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Síntese das Entrevistas (questão 1) do Curso de Música

No documento Docência online na educação superior (páginas 191-195)

1 A VISÃO HISTÓRICA: EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA E EDUCAÇÃO ONLINE

4.5.5 Síntese das Entrevistas (questão 1) do Curso de Música

No curso de Música foram realizadas três entrevistas, sendo duas online e uma presencial nas proximidades do prédio do curso. A primeira entrevista ocorreu online, via hangout, com o Entrevistado 15, em 25 de outubro, às 18h. Em 30 de outubro, às 10h30, também via hangout, com o Entrevistado 14 e, a última nas dependências da Universidade de Brasília, com o Entrevistado 16, em 29 de outubro de 2014, às 14h30. Todas as entrevistas ocorreram em clima agradável e cordial, as sessões online foram realizadas de modo satisfatório e tecnicamente favorável quanto à qualidade da conexão, áudio e vídeo. Com relação ao perfil desses professores, observa-se que somente o Entrevistado 16 é professor do

quadro da universidade e atua como Professor Pesquisador I, os Entrevistados 14 e 15, não pertencem ao quadro da universidade e atuam como Pesquisador II, entretanto, o Entrevistado 14 pertence ao quadro efetivo de outra universidade federal e colabora no curso de Música da Universidade de Brasília desde o início do curso. Relativamente a outras experiências em EaD, além do trabalho na UnB e a função exercida todos possuem experiências externas a universidade. Quanto a experiência na modalidade presencial, os Entrevistados 14 e 16 tem mais de 10 anos e o Entrevistado 15 de 06 - 09 anos, na experiência na docência online nota- se que o Entrevistado 14 tem de 06 - 09 anos, o Entrevistado 15 de 01 - 02 anos e o Entrevistado 16 de 03 - 05 anos. Trata-se de dois professores e uma professora, com faixa etária distinta, o Entrevistado 14, acima de 57 anos, o Entrevistado 15 entre 47 a 56 anos e o Entrevistado 16 entre 37 a 46 anos. Referente a formação Entrevistado 14 é bacharel, o Entrevistado 16 é licenciado e o Entrevistado 15 possui licenciatura e bacharelado, quanto a titulação máxima todos são doutores. Relativamente ao nível de conhecimento em Informática, o Entrevistado 14 e 16 diz ter conhecimento avançado, o Entrevistado 15 intermediário. No tocante a participação em curso específico para ser docente online o Entrevistado 15 declara nunca ter feito curso, ao contrário, os Entrevistados 14 e 16 declaram ter participado de formação específica.

Em seu depoimento, o Entrevistado 14 disse que foi a partir de 2005 que, por acaso, começou a trabalhar com a EaD, sua primeira experiência ocorreu na instituição federal do Rio Grande do Sul que fez parceria com a federal da Bahia, sua instituição de origem. Sua inserção foi motivada em virtude de uma publicação realizada em 2003 sobre o ensino de violão para iniciantes. A partir desse primeiro trabalho no Pró-Licenciatura em Música entre as universidades parceiras, um ano depois, a pedido de um aluno, em regime de parceria que a professora passou a compor uma disciplina no curso da UnB e, desde então passou a ministrar disciplinas no curso da UAB pela UnB. Dessas experiências a professora vislumbrou o potencial da modalidade, do mesmo modo, mencionou a importância de contribuir com a formação de professores em música e de pessoas que não teriam nenhuma possibilidade de fazer a graduação em virtude da situação geográfica em que se encontravam. A professora relata que apesar da causalidade, ficou completamente cativada pela possibilidade de interação com pessoas que não teriam oportunidade de estudar música de outra forma. Acrescentou ainda que a cada experiência tem oportunidade de ganhar mais confiança, discutir as estratégias empregadas e aprimorá-las e, também de utilizar os recursos do moodle para trabalhar com as suas disciplinas no presencial.

