• Nenhum resultado encontrado

1- Qual se nome indígena e não indígena? Etnia? Localidade? Idade? 2- Ocupa algum posto hierárquico junto à aldeia?

3- Qual a maior dificuldade para colaborar com a rádio estando em outro país? 4- Vindo do México, você acredita que a Yandê tenha alguma semelhança com

o que foi desenvolvido pela Rádio Zapatista?

5- Quais as maiores diferenças que percebe entre a rádio indígena brasileira e a mexicana?

6- Há algum tipo de colaboração entre os meios de comunicação dos dois países? 7- A partir de qual perspectiva você percebe o desenvolvimento das notícias da

Rádio?

8- O que considera ser etnomídia? Pessoalmente qual seu olhar para esse novo formato de comunicação?

9- Como é o processo de contribuição para a rádio? Você se sente livre para propor suas pautas e desenvolver as matérias como gostaria?

10- Como é o processo de desenvolvimento das pautas para você? Você já possuía alguma formação dentro da comunicação? Se não, como foi aprender esta forma de se comunicar?

11- Como você observa as dificuldades de acesso à Rádio nos meios não urbanos, onde o sinal é mais difícil de encontrar, quais estratégias têm encontrado para superar essas barreiras?

12- Como veem a formação de suas identidades a partir de influências que não seriam tidas como próprias às aldeias indígenas?

13- Para você, quando percebeu que a Rádio era realmente o caminho que teriam para o desenvolvimento de suas lutas? Alguma história mexeu mais com você?

14- Como você percebe sua etnia representada pela rádio?

15- Se pudesse deixar uma mensagem sobre o desenvolvimento da Rádio e suas implicações sociais para as comunidades indígenas, qual seria?

16- Na sua visão, a etnomídia se enquadra em algum tipo de comunicação já antes existente fora das aldeias?

APÊNDICE

Entrevista No. 01 – Denilon Baniwa – 06 de outubro de 2017, via Whatsapp Realizada com base no roteiro semiestruturado Nº 1

1- A rádio busca inspirações no que foi o Programa de Índio da UNI nos anos 80? Há o objetivo de "continuar" o trabalho feito por eles?

É obvio que a gente tem uma inspiração, talvez sigamos um exemplo no que foi o Programa de Índio, nos anos 80. A gente é muito fã do Ailton e do Álvaro que criaram o Programa de Índio, nós ouvíamos o programa quando crianças. E por sermos fãs e entendermos a importância do programa a gente acaba usando como exemplo de como os indígenas podem empreender meios de comunicação que falem com indígenas. E assim como eles falaram com a gente quando éramos pequenos, nós podemos falar com outros jovens indígenas de hoje. E tentar, como eles foram para a gente, ser exemplo pros novos jovens indígenas. Como nós três [os fundadores] somos formados em comunicação, a gente talvez pense na rádio Yandê como uma transformação do que foi o Programa de Índio, uma atualização pros moldes do que agora, nos anos que estamos é preciso ser feito. Não sei se é o caso de continuar o trabalho feito por eles, mas fazer o que é necessário na nossa época. Cada um dos trabalhos atuava no que era preciso na época. Sem ser na mesma linguagem e nos mesmos meios, mas sem dúvida inspirado e tido como exemplo o Programa do Índio.

2- Como é o alcance da rádio com povos não indígenas? E com a população indígena? Como percebem essa recepção?

A rádio alcança 80 países além do Brasil, em todos os continentes. No Brasil o alcance da rádio nas aldeias é muito grande, graças ao investimento do Governo Federal na implementação de redes de comunicação nas aldeias brasileiras, seja pelos tele centros, postos de saúde, escolas que emitem sinais de Wi-Fi. Mais de 90% das aldeias indígenas são alcançadas pela rádio Yandê. E eles nos recebem muito bem porque entendem que somos o que era necessário no país e pra gente indígena. Não sei por que quando a criamos em 2013 ninguém havia pensado nesse meio autônomo de comunicação, tanto que recebemos o convite de ensinar aos jovens em aldeias a fazer essa comunicação. Ensinando o fazer rádio, o que é etnomídia e etnojornalismo a indígenas de diversas regiões no país, formando e capacitando nossos jovens.

