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PENSAMENTOS PARA GERENCIAR UMA CULTURA CRIATIVA

2.4 SÍNTESE DO CAPÍTULO

Quando começamos a nos autoconhecer, automaticamente nos autovalorizamos. Faz parte do crescimento, observar os próprios julgamentos, desmascarar as relações superficiais, as decepções frente a atitudes dos outros, as expectativas colocadas fora de si, o desejo de ganho e retribuições.

É no ser humano que se encontra o conhecimento e a criatividade que dão suporte à sobrevivência organizacional no mercado competitivo atual. Portanto, se faz necessário o desenvolvimento de novas habilidades, estimulando os profissionais através da criação de sistemas onde possam liberar o talento sobre a realidade que atuam num contínuo processo de crescimento pessoal e profissional.

É certo que o conhecimento tácito é difícil de ser explicado e, muitas vezes, as organizações subestimam a capacidade criativa de seus colaboradores e não criam espaços, inclusive, até inibem.

As organizações devem entender que a criatividade é uma das maiores habilidades para enfrentar as adversidades competitivas da atualidade e, por isso, devem proporcionar ambientes em que seus colaboradores se sintam confiantes, determinados e ávidos na busca de saberes, de objetivos, metas e liberdade para que o processo criativo possa acontecer.

Entende-se que as pessoas para serem criativas devem abraçar as ambiguidades que a vida oferece e seguir em frente, em busca de seus desejos, anseios e aspirações e entende-se que quando se fala em medo, este está relacionado com o assumir riscos, assumir vontades, assumir "quereres".

Considera-se assim, que criatividade e conhecimento caminham juntos num processo contínuo de construção e reconstrução. Nada está acabado. E é na dança da vida, que podemos nos encontrar ressignificando nossas mazelas para que possa florescer o inato potencial criativo.

Com o estudo realizado, permitiram-se longas conversas com os autores quando dias, noites e madrugadas faziam parte de um mesmo instante. Foram momentos instigantes e confusos, cansativos e meditativos, construtivos e desconstrutivos, com medos e confiança, com certezas e incertezas. Enfim, como em todo processo de construção, na elaboração deste capítulo (Revisão Bibliográfica), houve momentos de desconstrução para a construção de novos conhecimentos.

Seguiu-se com o sussurro das "vozes" dos autores e, com um mergulho no mar de infinitas possibilidades, mapeou-se mentalmente o que se considera recorte do que se experimentou, saboreou, concebeu, floriu, nutriu e pariu depois de todo o processo de aquisição do conhecimento relativo às questões do potencial criativo, criatividade e conhecimento.

Fialho (2011, p. 167) diz que:

A investigação revela "Descobertas". Descobrir o que existe é o mo(vi)mento criativo em que se

acessa outras formas de

perceber/sentir/compreender/vislumbrar/a vida. Toda descoberta implica uma autodescoberta... [...] Além disso, a descoberta precisa ser percebida não como um fim em si, mas um processo que nunca acaba e, por isso, desperta a curiosidade para aprender.

O apaixonado Compartilha o que sabe/sente. Quando os aprendentes compartilham suas descobertas estão vivenciando atitudes solidárias ao desejar que o outro também experiencie o que sabem, quando contam de um livro que leram, de um filme o que assistiram, de um lugar que visitaram, da música que dançaram, de uma pesquisa que realizaram. Também desenvolvem atitudes de respeito às críticas do outro, percebendo-as como oportunidades de analisar suas expectativas por diferentes pontos de vista, possibilitando novas organizações do seu conhecimento.

Apresenta-se, assim, na Figura 9, o mapa mental da pesquisadora que se sente apaixonada pela descoberta percebida através dos estudos realizados em que a questão do "trabalhar o medo" para o despertar da criatividade é o grande desafio.

Figura 9 - Mapa mental da pesquisadora - Trabalhando o Medo

Inovação

Ter ideias

Pressão

Emocional Coercitiva

Pode facilitar a criatividade Pode inibir a criatividade Gera vários sentimentos

MEDO

Ele existe

Autoconhecimento

Resignifica/Confiança Convive

Processo de desconstrução para a construção de novos conhecimentos, habilidades e atitudes.

CRIATIVIDADE

Fonte: Elaborado pela autora

Explicitando-se tal mapa mental, considera-se que o ser humano é dotado de ideias, mas para alcançar a inovação seja na vida pessoal ou nas questões de inovação organizacional há a necessidade de a ideia agregar valor. Não basta ter só ideia, ela tem que gerar valor para que se

possa alcançar a inovação. E nesse processo de agregar valor à ideia, é que surge a criatividade.

A palavra criatividade já quer dizer "criar uma atividade", criar uma ação, criar algo novo. Isso é criatividade, mas nesse processo da criatividade no contexto das organizações, muitas vezes, os colaboradores sentem-se pressionados, e as pressões podem ser "emocionais" ou "coercitivas". No que se refere a pressão emocional, é quando, por exemplo, o colaborador se sente inferior ao colega, ou seja, sente-se menos capaz em relação a outros colegas, ou pelas cobranças internas administrativamente. Pode ser coercitivas, pelas próprias questões da organização, quando estabelece metas, tempo para entrega de produto novo, dentre outras questões, que pressionam o colaborador a criar sem levar em conta seus limites, anseios e ou necessidades.

Tais pressões podem facilitar ou inibir a criatividade. Considera-se que "facilitar" é quando a pessoa está acomodada, e ao se sentir pressionada, vai ter que produzir por uma determinação e acaba despertando o potencial criativo. Mas também, o colaborador sentindo- se pressionado pode inibir a sua criatividade e gerar vários sentimentos, como por exemplo, a vergonha, a angústia, a raiva, o medo, dentre outros.

Assim, dentre os vários sentimentos gerados, privilegia-se o medo como foco deste trabalho. O medo pode até ser um fator facilitador para o processo criativo, mas busca-se neste trabalho evidenciar o medo enquanto fator inibidor no processo criativo. O medo, na verdade, existe. Considera-se que no ato do medo existir há a importância do autoconhecimento, pois a pessoa pode resignificar, tornar-se confiante daquilo que ela é capaz e superar seu medo, como também, ela pode conviver com o seu medo. Assim, por meio do autoconhecimento, vai acontecer o processo de desconstrução para a construção de novos conhecimentos, habilidades e atitudes e automaticamente vai gerar a confiança necessária para geração de novas ideias, surgimento da criatividade e consequente inovação.

(Não devemos ter medo dos confrontos. Até os planetas se chocam e do caos nascem as estrelas). Charles Chaplin

APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS: dados quantitativos

Para realizar comparações e gerar um estudo dos níveis de realidade trabalhou-se com dados quantitativos.