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3. M ÉTODO

3.4 P ROCEDIMENTO

O delineamento do estudo envolveu seis etapas, cada uma com seus próprios procedimentos e objetivos. O Quadro 3 apresenta uma síntese contendo todas as etapas do delineamento, os objetivos respectivos a cada uma dessas etapas, bem como os procedimentos de coleta e análise de dados.

A seguir cada uma dessas etapas será descrita detalhadamente.

3.4.1-ETAPA PRELIMINAR:CONDUÇÃO DOS PROCEDIMENTOS ÉTICOS

Este projeto de pesquisa teve sua realização pautada nos princípios do Conselho Nacional de Saúde em relação às Diretrizes e Normas Regulamentadoras de Pesquisas Envolvendo Seres Humanos (Resolução 196/96) e foi submetido e aprovado pelo Comitê de Ética da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) (Parecer nº 296 / 2008 – Anexo 1).

Todos os participantes (coordenadora, profissionais, alunos e pais/responsáveis) assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (em duas vias – Apêndice O). Este termo foi elaborado pela pesquisadora em linguagem acessível à compreensão de cada grupo de participantes e conta com a explicitação das questões éticas pertinentes: ausência de custos financeiros, liberdade em recusar a participação ou de retirar o consentimento a qualquer momento da pesquisa e o compromisso da pesquisadora com o sigilo e anonimato dos participantes, inclusive na edição de imagens. Ou seja, é garantida a inteira responsabilidade da pesquisadora de conduzir o estudo somente com a autorização das participantes; manter sigilo da identidade dos mesmos; respeitar a vontade e o interesse do profissional e da criança em participar do estudo; informar à diretoria da Instituição e aos pais/responsáveis pelos alunos os resultados da pesquisa.

QUADRO 3-ETAPAS DO DELINEAMENTO: OBJETIVOS, PROCEDIMENTOS DE COLETA E DE ANÁLISE DE DADOS

ETAPA Objetivos Procedimentos de coleta de dados Procedimentos de análise de dados Etapa preliminar:

Condução dos procedimentos éticos

Garantir que pesquisa fosse pautada nos princípios do Conselho Nacional de Saúde em relação às Diretrizes e Normas Regulamentadoras de Pesquisas

Envolvendo Seres Humanos

Protocolo de submissão ao CEP- UFSCar

Termo de consentimento livre e esclarecido para cada participante e para os responsáveis pelas crianças

(Não se aplica)

Etapa I - Fase de

diagnóstico inicial Caracterização das participantes e do uso de recursos de alta tecnologia assistiva. Identificação das demandas de formação sobre este tema do setor.

Caracterização do conhecimento prévio sobre recursos de tecnologia assistiva pelas participantes.

Ficha de Caracterização das participantes

Roteiro de Entrevista semi- estruturada: para coordenadora do setor

Roteiro de Observação Inicial Roteiro de Entrevista do Grupo Inicial

Questionário Inicial sobre conhecimentos a respeito de TA

Descrição das participantes Compilação e descrição das informações sobre o uso do computador e dos recursos de tecnologia assistiva e demandas de formação do no setor

Análise de conteúdo dos relatos visando à compilação e descrição do conhecimento verbal prévio sobre recursos computadorizados de TA demonstrados pelas participantes Etapa II –

Desenvolvimento do programa de formação

Ensinar como usar o computador para oferecer um ensino mais adequado às necessidades e capacidades dos alunos;

Ensinar a operar os equipamentos de alta tecnologia assistiva;

Ensinar a selecionar o melhor equipamento tendo em vista as características específicas de cada aluno; Ensinar a preparar atividades no computador;

Ensinar outras formas de avaliação do aluno no contexto, através de atividades mediadas pelo computador

Ensinar a implementar formas de comunicação mais efetivas com o aluno, via computador.

Continuação do Quadro 3

Etapa III – Implementação do programa de formação

Filmagens das aulas teóricas Filmagens das sessões de atividades práticas

Diário de campo da pesquisadora Diário de campo das participantes

Compilação das informações para descrever o processo de

implementação do programa. Análise de conteúdo das gravações e dos diários para descrever o

processo evolutivo de cada dupla com base nas categorias: ambiente, recursos, atividades, posicionamento Etapa IV.

