valores Mobiliários constantes do Capítulo 15 (Condições dos Valores Mobiliários), bem como a legislação e regulamentação aplicável, contêm regras sobre convocação de assembleias de Obrigacionistas para deliberar acerca de matérias que afectem os seus interesses. Aquelas regras prevêem que a tomada de decisões com base em determinadas maiorias vincule todos os Obrigacionistas, incluindo aqueles que não tenham participado nem votado numa determinada assembleia e aqueles que tenham votado em sentido contrário à deliberação aprovada.

As Condições dos Valores Mobiliários também prevêem que o representante comum (caso exista) possa acordar determinadas modificações às Condições dos Valores Mobiliários, que sejam de natureza menor e ainda de natureza formal ou técnica ou efectuadas para corrigir um erro manifesto, ou cumprir disposições legais imperativas, nos termos que vierem a ser previstos no regulamento de funções do representante comum (a aprovar em Assembleia de Obrigacionistas).

2.2.1.3 Regras fiscais portuguesas aplicáveis a não residentes

Os rendimentos de capitais e as mais-valias obtidas com a transmissão onerosa dos Valores Mobiliários estão isentas de IRC ao abrigo do Decreto-Lei n.º 193/2005 (desde que estejam observados os requisitos de prova) desde que os beneficiários sejam:

a) Organizações internacionais reconhecidas pelo Estado português; b) Bancos centrais e agências de natureza governamental;

c) Entidades residentes em país ou jurisdição com o qual esteja em vigor convenção para evitar a dupla tributação internacional, ou acordo que preveja a troca de informações em matéria fiscal;

d) Outras entidades que, em território português, não tenham residência, sede, direcção efectiva nem estabelecimento estável ao qual os rendimentos possam ser imputáveis, e que não sejam residentes em país, território ou região com um regime de tributação claramente mais favorável, constante de lista aprovada pela Portaria n.º 150/2004, com as alterações à data em vigor.

Os rendimentos dos Valores Mobiliários devidos a pessoas colectivas residentes em território português ou a não residentes com estabelecimento estável nele situado ao qual esses rendimentos sejam imputáveis estão sujeitos a retenção na fonte à taxa de 25%, ou de 35 % caso sejam pagos ou colocados à disposição em contas abertas em nome de um ou mais titulares mas por conta de terceiros não identificados, excepto quando seja identificado o beneficiário efectivo. Os rendimentos dos Valores Mobiliários devidos a pessoas singulares residentes em território português estão sujeitos a retenção na fonte à taxa de 28% ou de 35%, sempre que sejam pagos ou colocados à disposição em contas abertas em nome de um ou mais titulares mas por conta de terceiros não identificados, excepto quando seja identificado o beneficiário efectivo. Esta retenção tem carácter liberatório em sede de IRS, desde que os rendimentos sejam obtidos fora do âmbito do exercício de actividades empresariais e profissionais, sem prejuízo da opção de englobamento; de pagamento por conta em sede de IRC para retenções na fonte efectuadas à taxa de 25%; e liberatório em sede de IRC para as retenções na fonte efectuadas à taxa de 35%. Os rendimentos dos Valores Mobiliários estão sujeitos a retenção à taxa liberatória

de 35% sempre que sejam pagos ou colocados à disposição de pessoas singulares ou pessoas colectivas não residentes sem estabelecimento estável em território português aos quais esses rendimentos sejam imputáveis e que estejam domiciliadas em país, território ou região com regimes de tributação privilegiada, constantes de lista aprovada por portaria do Ministro das Finanças. (vide o Capítulo 17 (Informações de natureza fiscal) Os Obrigacionistas não residentes deverão obter o seu próprio aconselhamento fiscal de modo a garantir que cumprem todos os procedimentos relativos ao tratamento fiscal adequado dos pagamentos recebidos no âmbito da detenção dos Valores Mobiliários. O Emitente não assume a obrigação de pagamento de montantes brutos, caso seja aplicável qualquer retenção na fonte nos pagamentos devidos, por falta de entrega, entrega fora de prazo ou entrega incorrecta dos documentos legalmente exigíveis.

2.2.1.4 Lei aplicável e alterações legais

Os direitos dos investidores enquanto Obrigacionistas serão regidos pelo direito português, podendo alguns aspectos diferir dos direitos usualmente reconhecidos a obrigacionistas de sociedades regidas por sistemas legais que não o português.

Não pode ser assegurado que não venha a ocorrer uma qualquer alteração legal (incluindo fiscal), regulatória ou na interpretação ou aplicação das normas jurídicas aplicáveis que possa ter algum tipo de efeito adverso nos direitos e obrigações do Emitente e/ou dos investidores ou nos Valores Mobiliários.

2.2.2 Riscos gerais do mercado

2.2.2.1 O mercado secundário e a liquidez dos Valores Mobiliários

O Emitente não solicitará a admissão à negociação dos Valores Mobiliários. No entanto, mediante solicitação do Obrigacionista, poderá indicar-lhe o preço a que estará disposto a comprar antecipadamente os Valores Mobiliários, não estando, contudo, obrigado a fazê-lo. Em caso de venda antecipada, o investidor terá de se sujeitar às condições de mercado prevalecentes à data de venda, podendo o preço de venda dos Valores Mobiliários, definido pelo Emitente, ser inferior ou superior ao seu valor nominal.