A fala do Entrevistado 15, sobre a sua formação, expôs que é bacharel em Música, especializado em música brasileira e, também, em Educação Musical, fora do país, na metodologia Willems. Sua inserção no ensino superior se deu em 2002, na Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, a partir da criação do curso de Licenciatura em Música. Nessa mesma instituição ocupa o cargo de regente, atuou no curso presencial por quase dez anos e com a possibilidade da EaD, que facilitou seu contato, voltou ao ensino superior já na modalidade a distância. O professor enfatizou que é uma atividade que gosta muito, e espera se aposentar no cargo de regente para fazer um novo concurso como docente em outra universidade, mas destaca que enquanto isso não acontece um bom local para sua atuação como professor tem sido a EaD. Em virtude de seu mestrado e doutorado na área da Educação, passou a orientar alunos do curso de Pedagogia com temas relacionados à música e educação. Sua inserção no curso de música a distância da UnB, ocorreu inesperadamente, mas foi em virtude de uma oficina ministrada sobre a educação Willems, sua especialidade, para os alunos da EaD, dessa participação resultou a sua inserção no curso como orientador de trabalho de conclusão de curso. Na finalização da sua entrevista destacou o quanto ficou surpreso com a qualidade da formação dos estudantes do curso de música a distância da UnB, destacando o comprometimento dos estudantes e, também como se apropriaram da base do curso ao longo da formação e pontou que sua atuação se deu com a disciplina de conclusão do curso. Portanto, notou-se que uma base muito boa foi passada para os estudantes durante o período do curso ressaltou o professor.

O Entrevistado 16, segundo relatou, teve o seu primeiro contato com a Educação a Distância no início dos anos 2000, na Universidade de Indiana, nos Estados Unidos, época em que foi realizar o mestrado em Tecnologia Musical, contou que nessa época começou a trabalhar com EaD, no Departamento de Educação e Tecnologia e por gostar muito de tecnologia ajudava a desenvolver os cursos, animações e edição de vídeos, realizando um trabalho mais voltado ao que se chama hoje de equipe de Tecnologia da Informação (TI) e nessa época teve a sua primeira experiência com um software chamado webct, na continuidade de seus estudos realizou o doutorado pela Universidade de Surrey, no Reino Unido, na área de engenharia de som. O professor enfatizou que sempre se envolveu com a área de tecnologia e música e porque sempre gostou, por isso quando chegou à universidade de Indiana já conseguiu trabalhar como monitor no laboratório de computação musical, em virtude dos seus conhecimentos em informática. Na UnB sua inserção se deu a partir do concurso público, pela vaga da UAB em 2010, inclusive, destacou que fez o concurso de

acordo com o perfil da vaga e porque sempre se interessou por essa parte de tecnologia e música. Em seu depoimento, destacou que sua inserção nas atividades do curso de música a distância na UnB se deu de modo inesperado, e sua nomeação para a Coordenação de Tutoria no curso ocorreu pouco menos de meia-hora após a assinatura do termo de posse do cargo na universidade, destacou que apesar da experiência anterior, desconhecia por completo o funcionamento do curso na modalidade a distância no âmbito da Universidade Aberta do Brasil na UnB e foi a partir da sua inserção que passou a aprender a dinâmica do curso.

Quadro 42 - Discurso dos Entrevistados de Música (questão 1)

Entrevistados Discurso

Entrevistado 14

“Olha na verdade eu comecei a trabalhar com EAD a partir de 2005, mas foi por um acaso. [...] eu dei para ela na época um livrinho meu que tinha sido publicado em 2003 para ensino de violão para iniciantes, dois dias depois ela me telefonou e disse professora eu estou com um projeto do PROLICEN, [...] e o seu livro se encaixa muito na proposta. A senhora quer vir trabalhar? Ai foi assim que eu comecei, por um acaso realmente. [...] que é a universidade que eu trabalho foi parceira nessa licenciatura. [...] Então a primeira vez que eu fiz Violão eu dividi com ele na UnB. [...] Você pode dar oportunidade a pessoas que não viam nenhuma possibilidade de fazer uma graduação pela situação geográfica em que elas se encontram. [...] Quer dizer, foi uma experiência assim que foi por um acaso, mas eu fiquei completamente cativada pela possibilidade de interação com a gente que não teria oportunidade de estudar música de outra forma. [...] Estou experimentando tudo o que eu quero porque com o tempo você vai ganhando um pouco mais de confiança, de experiência. [...] E peguei todas as minhas disciplinas presenciais e elas também estão no moodle da UFBA. Quer dizer, apesar de eu ter encontros presenciais eu também uso os recursos do moodle para trabalhar com as disciplinas presenciais. É isso aí.”