Avaliação Formal do Programa de Formação

Coletar medidas de validade social do programa Comparar conhecimento das participantes antes e depois do programa

Avaliar o programa com base em respostas objetivas

Roteiro de Entrevista do Grupo Final Questionário Final sobre

conhecimentos a respeito de TA Roteiro de Avaliação quantitativa do Programa

Análise de conteúdo das respostas Comparação dos conteúdos das respostas das participantes antes e depois do programa

Analise quantitativa das respostas avaliativas dos aspectos do programa de formação

Etapa V– Seguimento para manutenção

Garantir a manutenção das mudanças e promover a retirada gradual da pesquisadora do campo

Diários de campo das visitas posteriores à implementação

Análise de conteúdo dos diários para descrever o processo de seguimento com a finalidade de avaliar se houve ou não manutenção das mudanças

3.4.2-ETAPA I-FASE DE DIAGNÓSTICO INICIAL DO USO DE RECURSOS DE ALTA TECNOLOGIA ASSISTIVA

A primeira etapa do estudo visou o diagnóstico inicial do uso de recursos de alta tecnologia assistiva, das demandas de formação sobre este tema e do conhecimento prévio das participantes acerca dos recursos de alta tecnologia. Isso se fez necessário principalmente devido ao tipo de pesquisa delineado, onde a proposta devia ser direcionada para a resolução de problemas no próprio lócus da pesquisa. Além disso, a participação de todos os envolvidos na definição de alguns caminhos da intervenção era fundamental.

Para essa etapa, as formas de coleta de dados foram: entrevista com a coordenadora do setor, a entrevista inicial em grupo com as participantes, observação não participativa em sala de aula e aplicação do Questionário Inicial sobre conhecimentos a

respeito de Tecnologia Assistiva.

Para a entrevista, foi construído um roteiro semi-estruturado específico para essa etapa (ver instrumento no Apêndice B). A entrevista realizada foi gravada em áudio. Com duração de uma hora, a gravação foi transcrita e as informações ali contidas foram submetidas à análise de conteúdo de forma a extrair dados sobre o uso dos recursos e as expectativas para a pesquisa na visão da coordenadora, conforme recomendações de Manzini (2003). Os dados dessa entrevista foram utilizados também para a caracterização do local de estudo e descrição dos critérios de seleção das participantes.

Em seguida foram aplicados os dois questionários abertos (um para as participantes técnicas e outro para as participantes professoras), a respeito de tecnologia assistiva e também para obter informações quanto à dinâmica do uso do computador no setor. Essas informações coletadas previamente foram contrastadas com as respostas ao questionário final aplicado no último encontro. O questionário inicial entregue às participantes contava com cinco grandes temáticas envolvendo tecnologia assistiva: conceito de tecnologia assistiva, conhecimento sobre recursos de alta tecnologia assistiva, uso do computador como recurso de tecnologia assistiva utilização na prática diária, trabalho colaborativo entre técnicos e professores para favorecer o uso do computador e viabilidade do uso do computador com alunos com paralisia cerebral (ver instrumento no Apêndice G).

As entrevistas em grupos iniciais foram realizadas nos dois períodos (manhã e tarde) de forma que todas as participantes primeiramente selecionadas pudessem participar. A metodologia utilizada foi baseada nas recomendações sobre grupos focais, uma vez que ela permite por meio de uma fala coletiva, incitar seus participantes a fornecerem opiniões,

sentimentos, atitudes e percepções sobre questões propostas, possibilitando que um número expressivo de dados e informações sejam coletados em um menor espaço de tempo (GOMES, 2005).

A organização de uma entrevista em grupo prevê a definição de um roteiro prévio de perguntas, entretanto considera-se que este deva ser flexível, pois, devido à interação grupal, pode haver inclusão ou exclusão de alguns tópicos. A presença do moderador, no caso o pesquisador, é necessária para que os tópicos de interesse sejam conduzidos e as participantes motivados, além do controle do tempo de fala de cada participante (GOMES, 2005).