Poderá não existir liquidez para os Valores Mobiliários, pelo que os investidores poderão não ter a possibilidade de alienar os Valores Mobiliários com facilidade ou a preços que lhes possibilitem recuperar os valores investidos ou realizar um ganho comparável a investimentos similares realizados em mercado secundário. A falta de liquidez poderá ter um efeito negativo no valor de mercado dos Valores Mobiliários. Os investidores devem estar preparados para manter os Valores Mobiliários até à respectiva data de reembolso antecipado ou data de vencimento.

2.2.2.2 Risco de taxa de juro e de controlos cambiais

relativa aos Valores Mobiliários em dólares americanos (a “Moeda da Emissão”), o que coloca certos riscos relativamente às conversões cambiais, caso os investimentos financeiros de um investidor sejam essencialmente denominados numa moeda (a “Moeda do Investidor”) diversa da Moeda da Emissão. Tais riscos incluem o risco de que as taxas de câmbio possam sofrer alterações significativas (incluindo devido à depreciação da Moeda da Emissão ou à reavaliação da Moeda do Investidor) e o risco de as autoridades com jurisdição sobre a Moeda do Investidor ou sobre a Moeda da Emissão poderem impor ou modificar controlos cambiais. Uma valorização da Moeda do Investidor relativamente à Moeda da Emissão fará decrescer (i) o rendimento equivalente dos Valores Mobiliários na Moeda da Emissão, (ii) o capital equivalente dos Valores Mobiliários na Moeda da Emissão e (iii) o valor de mercado equivalente dos Valores Mobiliários na Moeda da Emissão. Os governos e autoridades monetárias das jurisdições em causa poderão impor (como já aconteceu no passado) controlos de câmbio susceptíveis de afectar adversamente uma taxa de câmbio aplicável. Em consequência, os investidores poderão receber, nos termos previstos nas Condições dos Valores Mobiliários, um capital ou juro inferior ao esperado ou nem vir a receber capital ou juro.

O juro e o valor de reembolso (final ou antecipado) a que os Valores Mobiliários conferem direito estão indexados ao valor de Activos Subjacentes. Em conformidade, o investimento nos Valores Mobiliários envolve o risco de variação do preço e volatilidade implícita de cada Índice Subjacente, da correlação entre os Activos Subjacentes, do nível das taxas de juro do Euro e do Dólar Americano.

2.2.3 Considerações sobre a legalidade do investimento

As actividades de certos investidores estão sujeitas a leis e regulamentos em matéria de investimentos e/ou a revisão ou regulação por certas autoridades. Cada potencial investidor deve recorrer aos seus próprios consultores jurídicos para determinar se, e em que medida, (i) os Valores Mobiliários são investimentos que lhes são legalmente permitidos, (ii) os Valores Mobiliários podem ser usados como colateral para diversos tipos de empréstimos, e (iii) outras restrições são aplicáveis à subscrição/aquisição dos Valores Mobiliários. As instituições financeiras devem consultar os seus consultores jurídicos, financeiros ou outros ou as entidades regulatórias adequadas para determinar o tratamento apropriado dos Valores Mobiliários nos termos das regras de gestão de risco de capital aplicáveis ou outras regras similares.

2.2.4 Possibilidade de inexistência de remuneração e perda parcial ou total do capital investido

O pagamento de remuneração, o reembolso antecipado automático e o reembolso do capital na maturidade está indexado à evolução do valor do IBEX 35 Index e do FTSE MIB Index, índices de referência do mercado accionista de Espanha e Itália, respectivamente, podendo em determinadas circunstâncias previstas nas Condições dos Valores Mobiliários, não haver lugar ao pagamento de remuneração, ocorrer o reembolso antecipado automático e o capital reembolsado na maturidade ser inferior ao capital inicialmente investido. Os Valores Mobiliários não proporcionam uma rentabilidade idêntica (i) à taxa de variação dos Índices Subjacentes e (ii) à taxa de variação dos activos constituintes dos Índices Subjacentes.

2.2.5 Inexistência de possibilidade de reembolso antecipado a pedido do Investidor

Sem prejuízo do disposto na secção 15.10.2 dos Termos e Condições do Prospecto, não existe nenhuma opção de reembolso antecipado dos Valores Mobiliários ao dispor dos Obrigacionistas.

2.2.6 Alterações legais aplicáveis à cobertura de risco dos Valores Mobiliários

Após a data de negociação de qualquer operação de cobertura de risco, devido à adopção ou modificação de qualquer lei ou regulamento aplicável (incluindo, sem limitação, qualquer lei fiscal), ou devido à promulgação de ou qualquer mudança na interpretação por qualquer tribunal ou entidade administrativa com jurisdição na aplicação de qualquer lei ou regulamento (incluindo qualquer medida tomada pelas autoridades fiscais), o Agente Calculador poderá determinar, de boa fé, que se tornou ilegal, para o Emitente ou para a(s) sua(s) contraparte(s) possuir, adquirir ou alienar as posições de cobertura de risco relativas à Emissão, podendo, como consequência, ocorrer o reembolso antecipado da Emissão, podendo o valor de reembolso ser inferior ao Valor Nominal, sendo o mesmo aferido pelo Agente Calculador de acordo com as regras da ISDA.

2.2.7 Risco de Conflito de Interesses

Risco de ocorrer um evento cujas consequências não se encontram total e completamente previstas nas cláusulas contratuais ou na legislação que regula este Produto Financeiro Complexo, ou cuja resolução seja cometida ao Emitente, ao Agente Calculador ou a terceiros, e de a sua resolução ser concretizada de forma contrária aos interesses do Investidor, privilegiando interesses próprios do decisor ou de terceiros com este relacionados.