3 - Tem alcançado os objetivos a que se propuseram?

Com certeza! Nós tínhamos dois objetivos principais. O primeiro, fazer com que notícias e fatos das aldeias que não aparecem na televisão e na mídia pudessem alcançar o público brasileiro, e isso a gente está conseguindo com muito sucesso. São pautas que nunca passariam na mídia hegemônica que estão chegando aos índios e a população brasileira em geral. Outro ponto é mostrar as pessoas que os índios estão na sociedade e não são mais aqueles de 1500. Mostrar a realidade indígena a partir da realidade das próprias vozes indígenas, dando voz às aldeias e educando a sociedade brasileira pra quem nós somos.

4 - Ao longo desses 4 anos de rádio, qual foi a experiência mais marcante positiva e negativamente?

Duas me causaram muita emoção; Uma foi o caso do menino Caingang que teve a garganta cortada enquanto era amamentado pela mãe no Rio Grande do Sul. Esse fato nunca chegaria à mídia porque ele era um indígena e um indígena pobre, e convivemos com todo o problema de racismo e preconceito próprio ao Rio Grande do Sul. Por causa da mobilização das redes feita pela Rádio Yandê essa notícia chegou aos grandes jornais e até ao Jornal Nacional. Foi nesse momento que eu entendi a importância da rádio Yandê como meio de comunicação indígena que consegue mudar muitas realidades. Outro fato foi o que aconteceu com os Guarani Kaiowá no Mato Grosso do Sul. Nós da Yandê conseguimos alcançar toda a sociedade brasileira, mobilizando a população sobre a causa, fazendo com que muitas pessoas aderissem a campanhas nas Redes Sociais. Nesses dois momentos eu entendi a nossa importância.

5 - Como funciona a organização da programação da rádio?

Hoje são três os coordenadores, a Anapuàká Tupinambá, a Ranata Tupinambá e a Daiara Tucano, eu era coordenador também, mas por conta de uma nova frente de trabalho a Daiara entrou no meu lugar, mas eu ainda participo ativamente das coisas da rádio. Temos oito correspondentes indígenas pelo país e colaboradores que também estão espalhados por todo o país, nas aldeias e nas cidades. E que nos fornecem informações sobre o que está acontecendo na comunidade indígena atual. A partir dessas informações a gente cria as nossas pautas. Por ser uma etnomídia nós não seguimos uma linha de pautas ou veiculação fechadas. A gente segue uma linha de tempo indígena, é um outro jeito de fazer comunicação, no tempo, no modo de visão, pensar e fazer indígena. O que é muito difícil entender pras pessoas de fora.

6 – Posso te pedir pra tentar me explicar?

Deixar uma programação fechada, num sentido de que a cada momento há uma programação não faz sentido pra gente, porque entendemos que o tempo não é controlado por nós, mas sim por aquilo que flui conforme o universo e as pessoas fluem também, a gente se permite ser surpreendido. A vida assim como a informação acontece de acordo com a vida que vai seguindo um fluxo que é só dela naquele momento, sem planejamento, sem controle do pensamento alheio, entendendo que cada pessoa e cada ser tem seu tempo. Não é como se fosse improvisado, mas como o que é feito conforme se sente o lugar e o momento de se viver no tempo e no espaço. Não é algo que a gente percebe no nosso cotidiano, só entendemos que temos um modo de pensar e enxergar o tempo diferente das outras pessoas quando entramos em contato com povos “brancos”, que controlam o cotidiano e as discussões da vida pelo relógio. Nós não somos assim, aceitamos que a nossa vida flui conforme o universo nos leva ao próximo passo, nada é programado.

7 - As pautas são escolhidas de acordo com a rotina produtiva do país, ou há uma escolha maior a partir da segmentação das realidades da luta indígena? Ou é um pouco dos dois?

A gente segue uma linha do que está acontecendo no país sim, porque existem pautas gerais que precisamos falar, mas também há coisas específicas da nossa luta que precisam ser pensadas, como descolonização. Como forma de tomada de ação por nós indígenas, como debates que precisam levados a público. Então é um pouco dos dois, a gente segue o que está em voga, mas também criamos as nossas próprias pautas.