A intenção era informar qual seria a proposta geral da formação e também ouvir as expectativas e sugestões das participantes. Para a realização da entrevista em grupo enquanto uma técnica exploratória para nessa etapa inicial, foi construído um roteiro, o qual foi submetido a juízes participantes do GP-FOREESP. Os grupos foram conduzidos na sala dos técnicos, com duração de cerca de 40 minutos cada, e participou ainda uma aluna de graduação da terapia ocupacional para auxiliar o registro dos dados.

Conforme o roteiro proposto (ver roteiro no Apêndice E), as dinâmicas começaram com as participantes expondo suas expectativas com relação ao curso, principalmente quanto às formas de proporcionar uma maior interação dos alunos mais comprometidos com o computador. Depois, mencionaram como o computador era visto no trabalho com os alunos e o uso dos recursos já adquiridos na rotina das salas. Em seguida, foram expostas pela pesquisadora sugestões de algumas temáticas que seriam abordadas nos encontros teóricos e também a proposta de trabalho para as práticas. Os grupos da manhã e da tarde foram videogravados e em seguida transcritos. Ao final os resultados desta etapa foram sintetizados de modo a proporcionar uma descrição das expectativas das participantes e do funcionamento do serviço, principalmente considerando-se o uso do computador no setor.

O primeiro grupo foi composto por quatro técnicas (duas fonoaudiólogas, uma fisioterapeuta e a psicóloga) e duas professoras e forneceu indicativos de que a maior dificuldade em relação ao computador era proporcionar formas para que o aluno realmente interagisse com ele. Porém, viam um saldo positivo com todos os alunos, tanto em como o computador acaba por aumentar o interesse e a atenção do aluno à atividade, como também fornece ao professor novas ferramentas para essa intervenção.

Para o segundo grupo estavam três professoras e uma fisioterapeuta e elas pontuaram algumas dificuldades no uso do computador com seus alunos, com destaque sobre como dar conta dessas atividades dentro da rotina da sala. A fisioterapeuta trouxe também

diversas dúvidas que possui sobre o uso do computador, principalmente quanto ao posicionamento dos alunos e formas de ativação do computador.

Após as entrevistas, começaram a ser realizadas as observações em sala no decorrer de dois meses, com a presença da pesquisadora durante todo o período escolar, de forma a apreender a rotina de cada uma das salas. As observações foram realizadas nas cinco salas. Um roteiro de direcionamento da observação também foi estruturado de forma a guiar o olhar da pesquisadora durante a atividade no computador (ver roteiro no Apêndice D). Foi feito registro sistemático de toda a rotina, além da filmagem. O objetivo dessas observações era caracterizar a rotina do setor e do uso do computador com os alunos, de forma a auxiliar na estruturação da parte prática do programa de formação.

3.4.3-ETAPA II–DESENVOLVIMENTO DO PROGRAMA DE FORMAÇÃO

Nas entrevistas com os grupos, quando as participantes foram questionadas sobre o uso dos recursos de tecnologia assistiva, ambos os grupos foram explícitos quanto a não utilização dos equipamentos adquiridos pelo setor, com ressalva apenas para o monitor sensível ao toque instalado em uma das salas. Os motivos alegados para o não uso por ambos os grupos foi a falta de conhecimento sobre esses equipamentos. E assim, indicaram ter como principal expectativa quanto ao curso de formação aprender a utilizar os recursos com os alunos, de forma a integrar essas ferramentas à rotina da sala de aula para fornecer um atendimento mais funcional aos seus alunos.

Com as observações iniciais foi possível conhecer a rotina das salas de aula. A seguir será apresentada uma breve descrição do que foi observado no conjunto das salas de modo a contextualizar a rotina do serviço de uma forma geral, com destaque para o uso do computador. O Quadro 4 apresenta um esquema da rotina nos períodos matutino e vespertino. Com as observações, pode-se perceber que, com exceção da sala de estimulação precoce, a atividade do computador ocorria em um tempo restrito (cerca de 30 minutos) e, além disso, divididos entre cinco e sete alunos, o que resultava em uma disponibilidade de trabalho individual de cerca de cinco minutos com cada um dos alunos. Dessa forma, pensando em propor uma atividade que realmente utilizasse o computador como uma ferramenta de aprendizagem, uma questão necessária para se trabalhar na prática já visualizada ainda nessa etapa, seria propor formas de tornar mais proveitoso esse momento do aluno diante do computador.

