• Nenhum resultado encontrado

III.1 Un attrait pour des corps sauvagement forts

4. Séquences textuelles : l’évolution d’une même histoire

1. Diogo Gomes de Sintra, Descobrimento Primeiro da Guiné. Estudo preliminar, edição crítica, tradução, notas e comentário de Aires A. Nascimento, introdução histórica de Henrique Pinto Rema, Lisboa, Edições Colibri, 2002.

“No ano do Senhor 1415, um fidalgo do reino de Portugal, D. João de Castro […] tomou pela força uma parte de uma ilha dite Grã Canária […]” p. 51-fº270

“Eu, Diogo Gomes de Sintra, ouvi dizer que umas caravelas da armada do rei Dom João de Portugal que se dirigiam a Àfrica contra os sarracenos ; ao terem vento contrário, os que não puderam resistir à tormenta, deixaram-se levar e depararam com umas ilhas […]. Foram a uma ilha que agora tem o nome de Lançarote e acharam-na despovoada […] regressaram a Portugal e narraram isto ao rei […].

Certo fidalgo de grande linhagem no reino de França, por nome Misser João de Betencourt, era leproso e, por vergonha por seus familiares nobres, vendeu todos os seus bens e, tomando a esposa e a sua gente, veio para o reino de Castela, à cidade de Sevilha. Aí permaneceu por algum tempo e ouvindo falar dessas ilhas, que estavam despovoadas, dizia para si mesmo que em parte alguma do mundo poderia viver melhor […] Tomando umas naus fê-las encher de tudo o necessário […]

“Ainda no dia de hoje as mulheres que habitam na ilha que agora tem o nome de

Forte Ventura se assemelham na linhuagem e no vestuário às francesas.” p.93-

fº2841.

2. Jerónimo Münzer, Itinerário do Dr. Jerónimo Münzer (excertos), Basílio de Vasconcelos, Coimbra, Imprensa da Universidade, 1932, Sep. de O Instituto, vol. 80, 1930.

“Em 1415 da era cristã D. João I conquistou aos mouros a cidade de Seuta, no estreito de Gibraltar. Nessa ocasião alguns nobres, que embarcaram em Lisboa para ir combater

1

En gras nous indiquons le passage en question. Nous retrouvons la même description dans la reprise du récit de Diogo Gomes dans la compilation de Valentim Fernandes, O Códice «Valentim

Fernandes» oferecido pelo académico titular fundador Joaquim Bensaúde, (1859-1952). Leitura

paleográfica, notas e índice pelo académico de número José Pereira da Costa, Lisboa, Academia Portuguesa da História, 1997, f. 284vº - p. 300.

134 em Ceuta, foram levados pelas tempestades para regiões ocidentais do sul, descobrindo por acaso as Canárias. Passado o temporal, abordaram a primeira dessas ilhas e deram- lhe o nome de Lançarote; não vendo ninguém, retiraram-se. Os franceses e os habitantes da Flandres tiveram notícia dêsse descobrimento e então um tal João de Bettencourt da Picardia, fidalgo desprezado pelos seus por ser leproso, pegou nas suas riquezas e veio para Sevilha […] Certo da existência dessas ilhas, partíu como colono com todas as cousas necessarias […] para uma delas, a que pôs o nome de Forte Ventura “falando

ainda hoje uma parte dos seus habitantes a lingua francesa”. pp. 36-37.

3. Valentim Fernandes, O Códice «Valentim Fernandes» oferecido pelo académico titular fundador Joaquim Bensaúde, (1859-1952). Leitura paleográfica, notas e índice pelo académico de número José Pereira da Costa, Lisboa, Academia Portuguesa da História, 1997.

“Ylhas do Mar Oceano”

“Canarias ilhas segundo dizem forom primeyramente de christãos achadas – a saber – de hum yngres fidalgo leproso chamado Lançarote ho qual conquistou a primeyra

ylha dellas que elle pos seu nome e assi se chama ata oje como se dira no titulo da ylha de Lançarote. Ainda que achei na cronica del rey dom Joham o primeiro de

Portugal que no anno de 1416 huma sua caravella hindo pera Affrica de armada com tormenta achou as ilhas de Canarea. E chegarom aa ilha que despois foy chamada Lançarote e acharom na despovorada […] vierom a Portugal contando ysso […].

[…] neste tempo veo hum fidalgo de terra França a Castella que se chamava Mossen Joham de Betancor ho qual seendo homem nobre e catholico soube de como estaas ilhas eram de infiees se partia de sua terra com intençam de as conquistar […] Enfim sojugou as tres […]. Outros dizem que este Misser Joham de Betancor era leproso e que viera de sua terra a Sevilla. E ouvindo de Lançarote que fora aas ditas ilhas foy se la com toda sua familia […]” fº5/144 – p. 118

“Esta ylha [Lançarote] como se disse primeyramente foy achada e povoada de Lançarote de Betencor cavalleyro ymgres [rayé, et au-dessus : “frances”] leproso por cujo nome a esta ilha ficou o nome de Lançarote onde ajnda as molheres acustumam

135

136

1. CARTES

1. “Linhas divisórias do Tratado de Tordesilhas” […], in Francisco Contente

Domingues, A travessia do mar oceano - A viagem ao Brasil de Duarte Pacheco

Pereira em 1498, Parede, Tribuna da História, 2012.