8 - Em abril desse ano foi ao ar uma entrevista com o Cacique Babau Tupinambá da Serra do Padeiro na Bahia, no áudio o Cacique dá a sua opinião sobre a reforma da previdência, dentre outros pontos. Como foi feita essa entrevista e entrevistas desse tipo? São por telefone, ele estava na rádio? Como é a rotina produtiva nesse sentido, da contribuição dos correspondentes e autoridades distantes?

Não temos uma sede oficial, a nossa sede é apenas um lugar de referência porque precisamos de um endereço para receber nossas correspondências, tudo o que fazemos é pela internet, cada um na sua casa em home-office. Usamos um gravador, uma câmera e um microfone, esse é o nosso material. O que produzimos não é todo mundo junto, cada um está no seu lugar, onde mora. O Babau nos deu duas entrevistas, em uma das entrevistas ele estava no Rio e o Anapuàká foi até ele fazer a entrevista, a outra ele [CACIQUE BABAU TUPINAMBÁ] mandou pelo whatsapp pra gente. A nossa preocupação não é a estética do áudio, mas o fazer comunicação, levar a informação. Não importa se o áudio vai estar com uma qualidade de estúdio ou não, o que importa pra gente é a informação, o conteúdo sendo divulgado. Os nossos colaboradores são importantes por isso, porque eles estão nas aldeias e podem nos auxiliar a fazer essa ponte, essa comunicação. Temos correspondentes que estão mais ligados a etnomídia e conseguem elaborar coisas boas e mais profissionais para pôr na rádio, eles tem uma autonomia para desenvolver as pautas que acham importantes.

9- O que significa Yandê?

Yandê quer dizer "Nós nosso", e esse é o espírito principal de tudo o que fazemos, cada indígena do país tem que se sentir dono da rádio e nós não vamos colocar regras nisso. A etnomídia acredita que cada ser tem uma forma de pensar e viver, e uma identidade cultural que deve ser respeitada, o seu modo de comunicar deve ser respeitado. Porque a gente acredita que cada indígena é responsável e sabe a importância das coisas, e até hoje a gente não teve problemas de discordar de algo que veio. Estamos todos cientes da importância do que é a Yandê e do valor que ela tem. Então nós estamos trabalhando pra valorizar o cunho indígena dela, a importância que isso é para o nosso povo.

Entrevista No. 02 - Anápuáka Muniz Tupinambá – 02 de maio de 2019, via Skype Realizada com base no roteiro semiestruturado Nº 2

Nome não indígena: Erick Márcio Mendes Muniz

Nome indígena: Anápuáka Muniz Tupinambá Hã Hã Hãe

Localização da aldeia: Região Sul da Bahia, no município de Pau Brasil.

1- Você ocupa algum posto de liderança, como funciona a organização hierárquica? Eu venho de uma família de liderança indígena de vários cacicados, mas eu nunca sumi nenhuma posição justamente por não estar presente no território,não teria nenhum meio ou possibilidade de assumir nada. Mas na hipótese e em um futuro eu tenho interesse de assumir um cacicado geral, quando eu assumir uma idade mais confortável, tipo uns 50 anos, daqui 5 anos, eu tenho essa intenção. Eu já lancei minha pré-candidatura nos próximos 5 anos, para dentro do território, e aí é para todo o território, não é só pra uma aldeia em específico. São várias aldeias que a gente tem dentro desse território. Mas eu tenho essa intenção e ela é muito baseada nas experiências que eu adquiri fora do território, como gestor, em áreas específicas de políticas públicas, e que vai me permitir ser um melhor gestor dentro de um território em um âmbito geral, sem pensar no etnocentrismo, no meu próprio povo só Tupinambá. Lá são cinco etnias; primárias, que são as 5 primeiras etnias, que moram dentro do território, hoje tem mais etnias, diversas. Então ser um gestor, ser um Cacique pensamento na multetnicidade me deixa muito mais confortável do que ser um Cacique só de uma etnia, só da minha própria família do meu próprio povo. Eu não me sinto bem sendo etnocentrista, tanto que a própria Rádio Yandê ela segue esses parâmetros. A gente poderia ter feito uma rádio só para os Tupinambá, mas não a gente ficou para todos os povos indígenas. Até porque não temos esse tipo de pretensão, de só focar no nosso umbigo de ser só de uma etnia.