A sala de estimulação precoce tinha sua dinâmica composta por atendimentos de no máximo três alunos por vez, com duração de 1 h e 15 min. Alguns alunos recebiam inclusive alimentação durante esse período, principalmente para o acompanhamento da fonoaudióloga. Nesse período, então, a professora oferecia diversas atividades, inclusive o uso do computador.

QUADRO 4–ROTINA DOS PERÍODOS MATUTINOS E VESPERTINOS

Rotina do período matutino Rotina do período vespertino

8 h Chegada dos alunos 13 hs Chegada dos alunos

8h Refeitório- café da amanhã 13hs - 13h30h

Alunos tomam água 8:45 hs Retorno para a sala para

atividades pedagógicas e ocasionais aulas de música, educação física ou ida ao parque

13h30- 14h45

Atividades pedagógicas em sala

9:40 hs Troca de fraldas e higiene, (sala dos mais

comprometidos).

14h45 Troca de fraldas e lanche em sala para os mais

prejudicados

Ida ao refeitório dos demais alunos

10:30 hs Refeitório para o almoço 16 hs Atividades de higiene e arrumação das mochilas 11 –

11:20 hs

Higiene e fechamento da rotina (com ocasionais atividades pedagógicas)

16-17hs Atividades pedagógicas em algumas salas

12 hs Saída dos alunos 17 hs Saída dos alunos

Após a análise do conjunto de todos os dados dessa etapa (entrevista com a coordenadora, as entrevistas em grupo com as participantes, observações em sala), pela técnica de análise de conteúdo, foi possível sistematizar seis grupos de demandas de formação no setor, a saber:

1. Como usar o computador para oferecer um ensino mais adequado às necessidades e capacidades dos alunos;

2. Como operar os equipamentos de alta tecnologia assistiva;

3. Como selecionar o melhor equipamento tendo em vista as características específicas de cada aluno;

4. Como preparar atividades no computador;

5. Como introduzir outras formas de avaliação do aluno no contexto (incluindo medidas de capacidade cognitiva); e

As participantes também afirmaram a necessidade de formação em prática com os alunos, e não somente teórica. Dessa forma, esses dados trouxeram informações de como poderia ser estruturado o programa de formação, em relação ao seu aspecto de intervenção, além de fornecer subsídios de como era o conhecimento e aplicação dos recursos no cotidiano do setor.

Com a proposta do programa finalizado, esta foi submetida para ser um curso de extensão universitária pela Pró-Reitoria de Extensão da UFSCar, tendo sido aprovada, o que garantiu o reconhecimento do curso e a entrega de um certificado de capacitação a todos as participantes que finalizassem o programa.

Os objetivos específicos do programa foram:

 Possibilitar a ampliação dos conhecimentos sobre a temática aos profissionais atuantes na escolarização de alunos com paralisia cerebral,

 Instrumentalizá-los para a avaliação, prescrição e implementação e uso de recursos de alta tecnologia assistiva; e

 Possibilitar o trabalho em parcerias colaborativas em prol da permanência e da escolarização bem sucedida desses alunos.

O curso foi delineado para acontecer em duas partes, uma teórica e outra prática.

A parte teórica do curso foi construída a partir do referencial trabalhado no grupo de pesquisa sobre prática colaborativa e também sobre o processo de implementação de recursos de alta tecnologia assistiva, com embasamento teórico pautado basicamente em literatura estrangeira, uma vez que no país não foram localizados referências que pudesse instrumentalizar o processo de implementação. A principal fonte foi o trabalho de Cook e Hussey (2002), livro que se encontra em sua 7ª edição, referência da área no mundo, no qual apresentam o modelo teórico para sustentar o processo de implementação de recursos de tecnologia assistiva denominado The Human Activity Assistive Technology Model (HAAT)5. Esse modelo considera no processo de implementação a pessoa usuária do recurso, a atividade a ser realizada e o contexto onde isso ocorrerá, sendo que qualquer modificação em alguma dessas variáveis, implica a reavaliação do recurso escolhido e a funcionalidade que ele proporciona ao seu usuário.

Vale ressaltar que diversos materiais nacionais também foram utilizados, principalmente sobre alunos com paralisia cerebral e sobre os recursos desenvolvidos no país.