Entrevistado 15

“A minha formação, eu sou bacharel em Música, depois fiz aí, fiz outra formações também. Fiz especialização em educação musical, fora do país, na metodologia Willens [...] Eu tenho atuado como professor em educação superior a algum tempo. [...] Me afastei do curso por conta do doutorado e por conta de outros trabalhos que eu também fiz opção em fazer, e estava ficando difícil de conciliar então eu me afastei do curso e hoje em dia, com a possibilidade da educação a distância, facilitou esse contato meu, voltar ao ensino superior já com a educação a distância. É uma atividade que eu gosto muito, dessa atividade de ser professor, atividade de ser docente. [...] Eu inclusive espero esse momento agora de aposentar no cargo de regente para fazer um novo concurso ai como docente em outra universidade. [...] Mas enquanto isso não acontece um bom local para minha atuação como professor tem sido a EaD. [...] E uma surpresa boa, porque no começo, eu já atuava na EaD aqui na Universidade Federal de Mato Grosso do Sul [...] Eu estive em Brasília há um tempo atrás, para fazer dentro de um seminário, em que eu fiz uma oficina, um panorama sobre a educação Willens [...] Naquele momento eles gravam um programa com esse, com essa, com esse panorama Willens, para passar para os alunos da EAD. E agora eu fui convidado para orientar trabalhos já de conclusão desse curso. Eu fiquei bem surpreso por vários motivos. Primeiro porque os alunos são muito comprometidos. [...] São trabalhos assim, os alunos fazem trabalhos muito diferentes de, mesmo daqueles alunos que fazem o presencial. Como eles são rápidos, como eles sabem fazer as coisas. [...] Eu já peguei o final do curso, portanto você vê que é uma base muito boa foi passada para eles durante esse período que eu não estava atendendo aí a EaD de Brasília. Então foi isso que me fez fazer. Quer dizer, além dessa perspectiva de atuar é a perspectiva também de continuar também depois dessa primeira finalização desse trabalho meu, desse período de trabalho como regente, de continuar no ensino superior, quer dizer, trabalhando com educação no ensino superior.

Entrevistado 16

“Fiz o mestrado em tecnologia musical, pela Universidade de Indiana, e meu doutorado é na área, digamos assim, engenharia de som, pela Universidade de Surrey [...] Eu sempre mexi muito com tecnologia e área de música. Sempre gostei. Quando eu estava nos Estados Unidos fazendo o meu mestrado, eu cheguei a trabalhar, comecei a trabalhar com EaD, no Departamento de Educação e Tecnologia. Comecei a trabalhar, na verdade, eu era o que? Como eu sempre gostei muito de informática eu ajudava a desenvolver os cursos, animações, ou editar os vídeos. Eu estava meio que na equipe, digamos assim, de TI, como se chama hoje, não é? E aí foi minha primeira experiência com um software chamado webct. [...] o meu trabalho final no mestrado foi sobre isso, sobre educação usando as tecnologias. Então eu sempre gostei, realmente, Eu sempre gostei da área. [...] E quando eu voltei do doutorado. Isso em 2000. Eu comecei minha primeira experiência em EaD deve ter sido em 2000, [...] Então eu cheguei lá e já consegui o emprego como monitor no laboratório de computação musical, pela minha experiência com informática. [...] aí em 2010 eu fiz o concurso aqui para essa área. Porque eu sempre me interessei, essa parte de tecnologia. [...] Eu assinei meu termo de posse, subi para reunião de colegiado e fui nomeado coordenador de tutoria do curso. Foi assim, da assinatura do termo de posse e a nomeação deve ter tido uns 15 minutos, 20 minutos. [...] e como eu estava entrando para trabalhar no curso, precisavam de um coordenador, eu não sabia na hora o que o coordenador de tutoria fazia, eu não tinha menor ideia. [...] E para ser sincero não tinha a menor noção do que era o sistema Universidade Aberta do Brasil. Para fazer a prova eu estudei outras coisas. Os temas que tinham na prova do concurso eram outras. Sobre ambientes virtuais de aprendizagem, sobre a utilização de softwares na educação musical, essas coisas assim. E não tinha esses temas, eu não sabia exatamente o que era um tutor, então eu fui aprendendo a partir do momento que eu entrei no curso.”

Fonte: Elaborado pela autora com referência nos dados da tese "Docência Online na Educação Superior" Amaro (2015)

No documento Docência online na educação superior (páginas 191-195)