2- O que vocês entendem enquanto etnicidade e essa formação plural que a rádio pretende ter, e tem, para diversas comunidades, o que vocês enquanto Rádio Yandê entendem quanto etnicidade?

Bom eu vou falar enquanto os parâmetros que a gente utiliza como referência na própria Rádio Yandê. Quando nós criamos a rádio Yandê, todos os membros têm o entendimento de diversidade étnica brasileira. Aqui no Brasil somos 305 povos indígenas e mais de 200 línguas, 274 línguas, segundo algumas fontes. Outras dizem 180. A gente não entra nessa discussão específica, porque tem variações específicas dos linguistas, as discussões indigenistas e o próprio IBGE. O IBGE parece que é 274. Então quando você assume uma posição e uma responsabilidade de produzir conteúdo, produzir um ambiente confortável. Um ambiente aonde ele seja fértil, principalmente para plantar a possibilidade de se criar, e crescer o direito à comunicação, você tem que respeitar pelo menos o princípio social da diversidade. Diversidade tem fatores políticos, culturais, sociais, linguísticos e não dá para fazer produção etnomidiática indígena se você não respeitar os parâmetros culturais. Quando se fala de cultura indígena a gente normalmente não tem esse entendimento de uma cultura indígena, não existe uma cultura indígena, existem culturas indígenas e dentro das culturas indígenas, que é a diversidade temos diversos parâmetros políticos, sociais, culturais, de gênero, etários. Vários fatores que não são iguais de uma cultura, de uma etnia pra outra. Então não dá para fazer uma comunicação de massa, mas dá para produzir uma comunicação de diversidade, dá para

produzir comunicação específica. E aí a etnomídia ela tem essa responsabilidade de criar não um mecanismo, não só a ferramenta, mas principalmente a linguagem da comunicação ou linguagem comunicacional indígena, que é algo muito mais específico. E isso leva a gente a ter muita responsabilidade, principalmente em ajudar culturas a produzir sua própria linguagem comunicacional, e a gente segue por essa linha. É um entendimento que a gente têm, que se a gente conseguir ampliar cada vez mais, hoje a Rádio Yandê de tem 160 línguas indígenas de conteúdo, dentro desses quase seis anos - vamos fazer 6 anos dia 13 de novembro agora - e a gente conseguiu acumular de forma muito responsável esse material, entendendo que a gente só tinha uma missão simples, de ofertar terras férteis digitais. Porque ela nasce digitalmente, é uma plataforma upload, ela não tinha intenção nenhuma de utilizar outros meios tipo radiofrequência. Sempre foi diretamente a internet. E quando a gente oferece um ambiente digital fértil ela simplesmente amplifica essas vozes. Amplificam as vozes de agonia, mas principalmente essas vozes de felicidade de mostrar o melhor da sua cultura, onde normalmente quem faz isso, faz com o olhar do outro. Faz uma versão sobre a sua realidade, é a sua versão sobre a sua própria forma de comunicação. E eles de alguma forma fazem simplesmente é colocar o ponto de vista de si, então de alguma forma nós enquanto Yandê, nós como indígenas, nós somos criadores e membros e coordenadores da rádio Yandê, temos esse entendimento que a diversidade comunicacional, ela tem que principalmente respeitar o processo de construção de linguagem, que é dos parâmetros e conceitos da etnomídia indígena.

3- Como você falou que sempre tiveram um desejo de ser uma mídia digital, em algum momento vocês enfrentaram barreiras nesse processo de acesso à internet? Como a questão das Aldeias mais interioranas e a diferença de acesso à internet afeta o trabalho de vocês?