Os módulos teóricos foram organizados em cinco encontros compostos pelas seguintes temáticas:

 Prática em colaboração,

 Definição de tecnologia assistiva, equipamentos e recursos disponíveis no país,  Avaliação do ambiente,

 Análise da atividade,  Avaliação do aluno,

 Processo de implementação e avaliação do impacto do uso do recurso.

Um sexto encontro também foi realizado ao final do ano como finalização. Os materiais instrucionais sobre os recursos e sobre as estratégias de ação foram disponibilizados conforme o decorrer do curso.

A parte prática do programa de formação, apesar dos mesmos objetivos de proporcionar ganho nas atividades e implementação dos recursos de alta tecnologia assistiva com todos, teve características muito peculiares conforme a dupla estabelecida e o aluno alvo selecionado por cada uma. Isso ocorreu devido às características de cada profissional, às demandas da sala e às demandas do aluno.

3.4.4 –ETAPA III-IMPLEMENTAÇÃO DO PROGRAMA DE FORMAÇÃO

A descrição da forma como foi implementado o programa será feita separadamente, no Item 4 da tese, de modo a ilustrar mais detalhadamente as estratégias utilizadas.

3.4.5-ETAPA IV–AVALIAÇÃO FORMAL DO PROGRAMA DE FORMAÇÃO

No final de 2009, foram coletados dados visando a avaliação formal do programa de formação, a partir de três técnicas, saber:

Aplicação do Questionário final (ver instrumento no Apêndice H) individualmente por participante;

Roteiro de Avaliação Quantitativa do Programa, também aplicado individualmente para cada participante: Ao final do programa de formação, foi entregue as participantes um roteiro de avaliação do programa, composto por onze questões do tipo likert, que compunham três grandes temas: avaliação geral, continuidade das

práticas e prática colaborativa (ver roteiro no Apêndice I). Para cada pergunta, o respondente poderia assinalar cinco níveis conforme sua resposta, do zero ao cinco, sendo o cinco o conceito mais alto. Dessa forma, as classificações possíveis para cada um dos itens poderiam ser: ótimo, muito bom, bom, regular e insuficiente. A análise dos dados foi realizada quantitativamente, com o cálculo das somatórias do valor atribuído a cada item avaliado.

 Entrevista com o grupo final: Para a sua realização, outra pesquisadora convidada comandou o grupo utilizando um Roteiro para Entrevista do Grupo Final (ver roteiro no Apêndice F) previamente construído e analisado por juízes. A opção de ser uma segunda pessoa a comandar o grupo foi no sentido de desvincular a pesquisadora deste momento e permitir que o grupo pudesse se expressar mais livremente quanto aos aspectos positivos e negativos do programa de formação. O grupo teve a duração de cerca de 50 minutos e foi videogravado. Para análise dos dados, o vídeo foi transcrito e sua transcrição foi validada por um juiz externo. Em seguida, foram utilizadas as categorias derivadas do próprio roteiro norteador, conforme a sequência de assuntos abordados: avaliação geral do programa (encontros teóricos e atividades práticas; pontos positivos e negativos e sugestões de mudanças na proposta para outras edições; e expectativas para manutenção das práticas) e avaliação da prática colaborativa (com a pesquisadora e com a dupla de trabalho).

3.4.6-ETAPA V–SEGUIMENTO PARA MANUTENÇÃO DA PRÁTICA

Após concluir a implementação o setor passou a ser alvo de seguimento (follow

up) com a finalidade de garantir que as mudanças relacionadas ao uso do computador e dos recursos fossem mantidas na rotina da instituição. Esta etapa contou com duas fases, denominadas como: a) Visitas de Manutenção da Prática, e b) Prática Independente.

Assim, conforme as duplas foram tendo mais autonomia com o uso dos recursos e o planejamento das atividades, a pesquisadora deixou de manter uma intervenção tão próxima e foi se retirando gradualmente da situação. Essa estratégia foi denominada “Visitas de Manutenção da Prática”, onde a pesquisadora apenas realizava conversas mais rápidas para solucionar dúvidas e fornecer algumas sugestões.

Com as duplas formadas na primeira turma do programa, essa fase já foi iniciada ao início do segundo semestre de 2009, sendo que com a segunda turma, apenas ao