2. “Principais expedições portuguesas (séc. XV)”, in A.H. de Oliveira Marques, João

José Alves Dias (eds.), Atlas histórico de Portugal e do Ultramar português, Lisboa, Centro de Estudos Históricos, 2003, p. 150.

3. “Exploração da Costa Ocidental Africana de Tânger a Arguim (1415-1443)”, in

Idem, Ibidem, p. 151.

4. “Exploração da Costa Ocidental Africana do Cabo Bojador ao Cabo Verde (1434-

62)”, in Idem, Ibidem, p. 152.

5. “Exploração da Costa Ocidental Africana do Cabo Verde à Serra Leoa (1445-60)”, in

Idem, Ibidem, p. 153.

6. “Exploração do Golfo da Guiné (1460-75)”, in Idem, Ibidem, p. 197.

7. “Exploração da Costa Africana – Viagens de Diogo Cão (1482-86)”, in Idem, Ibidem,

p. 200.

8. “Exploração da Costa Africana – Viagem de Bartolomeu Dias (1487-88)”, in Idem,

Ibidem, p. 201.

9. “« Descoberta da América » - Viagens de Cristovão Colombo (1492-1504)”, in Idem,

Ibidem, p. 203.

147

2. ICONOGRAPHIE

Table des illustrations

Figure 1- Libro del Conosçimiento de todos los reinos. Edición facsimilar al cuidado de

- M.ª Jesús Lacarra, M.ª Carmen Lacarra Ducay y Alberto Montaner, Zaragoza, Instituto Fernando el Católico (CSIC), 1999, Ms. Z, fº 11.

Figures 2-8- Le canarien : crónicas francesas de la conquista de Canarias. Publicadas

a base de los manuscritos con traducción y notas históricas y criticas por Elias Serra y Alejandro Cioranescu, vol. 2, La Laguna de Tenerife, Instituto de Estudios Canarios, 1959-1964, ms. B1.

Ces gravures sont postérieures au récit original et accompagnent le récit fait par un des descendants des conquérants normands.

Figure 9- Hans Burgkmair, illustrant le récit de Balthsar Springer édité en 1508 par

l’imprimeur Jan van Doesborch.

The Voyage from Lisbon to India, 1505-6, being an account and journal by Albericus

Vespuccius, translated from the contemporary Flemish, and edited with prologue and notes by C. H. Coote, London, B.F. Stevens, 1894, p. 2.

Figure 10- La lettera dell isole Che ha trovato nuovamente il Re di Spagna. Gravure

anonyme. Italie, Florence, 1493. Frontispice au poème de Giuliano di Domenico Dati, version poétique de la première lettre de Cristobal Colón.

L'Amérique vue par l'Europe. Paris, 17 septembre 1976 – 2 janvier 1977, Grand Palais,

exposition organisée par le Cleveland Museum of Art, avec la colaboration de la National Gallery of Art de Washington Catalogue par Hugh Honour. Traduction de The European vision of America, Paris, Éditions des Musées nationaux, 1976, p. 7.

1

Nous avons selectionné à peine certaines gravures, celles nous semblant les plus pertinentes pour le sujet de notre étude.

148

Figure 11- Insula hyspania. Gravure anonyme, 1493. Illustration de la lettre de

Cristobal Colón aux Rois Catholiques de 1493 : Carta a Luis de Santangel. Réimpression de l’édition latine de Basel.

Circa 1492 : art in the age of exploration, 12 October 1991 – 12 January 1992,

organized by the National Gallery of Art, Washington, D.C, New Haven, London. Edited by Jay A. Levenson, Yale University Press, cop. 1991, p. 237.

Figure 12- Be ora antartica per regem Portugallie pridem inventa. Gravure anonyme,

1505. Frontispice à la 6ème édition de la lettre de 1502 de Amerigo Vespucci à Lorenzo di Pierfrancesco de'Medici.

L’Amérique vue par l’Europe, op. cit., p. 8.

Figure 13- Gravure avec lavis d’aquarelle de Johann Froschauer, Nuremberg, 1505.

D’après la traduction allemande du Mundus Novus.

L’Amérique vue par l’Europe, op. cit., p. 333.

Figure 14- Gravure anonyme. Illustration d’une traduction allemande de 1509 publiée

par Johannes Grüninger à Strasbourg de la Lettera di Amerigo Vespucci delle isole

nuovamente trovate in quattro suoi viaggi à Soderini, second voyage de 1501. L’Amérique vue par l’Europe, op. cit., p. 9.

Figure 15- Gravure anonyme. Illustration d’une traduction allemande de 1509 publiée

par Johannes Grüninger à Strasbourg de la Lettera di Amerigo Vespucci delle isole

nuovamente trovate in quattro suoi viaggi à Soderini, second voyage de 1501.

Ilda Mendes dos Santos, La découverte du Brésil. Les premiers témoignages choisis et

149 1. Iconographie canarienne

figure 1

Représentation d’un Sciopode, monstre plinien, sous les lignes suivantes : “son veynte et seys islas ; e despues contare de la ysla de Gujnya et de Nubia et de Etiopya. E todas estas yslas non ay pobladas de gentes mas de las tres, que son Canaria et Lançarote et Forte Ventura. Et las gentes que ende moran son atales commo estas :”

150 figure 2 - p. 15

151 figure 4 - p. 1212

figure 5 - p. 125

2

Nous retrouvons ce type de représentation de l’homme barbu, aux cheveux longs et portant des braies à de nombreuses reprises.

152 figure 6 - p. 167

153

figure 8 - p. 243

Documentos relacionados