Quando a gente criou, a gente tinha que ter um entendimento muito simples: o Brasil, o sistema de governo não daria nenhum tipo de concessão para nós, primeiro parâmetro. Sempre falaram para a gente se a gente queria ser rádio comunitária. Não, não somos rádio comunitária, até pelo fator de ficarmos muito restritos a uma legislação e a um local. A gente nunca quis se local, a gente sempre quis ser nacional e acabou se tornando internacional a partir de uma ferramenta, que é a internet. Então assim a gente não teve inicialmente um sofrimento, a gente sabia pra onde queria ir. Então a gente não perdeu tempo em falar “Ah, vamos fazer uma rádio utilizando a tecnologia de radiofrequência?” naquele momento. Mas sempre tivemos a preocupação que o país também não era preparado, na verdade ele não é preparado para você ter comunicação digital em toda a sua estrutura. Existe muita balela governamental, principalmente dos Ministérios das Comunicações, principalmente do Ministério das [Ciência e] Tecnologias de não ter um projeto, ou quando tem projeto não existe uma ação de responsabilidade de conectar o país, isso independe só dos povos indígenas, de realmente ter uma um sistema de conectividade em todo país. Sempre criam projetos de milhões, se eu não me engano os últimos projetos dos Gesac foi entre 28 à 38 milhões de reais, investido para nada. Você entregar na ponta lá conexão Gesac de baixa qualidade e baixa banda e de abandono de tecnologia. Foi um “abandoware”, que eles fizeram com um investimento muito alto. E isso aconteceu dentro de quilombos, aconteceu com os ribeirinhos, aconteceu principalmente dentro dos territórios indígenas e é isso que é preocupante. E quando a gente percebeu que isso também seria um problema, a gente também entendeu que a gente tinha que fazer, mesmo o problema existindo. E provocar a discussão dessas

políticas, como ela chegaria. Logo no início da transmissão da Yandê eu tive essa mesma preocupação, e foi muito pessoal, de como chegar. Só que na época a gente tinha uma internet aonde a gente sempre utilizou 32k de transmissão de dados em ACC o áudio. Então ele tinha uma compactação de dados muito boa, qualquer celular conseguiria ouvir a rádio com 32k. Mesmo como naquela época em que a gente colocava crédito e quando acabava reduzia a velocidade. Mas ele caia, ele caia para mais de 32K então você podia, querendo ou não ouvir a rádio. E aí quando veio aquele pacote, aquela política que a partir de certa data acabou o tempo, acabou o crédito e acabou a conexão. Eles cortaram literalmente, e aí eles derrubaram a nossa pauta, a nossa proposta de conseguir chegar. E é claro que a gente entrou em desespero, até então a gente conseguia chegar em qualquer parte que tivesse conectividade de dados mínima. As aldeias onde não, alguns povos iam até a cidade quando sabiam dela gravava e levava para dentro da aldeia, como se fosse um podcast, conteúdo shared, se compartilhava conteúdo, ainda se faz isso, ainda se utiliza esse sistema. Mas a gente não consegue hoje chegar com tanta amplitude porque houve esse tipo de rompimento das grandes empresas de Telecom, com a própria responsabilidade de comunicar. Então assim, o mercado ganhou com isso, o seu sistema de explorar o mercado de dados. Mas eu acredito que a gente consiga nos próximos anos reverter isso e entregar a comunicação dentro de todo o território brasileiro sem precisar dessas plataformas. É algo que a gente já tá estudando, já tá desenvolvendo. E aí eu me dedico muito a isso, de buscar tecnologias que a gente possa entregar, principalmente nas pontas dos territórios mais remotos, uma comunicação com qualidade. Eu vejo que é complicado, mas a gente vai conseguir resolver isso. Não tem uma discussão sobre direito à comunicação indígena no país que seja bem efetiva, nós da Yandê e algumas pessoas estamos montando uma rede de comunicadores, estamos conseguindo discutir brevemente. E com certeza até o final do ano a gente vai ter um encontro nacional de comunicadores indígenas, em prol especificamente do direito à comunicação dos Povos Originários, os povos indígenas brasileiros e como a gente vai demandar isso, desde responsabilidade a tecnologias de acesso.

4- Esse encontro vai ser fechado, vai ser aberto?

Então ele vai ser parcialmente fechado, mas possivelmente a gente vai abrir um dia para

Documentos relacionados